quinta-feira, 31 de outubro de 2013

bidas tristes

Tal como o previsto, hoje a escolinha estava cheia de pequenas bruxas, vampiros e até - espantem-se - um homem aranha, que tenho a certeza ter tudo a ver com o halloween, pelo menos na cabeça dele. Wtv. Acabei por me lembrar que, apesar de nunca ter dado importância a isso, por altura do meu 5º ou 6º ano, eu e as pitas-amigas da altura combinámos vestir-nos todas de preto e maquilhar-nos.

E então, quase senti uma pontada ao olhar para as miúdas vestidas de bruxas. Com a idade delas, eu só consegui parecer-me muito com um travesti.

não me tinha apercebido,

Não me tinha dado conta de como um único dia me tinha afetado. E agora perguntam o que aconteceu?, e eu tenho de assumir que não aconteceu nada, mas que mudou tudo naquele dia. A minha forma de pensar, de agir e, de certa forma, até mesmo de sentir. E agora, duas semanas depois, parece que eu continuo diferente e não consigo disfarçá-lo. Boa, patrícia.

por uma unha negra

Entrei nas piscinas municipais, e vi uma mulher que se parecia muito com a já aqui tão falada evax. Okay. Preparei-me para ir dizer olá à criatura, e continuei a avançar em direção a ela. Mas a bicha estava encostada à varanda, de cu espichado, a olhar para baixo, o que me impossibilitava de lhe ver a fronha.
Estava já a preparar-me para gritar EVACA!, quando me pareceu boa ideia conferir se era ou não a evax. Não era.

Ainda tremo só de imaginar a cara que a mulher faria se eu lhe chamasse vaca ali, do nada.

scared the hell outta me

Não ligo um caralho ao halloween, mas agora que vi estas fotos, vou gozar com todos os putos mascarados de vampirinho à la twillight e bruxa má com teias de aranha desenhadas na fronha com eyeliner lápis dos olhos.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

o bom, o mítico

Aqui temos o mítico azeiteiro da escola. É preciso que se dê mérito ao rapaz, porque entre tanto azeite, é realmente difícil ser-se o rei. Mas acho que sim, acho que ele consegue.

E eu no fundo, sou uma mocinha cheia de coragem. Só não carreguei no enter porque a tecla encravou, não é que eu considere possível que o gajo me esventrasse amanhã ou assim. Eu sou forte, não tenho medo.

perigo é

Estava mais do que convencida de que ele nunca mudaria. Mudou. E muito.
É quase tão mau quanto bom.

ontem,

azeiteiro: o que é o prato do dia?
empregado: esparguete à carbonara.
azeiteiro: ah, é aquilo com massa?


Não, génio. Parece-me óbvio que o esparguete à carbonara se faz com arroz.

reflexões de uma mente perturbada

Assusta-me o carácter irrecuperável do tempo. Na vida quotidiana, trabalhamos num feriado e ganhamos uma folga extra para gastar quando apetecer; mas o tempo real, aquele que define realmente a nossa vida, não. Se perdermos um dia, não há absolutamente nada a fazer, a não ser aproveitar os outros.

Acho que me apercebi disto ontem, enquanto procurava um sítio quente para esperar que chegasse a hora da minha aula de condução. Não é em todos os momentos que tenho consciência de que o segundo que acabou de passar, se perdeu para sempre e que eu não fiz nada com ele, mas quando tenho, é assustador.

Passamos a vida a queimar tempo à espera do amanhã. Falo por mim – estou sempre a adiar-me, a convencer-me de que posso fazer amanhã o que não quero ou não tenho coragem de fazer hoje. E entretanto, vou desperdiçando mais umas horas enquanto aguardo que me chegue a vontade ou a coragem de fazer alguma coisa. E este é  o tal tempo perdido que daria muito jeito poder gastar mais tarde – ou então, aproveitá-lo agora.

Mas não. Nós somos estúpidos. Somos gente estúpida que prefere sofrer a humilhar-se. Pelo amor de deus, vale mil vezes mais ser infeliz do que assumir o que nos faz realmente felizes. E afinal, amanhã ainda há tempo para o fazer. Ou depois. Dizem que o nosso tempo acaba por chegar, lá há de vir o dia em que nos riremos disto. Mas talvez o dia nunca chegue, porque talvez continuemos a adiar o mesmo momento para sempre.

Enquanto isso, a vida passa como um cigarro abandonado num cinzeiro, até que um dia se apaga. Acaba. E então, percebemos que fomos parvos, que podíamos ter feito mais, dito mais. Podíamos ter sido felizes. Só não fomos porque não quisémos.  

dos contrastes

Eu deixei de escrever sumários em matemática porque o stôr tem a mania de os ditar depois do toque e eu já não tenho paciência para mais, mas entretanto lembrei-me que lá por alturas do meu 8º ano, tinha uma stôra de ciências completamente maluca que escrevia sumários com umas 15 linhas.

E também nos mandava estudar por eles.

dos contrastes

Uma amiga minha disse-me ontem que imaginava que o meu quarto estivesse pintado de preto, cheio de caveiras e outros tantos objetos bizarros. Não sei se ela estava a falar a sério, mas a verdade é que, contra todas as expectativas, o meu quarto tem uma parede cor de rosa, flores e borboletas coladas nas paredes. E digo mais: gosto muito dele assim.

Nem sempre sou o alfredo ernesto sombrio e com gostos estranhos. Lidem com isso.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

i'm not even mad

Não sei se hei de ficar mais chateada por, em tanto tempo, ir ter logo os testes de fq e matemática em dois dias seguidos, ou se por o stôr de física se ter lembrado de avisar agora que no teste da próxima semana sai um capítulo inteiro da física do 10º ano. Okay. 

a) as únicas duas criaturinhas que vieram parar àquela turma diretamente vindas do 10º ano, não se lembram de nada.
b) o meu 10º ano foi há 3 anos.

Acho que não preciso de dizer mais nada.

o pior é que é mesmo sem querer.

Ainda não percebi ao certo porquê, mas cheira-me que as fotos dos cartões eletrónicos da escola foram escolhidas por alguém que foi rejeitado pelos pais, ou que sofreu de bullying, ou então tem só o pior sentido de humor à face da terra, mas conseguiu transformar cada utilização do dito num momento de humilhação pública.

E falo por mim - sou o trambolho que já se sabe com tendência a ficar ainda pior em fotos - quase perco a vontade de comer só para não ter de exibir a fronha no bar. Okay, não, mas a foto está mesmo má. Pareço ter sido degolada, e quase que só se vê cabelo, além de que a foto deve ser do 9º ano. Linda que só eu.

O meu problema é ser muito pouco discreta e um tanto ou quanto distraída. Como ontem. De cu encostado à máquina, a falar ao telemóvel, observo uma miúdita a carregar o cartão, mesmo ao meu lado. Claro que eu sou muito querida e fofa, e pareceu-me por bem comentar com a bicha com quem estava ao telefone: foda-se, não sei quem escolheu aquelas fotos dos cartões, mas estão todas horríveis! credo, que medo, ali, com a criaturinha a ouvir. 

É mais ou menos por isto que eu não tenho amigos. E é igualmente por isto que eu ainda acho que, mais dia menos dia, esta gentinha se junta toda para me arrancar os rins a sangue frio. Mas está tudo bem, eu sou forte. Eu aguento.

não estou a deprimir nem nada, 2

No matter how many deaths that i die, i will never forget
No matter how many lives i live, i will never regret
There's a fire inside of this heart and a riot about to explode into flames

É preciso que se note que eu nunca tive uma pancada por aí além por banda nenhuma, apesar do jared ter sido a minha star crush há uns anitos. O problema é que eu adoro a voz da criatura. Adoro mesmo, como a quase todas as vozes roucas por este mundo fora. E por isso, ficam ainda com esta versão da hurricane, e vou ali cortar os pulsos porque ainda não foi desta que fui a um concerto deles. 

É tudo. Por enquanto.

não estou a deprimir nem nada, 1

All my life
I was never there
Just a ghost
Running scared
Here our dreams aren't made
They're won

Mais uma boa razão para chorar all night long.

duas boas razões

Vou enrolar-me em mim mesma e chorar compulsivamente durante as próximas horas. E aos que vão, só tenho uma coisa a dizer-vos: faleçam.
É tudo.

felicidade é

As terças feiras e os almoços a quatro, em que me sinto a engordar 8kg em cada dentada na metade da big. 

E o triste é que passamos a segunda a falar disto.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

hoje deu-me para as confissões

Acreditem quando vos digo que sou horrível com as palavras. Ao escrever, quase que fico com a sensação de que sou capaz de organizar todo um discurso coerente, mas depois quando começo a falar, se houver gente que me deixe desconfortável (e, notem, eu sou mesmo a bichinha anti-social que digo ser, só fico realmente à vontade com pessoas com quem tenha confiança), é bem provável que acabe a dizer disparates como uma vez comi alface de ananás e adormeci porque estava com comichão nas unhas. Sério. Eu juro que sou a criatura mais retardada à face da terra. 

E depois fico com vontade de me esbofetear com força e de amaldiçoar a sorte. É mais ou menos por isto que eu sou o maior turn off da história.

apercebi-me

O que dizem os teus olhos? é uma pergunta interessante. E estúpida também, se formos pelo lógico de os olhos não falarem.

Agora, que ninguém nos ouça, mas os meus tentam mandar meio mundo para o caralho para eu nem ter de me dar ao trabalho de o fazer em voz alta. 

o lado p do mundo

Eu penso sempre o pior das pessoas. Nem sei porquê, mas acho que as imagino sempre prontas a espetar-me uma faca nas costelas para me ver a espichar sangue até que me surpreendem. E, normalmente, deixo-me levar sempre pela simplicidade.

Lembrei-me disto, imagine-se só o milagre de me terem a ver televisão, porque ouvi a sónia tavares dizer qualquer coisa parecida numa entrevista com aquele moço que insiste na pergunta o que dizem os teus olhos?. Mas é isso. Eu também já tive vontade de chorar, inexplicavelmente a olhar para alguém, só porque essa pessoa me desarmou.

dramas, dramas

O drama que se aplica em quase tudo na minha vida também passa pelo blog; estou cansada de o ver sempre igual, acho que há demasiado rosa por aqui. E, ao mesmo tempo, não o imagino de outra maneira qualquer porque está simples e não há outra cinderela que aqui fique melhor do que aquela ali ao lado.

