quinta-feira, 31 de julho de 2014

pois

Ia na rua, de t-shirt e calções, prontíssima para espetar o fat ass na areia quando me cruzo com uma velha com um cão. Mas o cão era pequenino, giro que só ele, e eu até estava a sorrir com o ar de otária de quem vê um bichinho adorável, até que o demónio possui o animal. Meteu-se a ladrar e tentou morder-me, dois segundos antes de a dona lhe ter batido.

Claro que, no mínimo, devia-me um pedido de desculpas. Qual quê? Andas de perna ao léu e ele pensa logo em afiambrar.

Ok, então. Peço imensa desculpa por não andar de calças, já que isso constitui uma ofensa tão grande para o seu cão que ele até tentou morder-me. Tudo bem.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

ups

Encontrei a minha capa de e.v. do 8º ano e estive a ver os desenhos. Sempre soube que não tinha jeito nenhum para a coisa, mas nunca pensei já ter visto postais pintados com os pés muito mais bem feitos do que aquilo. Valha-me deus. Se em ciências eu já acho que vou precisar de chegar à idade da reforma para acabar matemática, em artes teria de pedir anos de vida extra para conseguir sair do 10º ano antes de falecer.

E foi assim que a puta da capa acabou no lixo.

queridos, mudei a casa

Depois de anos a dormir num quarto de bonecas, decidi pintar uma parede mais ou menos com esta cor. Estou apaixonada mas demasiado cansada para arrumar isto, deusmajude.

ser gaja é isto

Fiquei fodida por ele supostamente me ter comparado à ex quando tudo o que ele disse foi que ela também não gosta de coelho. Sinto que estou a ficar uma gaja.

epá

Uma pessoa bem tenta descer à terra e parecer normal, mas desde que descobri uma batedeira cá em casa daquelas com um suporte e tudo e tudo, onde uma pessoa espeta a massa e a deixa fazer o trabalho sujo (sério, como é que eu não sabia da existência disto cá em casa?!), que não consigo deixar de me sentir a mrs weasley que, com um golpe de varinha, fazia tudo acontecer sozinho lá em casa. Agora até estou ruiva e tudo, portanto acho que tenho futuro.

a viagem ao maravilhoso mundo da ginecologia

Pior do que ter um estagiário, giro que só ele, a introduzir-me sondas em sítios onde o sol não brilha, é o enfermeiro, com idade para ser meu avô, entrar na sala 393930 vezes durante o exame e não fazer mais nada senão alternar o olhar da minha genitália para a cara com ar de quem diz belo papo seco!

terça-feira, 29 de julho de 2014

é a única forma de eu me sentir culta

Fico a sentir-me incrivelmente bem comigo mesma quando vejo descrições das fotos dos meus miguxos do fb e são frases de livros que eu já li. É um guilty pleasure enorme saber que a maior parte deles tirou aquilo de um blog brasileiro manhoso e acha que pertence ao kurt cobain, à marilyn monroe ou ao bob marley.

isso

É uma perda de tempo tentar vingar-me do que quer que seja, de quem quer que seja. Acabei por perceber que isso nunca muda nada do passado e eu tenho mais que fazer - quero que se foda o que aconteceu ontem, quero é ser feliz hoje! E, de certa forma, até acredito que esta seja a melhor forma de vingança. Pelo menos, a única que vale a pena.

about me

Percebi que tinha alma de gorda quando me apercebi de que os desafios que eu mais gosto no fear factor são aqueles que envolvem comida. Geralmente, insetos vivos e tripas podres.

como se faz para ires parar ao twitter em três segundos, patrícia?


Seres apanhada, a meio de um devaneio infeliz, pela tua amiga que afirma gritar, literalmente, a rir enquanto lê o teu blog. Ou seja, que tem um atraso mental equiparável ao teu e, consequentemente, vai achar piada àquilo que estás a dizer. Mesmo que implique ofender as glândulas salivares de um rapaz que, por esta altura, já deverá ter sentido a necessidade de aparar a baba com um balde, e a culpa é toda tua, patrícia má!

A sorte é que, assim como assim, acho que vou ter companhia no inferno.

update:


Acho que ela teve outro orgasmo cibernético. Idek.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

arrepiei-me

Ai que ninguém volta
ninguém sabe onde é que andou

(Para mim, esta versão supera a original. E sim, por mim tinha sido ele a ganhar.)

juro

A pior coisa que me podem fazer é não me responder, especialmente quando é algo importante. Acho isso de uma falta de carácter enorme e, vá, se da primeira vez passou, desta não passa mesmo. Nunca pensei conseguir sentir tanta raiva de alguém de quem gostei tanto.

domingo, 27 de julho de 2014

indeed

Gostam de nós? Lutem por nós. As mulheres odeiam bananas e têm um enorme respeito pelos que arriscam levar tampas.
(roubado ao blog da amélia)

E, de vez em quando, depois de 873939 tampas, lá têm sorte.

eternal sunshine of the spotless mind

How happy is the blameless vestal's lot! 
The world forgetting, by the world forgot 
Eternal sunshine of the spotless mind! 
Each pray'r accepted, and each wish resign'd.
Era bom que fosse verdade, era.

auto-controlo

Saí à noite de sandálias e acabei, na linha da frente, com um gajo aos saltos em cima do meu pé. Se não fosse um amigo do rapazinho ele teria acabado a noite em cima de uma coluna.

sábado, 26 de julho de 2014

manias antigas

Eu ainda penso no mr nobody de cada vez que tenho de tomar uma decisão importante, e ainda ouço a voz do jared leto a dizer as long as you don't choose, everything remains possible. Fosse tudo assim tão linear - ou pudêssemos nós ver todas as consequências das nossas escolhas antes de as fazer. 

like a lady

Achei que ia ficar nervosa mas por acaso estou estranhamente calma, dizia eu na maior das inocências. Pois sim, patrícia. Passei a noite às voltas a fazer pequenas sestas e a acordar ainda mais confusa, ora porque tive sonhos que me pareceram tão reais que tive de conferir três vezes para ter a certeza de que aquilo não tinha acontecido mesmo, ora porque olhava para as horas e me sentia perdida no tempo porque não entendia o que se estava a passar comigo. Com isto tudo, não devo ter chegado a dormir uma hora seguida e agora estou aqui, meio em modo zombie, meio com energia para dar e vender. Parece-me um bom dia para me enfiar na cozinha, a ver se acalmo.

dê por onde der

A única coisa que me veio à cabeça foi uma frase das bichas do demónio: parecia que deus estava mesmo à escuta. E eu nem sou propriamente crente mas, oh well, seja obra de um deus qualquer ou só um desses acasos estranhos, pode dizer-se que sim, que desta vez fui mesmo salva no último momento. 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

tanto para perder

Preciso da resposta à pergunta que não tenho coragem de fazer. E preciso dela hoje, mas nem sei por onde começar.

apontamentos

Não tenho lido e não estou habituada a isso - não me consigo concentrar. Comecei o primeiro harry potter mas parei, voltei ao livro do desassossego mas para desassossegada já basto eu e desisti, e então meti-me nos homens que odeiam as mulheres e a ver vamos no que dá. Quase não tenho tempo durante o dia e à noite acabo, invariavelmente, sentada em frente ao computador a tentar meter em palavras tudo o que não me sai naturalmente. E nem sequer estou mal - a sério, gente, eu já estive mal muitas vezes mas este nem sequer é um desses momentos. Estou só desarrumada e a precisar de um tempo que não tenho. A precisar dos conselhos que ouço mas não aplico. Está tudo fodido na minha cabeça.

quando as músicas lamechas começam a fazer sentido

You, you enchant me, even when you’re not around

9cute

Para os amantes dos bichinhos. Derretam comigo!

