quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

antes que o ano acabe.

É engraçado como as dores que nos parecem autênticas tempestades, depois de apaziguadas, não nos sabem a mais do que uma brisa filha da puta que nos estraga o penteado - é esta a conclusão a que chego hoje, quando olho para trás e percebo que vivi um ano do caralho e, mesmo assim, foi um dos melhores anos da minha vida.

Não é que eu tenha sido particularmente feliz ou bem sucedida - juro-vos, fui tantas mas tantas vezes ao tapete, que nem sei. Mas aprendi imenso com isso. Cresci mais nos últimos meses do que acho que tinha crescido até então, e descobri que não me conheço mas que isso também não faz mal; as mudanças estão longe de se cingir às tais unhas de gel e a esse lado mais menina que acabou por surgir do nada: isto, eu conto-vos a brincar. As diferenças estão, sobretudo, nas histórias de vida que ouvi, nas pessoas que conheci, nas responsabilidades que ganhei - tudo isto mudou a minha forma de ver as coisas de uma maneira que nem eu sei explicar.

Também já vos disse que isto pareceu uma casa de putas - ainda estava eu a instalar decentemente uma pessoa na minha vida e já ela estava a sair pela outra porta; perdi-lhes a conta, mas também não me importei. Não houve uma única pessoa que tivesse cruzado o meu caminho que não me tivesse feito perceber alguma coisa sobre mim mesma que eu ainda não soubesse - mas, no geral, o que tudo quanto é macho me mostrou é que eu sou mais complicada do que o deus me livre e, no fundo, gosto disso. É precisa muita força de vontade para me entender e o triplo da coragem para, ainda assim, quererem chegar até mim. Depois é preciso é eu não ser estúpida o suficiente para os mandar embora quando lá chegam, mas pode ser que aprenda isso no próximo ano. 

E com isto me retiro. Afoguem-se no álcool, alforrecas! E um bom ano.

ser gaja também é isto

De um lado estão as gajas normais que, quando têm de ir para casa de uma amiga com o intuito de fazerem uma excursão noturna, já levam a roupa mais do que escolhida. Do outro lado fica aquela minha bicha que uma vez trouxe cinco camisolas para uma única noite, porque não conseguia decidir, e acabou por levar aquela com que tinha chegado. 

we could have had it all

O problema das pessoas é convencerem-se de que só precisam de se arranjar para eventos importantes e qualquer fato de treino manchado com líxívia serve para ir comprar papel higiénico ao lidl - tá mal! Nunca se sabe quando é que o amor das nossas vidas não está ali com o mesmo propósito e se dá o tal click quando nos damos conta de que não somos os únicos pelintras a limpar o cu com a marca branca em vez de dar balúrdios por papel higiénico com cores fortes. Tristes.

Hoje eu senti que estive à beira de viver um desses momentos em que se dá um flash sabe lá deus vindo de onde e nos apaixonamos, ai jesus que casamos no domingo - mas isso não aconteceu porque eu estava vestida que nem um mendigo. Sério, há lá coisa mais ingrata do que sair de casa sem a menor paciência para trocar de roupa só para ir ali ao fundo da rua comprar umas coisas e estar um gajo gostoso que eu sei lá à porta? Porra. Quando eu estou bem vestida não que aparecem destes, não. Sad lontra is sad!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

they see me rollin'

Hoje sinto-me particularmente abençoada por ter este arzinho de quem ainda há bocadinho estava a nadar no útero e pela voz conas de quem ainda se senta de pernas à chinês a brincar com bonecas no infantário (shame on me, fá-lo-ia na boa se não parecesse mal).

Se há coisa que me mete raiva são aquelas bancas nos centros comerciais cheias de tipas gostosas e vestidas de igual que vêm cheias de sorrisos impingir-nos coisas de que não precisamos para nada, e não nos deixam avançar nem à lei nem à bala. Uma pessoa vai só comprar um quilo de arroz e fica três horas a assistir a uma palestra sobre tupperwares e aspiradores esquisitos; em vez de chegar a casa e fazer o almoço, acaba a lanchar arroz com atum porque é a única coisa que sabe fazer.