E agora?

faz-me sempre pensar

Há gente que fica na história,
Na história da gente.

honest hour

A vossa vida pode tornar-se ligeiramente deprimente se vocês viverem com a ilusão de que, sempre que alguém se ri, é por vossa causa. E que se alguém está a olhar, então é para gozar com cada uma das vossas imperfeições.

E isto, contrariamente ao que insistem em chamar-lhe, não é ser convencida. É ser insegura pra caralho.
É só.

honest hour

Pode parecer clichê, mas às vezes eu pergunto-me se alguém poderia algum dia gostar de mim. Sério que já o fiz. O problema é que tudo em mim é um turn off, e acho que se algum cego tivesse a infelicidade de se deixar iludir pela minha vózinha de pita de 4 anos e se apaixonasse por mim, acabaria por cometer o suicídio em menos de nada. E antes que venham com a ideia de que eu sou só uma attention seeker, esqueçam; eu acredito mesmo nisto. Juro que sim. E nem tão pouco estou a gozar quando me refiro à cena do apartamento com 20 gatos.
Parte de mim, não espera nada de melhor da vida. Ninguém que me olhe duas vezes.

E se isto me deprime? Sim. Deprime-me pra caralho mesmo.

domingo, 27 de outubro de 2013

mensagens que não vou enviar

Às vezes apetece-me abraçar-te. Outras vezes apetece-me apertar-te o pescoço. 

impertinências de uma mente perturbada

Será que os maridos das prostitutas (e reparem que me refiro às putas enquanto profissionais, não às amadoras que se espalharam por esse mundo fora) se importam que elas levem trabalho para a cama?

Idek, i'm just wondering.

that's why i'm fat

Eu juro que consigo passar semanas sem me lembrar sequer que o melhor sabor do mundo se guarda num frasco com o rótulo a exibir a palavra nutella. Há mesmo alturas em que eu consigo ignorar este facto.

Hoje lembrei-me. E quis comprovar.


Sinto-me incapaz de voltar à cozinha e pensar em comer nas próximas semanas. Quase sinto o meu cu a crescer.

curtas

Tenho para mim que aquelas pessoas que, com a minha idade, continuam a não conseguir ver cenas de sexo nos filmes, preferindo não olhar ou até passar à frente, ainda fazem os possíveis para acreditar na história da cegonha. E no pai natal também. 

pequenas torturas

Achei por bem informar-vos de que estou frustrada porque tudo o que me apetece nesta vida é ler e comer. E depois tenho ali na estante 12 livros velhos que só eles, com as páginas amarelecidas e a querer soltar-se, e aquele cheirinho bom que só os livros velhos têm. Ainda por cima, para me apoquentar ainda mais a alma, 4 deles estão em francês, que é capaz de estar no top 3 das coisas que eu mais gosto. A merda é que agora sou uma lontra ocupada, e ando a ler o sexto livro do harry potter há uma eternidade porque ultimamente não passo tempo nenhum em casa e na escola tenho sempre companhia.

Tenho de me convencer de que se não quero mesmo acabar a ser stripper, não convém que vá enterrar o cu no sofá a ler outra coisa que não o meu livro de física. Ok, isto também não vai acontecer, porque o meu problema não está na teoria, está em saber o que fazer com aquilo tudo. E pronto, estou amuada e vou estudar. Tão amuada que ainda espeto aqui a foto de um dos ditos livros, como meti na página. É só.



sábado, 26 de outubro de 2013

reflexões de uma mente perturbada

Costumo perguntar-me muitas vezes com que conta e medida nos apaixonamos. Claro que isto não é mais do que o meu lado exageradamente racional a tentar encontrar uma forma de explicar o que se sente quando não se sabe muito bem o que se está a sentir. Um dia ainda hei de entender-me com a ideia de que nos apaixonámos desmedidamente pelo improvável, pelo instável, pelo que nos mata lentamente e não há nada a fazer contra isso.

E digo isto porque, de vez em quando, conhecemos a pessoa certa. E até acredito que existam muitas pessoas certas - as tais que encaixam em nós como se fôssemos peças de um puzzle, pessoas que tinham tudo para ser as nossas pessoas. E, ainda assim, não são essas quem nós queremos realmente. Não importa quantas vezes digamos a nós mesmos que podia ser perfeito, que nunca neste mundo encontraríamos uma combinação mais poderosa de todas as virtudes que se possam inventar - não adianta de nada. 

Apercebi-me de que a pessoa certa nem sempre é essa - a quase perfeita, esse semi-deus que só fica bem em histórias de amor para crianças. Às vezes, a pessoa certa é mesmo a que nos parece mais errada; a que nos desarruma o mundo, que nos baralha as certezas, que tem em nós efeitos mais nocivos do que a droga. Ou porque são mais viciantes do que a droga, ou porque nos matam mais dolorosamente ainda. Mas às vezes, é exatamente dessas que se gosta mais, contra tudo e contra todos. E talvez não haja nada a fazer, a não ser acertá-la - ou desacertarmo-nos.

what a shame

Desde quando é que os putos são tão fashions?
Sério. Eu fico sempre a perguntar-me se nenhuma destas criaturinhas de hoje em dia vai ter daquelas fotos pavorosas, vestidas com um fato de treino horrível e uma camisola com ursinhos (sad true story, god) igualmente pavorosa. E os collants de lã grossa combinados com a mini saia?

Acho indecente que estes putos um dia não se vejam forçados a mostrar aos filhos as fotos do tempo em que andavam vestidos à d. sebastião. Eu mesma terei fotos dessas para mostrar no futuro.

Aos meus gatos, claro.

antes dos 30

Fazer voluntariado num hospital. Talvez pediátrico. Talvez no ipo.

e tenho as orelhas bonitas!

Há sempre qualquer coisa de especial nessa gente moralista que espeta uma foto no fb a exibir o dentiçal, vestidas até ao pescocinho como se fosse hábito andarem na rua que nem freiras, e depois vêm com a descrição "desculpem se mostro um sorriso e não um decote". Okay. Mas depois começamos a ver as fotos e realmente não mostram o decote, mostram as mamas na integra, e ainda mostram o cuzito assim em jeito de bónus.

Depois existo eu que não tenho ponta por onde se lhe pegue. Se mostro o sorriso, fogem. Se mostro o cu, nunca mais nesta vida aquela gente vê a luz do dia. Se mostro as mamas, ninguém encontra. Mas às vezes sou boa pessoa e lavo os dentes todos os dias. A sério. 

cinderela vai às aulas de condução

Ainda não consegui perceber ao certo como é que isto acontece, mas parece que perco a noção da velocidade quando estou a conduzir. Sério. E logo eu, que começo a fritar quando vou com alguém que ande demasiado devagar, ainda estou para perceber que raio de bruxaria é aquela.

A verdade é que uma pessoa tem a sensação de que está a andar muito rápido, mas quando olha para o velocímetro, vai a 40. É triste, bem o sei. Agora, o pior mesmo, é ter a infeliz ideia de comentar isto com uma amiga. Ela ri-se. Ela goza. Ela faz-me pensar no pior cenário possível.

Desde então, sempre que estou a ter aula e vejo uma fila de carros atrás de mim, só consigo pensar numa coisa: eu sou o velho do trator, eu sou o velho do trator, eu sou o velho do trator.

priceless

O principal problema dos androids é que há aplicações absolutamente inúteis às quais uma pessoa não resiste. E com inúteis quero dizer, por exemplo, aquela gira que só ela que consistia num único botão que reproduzia o refrão da gangnam style quando pressionado. Mas dava para misturar partes e só por isso valia a pena deixar que a bateria do meu telemóvel não durasse mais do que 5 horas. 

Claro que com o tempo eu me fui deixando disso, e agora a bateria do bicho já quase dura um dia inteiro - i mean, de manhã à noite, mais do que isso já é abuso. Mas depois saquei uma aplicação com ringtones engraçados e quês, e vai que, sem querer, meti o som de um peido como toque de notificação. E, igualmente sem querer, tirei o telemóvel do silêncio.

Nisto, recebo uma mensagem quando estava com duas raparigas.


Demorei um bocadinho mais do que me orgulho a perceber o que não tinha sido nenhuma delas. E o meu ar de chocada? Impagável. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

biologia para totós

stôra: e esta plantinha, tal como os catos, é das mais sexy que existem.
coweguinha indeterminado: sexy?
stôra: sim. picante e suculenta.



Estou quase certa de que a minha falta de sexyness está relacionada com a minha intolerância à pimenta. Porra pá, e eu a pensar que era por me parecer bastante com uma lontra! Afinal ainda posso comer à vontade até precisar de uma grua que me tire de casa pelo telhado, porque sexy eu nunca vou ser mesmo. Que se foda, ao menos fico feliz.

juro

Eu sou só a pessoa mais anormal à face da terra. Se não estiver a fazer merda, é porque estou a dormir. 

Percebo agora que até ia gostar muito de ser daquelas pessoas que conseguem parecer adoráveis em todos os momentos, em vez de ser um trambolho otário. Ou então estou só furiosa comigo mesma.

à margem

Não sinto que estou a perder tempo contigo, sinto que te estou a perder no tempo. E se fosse já?

cinderela volta ao tai-chi

Decorria tranquilamente o ano de 1290 quando eu experimentei uma aula de tai-chi. Claro que eu e a minha prima passámos metade da aula a rir, e a outra metade a perguntar-nos porque raio estaríamos a mover-nos mais lentamente do que se tívessemos 90 anos e uma perna gravemente lesionada na guerra, e acabámos por dizer que sim, que adorámos e até à próxima, mas nunca mais lá metemos os pés.