antes disso

[decidi despedir-me de ti porque ficar aqui começa a ser algo penoso e eu sei que não mereço isto. não quero ficar sentada na mesma esquina, anos e anos a fio, à espera que decidas presentear-me com dois minutos da tua atenção de três em três semanas, se não chover - preciso de mais do que isto, de muito mais, e foi por isso que decidi despedir-me de ti. vou-me embora, meu amor, vou-me embora de ti e dessa prisão emocional que criei à minha volta, dessa fieldade que não te devo. não te devo nada e ainda me julgo no direito de te reclamar o respeito que nunca tiveste pelos meus sentimentos - entendo-o agora. eu precisava de espaço e tu nunca soubeste dar-mo. ou soubeste, mas nas tuas idas e vindas ias-me deixando com a esperança cega de que um dia decidirias ficar de vez. tão burra que eu fui, coitada. preciso de sair daqui, preciso de esquecer-me de ti tal como fizeste questão de te esqueceres do que eu sentia. não gosto de dizer que desisti - prefiro a teoria de que me cansei de esperar por quem não prometeu vir, que preferi fazer pela vida em vez de ficar aqui, sempre pronta, sempre presente, sempre disponível para te receber de braços abertos. e eu gosto de ti, juro que gosto, mas cansei-me das horas mortas, dos dias mortos, das semanas mortas. não é isto que eu quero para mim, não preciso de um punhado de ilusões e dois de angústia. gosto mesmo muito de ti mas não dá para continuar na sombra enquanto a vida me passa ao lado, enquanto me recuso a deixar-me ir porque me sinto presa a um gajo com quem não tenho qualquer compromisso e que pouco se importa com isso - cansei-me, meu amor, e há um momento em que se torna essencial fazer as malas enquanto se tem dignidade suficiente para sair pela porta da frente com o ar despreocupado de quem não deve nada a ninguém. este é o meu momento e é por isso que me despeço de ti agora, na madrugada fria de um verão estranho, e te peço que vás atrás de mim, que me agarres e que me implores que não vá. que me impeças de te deixar aqui mas que, de uma vez por todas, dês valor à minha presença. mas saio agora porque não vês, porque assim posso convencer-me de que realmente me pedirias que ficasse se ainda tivesses oportunidade - se me vou embora, ao menos que fique com a ideia de que tive importância. de que te importaste. de que podia ter sido mais, só não foi por cobardia. gosto mesmo muito de ti, mas é assim que me despeço de ti. levanto-me agora, sigo pela estrada fora e prometo nem pensar em olhar para trás. adeus.]

quinta-feira, 24 de julho de 2014

foi assim que aconteceu*

A prova de que o meu cérebro funciona de maneira muito estranha é o facto de eu ter decidido interromper as arrumações porque estava aqui a pensar e lembrei-me de que não tinha uma etiqueta única para o rapazinho da festa, o que era uma merda porque me podia apetecer reler o que escrevi sobre ele ou, enfim, precisar de ter os posts todos reunidos no dia em que acabar por desvendar o fim da história. 

Foi assim que me apercebi que escrevi 34 vezes sobre o moço e que o mundo de vez em quando dá saltos triplos e uma pessoa nem sabe bem onde aterra. E tive de me rir, confesso, com a lambada de luva branca que a vida me deu. 

Para vocês, aquele cujo nome não deve ser pronunciado e o meu lado de cabra no seu estado mais evidente. Prazer.

*não, não vi mais do que dois ou três episódios soltos de himym.

inspirem-se

Eu achava que tinha um humor negro um tanto ou quanto aguçado, mas depois conheci the last adventures of joe's left foot, que é uma página onde um rapaz com apenas 23 anos mostra como encarou a necessidade de amputar o pé esquerdo e onde se pode ver o que ele andou a fazer durante os 30 últimos dias, e percebi que tenho mais comichão nos colhões do que humor negro.

queridoooos, mudei a casa

Entre desarrumar tralha, arrastar os móveis, pintar paredes, voltar a arrastar móveis para arrumar tudo de novo houve espaço para as dores de costas se voltarem a instalar. Nota-se perfeitamente que sou uma idosa de 19 anos.

contrastando

Comprei batatas fritas com sabor a mel e mostarda. É das coisas mais nojentas que já comi.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

ou estou de mau humor

O medidor de tensão da minha avó tem uma mulher dentro, certamente médica, que fala connosco. Hoje eu medi a minha, porque nunca o faço e o dito estava à mão e eu nem tinha nada que fazer - depois de quase ter apanhado gangrena enquanto aquela merda me apertava mais e mais porque estava fodido de conseguir medir, lá chegou à conclusão que andava nos habituais 92, 59 e acaba por dizer qualquer coisa como blá blá blá tensão arterial ideal blá blá blá foram encontrados sintomas de arritmia cardíaca. Muito inteligente. Tem uma cardiologista dentro, este aparelho. Sempre chegou mais depressa à conclusão de que o meu coração bate tão mal quanto eu do que os médicos a sério.

a extinção da beleza

Expressão neutra, diz a funcionária. E a patrícia fica a olhar para a objetiva com um olho mais aberto do que o outro e cara de quem comeu e não gostou. Espero ser um bocadinho mais gira ao vivo - e que ninguém me obrigue a mostrar o cc nos próximos cinco anos, sob pena de eu dizer que o perdi, que o queimei, que mo roubaram, que não uso, que não gosto disso. Não quero matar ninguém.

talvez tenha sido má ideia

Ando desde domingo a tentar ganhar coragem para fazer a depilação com a puta da máquina mas nunca consigo em mais do que 3 milímetros de pele porque aquele objeto do demónio parece estar a morder-me. Dizem que é uma questão de hábito - eu acho que já estivémos melhor.

sad girl is sad

Descobri que o grande amor da minha vida, a minha alma gémea, o meu morxituh forevah é um amigo meu - temos tudo para correr bem. Ele é giro que dói, tem um sentido de humor idêntico ao meu, é super querido, inteligente e igualzinho a mim em quase tudo.

O problema? Somos tão iguais que até gostamos os dois de gajos.


verdade seja dita

Não encontro nenhum motivo para estar a fazer exatamente o contrário daquilo que quero, a não ser o orgulho - e eu nunca gostei de me contrariar, sempre gostei de me dar ao luxo de fazer o que me apetece, mas desta vez sei que tenho de mandar o gajo com o caralho e segurar-me o suficiente para não ir com ele. Uma pessoa acaba por se cansar.

nas horas mortas da madrugada

Esperamos sempre até ao último momento. Esperamos sempre que alguma coisa nos faça mudar de ideias três segundos antes da partida. Esperamos sempre que nos agarrem pela cintura e nos implorem para ficar. Mesmo quando dizemos que não. Mesmo quando sabemos que não há volta a dar. Mesmo quando sabemos que não vale a pena esperar - esperamos sempre, mas sempre, que alguém sinta a nossa falta.

Infelizmente, isso só acontece nos filmes.

terça-feira, 22 de julho de 2014

dois e um

Sabia que tinha de tomar uma decisão o mais depressa possível porque arrastar esta situação ainda ia acabar muito mal - mas adiei-a, dia após dia, para quando soubesse o que queria, para quando conseguisse escolher. Para quando entendesse o que é que era melhor para mim. Honestamente, acho que ainda não entendi - mas acabei por me decidir. Quando eu menos esperava, tornou-se tudo muito claro, demasiado claro, para que eu não acabasse com isto de uma vez. Mas não estou bem com a decisão que tomei.

Como quando temos dez anos e não conseguimos escolher algo. Lembro-me bem de fazer isto imensas vezes; fechava os olhos, baralhava as opções uma e outra vez, e mais outra. E outra. Quando ambas as alternativas me eram indistinguíveis ao tato, deixava a minha mão cega pousar sobre uma delas, certa de que assim seria justo. Mas, quando abria os olhos, ficava desiludida. Acabava sempre por perceber que nem valia a pena ter colocado a outra hipótese porque o que eu queria era óbvio. 

Foi mais ou menos isto que me aconteceu - no preciso momento em que me decidi, soube que tinha decidido mal. E o pior é que sei que há volta a dar, que está tudo nas minhas mãos e eu tanto posso andar para a frente como para trás. O jogo é todo meu. O problema é que estou cansada de becos sem saída e sei que acabei de sair de um. Sei que voltar atrás é voltar a uma batalha inglória que me tem feito quase tanto bem quanto mal - e estou cansada dela. Isso de nos deixarmos guiar pelo coração é muito bonito em teoria mas na prática é só uma forma de autodestruição.