Já aturei umas três gajas a falarem-me do valor do ouro e blá blá blá que aceitamos peças usadas e estragadas e o diabo a quatro, mas hoje revoltei-me e, quando ela me veio perguntar se eu já tinha mais de 18 anos, tive aqueles 30 segundos de espera lá que eu já te fodo enquanto me lembrava de quando, no alto dos meus 18 anos, fui ao cinema e me obrigaram a mostrar o bi para poder ver um filme para maiores de 16.

Disse-lhe que não e vim-me embora.
Vingança aplicada, paz restabelecida. O mundo voltou ao eixo certo.

o livro por que eu andava a babar há meses

Amanhã ou outro dia qualquer ou então nunca,
declaras,
e percebo então que me deste a mais profunda declaração de amor, amanhã ou outro dia qualquer ou então nunca, e eu consinto sem hesitar, pessoas como nós não procuram promessas mas nunca se falham.

Pedro Chagas Freitas,
prometo falhar

domingo, 28 de dezembro de 2014

esse momento

Em que os planos para a passagem de ano ficam seriamente ameaçados e uma pessoa começa a ponderar esquecer a bebedeira e passar a noite a fazer uma maratona de harry potter. Vamos fazer de conta de que não me importo.

lord is testing me

Eu achava que ter comprado umas botas de salto alto daquelas que parece que uma pessoa já leva um degrau de casa e, para culminar a figura, ainda ter feito unhas de gel, já eram provas mais do que evidentes de que enveredei pelo interminável mundo da droga, mas estava enganada. Afinal, pior do que isso foi mesmo o momento em que dei por mim - aquela criatura eternamente anti-lamechices e nomes foficoisos - a não conseguir ficar chateada nem achar piroso de cada vez que o mocinho me chama pituxa, fofinha ou ticas (este eu ainda não percebi de onde veio, mas vá, depois de uma prima a chamar-me mia, ticas é aceitável). É o fim do meu lado voltas-a-chamar-me-amor-e-eu-juro-que-te-faço-engolir-o-teu-próprio-rim. Oh lord. 

au revoir, 2014

Já que estamos nos últimos dias do ano e naquela onda de fazer um review de tudo o que fizémos ao longo dos últimos meses, especialmente aquelas partes que contribuiram para a nossa certeza de que, quando morrermos, vamos direitinhos para o inferno, eu também tenho uma coisa a dizer; não vos vou contar os meus pecados, mas, se tivesse de vos contar o meu ano em trinta segundos, seria mais ou menos assim:

a minha vida parece uma casa de putas; entra e sai gente a toda a hora e, quando eu penso que já conheço uma puta de cor, pimba, chega outra e muda tudo.

,

Vivi tanto tempo na ilusão de que conseguia meter uma rédea no que sentia que não consegui perceber o quão feliz estava nos poucos momentos em que me esquecia de a deixar curta - não queria apaixonar-me por ti e tudo o que ia sentindo sabia-me a errado, a proibido, a estranho, mas não conseguia parar; fugia-te porque sabia que não me deixarias ir embora de forma alguma, que por mais que eu tivesse a mania de que conseguia manter um coração livre e indomável, me irias agarrar pela cintura e eu fingir-me-ia de contrafeita só para não parecer mal. Um dia, deixaste de me segurar e eu fiz de conta que não me importava de ir embora.