Nunca mais, até ontem. A ideia não era bem essa, mas lá calhou. Bem, é a merda do costume, mas com a variante de que desta vez eu tive de ir para a primeira fila, o que torna tudo muito mais divertido. Para os outros. Isto porque isso de eu sou uma sombra, imitem-me, pode resultar muito bem em pessoas pacientes e coordenadas, mas não, nunca, em mim.

Mais ainda quando nos mandam para o chão para relaxar. Eu conseguia pensar em tudo menos na minha respiração, e percebi que alguma coisa devia estar errada quando supostamente devia ser incapaz de sentir o coração, e me parecia que o meu estava a martelar as tábuas do chão. Okay, isso é mais ou menos o normal do bicho, mas mesmo assim, algo estava profundamente errado. Deve ter sido mais ou menos por esta altura que eu comecei a adormecer. Foi uma sorte terem acendido as luzes a tempo. Boa, patrícia, boa.

jared, meu jared

She said: if you dare, come a little closer.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

mensagens que não vou enviar

Eu sei que lês o meu blog. De quanto mais tempo precisas para dizeres de uma vez o que queres de mim? Nunca percebi ao certo o que se passa, mas às vezes ainda tenho medo que me leves para um beco e me espetes um facalhão nas costelas. Sei lá. Não faças uma coisa dessas comigo. Apesar de tudo - enfatiza o tudo, com sorte até percebes onde quero chegar - eu até sou boa pessoa. Juro. E nunca me ocorreu espancar-te ou violar-te ou qualquer coisa assim. Podias mesmo explicar-te de vez, porque não corres perigo, e já se vai fazendo tarde.

em pausa

Acreditava-se, há uns tempos, que as fotografias captavam a verdadeira essência das pessoas, a sua alma.
Pois, eu cá não sei - as minhas fotografias acabam sempre a bela representação de um espécime hediondo com um olho aberto e outro fechado, maquilhagem esborratada, um sorriso tão falso quanto maquiavélico e um duplo queixo com potencial para triplo. A minha alma deve ser mesmo feia - para além de gorda, drogada e bêbeda.

Isto porque hoje descobri que tenho uma seguidora absolutamente genial, que nunca antes decidiu falar-me, e que acabou de resumir todas as minhas sessões fotográficas nos últimos 18 anos, num único post. Olá, axelledara.

acordei de mau humor, aguentem-se

Não tenho a mínima paciência para gente demasiado sentimental. Aquelas pessoas que são todas coração, e que acabam por fugir a esse lado foficoiso para passarem a ser só extremamente chatas, fazem-me comichão. Mais ainda quando eu sei que é tudo mentira.

Se me querem ver fodida da vida, é virem armar-se em fofos para o meu lado. Uma pessoa está ali a tentar ter uma conversa sobre o aquecimento global ou coisa que o valha, e vem uma alminha ahh, eu gosto é de ajudar os outros, porque sou muito querida, e nem consigo dormir à noite a pensar na fome em áfrica, coitadinhos, sou tão boa pessoa. E então começamos a tentar expulsá-la da conversa, mas ela lembra-se de aderir ao tema depois, com o degelo nos pólos o que é que há de ser feito do urso polar? coitadinho, é tão lindo, tão fofinho, gosto tanto. daria a minha vida para salvar os ursinhos! 

Isto podia ser tudo muito bonito se fosse minimamente verdade e se eu não estivesse farta de saber que a criatura só faz isso para chamar a atenção. Então a patrícia irrita-se um bocadinho, a patrícia manda wild criatura para o caralho, e a patrícia sai de mansinho e vai distribuir comida aos subnutridos e salvar ursinhos. Ou não. Mas ao menos admito que não é isto que me tira o sono.

não vou ser a única a acabar rodeada de gatos,

Nada me poderia ter sabido melhor do que constatar que a menina querida e fofinha que conseguiu meter pessoas contra mim, e mais umas quantas a duvidar da veracidade dos horrores que eu dizia sobre aquele torrãozinho de açúcar inocente, começa a revelar-se aos outros sem eu ter feito absolutamente nada para que isso acontecesse. Tanto se armou em vítima, que conseguiu enterrar-se até ao magma. Fico feliz por ela, muito feliz mesmo. É bom ouvir dizer que afinal eu até tinha razão. 

Já alguém me dizia, relaxa que tudo se encaixa. Encaixou. 

nicely done, patrícia

Eu sou aquele ser fantástico que passa a vida a queixar-se de que ninguém me suporta e cenas, mas depois queixo-me quando as pessoas são demasiado queridas e viro uma cabra insuportável. Consegui que ele se afastasse de mim. Boa! 

É mais ou menos por isto que eu tenho montes de amigos.

alfredo ernesto,

Torna-se notório que a minha deprimência não têm limites quando me dizem que a maior parte das pessoas acha que ele é gay, e eu me limito a encolher os ombros. Afinal, não diminui as minhas hipóteses com ele de qualquer forma, já não é bem como se me afetasse.

testado por mim

A receita do divertimento:

1. encontrem uma pessoa realmente preconceituosa;
2. insiram na conversa temas que a choquem, sei lá, digam que têm fantasias com um preto, que gostam de pornografia lésbica, que são a favor da masturbação, qualquer coisa serve e não precisa sequer de roçar a verdade;
3. let the game begin.

desde sempre

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

(...)

Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

cântico negro, josé régio

Continua a ser um dos meus preferidos.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

keep going

A criatura vive na ilusão de que eu gosto dele. Começo a ter pena dele por, claramente, não se lembrar do que fez. Ou melhor, do que não fez. Deve ser fodido começar a sofrer de amnésia tão novinho.

e quem vos avisa, vosso amigo é

Outra das razões pelas quais eu não entendo os homofóbicos, é que ter uma amiga lésbica torna-se bastante útil de vez em quando. Por exemplo, imaginemos que vocês estão a morrer de ciúmes de uma gaja com quem a criatura, supostamente portadora da genitália masculina (e daí nunca se sabe), se anda a meter. Mostrem-na à amiga lésbica; ela não vai usar a tal retórica feminina, segundo a qual vocês serão sempre melhores. Não. Se ela disser que a gaja é feia, a gaja é feia. Mas se ela se começar a babar... bem, vocês estão fodidas.

outra vez,

Às vezes o mundo parece-me pequeno, estupidamente pequeno, e que nós somos um bocado estúpidos porque andamos em círculos e, quando vamos a ver, está tudo ligado e não há forma de fugir. Como quando conhecemos uma pessoa do outro lado do mundo, e de repente descobrimos que é neto da nossa vizinha do lado e que já namorou com a amiga da melhor amiga da nossa prima, e então começamos a descobrir o que queríamos e o que não queríamos. 

Vidas difíceis.

mensagens que não vou enviar

Tenho-te comparado a toda a gente à minha volta. Não é de propósito - juro que não é - mas ainda tudo me lembra de ti, e acho que continuo a procurar-te em outros, a tentar encontrar em alguém aquilo que vi em ti. Não consigo. Talvez tenha sido eu quem te meteu um degrau acima do suposto - quem o sabe? - mas ninguém é como tu. Ninguém me devolve o sentimento que o tempo arrancou de mim. E agora, não há nada a fazer. Ou não houve nunca.
É uma questão de tempo até que eu aprenda a substituir o até já por um adeus definitivo. Tempo, muito tempo. Fazes-me falta todos os dias.

depois existo eu

Por esta altura, é capaz de já se terem tornado relativamente óbvias todas as minhas dificuldades em compreender as pessoas, mas não pensem que é por má vontade. Eu tento. A sério que sim. Não me podem é pedir que compreenda como é que é possível que alguém encontre um amor para toda a vida por semana, que e defendem com unhas e dentes, em pleno fb, que hão de ficar juntos para sempre.
Das duas uma: ou testam tudo quanto seja gajo para ver com qual é que pega, ou contam mesmo ficar com todos para a toda a vida e viver assim numa espécie de bacanal para todo o sempre, ámen. 

Enquanto isso, eu começo a comprar rolinhos para espetar no alto da  pinha, e a pensar onde vou arranjar 20 gatos e um apartamento a cheirar a couves. Fim.

cinderela vai às aulas de condução

É sempre um bocado assustador quando me mandam andar de carro em ruas tão estreitas que, quando vou a pé, o meu cu roça os dois lados da estrada. Como se isso já não fosse suficientemente mau, além de ter curvas como o caralho, ainda tem descidas ingremes daquelas que deixam uma pessoa com a sensação de que só pára quando bater em alguma coisa. Eu vou ser o terror das velhinhas. Sério. Atropelá-las conta como se eu as estivesse a ajudar a atravessar?

terça-feira, 22 de outubro de 2013

cinderela vai às aulas de condução

Tive de parar para ir buscar a criaturinha de ontem à escola. O instrutor decide que vale mais parar mesmo, e puxa-me o travão de mão. Ok, tudo bem.
Agora, é um bocado triste que, depois de voltar para o carro a falar com alguém ao telemóvel, ele se tenha esquecido de mim... enquanto eu me debatia para destravar o carro. Juro que aquilo não ia para baixo. Não sei ao certo como é que o homem fez aquilo, mas teve de ser o gajo que estava atrás a destravar porque eu não tinha força para o travão.

E isto é deprimente. A sério.

há coisas que eu nunca vou entender,


E esta é uma delas. De onde é que vocês vêm todos, e porque é que não falam comigo? É por eu ser um homem com um pseudónimo de mulher, é? Mas eu já assumi que sou o alfredo ernesto, não há que temer.

pronto, ok

A principal diferença entre os dias em que eu me dou ao trabalho de escolher a roupa e aqueles em que visto a primeira merda de me aparece à frente, é o tipo de pessoas que encontro.
E isto porque há dias em que eu me sinto horrível, mas até gosto da roupa. Nesses, não encontro ninguém; tudo quanto sejam alminhas, parecem desaparecer da face da terra e eu fico ali, sozinha, vestida quase para casar. Depois há aqueles em que eu estou desinspirada, a sentir-me especialmente feia, especialmente gorda, especialmente horrível, vá. E então, o meu lado alfredo ernesto dá de si, faço a barba, e vou com qualquer coisa vestida.