A partir daqui, eu não sei. Talvez acabe por me deixar ir, talvez me continue a prender. Talvez acabe por entender que prefiro perder duas pessoas espetaculares do que a mim própria.

vi demasiados filmes

Não consigo não associar um hostel a um quarto onde dormem 15 pessoas, desconhecidas entre elas, e com ar de cadastradas que acabam a fazer uma orgia durante a noite.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

ao fim de umas horas nisso da redecoração

Se não arranjar um emprego como stripper, descascadora de batatas ou limpa sanitas também posso vir a ser uma grande pintora.

Só é pena ter mais tinta no corpo do que na parede. 

depois do exame

Eu e a minha progenitora somos opostas em quase tudo mas, felizmente, temos em comum essa necessidade constante de mudar tudo à nossa volta. Não conseguimos estar muito tempo no mesmo lugar sem trocar o sítio a tudo.

Decidimos que estava na hora de redecorar a sala de jantar. Pintar paredes com cores diferentes. Tirar tudo do lugar e encontrar-lhe um novo - por agora, cabe-me a mim e nada me poderia deixar mais feliz. Tenho a cabeça num turbilhão e, haja quem entenda a puta da mania, nada me acalma mais do que desarrumar para voltar a arrumar. Gente, estou confusa mas estou bem. Estou mesmo muito bem.

isso isso

Tenho de confessar que não fui a exame com grandes expectativas mas acabou por correr bem melhor do que esperava. Não faço ideia se há ou não hipóteses de ser suficiente - agora, até dia 4 de agosto, nem quero pensar nisso. Je suis en vacances maintenant e cheia de planos para os próximos dias. Depois logo se vê.

torçam por mim

Para o bem ou para o mal, amanhã arrumo as tralhas de matemática todas e começo, finalmente, a tomar decisões. Sinceramente, nem sei o que é que é mais complicado.

domingo, 20 de julho de 2014

girls first problems

Para tentar acabar de vez com o meu drama com os pêlos, comprei uma máquina depiladora.
Nos três segundos que tive coragem de a ter encostada à pele, senti mil e um choques. Pousei-a. Voltei a ligá-la sem querer e não gostei do que a vi fazer à carpete.

Acho que a vou devolver e comprar um pacote de giletes.

for god's sake

Não me chamem mor. Não me chamem fofi. Não me chamem bebé. Os meus progenitores deram-me um nome - não é bonito, mas é o que se arranja. Usem-no.

ri-me demasiado com isto

ele: já reparaste que raramente se vê pretos na praia?
eu: têm medo de ficar pior...
ele: desta vez eu não disse nada, foste tu...
eu: continuas a ser o único racista. isto é só o meu... humor negro.

Às vezes nem sei se sou atrasada ou só estúpida. Fica difícil.

perdido nos rascunhos

Ah mas ele vai-te levar a casa, depois de terem estado juntos e sozinhos todo o santo dia, e tu estás a fazer um esforço do caralho para te manteres consciente de que, por muito que gostes dele, ele mais depressa comia a tua avó do que se interessava por ti, vocês são SÓ amigos e é assim que vai continuar? Ótimo. É a melhor altura para ouvirem músicas lamechas o caminho todo. Repito: o caminho todo. Não passou uma única música naquela puta daquela rádio que não fosse propícia à conceção de novos monstrinhos de berço.

apontem o que eu digo

Por mais que digam que isso do destino é coisa de perguiçosos, eu garanto que nada acontece por acaso. Estou cada vez mais certa disso. Por mais que nos seja incompreensível e até injusto ao início, há sempre uma razão de ser - e, prometo, às vezes a falha nos planos acaba por valer a pena.

sábado, 19 de julho de 2014

é mesmo isso

‘Cause you’re wanting a little more and i’m stuck in the middle, oh, but i try, but i try, oh 

and i need time and i need space, i need to live without your face, but if i go, would you love me?

(...)
I could be what you want me to, can you hold out and let me do what i want?

Tell me how long could you wait ’til you move and tell me that it’s too late.


Ou porque a ella eyre continua a ser a minha lesbian crush.

não é pêra doce

Sete dias depois, a única conclusão óbvia a que eu chego é que tenho o desprendimento de um gajo e os ciúmes de oito gajas juntas.

porque é que estás fodida, patrícia?

Tudo o que me poderia ter acontecido de bom e de mau, aconteceu-me nas três semanas que separam as duas fases dos exames - se pudesse contar metade do que me tem acontecido, entenderiam que eu ande com a cabeça a mil à hora e a precisar tanto de parar um bocado para ganhar fôlego. O problema é não poder parar. É não me darem tréguas. É ter de jogar com tudo o que tenho na hora, saber o que quero, dizê-lo - tem sido dificil de gerir os últimos acontecimentos. As últimas emoções.

Ando tão cansada que até adormeço pelos cantos - eu, que nunca fui de dormir, até na sala de espera do ipo decidi fazer um soninho de beleza digno de uma princesa, de boca aberta e tudo. Está mesmo muito complicado por aqui.

sobre os ciúmes

Eu tenho e não precisam de testar que garanto que eles funcionam muito bem. Obrigada.

sou uma princesa

A mommy cá de casa meteu-me um dos óleos hidratantes manhosos dela nas costas. Ao que parece, sou alérgica e neste momento estou mais ou menos assim:


Mas ao menos cheiro bem.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

9tears

Era uma vez uma patrícia que tinha a mania de que era má como as cobras mas chorou baba e ranho a ler a história de um cão. Prazer.

mensagens que não vou enviar

Houve uma altura em que eu duvidei disso mas agora tenho a certeza - ainda hás de sentir muito a minha falta. E ainda te hás de arrepender (muito) pelo que (não) fizeste. 

faz hoje 9 meses

Eu odeio ter uma memória tão boa - e continuar a sentir coração em alvoroço só de pensar nisso. Mas repetia. Geez, mesmo com tudo o que veio depois, mesmo com todas as mudanças, eu vendia o meu futuro em troca da oportunidade de repetir essa noite. E ainda faria pior.

humor negro é isto

(a falar sobre um cadáver)

ele: eu toquei-lhe no abdómen e estava mole, normal, como os nossos. passado um bocado, voltei a tocar-lhe e já estava super duro!
eu: esteve a fazer abdominais enquanto estavas distraído.

É assim que se vai para o inferno.

nunca disse

Se há história que sempre ficou guardadinha a sete chaves, servindo só para fazer com que eu e a bicha nos ríamos até chorar de cada vez que nos lembramos, é a história do meu primeiro beijo - porque até nesse momento eu tive de tornar a coisa peculiar.

Não sei bem porque é que aconteceu. Acho que estávamos a conversar e ele me tentou beijar a meio, ou coisa que o valha - não importa. Sei que estávamos próximos, muito próximos, demasiado próximos, e o rapazinho já tinha mesmo a beiça colada à minha, quando eu abortei missão. Porquê? Porque, aquando da minha primeira endoscopia, bateu-me o medo de fazer merda.

Virei a cara, saí dali sem dizer nada, mesmo em jeito de espera aí, amigo, vou só ali ler o manual de instruções, e fui ter com a patrícia, a panicar, dizer-lhe que ai jesus nem sei como se faz, e se eu faço merda? e se for muito horrível? oh meu deeeeeus, como é que se beija?