Se pudesse voltar atrás, nem pensaria duas vezes - mas não posso. Pelo menos, é o que dizem, que para a frente é que é o caminho e que não há mais nada que eu possa fazer com o passado - ninguém entende que do passado eu não quero mudar nada; só te queria puxar para o presente e deixar de sentir a tua falta todos os dias. Queria poder inventar o tempo que nos faltou no tempo em que achámos que ele nos pertencia - queria-te aqui agora, sentado comigo a ouvir o crepitar da lareira, ou queria-te comigo nas manhãs frias em que, sem quê nem para quê, volto à praia onde um dia os nossos passos ficaram marcados lado a lado, na altura em que ainda caminhávamos de mãos dadas e o mundo nos fazia mais sentido assim. 

Tenho saudades tuas mas não há nada que eu possa fazer com isso. Não é tão simples quanto ligar-te a meio da noite e pedir-te que voltes, ou aparecer à tua porta à espera que me deixes voltar para o abraço que me sabia como um regresso a casa - não posso sequer pedir-te que me ouças porque sei que já é tarde e há mais mundo para além do que se desfaz - mas talvez não se devesse desistir de ânimo leve enquanto todas as músicas me lembram de ti, enquanto é a ti que comparo todas as pessoas por quem me interesso, enquanto as palavras mais banais te me trazem de volta à memória as conversas mais sem sentido que algum dia tivémos - sinto a falta do que foi nosso mas sinto ainda mais falta do que não foi, pela certeza de que tudo poderia ter sido diferente se eu tivesse compreendido a tempo que na vida real ninguém me dá oportunidade de escrever um rascunho antes de passar a nossa história com uma letra bonita para o papel onde a podemos mostrar ao mundo. E eu lamento ter-te perdido. Lamento não te ter dito que não estava a fugir de ti - estava à espera que me desses a mão e fugisses comigo.

sábado, 27 de dezembro de 2014

ser gaja também é isto

Há uns três dias que ando em modo tu até és fofinho e eu até gosto de ti mas apetece-me esfaquear-te e não sei porquê.

Um minuto de silêncio por todas as gajas que estejam com tpm neste momento: estamos juntas.

ainda do falecido*

Não é que o gajo seja má pessoa - mas nem ao diabo o recomendava porque, inocentemente, julgou que teria hipótese de me mentir duas vezes. Não teve - apanhei-lhe a primeira mentira e o gajo voou. Só. De qualquer forma, há traumas que eu nunca consegui ultrapassar, como o dia em que isto aconteceu:

(uma qualquer lamúria da parte dele)
eu: que tens? dói-te o ovário?

(faz-se uma pausa dramática em que ele fica a olhar para mim)
ele: agora deixaste-me confuso... eu tenho ovários?

Inspiro com força. Todos temos dias maus, não é verdade? Provavelmente isto foi uma confusão típica da posição dos astros naquele dia ou coisa do género. Ele não podia estar a falar a sério. Comecei então uma explicação como se o meu público alvo fosse um puto de três anos com um atraso mental:

eu: sabes, há orgãos que eu tenho e tu não tens, há orgãos que tu tens e eu não tenho...

(o olhar dele ilumina-se como se estivesse a receber um sinal divino. eu senti o meu coração cheio de amor e esperança; ainda não era o fim.)

ele: pois é! vocês não têm pâncreas, não é?

Acho que foi neste dia que eu comecei a desconfiar que as coisas entre nós não iam resultar.

*será que eu mencionei que ele conhece o cinderela e que é mais ou menos provável que ainda cá passe? não? não? então imaginem só a emoção.

do regresso do falecido

Tentei não dar importância ao assunto mas fiquei a remoer - descobri que o rapazinho recuperou do surto psicótico e me desbloqueou no fb depois de meses de amuo, e até me cheira que se separou da namoradinha quem tem celulite nos joelhos e com quem, por mero acaso, eu me cruzei no sábado à noite num bar e me voltei a cruzar hoje; podia tê-la executado em praça pública, mas já me passou a vontade de o fazer. Até porque, ao invés de ficar ressabiada ou um certo ódio, sinto uma solidariedade enorme para com a pobre coitada; pelo menos eu mandei-o embora antes de a coisa pegar. 