Cruzo-me com o gajo gostoso, com a amiga que não me punha a vista em cima há meses, com a tia da mãe e com a avó da prima, e se procurar bem, até o papa há de andar por perto. Ai a puta da minha vida.

isto ou aquilo?

Eu gostava mesmo de conseguir explicar a alguém o que aconteceu comigo para que eu ficasse assim tão baralhada, mas nem eu tenho resposta para isso. Foi (mais) um ponto de viragem. Um nó numa ponta que estava solta, e o soltar de mais meia dúzia. E agora?, perguntam vocês. E agora?, pergunto eu. Não faço ideia do que fazer a seguir. Aliás, eu não faço ideia de nada neste preciso momento - estou mais perdida do que nunca.

Isto não podia acontecer. Não podia mesmo.

à margem

Não sei muito bem porquê, mas tenho tendência para pensar sempre o pior das pessoas. Ok, sei porquê. Mais uma vez, a minha fraqueza são as pessoas - mais especificamente aquelas por quem sinto algum tipo de afeição. E no meio disto tudo, acabei por perceber que o monstro que eu pintava só existe na minha cabeça, que a criatura não é, nem de perto nem de longe, tão má quanto eu dizia aos outros mas, especialmente, a mim mesma.

Então alguém me disse uma coisa que, estranhamente, nunca me tinha passado pela cabeça: as pessoas mudam. Parece impossível que nunca me tenha lembrado disto antes, mas mudam mesmo. Talvez seja isso.

reflexões de uma mente perturbada

Irritam-me profundamente todas as pessoas que têm tudo sem nunca terem tido necessidade de se esforçar e depois vêm contar histórias profundas e o caralho, mas no fundo percebe-se que é tudo sobre o mesmo; demasiado mimo. Então sim, eu fico sem a mínima paciência para quem quer que seja, e às vezes prefiro calar-me porque se digo tudo o que penso, vai ser a doer.

antes dos 30

Ir a londres, a nova iorque, a veneza, a amesterdão e a tókio. Passar novamente por paris, mas para visitar a sério desta vez, e voltar à disneyland.

um para duas, um para dois

Encontra-o por acaso. Ele parece perdido, mas não diz nada. Ela sente-se perdida, mas nada diz. No fundo, ambos sabem onde estão e porque não querem ir embora, mas nenhum deles dirá nada. 
Não imaginam os demais transeuntes que por ali passam aquilo que aqueles dois já passaram - nem eles o confessam um ao outro, porque nem um nem outro foram capazes de algum dia o dizer a si mesmos. Estão perdidos, confusos e frios. Ela tem a ponta do nariz gelado, e ele enfia as mãos nos bolsos desajeitadamente, com esperança de conseguir voltar a sentir os dedos.

Permanecem calados. Ela tenta arranjar uma desculpa para ir falar com ele, enquanto ele tenta ganhar balanço para ir ter com ela; soubessem eles o que passa pela cabeça um do outro, e certamente não perderiam tanto tempo. 

Lá pelo meio da multidão, alguém grita que ainda não é tarde. Ela fecha os olhos, porque sabe que é verdade; não sabe a quem o grito anónimo se dirigia - se não seria tarde para apanhar o comboio ou para ir ao talho - mas estava certa de que aquelas palavas eram as certas. Ainda não é tarde. Ainda há tempo para reescrever o passado. 

Ele parece não ter ouvido nada, de tão absorto que está numa bússola avariada na barraca das velharias; ainda não a viu, apesar de a ter na mão. Pensa como seria bom se, por uma vez que fosse, conseguisse lutar contra si mesmo, se conseguisse não ter medo. 

O dono da bússola tira-o do transe; ele olha em volta, à procura dela. Ela baixa o olhar instintivamente - mesmo sabendo que já de nada adianta e ele a tinha visto. E então, repensam os dois o passado, e sabem-no quando os olhos se encontram - não valeria a pena tentar escrever um final mais feliz para aquela história que parecia inacabada? Ambos sabiam que sim, mas não sabiam por onde começar. É sempre difícil começar o fim, seja ele bom ou não. Talvez se pudessem conhecer de novo, como se fosse a primeira vez - ou talvez pudessem retomar exatamente onde ficaram. Mas faltavam-lhes as palavras, faltava-lhes a coragem.

Ainda não é hora, pensaram, se calhar até ao mesmo tempo. Um dia acertam os relógios e encontram-se de vez, sem precisarem de bússolas ou de mais palavras que justifiquem o que não foi dito na altura. Tanto ela quanto ele, sabem que, mais tarde o mais cedo, acabarão por ficar juntos, porque cada reencontro lhes sabe como um regresso a casa. Como uma certeza de que está tudo bem, por mais que insistam que estão melhor assim. Talvez um dia se cansem de fingir que não se importam. De fugir daquilo que os podia fazer felizes. Talvez um dia se acertem de vez.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

ou isso

Acho sempre ridículas aquelas pessoas que insistem na ideia de que o importa é o interior. Vale mais dizerem de uma vez que a pessoa é feia como tudo, e que pode tirar o cavalinho da chuva porque não há de haver neste mundo quem a olhe duas vezes.

Esta é a parte em que começam a atirar pedras - go on. Falo-vos na pele de uma pessoa feia que sempre se odiou por ser diferente, e a não ser que a minha personalidade seja tão merdosa quanto a minha aparência, posso garantir-vos que ninguém se interessa por alguém realmente feio, por mais que se tente compensar o exterior com o interior. E olhem que eu quase que sou boa pessoa - digo sempre por favor e obrigada, e faço a barba dia sim dia não - e mesmo assim, não há quem me olhe duas vezes.

Aliás, há. Há até quem me olhe muitas vezes mesmo. O problema é que eu não preciso de mais ninguém a gozar com a minha cara, já tenho a autoestima suficientemente baixa. Mas obrigada pela ajuda.

eis a justificação para procurarem o blog em noites solitárias

Hoje estive com a evax, a criaturinha que teve um orgasmo cibernético e mostrou o meu blog ao mundo. Acabou por concordar que, dada a minha visível dificuldade em gostar de pessoas,  não é boa ideia que o meu blog pareça uma casa de putas, aberto a tudo quanto seja gente lá da escolinha. Portanto, se eu desaparecer, já sabem que o mais provável é terem-me arrancado os rins a sangue frio.

Ao que parece, dona evax falou de mim ao namorado, que nunca me viu mais gorda mas já reconhece a autora «daquele blog» como sendo a patrícia, sem precisar de mais apresentações. E depois temos o amigo da evax que acha que eu sou maluca e que tenho influência no mundo dos blogs, o que faz com que pareça impossível que evax, uma comum mortal, me conheça. Conhece sim. Copiava por mim nos testes de história e eu dou-lhe vontade de comer as sandes de atum com maionese e tomate da pans. Pergunta-lhe!

Por causa das tosses: boa noite joão da evax! (já agora: boa noite tiago da evax) E agora que viste o teu nome num blog «com influência», também podes chegar ao climax. Nunca mais digam que eu sou má e inacessível!

três tristes tigres

Descobri que do cruzamento dos dois seres míticos do meu autocarro, tinha resultado uma filha, uma miúda que andou lá na escola. 

Hoje, que me dignei a olhar como deve ser para a mulher, parece-me impossível que eu nunca tenha reparado antes nas semelhanças entre as criaturas; a miúda saíu à mãe na barba, e nas sobrancelhas saíu ao pai.

A parte deprimente é que, desta vez, eu estou mesmo a falar a sério.

cinderela vai às aulas de condução

A prova de que as pessoas começam, lentamente, a perceber que eu sou realmente perigosa, é que hoje tive de transportar o rapazinho cuja última conversa que tivemos acabou com um vai para o caralho da minha parte. Desde aí, ele não me voltou a falar, apesar de se fartar de cruzar comigo nos últimos tempos.

Nem sei, mas creio que não foi coincidência o facto de hoje ele me ter dito olá quando me viu ao volante.

domingo, 20 de outubro de 2013

adorável

Espetou-se à minha frente. Mais um bocado e eu quase que acreditava que ele estava de facto a ignorar a minha existência. Entretanto, olho para a criatura; está a morder o lábio. De alguma forma, ele pensa que aquilo é sexy. 

Ok, podia ser, se ao menos parecesse mais natural e não se notasse claramente que ele só está armado em bom. Try again. Next time, bite the mine too.

o maior mistério da vida

Não sei ao certo explicar porquê, mas eu, a lontra obesa, continuo sem apetite pelo segundo dia consecutivo. Já tinha dado para perceber que estou toda fodida do sistema e meio sem saber para onde me virar, mas eu sei que isto está mesmo mau quando nem bolo de bolacha - e notem que isto é SÓ a melhor coisa à face da terra - me apetece. 

Claro que isto não é totalmente mau tendo em conta que as minhas 3 toneladas de gordura são suficientes para me alimentar durante uns 8 anos, mas é mau na mesma porque... oh hell.

ainda mais problemas

Tinha quase a certeza de que tinha as respostas corretas desta vez, que não me ia voltar a deixar apanhar - que estava a ir na direção certa. Entretanto, os ventos mudaram e eu já não sei onde estou outra vez. Sinto-me estupidamente estranha e perdida e o caralho, não faço ideia do que se está a passar aqui. E nem é com os outros - é mesmo comigo. Não sei de mim. Juro, não sei o que se passa.

sobre sexta

Depois de me terem chamado shakira, do nada, e de terem insistido que já me tinham visto na televisão - o que não é totalmente mentira; costumava ser o elefante do circo de natal -, a coisa mais estranha que me aconteceu à noite nos últimos tempos, foi um rapazinho que eu já não via há não sei quanto tempo, me ter dito olá, e logo a seguir... pegado na minha mão para ver a cor das minhas unhas (?!), e ter parecido meio chocado com o facto de estarem pintadas de preto. Pronto, ok.