A moça acalmou-me e eu voltei para ele. Claro que acabei por o beijar e ele nunca se chegou a aperceber da pausa para anúncios - mas eu acho que fiquei com uma história para contar aos netos. Ou se calhar não, porque não é propriamente bonito assumir que parei o meu primeiro beijo a meio para ir pedir conselhos à minha melhor amiga, mas tudo bem. Cada um com as suas manias.

dilemas

Apostar no certo ou adiar-me em prol do incerto? E se o mais difícil for o que me faz mais feliz? Mas... e se não for? E se tudo isto for uma perda de tempo? Ai pá.

apercebi-me

As coisas que mais valem a pena fazer são aquelas sobre as quais não podes contar nada a ninguém. Fiz algo tão errado que só a patrícia é que sabe - e não estou minimamente arrependida.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

isso





Quero um herói de rua em coimbra, que descobri graças ao mê rique gonçalo, e as imagens não foram escolhidas ao acaso - são o reflexo da minha confusão. Minhas alforrecas... estou fodida.

meses depois, na altura certa

Olha só as minhas dores de costas inexplicáveis a voltar, olha.

diário de uma lontra

Depois de muitos acontecimentos caricatos intervalados por alguns dias de isolamento:
Cheguei àquele ponto em que prefiro mesmo estudar matemática porque pensar nos últimos dias dá menos trabalho mas cansa-me muito mais. Oh deus. Como é que isto aconteceu?

quarta-feira, 16 de julho de 2014

ao ver fotos do sunset

Estou dividida entre o ohhh, que pena que não tenho nenhuma foto e o ainda bem que não há registos fotográficos. Acho que é mesmo melhor assim. Coisas muito más poderiam acontecer.

da memória

De um lado fica aquele tipo de gente que se sente obrigada a fazer de conta que se lembra da pessoa que acabou de a cumprimentar porque foram colegas na escola, algures nos anos 80. Do outro lado fico eu, que chego ao ponto de fazer de conta de que não me lembro de alguém porque é creepy assumir que ainda me recordo de que em 1393 nos cruzámos na fila para o pão, e a pessoa estava vestida de verde e eu de preto, num dia quente de verão. 

no sábado

Um amigo meu, depois de ter constatado que me estavam a transformar num burro de carga porque eu era a única que tinha mala no nosso grupo e toda a gente tinha alguma coisa para atirar lá para dentro (sério, eu nunca fui pelas marcas mas, verdade seja dita, as eastpak, além de boas, parecem não ter fundo), decidiu ser fofinho e oferecer-se para a levar.

Estava tudo bem até eu lha ter tirado, a rir-me muito mais do que me orgulho, enquanto estávamos na fila para sermos revistados onde, ainda por cima, separavam o gajedo das pilas ambulantes. Tudo para que a criatura não fosse humilhada - mas ia adorar ver como é que ele explicava ao segurança a abundância de maquilhagem e tampões na suposta mala dele.


manias

A principal evidência de que, apesar de consideravelmente alta, eu sou a anã da família é que, quando o banco do condutor está ajustado para mim, mais ninguém se consegue sentar lá sem o chegar (muuuuuuuito) para trás antes de sequer entrar. 

quem te avisa, teu amigo é

Há uma barreira muito frágil entre a persistência e a falta de respeito. Não a quebrem.

go hard or go home

Ultimamente, tudo o que eu tenho feito me tem parecido má ideia, péssima ideia - e o pior? Não me arrependo de nada. Absolutamente nada. Se voltasse atrás, ainda fazia pior.

ups

Sei que tenho baixa autoestima quando estou sozinha, à beira mar, e ouço um grupo de gajos a falar numa baleia branca... e parto do princípio que é comigo.

terça-feira, 15 de julho de 2014

pensava que era só eu

Entrámos num café para ir comer um gelado e eu ia a queixar-me de que afinal me tinha queimado muito mais do que pensei - nisto, já ao balcão, ele decide dizer tens vaselina? se tiveres, mete, para não doer!

A empregada chegou nessa altura.


fomos à la playa

Estendemos as toalhas mas eu continuava com demasiada vergonha para me despir à frente dele - ficámos a falar, vestidos. Resultado? Apanhei um escaldão e fiquei com a marca dos calções.

Agora parece que a parte de baixo do meu bikíni são uns boxers. Nicely done, patrícia.

vamos à la playa

Continuo sem saber ao certo como é que vou ter coragem de estar só de bíkini ao pé dele e como é que lhe vou explicar que sou uma atronhada de 19 anos que morre de medo do mar e entra em pânico quando não tem pé. 
Tenho umas horas para descobrir isto tudo. 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

como é que te sentes hoje, patrícia?


Assim. 
O que é que eu estou a fazer com a minha vida, alforrecas? Sinceramente, não faço ideia mesmo.

estou nostálgica, aturem-me

Ironia é ter pesadelos com tsunamis quase desde que me lembro de mim e depois perceber que às vezes tsunami também é um sonho. Tipo na sexta - e eu juro-vos que se o vídeo fizesse jus aos dvbbs acho que perceberiam do que falo.

podemos voltar?

Não quero saber se vocês já estão ou não cansados de ler sobre o sunset, porque eu vou continuar a deprimir, vou continuar a querer repetir aqueles dois dias, e vou continuar a mostrar-vos vídeos... porque eu estive lá e foi awesome.

domingo, 13 de julho de 2014

falhou

Veio todo queridinho dizer-me ao ouvido vês?! estás sempre a dizer que és gorda... então essa ao teu lado é o quê?

Eu olho. Ao meu lado estava uma mulher grávida de, no mínimo, 39 meses. Okay. Quase que foi fofo, quase.

juro

Saímos sozinhas e acabámos num grupo enorme, só de gajos, que de repente já pareciam conhecer-nos há anos e se tornaram super protetores em relação a nós, sem qualquer tipo de interesse. E isso foi tão mas tão awesome - continuo a achar que, e contra mim falo, os gajos dão mil a zero a qualquer gaja. 

Não estou habituada a ser uma bicha sociável que faz amigos em qualquer lugar - mas fui, gente. Nestes dois dias, fui e soube-me pela vida essa facilidade em encontrar um grupo. Soube tão bem, geez.

não se pode contar tudo

Juro-vos que sabia que ia dar merda nestes dias, mas estava longe, muito longe, de imaginar o que é que ia acontecer. E, mais ainda, que isso me ia deixar tão bem e tão mal ao mesmo tempo. 

Minhas alforrecas, não tenho a certeza mas acho que havia poucas maneiras de tornar isto mais memorável. Posso garantir que nunca me vou esquecer do que aconteceu - mas, de qualquer forma, o que acontece no sunset, fica no sunset. Há memórias demasiado boas para serem partilhadas e eu ainda estou a tentar descobrir se esta é ou não uma delas - mas acho que sim.

sábado, 12 de julho de 2014

deixem-me que vos diga

Têm muito a ganhar em sair só com uma amiga e uma mala com a tralha. Basta pedirem a um grupo para juntar a vossa mala à deles e pufff, dão por vocês num hárem de gajos e parece que afinal saíram com a comitiva toda atrás e os conhecem desde sempre.

não morri

Mas, ao fim do primeiro dia, já estou rouca, meio constipada e com mais dores musculares do que se tivesse tido oito aulas de zumba seguidas. Siga!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

fui ser feliz


Se virem um elefante de calções cor de rosa e cabelo vermelho, gritem pela cinderela. Se virem uma gaja feia com um olhar assassino, provavelmente sou eu. Fujam.

De resto... não esperem por mim para jantar mas contem que, findo o endiabrado do festival, eu escreva uns 82 posts sobre isso. Já disse: vai dar merda. E vai ser tão bom. Au revoir!

mood

Voltamos ao se tudo correr bem, hoje vai dar merda. E eu tenho quase a certeza de que vai mesmo dar merda.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

na margem

Por muito que me queixe disto e daquilo, há dias em que sinto um orgulho desmedido no feitio fodido que me calhou. Tenho uma personalidade complicada, que tenho, mas admito que gosto desse meu lado que não se deixa pisar. Doa a quem doer.

depois de tudo

Regra geral, acham que eu estou a mentir quando digo que, quando vou comer ao mac, fico sem fome o resto do dia porque isso não é bem assim, porque aquilo é comida que não enche e, além de comerem muito mais do que eu, duas horas depois já estão prontas a enfardar outro tanto.

