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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

um pedaço de trapo moldado ao corpo

E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

O meu amor de sempre num desses dias complicados.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

pessoa, meu grande amor

(...)
Procura!
Procura sempre o fim de uma história,
seja ela qual for.

Dá um sorriso àqueles que esqueceram como se faz isso.
Olha para o lado, há alguém que precisa de ti.
Abastece o teu coração de fé, não a percas nunca.

Mergulha de cabeça nos teus desejos e satisfá-los.
Agoniza de dor por um amigo,
só sairás dessa agonia se conseguires tirá-lo também.

Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura.
Arrepende-te, volta atrás,
pede perdão!

Não te acostumes com o que não te faz feliz,
revolta-te quando julgares necessário.
Enche o teu coração de esperança, mas não deixes que ele se afogue nela.

Se achares que precisas de voltar atrás, volta!
Se perceberes que precisas seguir, segue!

Se estiver tudo errado, começa novamente.
Se estiver tudo certo, continua.

Se sentires saudades, mata-as.
Se perderes um amor, não te percas!
Se o achares, segura-o!

Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
“O mais é nada”.

Fernando Pessoa

domingo, 3 de novembro de 2013

inspirem-se, alforrecas

God pity them both! and pity us all,
Who vainly the dreams of youth recall; 

For of all sad words of tongue or pen,
The saddest are these: "It might have been!"

John Greenleaf Whittier
maud muller

É enorme, mas parece-me que vale muito a pena ler.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

desde sempre

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

(...)

Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

cântico negro, josé régio

Continua a ser um dos meus preferidos.

domingo, 13 de outubro de 2013

citando álvaro de campos,

O que há em mim é sobretudo cansaço. Ou então, é vontade de não fazer nada. 
Eu juro que tento, mas não dá. Ando desmotivada até para respirar.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

não me sai da cabeça

O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.

(eugénio de andrade)

Que talvez devessem ter sido estas as minhas últimas palavras para ti, mas não saberia como explicar o porquê de ter estes versos na ponta da língua, e ainda por cima, te servirem lindamente.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

temos em comum uma alma desassossegada

Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.


Fernando Pessoa

(já disse que adoro pessoa, não já?)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

visões da febre

Não sofrerás mais; serás fria como o gelo;
Neste mundo de infâmia o que importa é sê-lo
Nunca tu chorarás por tudo mais que vejas!


Florbela Espanca,
trocando olhares

terça-feira, 23 de abril de 2013

já disse que gosto de poesia?

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver, 
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca, 
livro de mágoas

E o bem que a poesia vai com esta música, uhm? É. Tenho gostos normalíssimos.