é isso

Se se perguntam porque é que eu não tenho lido/comentado blogs nenhuns, e porque é que só aqui tenho escrito merdas ainda mais merdosas do que a merda do costume, a resposta é que eu ando mesmo com falta de tempo, e a maior parte dos posts publicados, são agendados, tal como este. Isso e porque eu sou uma seguidora horrível.

sábado, 19 de outubro de 2013

mais problemas de ser eu

Passei a semana toda a dormir menos de 5 horas por noite. A noite passada foi o que se sabe, e não devo ter chegado a dormir duas horas. Passei o dia a morrer de sono, e a prometer a mim mesma que hoje me deitava cedo.

Estou mais desperta do que muito boa gente que faz as 12 horinhas de sono de beleza. Ora merda.

às vezes acontece

Não estás a apaixonar-te outra vez. Sempre estiveste, só que negavas porque te diziam que era o certo a fazer. Mas agora percebeste que não dá para negar e que não escolhes, e que por mais que te digam que é errado, vais correr sempre atrás porque podem existir milhões de homens no mundo, mas é este que tu queres. Este, que te faz tão bem e tão mal e que mexe contigo, mesmo estando longe. É este e não podes fazer nada, a não ser fugir, ou atirares-te de cabeça. E sinceramente, ambas me parecem mortais, de certa forma.

É sempre um bocado estranho quando alguém parece conseguir entender-me mais depressa do que eu mesma. Mais ainda quando se trata de um elemento do sexo masculino - daqueles completos, com genitália, prostata e tudo, ao contrário de mim que de macho só tenho o bigode. Tiro-lhe(-te) o chapéu; é isto. É exatamente isto que se passa.

descobertas científicas

Hoje, durante todo o dia, a lontra esfomeada do antro comeu duas vezes. Duas únicas vezes. E, diga-se de passagem que só jantei para não ter de responder a perguntas incómodas. Não me apetece comer.

Foi assim que descobri que o melhor remédio dietético tem nome de gajo e um sorriso muito bonito.

cenas do mal

Se eu tiver tomado banho e continuar com a sensação de que o cabelo ainda cheira a tabaco, tiver não sei quantos j's desenhados nos braços e nas mãos, e até a pulseira de ontem à noite se mantiver intacta, é sinal de que devia pedir à mommy que me voltasse a dar banho na banheira cor de rosa?

normalidade vs patrícia

Chegámos tarde, como já era de prever, e ainda fomos enfardar para a cozinha. Já passava das cinco quando nos deitámos e ainda ficámos a conversar. Entretanto, ela fecha os olhos e entra em coma meio minuto depois, e eu... oh, eu deixo passar o natal, o ano novo e a páscoa, e de repente são sete da manhã e eu continuo à espera que o sonho venha.

Mesmo assim, consigo acordar antes dela. Okay.

como saber que os outros te veem como a enfardadeira da zona centro

eu: não me apetece comer.
ele: o quê? estás doente?

sobre ontem

Só te digo uma coisa: não te digo nada. E ainda te digo mais: só te digo isso.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

é como diz o outro,

Se tudo der certo, hoje a noite vai dar merda.

sem título

Qualquer dia, sou expulsa do prédio onde a puta mora. Desde que aqui cheguei, ainda não nos calámos. Ele foi la bamba, ele foi aqua barbie girl, ele foi moves like jagger. Mas não quero saber. Dooooon't stoooop meeee noooow causeeee i'm haviiiing a goooood tiiiiiime, having a goooood timeeee, so dooooon't stop me noooow.

É só.

mau maria



Mais uma vez, vem comprovar a teoria de que o meu blog é o sítio preferido desta gente quando o site de pornografia está em manutenção. 

mais ou menos isto

O problema é que vão vir mil e uma pessoas, vou ouvir mil e uma vozes, sentir mil e um cheiros diferentes, e nenhuma vai ser igual a ti. E então eu percebo que há gente melhor e gente pior, pessoas com quem eu daria tudo para passar o resto da minha vida mas, no fim do dia, nenhuma delas vai importar. 

Nenhuma delas chega a importar porque, querendo ou não, é contigo que eu as comparo. É em ti que eu penso sempre. E, de alguma forma, sei que acabarás sempre por ser melhor do que elas porque aprendi já a perdoar-te todos os defeitos. Confortas-me. És o meu regresso a casa, o sítio onde eu sei que, onde por onde andar, hei de acabar sempre por voltar. Talvez um dia decida ficar para sempre.

lembrei-me

Às vezes estou quase certa de que só posso ter sido encontrada no lixo, mas outras vezes acho que existem fortes semelhanças entre o meu atraso mental e as paragens cerebrais da minha avó. Tipo aquela vez em que ela agarrou o meu telemóvel, lhe ligou a câmera sem querer e continuou com ele na mão.
Entretanto, aponta-o para a fruteira e começa a dizer toda contente ahhhh, patrícia, tens aqui bananaaaas!

Sim. É meu costume ter uma foto de bananas como fundo no telemóvel.

estamos em 2013,

E ainda há gente a tirar fotos com a língua de fora, e os dedinhos a fazer peace, só porque yay, saí à noite, sou bué rebelde e bebi vodka preta. Sou tão fixe, oh meu deus.

agora a sério

Pergunto-me muitas vezes se será possível eu reformar-me antes de sair do secundário. É que eu não quero parecer pessimista ou assim, mas não me parece que me vá conseguir livrar de mandarim e de paquistanês, vulgo, de física e química e matemática, antes dos 80. 

A questão fulcral é: foda-se, mas onde é que eu tinha a cabeça quando entrei em ciências?

à margem

As pessoas que mais me surpreendem, no geral, são aquelas de quem eu não espero absolutamente nada. Os outros em quem eu deposito o mínimo de esperança de virem a ser, sei lá, normais, interessantes, queridos... são a merda do costume. Ora foda-se.

mensagens que não vou enviar

Tens um sorriso tão bonito que é uma pena que sejas tão trombudo. Devias mesmo sorrir mais vezes. A sério.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

lógica é mais ou menos isto

Antes de pensarmos na roupa ou em qualquer outra coisa para amanhã, pensámos na comida, uma vez que sempre que saímos à noite, acabamos a comer até de manhã. E mesmo que não saiamos; se estamos juntas a noite toda, então comemos a noite toda.

Decidimos que íamos comer brigadeiro. Começámos a sentir-nos mal com a imagem de duas pequenas lontras a comer merda às cinco da manhã, coisa que experiências anteriores garantem que vai acontecer - e experiências anteriores revelam ainda que ou vamos estar a rir ou a chorar descontroladamente. Para não nos sentirmos lontras obesas, comprámos leite condensado light. Como se fizesse muita diferença. Então tá.

dramas absolutamente fúteis

Esta afirmação pode ser particularmente chocante, mas a verdade é que, mesmo com o meu lado alfredo ernesto constantemente a querer dar de si, eu gosto de malas. Sim, isso mesmo. Eu. Gosto. De. Malas.

Não gostava muito, mas agora gosto. E o meu drama é que tenho uma gira que só ela, mas tem daquelas alças pequeninas, o que significa que só dá para levar no braço, porque apesar de ter outra grande, as putas das alças não baixam. A cena é que eu não sou menina para andar com a malinha toda conas no bracinho, mas adoro a puta da mala.

É só.

heartless me


É mesmo suposto eu achar o monstrinho de berço bonito só porque estamos a falar do príncipe george, ou posso assumir que a criatura tem tanta cara de joelho quanto todos os outros putos?

É que eu estou farta de ver esta foto na televisão e ter de assistir ao revirar de olhos da mommy cá de casa de cada vez que digo que o puto é feio como a bisavó, mas ok. Já estou habituada.

unholy confessions

Durante uma brainstorm, lembrei-me do momento mais deprimente da minha infância. Não sei explicar ao certo porquê, mas eu tive medo de um cogumelo. Estiveram uma eternidade a tentar que eu lhe tocasse mas, de alguma forma e por qualquer razão, eu estava com medo que ele me mordesse.

Isto é... oh hell.

agrupando,

Tenho-me vindo a aperceber da existência de dois mundos completamente diferentes; de um lado, ficam os gajos que gostam de se gabar que comeram esta e aquela, fazer piadas a-tua-mãe-de-quatro e falar como se fodessem à grande, quando na verdade nem devem saber muito bem onde a meter. E do outro ficam aqueles que fodem realmente à grande, mas fazem disso um tabu enorme. E que ninguém pronuncie o nome do sexo em vão.

a triste verdade

Harry ficou a ponderar em silêncio nos abismos em que as raparigas mergulhavam para conseguirem vingar-se.

J. K. Rowling,
harry potter e o princípe misterioso

mensagens que não vou enviar

Criaturinha, 
podias ser muito, se soubesses por onde começar. Vives de frases de outros, de atitudes de outros, de opiniões de outros, e eu lamento isso. Lamento-o por ti. Estou quase certa de que podias ser muito mais sozinho do que eles todos juntos, mas és demasiado medroso para te atirares de cabeça. Podias valer muito, podias, mas não vales nada.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

façam uma pausa agora

Párem tudo o que estão a fazer. A louça pode esperar. Se a barba crescer antes de acabarem de a fazer, começam de novo. Deixem os putos chorar mais um bocado que até fortalecem os pulmões. A real cagada também pode ficar para mais tarde. 

E tudo isto porque um dos meus blogs preferidos voltou ao ativo, e eu acho que aquilo é bom de mais para estar tão parado. Ide dar as boas vindas à gasper, e digam que vão da minha parte, ide. Inté.

cinderela vai às aulas de condução

Parecendo que não, ter aula ao mesmo tempo que uma gaja tinha aula de condução de mota, foi das melhores coisas que podia ter acontecido. Atrás dela, eu até parecia alguém que distingue a esquerda da direita com facilidade.

Ten points to gryffindor.

juro-vos

Acho que se nota que eu não lido bem com as pessoas quando não tenho confiança, e isto resulta em momentos que, das duas uma, ou as deixam a pensar que eu sou deficiente, ou ficam com pena que o aborto não fosse legal há 18 anos. Sou o tipo de criatura que consegue a proeza de se esquecer de meter o cinto (!), só porque sabe que no banco de trás está sentada uma gaja de quem não gosta. Ou vá, sou o tipo de pessoa que só faz merda sempre que se sente observada.