Ontem, o meu almoço foi um bigmac e no fim atolei-me num mcflurry. Quando dei por mim, a minha mãe estava a chamar-me para jantar e eu reparei que, apesar de começar a ficar com fome, não comia nada há 8 horas. Oito. Eight. Huit.

Posto isto: vão-se foder. Lá por serem magras e comerem que nem lontras, não significa que as lontras sejam enfardadeiras. É só.

apercebi-me disto

Quero ir com ele à praia porque quero estar com ele - mas não quero ir com ele à praia porque, além de morrer de vergonha por ele me ir ver de biquíni, ainda não sei como lhe vou contar que tenho medo do mar. 

em pausa

Irrita-me que ela diga que tem um tumor maligno no fígado como quem diz que tem uma constipação. Irrita-me porque isto me tem doído todos os dias, desde que sei, e não quero que ela brinque - ou quero. Quero que me diga que é mentira, que está forte e saudável como sempre, que tudo isto é um pesadelo. Mas não diz. E sei que nem adiantaria dizer porque é mentira - então, ontem, enquanto almoçávamos frente a frente como se estivesse tudo bem, como se não houvesse esse monstro debaixo da cama a ameaçar ceifar-lhe a vida, dei por mim a pensar que, dentro de algum tempo, ela poderá já não estar ali. E dói; dói-me tanto imaginar o mundo sem ela que tive de desviar o olhar antes que desatasse a chorar. Tem mesmo de ser assim?

sapiência sempre me fez pensar em sapos

Não faço ideia se é ou não verdade que as coincidências têm algum significado - mas acredito que as coisas não acontecem por acaso e, se há alguma coisa que retive do dia de ontem, foi que não vale muito a pena tentar prever.

Se me tivessem dito, há precisamente um ano atrás, que me ia acontecer metade das coisas que me aconteceram nos últimos meses - meus amores, enviava-vos para o caralho com carta de recomendação que era um mimo. Mas as coisas mudam - e a vida dá reviravoltas alucinantes. De um dia para o outro, o mundo está do avesso - e, de vez em quando, isso é a melhor coisa de sempre.

Outras não, claro. Não posso dizer que este está a ser o meu melhor momento porque não está - mas tenho tentado passar por cima disso. Tenho 19 anos e, se tudo correr bem, uma vida pela frente - preciso de relaxar e de tentar não chegar aos 25 toda encarquilhada e a precisar de mais peelings do que a lily caneças. O que tiver de ser, será, por muito que me doa não saber muito bem o que fazer agora. Por muito que exista esse fantasma a tempo inteiro de perder (mais) uma pessoa importante. 

As coisas mudam. Mudam sempre. O que hoje nos parece o fim do mundo, daqui a um ano pode soar-nos a anedota - acreditem nisto porque eu juro que é o que me está a acontecer agora. E isso, essa mudança permantente, essa instabilidade, essa certeza de que tudo é absolutamente incerto, é o que faz valer a pena viver mais um dia, a ver no que dá. A ver no que vai dando.

e a culpa continua a ser das estrelas

Encontrar uma mulher com um carrinho com uma botija de oxigénio e toda entubada e cenas como a hazel na primark também não é giro porque depois uma pessoa olha e vê que ela é demasiado velha para ter um augustus waters lindo e gostoso e uma pessoa começa a sentir que precisa de ganhar uma vida que não a faça associar cada pessoa que  vê à personagem de um livro qualquer. Os meus pais não me criaram para isto.

agora é que a culpa é das estrelas!

Ontem vi um gajo gostoso com cancro. Faltou saber se tinha as duas pernas ou se valia a pena passar o dia a gritar-lhe okay? ao ouvido.

complicado

Não sei como é que isto funciona com as pessoas normais mas eu - depois de ter dormido uma hora e meia na noite passada - não tenho sono nenhum. Em contrapartida, estou tão tonta que sinto que vou cair da cadeira a qualquer momento. Vou dormir, pá. Ou tentar.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

não há coincidências, diz ela

Há um ano atrás, eu estava a chorar por um gajo. Um gajo que tinha visto nesse dia uma mensagem que eu lhe tinha enviado quase um mês antes. E, por mero acaso, encontrei-o no dia a seguir - faz amanhã um ano.

Se se estão a perguntar se eu assinalei as datas no calendário com uma canela fluorescente, a resposta é não - mas, já vos disse, tenho uma memória estupidamente boa e basta puxarem uma pontinha para que eu me recorde de tudo o resto. E hoje... bem, hoje talvez tenha sido uma das maiores coincidências de sempre - muitos meses depois da última vez que o vi, encontrei-o. Encontrei-o num sítio onde já nem era suposto eu estar, se sempre tivesse voltado para casa no comboio, uma hora antes, em que tinha chegado a entrar.

Isto passou-me ao lado até eu ter visto a data - 9 de julho. Faz hoje um ano que ele me respondeu. Eu juro que não faço de propósito e juro que nem sei como me fui lembrar - mas soube-o enquanto me permiti a perder nos pensamentos. Faz hoje um ano e, contra todas as expectativas, eu encontrei-o. Amanhã, faz um ano que o encontrei, tão ou mais inesperadamente do que hoje - e, muito provavelmente, vou vê-lo outra vez. Coincidência? Talvez.

Entretanto, lembrei-me da noite em que enviei a tal mensagem, durante a madrugada. Cinco da manhã, se não estou em erro - mas nem me atrevo a tentar conferir porque sei que diz coisas que eu não quero voltar a ler. Mas lembro-me que foi a 14 de junho. 14 de junho de 2013. E onde estava eu, nessa mesma data, a essa mesma hora, neste ano? Na festa onde conheci o tal rapazinho. Estava com ele. Qual era a probabilidade? Quem diria, há um ano atrás, que as coisas iam mudar tanto?

gajos

Eu achava que tinha mau humor quando tenho sono, até hoje - por não me apetecer escrever mensagens, liguei-lhe. Estava de mau humor, com voz de garrafão. Tinha-o acordado - ao que parece, dormiu a tarde toda e só tinha acordado nos cinco segundos necessários para me mandar mensagem a perguntar como é que eu estou. E, mesmo assim, disse que ia voltar a dormir, se eu o deixasse, todo bruto. 

Nota-se perfeitamente que fui eu quem só dormiu uma hora e meia. Perfeitamente.

weirdos

Vinha um casal no banco ao lado do meu, no comboio, que parecia ter acabado de fugir do júlio de matos. Já na casa dos 50, estavam armados em casalinho adolescente - cometi o erro de olhar a meio de uma endoscopia e tive uma vista priveligiada das línguas das criaturas. Foi nojento.

Depois disso, o homem continuou convencido de que tinha piada e, consequentemente, toda a gente tinha de ouvir o que ele dizia. Meteu-se aos berros:

- eu pedi-te em casamento, podias aceitar. Mostra às pessoas a aliança, diz a toda a gente que a aliança não é de plástico.  Mostra!

Mas a multidão ficava ao rubro quando, enquanto ele lia o jornal e ela uma revista de há duas semanas atrás, ele fazia uma cara mais ou menos assim:


- dá beijinhooooooo!
(e, note-se, isto aconteceu mil e quinhentas vezes durante a viagem)

Nisto, o telemóvel da mulher toca. Eu pensei, a prima verbalizou: é o marido dela.
We're going straight to hell.

então e o dia?

Dormi uma hora e meia, se tanto, e passei o resto da noite às voltas. Levantei-me cedíssimo para ir com a prima ao ipo - chegámos ainda antes da hora marcada e ficámos mais de uma hora à espera. Pelo menos, em jeito de ironia, as cadeiras são super confortáveis, o que dá todo um ar de morram, mas morram relaxados à coisa. Enfiaram-me num elevador - e eu juro que adoro elevadores panorâmicos e que, em pequena, obrigava a minha avó a encaixotar-se comigo e a andar para cima e para baixo -, e eu comecei a panicar, sem saber muito bem porquê, enquanto a prima resolvia falar-me daquela vez em que faltou a luz e ela ficou presa durante imenso tempo dentro de um. Priceless.

Depois de mais um tempo de espera, resolvem dizer-nos que o médico está de greve e quem estiver para morrer que vá andando e que morra em paz. Consulta adiada. Sim senhor, muito obrigada.

demasiado bom, demasiado mau

I don't want you to leave, will you hold my hand?
Oh, won't you stay with me? 'Cause you're all i need. This ain't love, it's clear to see, but darling, stay with me.

E eu juro que ouvia sempre i don't want you to leave when you hold my hand, e então quase que espetava a caneta na carótida. Mas assim também está bom, também serve.

ainda sobre a obesidade

Em contrapartida, se começar a ir às compras logo a seguir ao almoço sou bem capaz de conseguir passar à frente nas caixas prioritárias. Afinal, estou grávida de quadrigémeos!

vira casacas

O problema de eu ser uma lontra obesa é que eu não sou uma lontra obesa sempre - quando acordo, já sou gorda mas a obesidade é coisa que só vou adquirindo ao longo do dia, à medida que vou enfardando.

Ora, isto quase me passa ao lado no inverno porque, assim como assim, mais três metros de cintura, menos três metros, no meio de tanta roupa, é na boa. Mas apercebi-me no outro dia de no verão é um bocado mau porque uma pessoa sai de casa, rumo à praia, de biquíni, já conformada com o facto de parecer ter uma barriguinha de três meses de gestação e, depois do tradicional almoço de sandes de atum com areia, acaba grávida de quadrigémeos às 928 semanas. 

Foi mais ou menos assim que eu decidi deixar-me dessas cenas do agnosticismo e converter-me ao islamismo. Creio que o mundo, no geral, tem muito a ganhar com o facto de eu desfilar o fat ass no biquíni se estiver em jejum.

se vives comigo

Eventualmente, vais acabar por me encontrar a esticar o cabelo às três ou quatro da manhã porque o sono está exclusivamente reservado para o momento em que terei de me levantar, daí a duas horas, e eu sei que, se não tratar de domar a cabeleira, vou ter de sair à rua com cabelinho à marco paulo nos anos 80. E isto é a minha vida. 

being a bookworm

Tenho uma mala pequena onde, praticamente, só cabe a carteira e o telemóvel, que uso quase exclusivamente em saídas à noite e duas malas enoooormes onde cabe a carteira, o telemóvel, o frigorífico e o microondas. E para que quero eu malas tão grandes? Para levar livros. Raramente saio de casa sem, pelo menos, um livro na mala.

Hoje, por se adivinhar ser um dia complicado e cheio de esperas desesperantes, atirei os dois primeiros harry potter para dentro de uma mala e vim andando. É enterrar-me nos livros ou enlouquecer de vez.

quatro horas antes de me levantar

Não tenho jeito para essas coisas do gostar e do mostrar que gosto, mas estou tão triste com tudo o resto e a precisar tanto de um colo onde pousar a cabeça que não consigo deixar de estar estupidamente carente. E de sentir a falta dele. E de ficar ainda mais triste por ele querer tanto saber de mim quanto eu quero saber do que se passa na namíbia. Foda-se. Mas isto algum dia muda ou eu vou continuar a ser aquela coisinha excretável que só tem algum valor quando dá jeito? É que estou um bocado cansada disso. 

à procura do bacalhau encantado

O gonçalo, o meu gonçalo, a coisa mai riquinha da tia, chegou à blogosfera com o intuito de me ajudar nesta minha demanda de destruir a reputação de tudo quanto é princesa. Ele é feio e às vezes acho que tem um atraso mental mas é boa pessoa e não tem piolhos.

Sirvam-se à vontade e sejam felizes.

terça-feira, 8 de julho de 2014

acerto de contas

Depois de dias e dias a referirem-se à derrota de portugal frente à alemanha como uma humilhação, sempre quero ver o que vão dizer do brasil agora.

amanhã

Vou com a minha prima ao ipo - e gostava de estar tão calma quanto me mostro quando me vêm com a história de que mais valia ir outra pessoa a acompanhá-la porque eu não vou gostar do que vou ver. Gostava que esses eu tenho 19 anos, não 5! me apaziguassem e me dessem a força que eu finjo ter, mas não dão. Confesso que estou com medo do que vou ouvir e a forma como vou reagir a isso. O importante é não chorar, não é? É. O importante é fazer de conta que tudo se resolve. Mesmo quando a esperança é pouca. 

Por mais que tente, não consigo entender o prazer de ter um blog onde só se fala de cosméticos e spas porque são patrocinados e há que fazer publicidade. Credo. Criei um blog porque gosto de escrever, não para promover cremes para os pés e champôs para os piolhos.

homens

Há uma semana que eu passei de um cabelo vermelho escuro (que agora até já parecia muito mais castanho do que vermelho) para um vermelho intenso e claro que só ele. O meu pai só reparou quando eu lhe disse.

Para a próxima pinto-o de azul.

para a semana é que é

Houve uma altura em que, durante um delírio, eu disse que não iria ao sunset porque iria perder dois dias de estudo e blá blá blá. Dois dias.
Entretanto, as coisas mudaram, surgiram compromissos inadiáveis. Apesar de vir dormir a casa, o efeito vai ser o mesmo de sair amanhã de manhã, beeeeem cedo, e só voltar no domingo de madrugada. Dois dias, pois claro. Para a semana, juro que me enclausuro outra vez.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

o melhor é não contar a ninguém

Juro que estava feliz, até há uns dias atrás. Juro que nunca pensei estar tão triste no meu dia de anos e nos que se seguiram, até agora. Nunca pensei receber uma notícia que me deixasse sem chão e precisar tanto, mas tanto, de um abraço reconfortante e da promessa de que vai ficar tudo bem, que começasse a ficar com raiva de tudo e de todos. Estou triste, demasiado triste - é capaz de fazer parte, sei lá. Se calhar é o preço a pagar pela felicidade que sentia há uns tempos. Se calhar, limitei-me a despertar e a permitir que o meu lado eternamente desconfiado destruísse tudo. Mas agora... estou magoada. Talvez por precisar tanto de alguém neste momento, estou mesmo magoada e com vontade de lhe atirar tudo à cara.

Provavelmente, vou acabar por o fazer - não tenho muito mais a perder e começa a ser difícil, realmente difícil, continuar calada.

tired, so tired

O pior nem é serem oito da noite e eu ter a sensação de que vou bater com a cabeça no teclado a qualquer momento, de tão cansada que estou - o pior é perceber que, comparando com o que aí vem, hoje foi o meu dia bom. Esta semana vai ser de loucos e dormir que é bom fica para o ano.

da complexidade, das horas mortas e da cabeça perdida

Quis ler o eu hei de amar uma pedra durante imenso tempo - fiquei super feliz quando o encontrei na biblioteca, sem sequer procurar. Mas não consigo, não agora. Até me custa acreditar no tempo que passou desde a última vez que li - logo eu, que tenho os livros como apêndices. E custa-me mais ainda acreditar que o vou entregar sem ler - mas não consigo. Não agora.

always a lady

Andava eu sempre a queixar-me do facto de ser branca que eu sei lá e ser preciso espetar-me ao sol durante, no mínimo, três anos seguidos para começar a notar-se um bocadinho que seja de bronze, até que cheguei à conclusão de que, afinal, como adoro pintar o cabelo com cores berrantes, até tenho a ganhar com o facto de parecer que trocaram o líquido amniótico por lixívia e eu estive de molho durante 9 meses até chegar a isto.~

Então, se a patrícia agora gosta de ser branca, o que é que acontece na primeira vez em que a criatura espoja real peida na praia este ano? Ganha cor. Miraculosamente, chega a casa com um escaldão no cu e os ombros pretos logo na primeira vez que se mete ao sol. O melhor de tudo é que... eu torrei os ombros de vestido, na looooonga caminhada até à praia. Isto significa, mais coisa menos coisa, que tenho os ombros divididos entre o albinismo e o acabei-de-chegar-dos-áfrica. Linda e maravilhosa.