Ou seja, ter um stalker a tempo inteiro é o terror, porque eu já não consigo parecer normal quando ninguém está a ver, mas quando sei que a criatura anda por perto, o meu cérebro pára de vez. Por mim, era invisível, só para não fazer cenas absurdas que não têm absolutamente nada a ver comigo, como a de hoje. Vou entalar as orelhas no forno para me castigar por ser deficiente.

é mais ou menos por aí

Bebo café para matar saudades. 
Não durmo quase nada outra vez por causa do coração, e no dia seguinte estou grávida de quadrigémeos no 14º mês de gestação. 

Isto é absolutamente fascinante. Da próxima vez que alguém me chamar gorda, digo que só estou inchada por causa da cafeína. E sim, pode muito bem justificar o corpinho de lontra domesticada.

Ou então é só uma merda porque eu adoro café e tornar-me intolerante à cafeína, do nada, não é giro.

não, a sério

É verdade que eu sou uma descrente com tendências hater em quase tudo quanto sejam relações fofi coisas, mas tenho a confessar-vos de que no outro dia estava a babar só de olhar para um rapazito. Nem sei, mas ele estava com um olhar tão derretido para a namorada, que eu, até eu (!), estava a derreter.

Entretanto, começaram a devorar-se à minha frente. Com calma, filhos, amanhã também há.

se vamos ser amigos,

As pessoas têm de compreender que eu tenho mesmo um atraso mental profundo, que a pessoa com quem mais gosto de gozar é comigo mesma, e que tenho uma tendência brutal para me rir das coisas mais sem nexo. A maior parte delas, ditas por mim, porque digo coisas nonsense só para não estar calada. E não, não lamento isso. Mesmo que às vezes veja gente com cara de enjoada a olhar para mim, i regret nothing. Eu vou mesmo rir-me de piadas sem graça, e fazer um escândalo sem precedentes só para contar alguma coisa a que achei piada.

Têm de aprender a lidar com o facto de eu ter o meu quê de furacão, de estragar tudo aquilo em que toco, e de ser odiada por muita gente. Não venham é ter comigo de trombas. Não olhem para mim de trombas. Não me falem de trombas. Odeio gente trombuda.

mensagens que não vou enviar

Criaturinha,
se tu fosses o rapazinho que eu vi a brincar com os deficientes, até te beijava os pés. Mas, não só não te consigo imaginar a fazê-lo, como sei que fazes parte dos anormais que se riem deles. Um dia acabas por perceber que uma carinha bonita não é tudo, mas talvez já seja tarde de mais. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

este blog não se faz só de maldizer,

Hoje foi o dia em que eu vi um rapaz, que eu sempre julguei que devia ser estúpido e convencido pra caralho, a brincar com dois rapazitos deficientes. Não parece muito, mas ele estava tão fofinho que subiu drasticamente na minha consideração. 

E até digo mais: se fosse (o) outro, caia-lhe aos pés na hora. E ainda lhe pedia em casamento.

odisseias de uma atrasada mental

Saio da aula, toda distraída, sem saber muito bem o que estou a fazer. Entro no autocarro. O condutor diz-me que o meu passe não está a dar. Olho para a mão. Estava a tentar passar com o cartão da escola. Rio-me porque sou deficiente. Penso melhor. Tenho aula de condução daí a 40 minutos e não sei muito bem o que raio estou a fazer no autocarro. Continuo a leste. Digo qualquer coisa como ahhh, não dá e eu não posso ir, enganei-me, e saio do autocarro quase sem me aperceber do que estou a fazer, perante o espanto de todos.

Eu tenho um atraso mental profundo. Ou isso ou preciso urgentemente de voltar à terra.

como perceber que os outros te veem de forma um bocado estranha

ele: costumas beber quando sais à noite?
eu: ohh, depende. servem galões e cházinho lá?

Ele achou que eu estava a falar a sério.

repelente de pénis, parte mil

Mal me conhece, mal me fala, e sai-se com um não consigo entender as mulheres. Ou então é só a ti. Nunca percebi se são os gajos que são conas ou se eu sou um quebra cabeças tão indecifrável que todos me fogem, mas eu nem me acho assim tão complicada. Ok, se calhar sou só feia.

laugh a way more than i should


9gag a dar cabo de mim outra vez.

stupid me

Sabes que bateste no fundo quando pensas em mil e uma maneiras diferentes de resolveres um assunto, mas nenhuma delas começa contigo sóbria.

problemas matemáticos

Só quem já leu o the fault in our stars pode compreender o drama de ter um stôr de matemática que está constantemente a dizer okaaaaaaay?

Porque depois respondemos okaaay também e... não, este okay não é o nosso always.

mensagens que não vou enviar

Criaturinha, 
não precisas de te esforçar tanto por dar nas vistas. Prometo escrever sobre ti mesmo que não passes o dia a cheirar-me o cu. A sério.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

às gentes mal fodidas que andam sempre a atrofiar com as fodas dos outros,

Por mais que tente, ainda não entendi qual é o alarido à volta dos gays. Sério. Mais ainda quando constato que há pessoas da minha idade tão ou mais homofóbicas do que os meus avós.

Não consigo compreender em que medida é que pode afetar a vida desta gente se a felizmina gosta da roberta e se o ernesto é louco pelo alfredo. Eu quero lá saber de quem gosta de quem! Da mesma forma que acho que ninguém tem nada a ver com a pessoa de quem eu gosto ou não. Sei lá, não se escolhe - e da mesma forma que eu não o escolhi a ele, ninguém escolhe ninguém. Repito, ninguém. Por isso, estarem com merdas que não é normal haver gajos que gostam de gajos e gajas que gostam de gajas, é só estúpido e inútil. O que não é normal é as pessoas preocuparem-se com isso. 

Estão todas mais preocupadas em perceber como é que é possível gostar-se de algo que não é dito normal, do que no gostar propriamente dito. E isso sim, é alarmante.

coisas de mães

Nunca percebi ao certo porquê, mas de cada vez que eu vou sair, e notem que nem precisa de ser à noite, a minha mãe parece convencer-se de que vai acontecer uma tragédia. E se eu não atendo o telemóvel, ou se demoro a atender, ela já acha que eu fui drogada por um grupo de chungosos, violada umas oito vezes, depois ainda me arrancaram os rins a sangue frio e mandaram-me num caixote para a china. 

Na realidade, estava só a tentar encontrar o telemóvel no fundo da mala.

patrícia, porque é que estás constipada há uma eternidade?

Eu sou a criatura mais friorenta à face da terra. Ainda anda toda a gente de calções e t-shirt e já ando eu com 5 camisolas e um casaco até aos joelhos. Claro que, como em quase tudo o resto, eu sou a única criatura assim cá em casa. E isso significa, mais coisa menos coisa, que os meus pais deixam tudo quanto seja portas e janelas abertas, porque a casa precisa de arejar. Isto para mim sabe-me mais ou menos a um furacão no interior, mas ok. Eu sou forte, eu aguento.

guilty pleasure

Eu juro que me passo quando a minha mãe parece incapaz de compreender que eu já tive 5 anos há muito tempo e que não, eu não tenho medo de andar sozinha na rua, mas acho fofinho quando ela fala de mim como a minha garota

apercebi-me

Fico mil vezes mais contente quando me elogiam a escrita do que quando alguém me diz que sou bonita. É que, vá, às vezes eu até acredito que sei escrever, e pelo menos é a única coisa que gosto mesmo de fazer. Talvez a única forma de eu ainda achar que valho alguma coisa.

domingo, 13 de outubro de 2013

reflexões de uma mente perturbada

Acho que nunca pensei muito em como seria perder um amor. Para ser franca, não creio que algum dia me tenha deitado a adivinhar como seria realmente um amor, por falta de vontade em acreditar na possibilidade de existência de um sentimento que nos consiga levar aos extremos - tanto o da alegria, quanto o da dor. Isso só mudou mudou depois da morte do meu tio. Depois ter visto o vazio em que a vida da minha tia se transformou, ao fim de quase cinquenta anos de vida partilhados com ele. 

Passaram-se mais de dois anos desde a morte do meu tio, e ainda a vejo chorar por ele. Sente-lhe a falta, coitada. Nem era de esperar outra coisa, depois de mais de metade de uma vida partilhada com aquele homem, depois de tudo o que viveram juntos. E pela primeira vez, dei por mim a achar que perder um amor devia ser mais ou menos como amputarem-nos metade de nós. Uma perna, um braço, metade do tronco, metade da cabeça. O que sobra é incompleto, inútil - mantém-se vivo à espera da morte, à espera de se voltar a encaixar na metade que já se foi.

Talvez seja esta uma perspetiva exagerada do que é viver um grande amor, mas não consigo imaginá-lo de outra forma. Aquela mulher viu o marido definar-se com cancro, dia após dia. Um cancro que não parava de se apoderar do corpo dele. E depois, com um sorriso irónico, a puta da morte leva-o com uma infeção no coração. Assim, sem mais nem menos. E ela não teve outro remédio senão ver ir-se a sua metade que vivia na esperança de o conseguir manter vivo para sempre.

Isto costumava assustar-me ao início. Não me conseguia imaginar a dedicar a minha vida a alguém sabendo que, mais tarde ou mais cedo, podia acabar por perdê-lo. Costumava pensar que mais valia nunca deixar que alguém se apoderasse dos meus sentimentos de forma a que eu começasse a julgar gostar mais dele do que de mim mesma, porque sabia que não sobreviveria mais sem ele. Ou tinha medo de acabar como a dona maria, que enlouqueceu depois da morte do marido. Está provado que a dor enlouquece as pessoas, e esta não me parece a melhor razão para enlouquecer. Ou não parecia.

Acabei por perceber que não querer viver um amor por medo de o perder era equiparável a nem sequer querer nascer por estar ciente de que teria de morrer. Entendi finalmente que o importante não é, de todo, o início ou o fim de algo, mas sim o que se faz com o intervalo que os separa. E então, eu quero um amor - um amor total e absoluto, a quem entregar cada bocadinho de mim. Quero alguém que me entorpeça, que me enlouqueça, que me deixe sem chão. Quero alguém por quem valha a pena morrer.

outros problemas de ser eu

Sinto-me a arder em febre. 
Espeto com o termómetro debaixo do braço. 35,6º. Coisa bonita. É que nem na temperatura sou normal.

problemas de ser eu

Só faço o que quero, não ouço os conselhos de ninguém, e quando meto alguma coisa na cabeça, é praticamente impossível alguém me fazer voltar atrás. Vou contra tudo e contra todos se preciso for.