à margem

O meu explicador ainda não percebeu que, se continua a insistir marcar-me explicações para as 8h30, vai continuar a ver-me ensonada e de mau humor. E que eu vou continuar a não perceber complexos - mas isso já nem é das horas, acho que é embirração.

mais do mesmo

É normal eu nunca saber o que é que está a acontecer na minha vida? É normal eu ter períodos muito bons e, logo a seguir, como que de propósito, cair-me tudo em cima outra vez? É normal eu não saber para onde me virar e sentir-me permanentemente confusa porque - foda-se - eu não me entendo a mim e muito menos aos outros?

É que está tudo a acontecer outra vez. Mais uma vez. É normal? Quando é que isto acaba? Só quero dois minutos de paz e um café, obrigada.

domingo, 6 de julho de 2014

a ver o the voice

Vamos então agora ouvir a mentora e os seus testículos!

Depois acabei por perceber que tinha ouvido mal e o que a bárbara disse foi discípulos.

ser gaja é

Durante muito tempo, quase rosnava ao gajo quando ele se tentava aproximar - não conseguia acreditar nele, estava mais do que convencida de que era só mais uma. 

Passei a confiar um bocadinho mais quando me dei conta de que já lhe tinha dado tampas que chegam para uma cadeira de rodas e, mesmo assim, o pobre continua a vir atrás, feito cordeirinho manso, mesmo amuado, mesmo a tentar fazer-me ciúmes, mesmo a mandar indiretas sobre o facto de eu não querer saber dele. 

Claro que eu sou gaja e então as coisas não funcionam bem assim - ontem, ele disse-me que um amigo dele, que se andava a fazer a uma amiga minha há três séculos e meio, tinha levado uma tampa de outra gaja qualquer. Odiei a naturalidade com que ele contou aquilo, como se achasse muito natural que o rapazinho andasse a lançar a rede a duas gajas ao mesmo tempo. Antes que ele, ou eu, percebesse porquê, amuei, comecei a falar mal e arranjei uma desculpa para desligar. Não lhe voltei a falar bem o resto do dia porque só o imaginava a fazer o mesmo e meteu-me nojo.

Sim, ser gaja também é isto - fazer deduções (pouco) lógicas e chegar a conclusões que vos metem um par de patins na hora sem nunca vos explicarmos o porquê. Somos uma espécie fodida.

nem às paredes o confesso

Inconscientemente, contamos sempre com a vida eterna dos que nos são mais próximos. Fazemos planos para depois, planos que não cabem no agora, como se o futuro fosse tão infinito quanto os nossos sonhos. E a pressa de lá chegar. Achamos que o futuro será sempre o nosso horizonte - nunca, mas nunca mesmo, queremos ver que um dia, num qualquer desses horizontes, nos perderemos para sempre. Não existirá outro.

A ameaça de perder alguém é um balde de água fria, uma lambada, não de luva branca mas muito merecida, na face dos que passam a vida com pressa demais para viver. Acorda-nos de maneira cruel, demasiado cruel, para uma realidade que sempre nos esteve à frente dos olhos - não sei se estou mais triste ou chocada. Estou assustada só de pespetivar a vida futura - tenho medo do que se segue. Sinto medo e impotência por saber que não há absolutamente nada que eu possa fazer a não ser ficar aqui a amaldiçoar o mundo. E a vida - essa puta mal fodida que se faz pagar bem - estou chateada. E triste. E desesperada.

demasiado bom

Now you're just somebody that i used to know.

sábado, 5 de julho de 2014

e ainda me desiludo

O mais triste de nunca conseguir confiar em ninguém é que é mesmo muito raro eu estar enganada. As pessoas são quase sempre a merda que eu prevejo.

dizem que não há papões

Dizem que não há papões, que não há monstros debaixo da cama, mas eu tenho um - tenho um que me deixa dormir mas que me apoquenta a alma e me devolveu hoje o desespero de outros tempos. Tenho um monstro feio no armário, um monstro chamado cancro, que já me roubou uma pessoa de quem eu gostava muito. E agora quer levar-me outra.

De repente, todos os meus problemas começaram a parecer insignificantes, menores, sem fundamento. De repente, tudo o que eu queria era poder dar-lhe metade da minha saúde, metade de mim, só para ter a certeza de que ela não deixava que o filho da puta do cancro ganhasse a luta. Só para ter a certeza de que não me roubam mais ninguém. 

Sou incapaz de imaginar o mundo sem ela. Sou incapaz de imaginar o dia em que não a vou ter a falar de mim como sendo a neta mais velha que ela teve, muitos anos antes de sequer ter idade para ser avó*, a dizer que eu sou a menina dela, a eterna menina dela, e que quer mesmo é ver-me bem na vida. Ela nem faz ideia de que eu já sei - e nem acredito que saiba o quanto gosto dela e o quão assustada estou com a perspetiva de a perder -, mas queria que ela o dissesse. Queria que ela o dissesse e queria poder abraçá-la hoje, amanhã, e depois. Queria poder estar com ela todos os dias e não voltar a cometer o erro que cometi há uns anos atrás - queria aproveitar. Aproveitá-la. Eu sei que a probabilidade de ela sobreviver a isto é pequena, demasiado pequena (malditas estatísticas!), para continuarmos a fingir que tudo se resolve e que não vale a pena perder tempo a mostrar o quão importante é para nós. Aprendi-o noutros tempos, num passado ainda meio recente - qualquer minuto, pode ser o último. E é verdade que a vida é puta e não é justa para ninguém. Ainda vale a pena gritar a um deus qualquer que não a deixe morrer?

* Não se trata da minha avó. Trata-se de uma prima afastada que se costuma referir a mim como a neta mais velha, embora não tenha sequer idade para ser minha avó.

o que é que eu quero?

Quero que chegue o fim de semana que vem. Quero sexta e quero sábado. Quero que chova muito - que esteja calor, mas que chova. Quero encontrar o gajo que mais me marcou e já ter bebido o suficiente para o espetar contra uma rocha e obrigá-lo a falar. Ou a engolir um búzio, caso mantenha o voto de silêncio. Quero que passe a summertime sadness, e quero berrar-lha ao ouvido - farei questão de não dizer baby, you're the best, porque seria mentira. Mas hei de gritar-lhe a parte do kiss me hard before you go e hei de o fazer arrepender-se pelo que me fez. Pelo menos, arrepender-se mais do que eu por aquilo que não fiz. Ou talvez não aconteça, talvez eu acabe a cantar sozinha até me doer o peito e me falhar a voz, e talvez tenha de esperar mais um tempo para conseguir o que quero - mas juro, juro-vos, que não hei de morrer sem resolver isto.

world first problems

Se eu no ano passado, por causa de um só dia, fiquei rouca durante uma semana... como, mas como, é que é suposto eu aguentar dois dias de sunset sem ficar muda?

de hoje a uma semana

Ando há tantos meses a falar do sunset que sei que, de amanhã a uma semana, quanto tudo estiver terminado, vou ter vontade de cortar os pulsos. Ou então, começo a rezar o terço todas as noites para o ano haver mais!

estúpida

Andei tanto nos últimos dias que hoje acordei feita peido mole e passei o dia a arrastar-me pela casa, enquanto tentava arrumá-la, cheia de dores musculares acrescidas às dores provocadas pelo escaldão de ontem.

Então, como é óbvio, a patrícia ficou sossegadinha em casa a descansar, certo? Errado.
Decidi ir à aula de zumba na mesma porque adoro aquilo e para a semana não posso ir. Amanhã, queridas alforrecas, temo só conseguir movimentar-me com o auxílio de um andarilho.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

eu estava muito bem

Acho que ele nunca chegou a perceber que eu estava a falar a sério e que gosto mesmo dele - o pior é que eu o deixei fazer o que queria. Deixei-o pôr em prática o plano de fingir que nada aconteceu e prosseguirmos com as nossas vidinhas como se tudo o que se passou tivesse sido um sonho qualquer ou o enredo para um filme.

Funcionou durante uns tempos. Funcionou porque eu estava tão feliz só por o ter de volta que já pouco me importava com o facto de não haver sequer maneira de comparar o que sentíamos um pelo outro. Estava bem mesmo sabendo que a admiração que sentia por ele não era recíproca e que lhe passava ao lado se os cinco minutos que eu passava com ele eram ou não os melhores cinco minutos do meu dia. 

Agora já não funciona - acho que ele nunca percebeu mesmo. Ainda não reparou que, o que quer que ele faça, ou não faça, me afeta muito mais do que eu gostaria. Ainda não reparou que é relativamente fácil magoar-me, mesmo à distância, e que eu não fico indiferente às sucessivas desculpas e aos imprevistos que parecem acontecer sempre, absolutamente sempre, que eu tento voltar a vê-lo. E que me magoa o facto de ele parecer nunca se lembrar de mim. Mas ok, tudo bem - eu até podia viver com isto se não acontecesse sempre o mesmo. Se ele não me deixasse em pulgas só com a perspetiva de o ver para depois, mais uma vez, não aparecer.

Sempre se me aplicou aquela frase do principezinho, sobejamente conhecida, do se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz - e isto explica tudo. Se é para não vir, mais vale não dizer nada. Mais vale nem me lembrar que existe. Na realidade, não sou eu quem se esquece. 

amor verdadeiro

Acho compreensível que a moça tenha ficado tão presa ao namorado. Uma relação de três semanas é muito difícil de esquecer.

santa inocência

Houve uma altura da minha vida em que eu me orgulhava de poder dizer que nasci numa noite de verão. Anos depois, continuo sem entender o que me levou a acreditar que havia algo de exótico nisto e que, de alguma forma, me faria parecer sexy e interessante. Também nunca cheguei a saber qual o grau do meu atraso mental, mas creio que seja elevado.

outra vez

Não gosto que me dêem dinheiro em jeito de presente. Por mais que isto não vos faça sentido - porque, obviamente, ainda não ganho para mim e vivo à custa dos meus pais -, apesar de me dar toda uma outra liberdade, não gosto.

Isto pode soar falso e incrivelmente estúpido, mas não o valorizo minimamente. Nunca precisei de muito para estar feliz e enerva-me essa tendência geral para achar que se pode resolver tudo oferecendo um bocado de papel que andou de mão em mão até chegar a mim e, consequentemente, vai continuar a andar de mão em mão depois de me ter servido de presente. É quase descartável. Não é inútil, mas não tem valor.

Prefiro que me tentem conhecer, que tentem perceber quais são os meus gostos, que me tentem agradar. Se correr mal, paciência, alguma coisa se há de arranjar - mas prefiro algo material, algo físico. Algo que eu possa olhar e lembrar-me de quem mo ofereceu. Uma nota é só uma nota e o dinheiro não é de ninguém, não lembra ninguém, não significa nada.

Acredito que isto me faça parecer estranha e mimada mas preferia mil vezes que me dessem um livro, mesmo desses que se compram a 3€ na feira do livro, a uma nota de 20€. Pelo menos, lê-lo-ia a pensar em quem mo deu e saberia que alguém me tentou descortinar. Que alguém me tentou fazer feliz em vez de se limitar a tentar comprar o meu afeto. Desculpem - isso comigo não funciona.

um bocado de futilidade também não mata

Agora que consegui que o meu cabelo ficasse mais ou menos assim já não sinto que o meu avatar é uma fraude. E estou estupidamente contente. Apedrejem-me.

the end of (girly) cinderella

Comprei um biquíni rosinha.
Comprei uma t-shirt às bolinhas.
Comprei uns calções cor de rosa.
Comprei um vestido preto com bolinhas brancas.

Alforrecas, sinto a minha sanidade mental a desaparecer que nem um peido ao vento e começo a temer transformar-me numa menina a sério desta vez. Não sei se este blog resistirá a tal transformação.

Por via das dúvidas, para o caso de ser contagioso, aconselho a que párem de me seguir imediatamente após eu trocar a imagem da cinderela por uma da hello kitty. Foi bom escrever-vos enquanto pessoa sã. Adeus.

(mas desde quando é que a h&m tem roupa gira e baratíssima? desde quandooo?)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

para que não achem que vos minto



Tal como vos disse, a determinada altura, levantei a cabeça e só via tanques de guerra estacionados. Esta chamou-me mais a atenção exatamente por estar escarrapachada à minha frente e esta não ter sido - nem de perto! - a pior posição da moça.

(e atentem que, como gorda profissional praticamente desde o momento em que fecundei o óvulo, não tenho nada contra gordas mas, epá, tenham noção!)

patrícia, porque é que vais para o inferno?

- aquela senhora não tem um dedo...
- oh, ao menos poupa na manicure.

Por saídas tipo esta. É por isto que eu vou para o inferno.

praias de portugal

Eu sou gorda - que sou - e faço um drama sempre que tenho de me enfiar num biquíni e assolapar a peida na praia - que faço - mas hoje senti-me (quase) bem.

Quando olhei à minha volta, o areal parecia-me um parque de estacionamento para tanques de guerra. Senti-me em casa.

sinto que não devia contar

Sou tão branca que todos os anos, mas absolutamente todos, eu apanho um escaldão na primeira vez que vou à praia, nem que meta protetor de meia em meia hora.

Hoje não foi excessão.
Meus amores... queimei o cu.

lembrei-me

Depois de, num qualquer dia da semana passada, um amigo meu estar a insistir para me vir levar, a mim e à bicha, a casa, acontece mais ou menos isto:

- eu levo-te a casa! só tens de me ir dizendo o caminho.
- okay, eu vou contigo!


Eu sofro de um atraso mental profundo.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

uma lady

Não sei muito bem como, mas sou capaz de ter adormecido uns 30 segundos depois de assolapar a peida no comboio, e fui a dormir que nem uma princesa, de figueira a coimbra. Quando acordei, apercebi-me de que estava de boca aberta e com o belo fiozinho de baba a escorrer.

Estava um gajo a olhar para mim. Pelos vistos, o gajo olhou para mim a viagem toda. 
Depois pergunto-me porque é que não tenho namorado.

felicidade em papel

Podia ter sido um livro - que podia! - mas hoje variei um bocadinho e comprei o bilhete para os dois dias do sunset. Ando desde o ano passado a sonhar com isto e já estou em contagem decrescente, god.

boa boa

É do conhecimento geral que, por alturas do aniversário de uma pessoa, o fb fica mais movimentado do que uma casa de putas e de repente toda a gente se lembra dos nossos anos como se nos conhecesse muito bem. 

Ora, hoje é o meu dia e eu estava aqui a sentir-me uma forever alone porque nem os falsos-queridinhos lá das internetes me davam importância - mas comecei a estranhar o número de mensagens e, mais do que tudo, as pessoas que me estavam a enviar mensagens. Até que há bocado me avisaram de que, por qualquer motivo, o fb achou que hoje era um bom dia para não deixar que qualquer um me publicasse coisas no mural. Pronto, ok.

ao segundo dia do sétimo mês do ano de dois mil e catorze


Ewn, parece que cheguei aos 19. Parabenizem-me e digam que me adoram!

terça-feira, 1 de julho de 2014

iô-iô

Eu gostava de vir a ser conhecida por algo mais bonito, mas acho que o meu único feito é o de engordar e emagrecer à velocidade da luz.

g

- estou todo handicapado... menos a parte do capado.

Eu podia atualizar o meu blog durante uma semana só com as coisas que a criatura diz em meia hora. Valha-me deus, precisava mesmo disto.

riam-se comigo

- sabes, eu acho que a let it go é sobre um peido...
(começa a cantar)
Let it go, let it go, 
Can't hold it back anymore
Let it go, let it go
Turn away and slam the door
I don't care what they're going to say
Let the storm rage on
The farts never bothered me anyway.

Juro-vos que é impossível não o adorar.

gotta love g

- hoje apanhei grande susto! um camião quase veio para cima de mim.
- pensa positivo: ao menos não morrias virgem, ele saltava-te em cima!

Não sei se caso com ele ou se o rapto e faço dele meu escravo para me animar nas noites de deprimência.