E depois, quem está de fora pensa ahhh, tão lindo, uma menina determinaaaaada. Não é determinação, é estupidez, porque num estudo efetuado por mim, em cada 10 vezes, fodo-me 223442. E isto para dizer que... pronto, estou fodida.

não vai durar muito

Depois de anos a usar o chrome, decidi voltar ao firefox. Claro que isto me lembrou exatamente o porquê de ter desistido dele há tanto tempo, porque apesar de ter os pop-ups bloqueados, esta merda continua a abrir-me janelas à toa. Num momento estou aqui a escrever-vos, e no momento a seguir estou prestes a comprar um pónei.

curtas

Cheguei à conclusão de que a minha alma gémea é o meu gato. O bicho tem comido tanto que, de cada vez que o vejo a inspirar, fico com medo que ele rebente. 

citando álvaro de campos,

O que há em mim é sobretudo cansaço. Ou então, é vontade de não fazer nada. 
Eu juro que tento, mas não dá. Ando desmotivada até para respirar.

sábado, 12 de outubro de 2013

reflexões de uma mente perturbada

Dizer que não nos voltamos a apaixonar por alguém, é o mesmo que jurar a pés juntos que nunca mais na vida voltamos a tropeçar. Uma estupidez, portanto, porque há sempre novos caminhos a percorrer, caminhos que desconhecemos - subidas e descidas sinuosas que teimam em empurrar-nos para baixo.

Contrariar tendências é igualmente inútil. Não vou gostar menos por gritar aos quatro ventos que não gosto. E também não vou gostar mais se o fizer. Gosto. É só isso mesmo; gosto. E pouco importa se é a primeira, a segunda, ou a centésima vez. Talvez seja teimosia, talvez seja burrice, mas não é por já conhecer de cor os defeitos de alguém, que essa pessoa se torna menos passível de se tornar alguém importante ou especial para mim. 

É clichê, mas é verdade que os defeitos também importam; é imperativo que se reconheça essa dualidade. Os defeitos são tão importantes quanto as qualidades. As coisas más equilibram o mundo, permitem-nos reconhecer o que de melhor há. E se ele me fizer oscilar entre o derreter e o gelar por dentro, tanto melhor. Preciso tanto da paixão quanto da fúria para me sentir viva. 

Quando lhe encaixo os defeitos nos meus, não são peças perfeitas de um mesmo puzzle, mas andam lá perto. As qualidades também. Faltam-lhe peças - talvez sejam mesmo as mais importantes - mas, sinceramente, não ando à procura delas, porque não quero acabar já o puzzle. Quero-o incompleto, quero entreter-me a encaixar e a desencaixar as que tenho até perceber se a imagem que formam faz algum sentido. Se calhar, não faz mesmo, e é isso que a torna perfeita. Por esta altura, tornou-se no meu passatempo preferido porque não sei sentir sem pensar, nem pensar sem sentir. Sou um bocado estranha, mas acho que percebi finalmente que há de facto pessoas que, por mais erradas que estejam, acabam sempre por nos parecer certas. Pessoas por quem nos conseguimos apaixonar um trilião de vezes, e ainda assim descobrir algo novo, tanto que nos faça gostar, quanto não gostar. Essas são aquelas por quem nos apaixonamos a vida toda. Todos os dias, talvez.

ewww

Sabes que tens um trauma com o excesso de pêlo quando estás a tentar que alguém perceba de quem estás a falar, e os únicos traços de que te lembras para os descrever são ela tem barba e ele tem as sobrancelhas pegadas... e também tem o cu peludo!

De alguma forma, eu achei que ele podia perceber.

30seconds of bad mood

Não me chamem princesa, boneca, querida, amor, fofa, and so on. Just don't. O meu nome é patrícia. Não é bonito, mas é o que tenho.

Quando quiserem falar comigo, usem-no. Obrigada.

deprimência é

Ainda gosto de alguém, mas não estou minimamente apaixonada. Nada. Nem um bocadinho de excitação por quem quer que seja, e isso é deprimente. Se não fosse dar-se o caso de o meu coração não ser propriamente normal e sentir uma paixão inexplicável pela taquicardia, a esta hora eu estava aqui a queixar-me de que já nada mo faz acelerar. Assim não, porque eu até gosto dele mais calminho. Mas tenho saudades do tempo em que alguma coisa valia a pena. Sei lá, já nem me lembrava de estar tão desapaixonada por tudo. Credo.

em contagem decrescente,

Se tudo correr bem vai dar merda, e eu estou tão, mas tão contente com isso, que nem sei. Acho que não estava tão entusiasmada com alguma coisa há meses. ´

Agora é torcer para que corra tudo como eu quero desta vez, só desta vez.

respondendo,

Se vos apetecer, podem continuar a enviar-me perguntas e cenas, nem que seja o vosso horóscopo, a meteorologia para amanhã, peçam-me macumbas, sei lá, entretenham-me, nem que seja em anónimo, porque é para isso que eu não vos pago e eu ando entediada e sem ideias para escrever. 

Por agora, respondi às perguntas que já me tinham feito, mas traduzi-as para português para não ficar assim meio meio.

5. Já fizeste uma menáge à trois?
Nem no sentido literal, porque, se não for a dona mommy, sou eu quem faz a limpeza sozinha.

20. Masturbas-te?
Ou, em linguagem de pedro, se esfrego tachos? Não, nem por isso.

25. Fumas?
Sou demasiado hipocondríaca para me meter em alguma coisa que saiba à partida que me iria condenar.

27. Acreditas em fantasmas?
Claro que sim. O meu preferido é o nick-quase-sem-cabeça.

30. Qual é o teu filme favorito?
É difícil de dizer. Acho que os filmes que me deixaram mais fodida e me deram  mais que pensar foram o mr nobody e o requiem for a dream. E não, não está relacionado com o facto de o jared leto ser o protagonista na altura em que ele ainda não tinha o cabelo maior do que o meu e era bem comestível para alguém mais velho do que o meu pai.

34. Qual é o teu livro favorito?
Outra difícil responder. Acho que nem vale a pena falar do harry potter porque cenas. Talvez não sejam os meus preferidos, mas os que mais me marcaram foram o the perks of being a wallflower e o tudo o que poderíamos ter sido tu e eu se não fôssemos tu e eu.

39. Chá ou café?
Gosto muito dos dois, mas como agora não posso beber café, assumo-me viciada em chá.

40. Taco or pizza?
Eww... nem um nem outro. Sei que sou uma desilusão para a raça humana, mas não gosto por aí além de pizza, e taco nunca comi mas não me parece que fosse gostar.

41. Cerveja ou vodka?
Depende de quem pagar. Se for eu, então cerveja é mais barata e também é muito bom.

44. Tomarias banho nua?
Juro que não percebo esta pergunta. Era suposto eu não tomar banho nua?

inversão de papéis

Sou eu quem vai sair, é para mim que é importante, embora quase ninguém saiba. No entanto, é a minha mãe que está no drama do OH MEU DEUS, mas o que é que tu vais vestiiiiiiir? Lovely. Eu cá acho que basta pentear o bigode e, nem que vá nua, fico sempre bem.

ontem,

Não me peçam que compreenda como é que é possível que eu tenha visto as três criaturinhas todas contentes a combinar sair à noite juntas, e passado meia hora tenha encontrado duas delas a falar mal da outra. E lá estive eu, uns 15 minutos a ouvi-las comentar o quanto a outra é uma puta.

Não sei se o é ou não, mas tenho a certeza de que nenhuma das outras duas é melhor. É mais ou menos por isto que eu não consigo gostar de pessoas.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

sou um bocado invejosa,

Ou já não sei o que mais fazer aqui e roubei isto à the maria.



Enviem-me números daqui, façam-me outras perguntas, sei lá. Entretenham-me.

e anda sempre assim,

Não consigo compreender aquelas mulheres que usam daqueles soutiens sem aro nem enchimento. Além de se limitarem a puxar as mamas para cima, de modo a que pareça que estão sempre a apontar para o norte, de vez em quando ainda se vê uma com os faróis acesos.

Não, a sério. Ninguém quer ver os vossos bicos arrebitados. Just... don't.

danger line

Às vezes, ainda me parece adorável, e isso é um perigo.

ontem,

Entrei. 
Depois de tudo, depois de tanto tempo, voltei lá. Está tudo na mesma, até o cheiro se manteve apesar do tempo, mas há coisas que não voltam; pudesse eu andar uns meses para trás, e aquele mesmo sítio talvez não tivesse sido palco de uma das decisões mais difíceis que tomei. Ou talvez o tivesse sido na mesma, nem sei. Só sei que, aconteça o que acontecer, nada vai ser o que era. E eu ainda não me habituei a isso.

Ontem chorei quando lá entrei.

and the apocalypse begins.

Sinto-me sempre um bocado estranha quando falo com pessoas com quem nunca tinha falado antes. Nem sei, acho que parto do princípio que toda e qualquer pessoa que me ponha a vista em cima, das duas uma, ou fica com pena, ou começa a detestar-me do nada, e depois ver que algumas até são simpáticas sem me olhar de lado é sempre estranho como o caralho.

Esta semana andei armada em bichinho social. Falei com pessoas. Arranjei dois slogans para uma lista da qual nem sequer faço parte, apesar de o presidente me ter prometido que, em caso de vitória, o jornal da escola estava quase todo por minha conta. Falei com pessoas. Pessoas falaram comigo. Oh deus.

reflexões de uma mente perturbada

Não me importo de passar a vida inteira a perder-te por aí porque tenho quase a certeza de que, de uma maneira ou de outra, acabarei sempre por te encontrar.

isso, isso

Pior do que nascer com a personalidade de uma torradeira, é saber que a criatura tinha uma personalidade forte e depois se deixou vergar pelas más companhias. Agora é um cona insossa que vive em função de um bando de retardados. Well done.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

ups, i did it again

Não sei explicar ao certo o porquê, mas de cada vez que o meu stôr de fq diz maaas!, eu começo a cantar não condeno essa paixãaaaao, essa máaaagoa daaaaaaaaaaaas palaaaavras, que a guitaaaarra vai gemeeeendo tambéeeem. Isto é demasiado deprimente, até para mim.

De alguma forma, o homem deve ter o seu quê de dulce pontes. 

sou retardada

Lembro-me do que jantei ontem, do que vesti no natal de há dois anos, do sabor do bolo do meu batizado e até mesmo do quentinho do útero da minha mãe, mas consegui esquecer-me do código pin do meu telemóvel e, armada em burra, ainda tentar adivinhá-lo até o bicho me pedir o puk. Hoje, que tinha aula de condução às sete e precisava mesmo dele.

Não tenho salvação possível.

normalidade vs patrícia

Eu até podia mesmo estar a ver fotos de rapazinhos gostosos, daqueles a quem se aplica a teoria do ai-jesus-que-eu-ia-lá-e-não-voltava, mas prefiro passar horas a ver fotos de gatos bebés. Como podem ver, sou deveras interessante.

quando és paranóica

É absolutamente inadmissível que alguém ouse estar a menos de um metro de mim quando eu sinto que o meu bigode é perfeitamente visível a 3km. Não façam isto comigo.

de cada vez que abro o livro de física

Estou muito contente por ter tido a feliz ideia de entrar num curso intensivo de mandarim. 

Ah e tal, vou para ciências porque tem mais saída. Acabo a limpar sanitas porque é a única coisa para a qual tenho média. Mas ao menos estarei na posse de todas as fórmulas que me permitirão calcular a velocidade média a que descasco cada uma das batatas, em unidades si. Devia ser uma coisa esperta.

razões pelas quais seria difícil viver sozinha

18 anos. 1,68 cm. 63927 kg. 

Uma centopeia, uma única centopeia, e eu chamo a mãe, o pai, a polícia, os bombeiros, a armada militar e ainda peço reforços ao estrangeiro.

Talvez seja melhor riscar o viver sozinha da minha bucket list.

não faças isso, moço

Juro que às vezes me dá vontade de esquecer tudo e falar com a criatura. Não é por mal, e eu sei que ele é um conas com a mania que é bom e tudo e tudo, mas que no fundo não é má pessoa, nem metade do estúpido que os amiguinhos são, e está a perder-se ali no meio sem perceber muito bem o que está a fazer com a vida.

Tudo bem que eu nem tenho nada a ver e devia mais era querer que ele se fodesse, mas nem sempre sou assim tão má e até me custa ver o gajo que um dia eu achei tão fofinho a transformar-se num anormal igual aos outros. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

eu mereço?

Não bastava ela ter barba e ele o cu peludo. Não, isso não é o suficiente para ser bizarro. Ela tinha de se sentar num muro ao pé da escola, e aproveitar um momento de suposta solidão para deixar o cu trovejar livremente. E depois ele regressa e mostra-me o cu peludo outra vez.

Nunca mais nesta vida eu digo que sou estranha. Sério. 

cinderela vai às aulas de condução

É tudo muito fácil até ao momento em que o instrutor diz para virar à esquerda ou à direita. Ele ainda não compreendeu que a minha confusão com os piscas e a tendência para perguntar uma eternidade antes se vou para cima, para baixo ou em frente, estão relacionadas. Continuo a confundir a esquerda com a direita, lamento.

lógica feminina

Se a tua amiga tem ciúmes de outra gaja, então é óbvio que lhe vais dizer que a outra é mais feia. Se não for feia, é burra. Se não for feia nem burra, tem um cabelo horrível e faltam-lhe dentes. Se parecer perfeita, é puta. Se não for puta, o gajo é um cabrão que não te merece e a tua alma gémea vai aparecer algures na fila do talho ou na secção de papel higiénico do lidl. That's how we roll. Nunca há razão para stressar.

lógica feminina

Se eu odeio o meu corpo porque me sinto uma lontra gorda, é óbvio que vou usar roupas larguíssimas que me façam parecer obesa.

tanto tempo a tentar ser cabra, que resultou

Há pessoas de quem eu gosto de não gostar, e pessoas que me custa um bocadinho o facto de não conseguir sentir o mínimo de afeição. Sinto-me mal quando percebo que as pessoas até são queridas, mas eu continuo aqui, inabalável, incapaz de lhes entregar um bocadinho que seja de mim. 

Apetece-me pedir desculpa, mas depois não ia saber explicar porquê. 

reflexões de uma mente perturbada

Não gosto que me digam para ter cuidado, porque, embora não o diga, eu também tenho medo. Morro de medo de imaginar o sítio onde isto me pode levar; já lá estive antes. Já conheço parte do desfecho de uma história que parece não ter fim, e parte de mim sabe que nunca mais se quer aproximar de lá. Mas a outra parte é teimosa. 

A outra parte sabe que às vezes desistir de bater contra a parede não só é um gesto de cobardia, como também torna inúteis todos os esforços anteriores. Essa é a parte que quer voltar uma e outra vez, que quer bater com a cabeça na parede as vezes que forem necessárias até a derrubar. É a parte que ainda acredita.

Por isso, não me prendam. Eu também não sei o que estou a fazer, mas se não me perguntarem onde vou, se não me obrigarem a pensar, eu deixo-me ir sem fazer perguntas, e amanhã logo se vê no que dá. Ou, no fundo, talvez eu saiba exatamente para onde estou a ir, só não saiba o que fazer com isso, por ter consciência de que o passo final é um trapézio sem rede e estar ciente de que vou cair outra vez. 

Lamento, mas eu ainda acredito em algo mais do que pessoas. Ou talvez mais do que nas pessoas. Ainda acredito em ligações inexplicáveis que ou alimentam a vida, ou nos matam por dentro. Não sei explicá-lo, mas ninguém me convence que não existam laços invisíveis que ninguém sabe quem atou; talvez tenha sido feito a dois. Duas pontas diferentes de uma mesma corda atadas inexplicavelmente, sem que se desse por isso. 

Por agora, não quero saber. Vou andado por uma estrada estreita, a ver onde vai dar; às vezes corro, às vezes páro - só decidi que não voltaria para trás. Quando chegar ao fim do caminho, salto - e logo se vê se a corda parte ou se aperta o laço.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

por causa das tosses

Alfredo ernesto está no twitter. Não por muito tempo, parece-me, mas está.

short horror story

Em breve teremos uma história de terror intitulada «eu, ele e o bar aberto».

E isto porque se já é difícil fazer-me mudar de ideias quando sóbria, não preciso de beber muito para ficar incontrolável e parece-me que essa é a noite em que acabo a falar mais do que devia. Safoda. Ainda hei de provocar o suicídio da criatura.

visões do inferno

Há um casal que costuma ir no mesmo autocarro que eu todos os dias. São os dois um bocado estranhos ao ponto de eu ter julgado que eram atrasados mentais da primeira vez que os vi. Acho que não, acho que são só parvos mesmo.
Ela tem barba, e ele sentou-e ao meu lado de manhã. Como se já não bastasse ter ido, literalmente, a coçá-los quase todo o caminho, ainda tive o prazer de lhe observar o cagatório quando a criatura estava a sair. Começar o dia com uma vista priveligiada para um cu mais peludo do que a minha cabeça não é, de todo, bom sinal.

confessem-se

Pessoas com twitter, esta caixa de comentários é vossa. Usem e abusem dela, deixem aqui os vossos twitters.
Por enquanto, wild bicha anda por lá a farejar. Ainda não sei se gosto, ainda não sei se fico, logo se vê.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

curtas

Ainda não descobri qual é o melhor repelente para mosquitos, mas posso garantir-vos que ser linda, maravilhosa e interessante como eu, é o melhor repelente de pénis à face da terra. Vou virar freira.

é triste

Quando ontem comecei a ver o factor x, já não fui a tempo de ouvir aquela patrícia gameiro a cantar a la vie em rose da édith piaf. Só agora é que vi.

O que aqui vou confessar é deprimente, injustificável com o facto de eu ter frança enraizada no coração desde pequena e ouvir música francesa para matar saudades, mas preciso que se mantenham concentrados no meu lado cabra-machona-sem-sentimentos,  porque não é preciso destruir toda uma reputação num só post. Juro que me arrepiei. Não, foi pior do que me arrepiar; eu chorei.

Apedrejem-me.

ai a merda das pipocas

Ultimamente, tenho-me fartado de bater com a cabeça. Literal e metaforicamente. Ai a puta da minha bidá!

a vida em círculos

Antes, eu odiava a minha voz porque achava que ela era super grossa. Depois, ouvi-a em vídeo e confirmaram que ela estava bastante fiel à realidade; o choque: não tem nada de grossa.

Agora, odeio-a por ser super fina e irritante. Sério. Mas eu não podia ter nascido com um daqueles vozeirões perfeitos? Nem a puta da voz podia ter jeito? Quem distribuiu o mundo, de certeza que não gostava de mim.

geeks, confessem-se!

Podemos fazer disto uma espécie de reunião dos alcoólicos anónimos, mas com confissões que evidenciem um atraso mental profundo. A bicha começou. Eu continuo.

Olá, eu sou a patrícia. Quando saí de casa no sábado de manhã estava um nevoeiro do caralho, e eu pensei que deviam ser os dementors a aproximar-se. Também ainda como jelly beans a imaginar que são os feijões de todos os sabores da bertie botts. Condenem-me.

jezebel

She's on the prowl
She wants it all and she'll stop at nothing!
(...)
I can feel her staring at me from across the room
She's got the worst of intentions and she smells like trouble and cheap perfume
She's got one thing on her mind, her target locked in sight

Tão, mas tão boa.

i wish

- Why? Why would you even like me? (...)
- That's why i like you. (...) You are so busy being you that you have no idea how utterly unprecedented you are.

John Green,
the fault in our stars