Agora é uma questão de tempo até que o gajo volte ao ataque mas oh, assim como assim, preciso mais é de me ocupar e estes otários sempre me dão que fazer e sobre o que escrever.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

era para ser dia de natal mas pareceu o dia dos defuntos adiado

Não me canso de dizer que deus não me curte - fartei-me eu de pedir que ele iluminasse a cabeça do mocinho agora por alturas do natal e ele decidisse dizer-me alguma coisa, mas nada feito. O tipo iluminou o gajo errado e quem me mandou mensagem foi um outro com quem, graças a deus, as coisas também não resultaram, meses depois da nossa última conversa em que eu, literalmente, o mandei às couves, de um número novo como se eu quisesse substituir o velho por algum motivo. E eu podia nem ter respondido mas, oh, passei a sentir tamanha indiferença pela criatura que nem uma pontinha de raiva me restou. Feliz natal também para ele e que o ano novo lhe traga melhores amigos e mais consciência para aprender a não mentir. E que ande três semanas a cagar postais de natal. É só.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

all i want for christmas is you

Nem precisava de vir embrulhado e com lacinho. Bastava uma prova de que não se esqueceu, um abraço, e um beijinho na testa antes da conversa que ele me prometeu que teríamos mais tarde na última vez em que o fez. Mesmo mesmo mesmo antes de eu estragar tudo. Oh vida.

ser eu

Se me faz mal, fujo logo. Se me faz bem, desconfio e acabo por fugir na mesma. Agora que penso nisso, foi um ano inteiro assim, cheio de pessoas a entrar e a sair da minha vida - a umas, mandei-as embora. A outras, fugi sem dizer nada. 

E tentei voltar depois mas já era tarde. Oh deus. Isto de estarmos a chegar ao final do ano e a fazer contas à vida é uma boa maneira de experimentar todos os sintomas da depressão de uma só vez.

sad lontra is sad

Isto pode parecer demasiado dramático e pouco digno da véspera de natal, mas creio que já estive mais entusiasmada para ir ao dentista do que estou hoje por ser natal; nunca pensei dizer isto, mas nem a carrada de doces que fiz me está a abrir o apetite para a noite de hoje e o dia de amanhã.

Honestamente, não estou à espera de receber absolutamente nada - tenho prendas para todos mas não creio que alguém tenha alguma coisa para mim o que, apesar de tirar ainda mais a piada à coisa, também não me faz falta. Dar sem esperar receber nada em troca é o que eu tenho feito mais nos últimos tempos. Talvez seja por isso que cheguei ao dia de hoje tão desmotivada, tão esgotada, e tão estupidamente triste. Podemos passar já para a passagem de ano e beber até de manhã, podemos?

merry christmas!

Estou longe de ser um modelo de blogger a seguir, e talvez vocês não sejam as melhores alforrecas do mundo, mas são as minhas alforrecas. Portanteeees... um feliz natal para vocês todos que me aturam desse lado!

go sms, já agora

Sempre que escrevo ou envio feliz natal por mensagem, há uma chuva de pinheirinhos. Piroso e desnecessário, mas tão fofinha que acho que foi a única coisa, além da carrada de doces que já fiz hoje, que me fez lembrar de que, foda-se, é mesmo natal!

mais ou menos assustador

Descobres que estás a crescer quando, apesar de ainda não gostares de falar de ti própria como mulher, parte dos teus tempos livres são passados a trocar receitas de bolos e bolachas com as tuas amigas, e ainda dás por ti com cartões de desconto de tudo quanto é supermercado, com o teu nome escrito. Além, claro, do da berthrand porque esse já o fizeste quando ainda cheiravas a placenta.

o bom também se aponta aqui

Estou tão habituada a rosnar à gente mal fodida que, infelizmente, faz parte do meu dia a dia, que acho sempre estranhíssimo quando alguém me surpreende pela positiva e fico de pé atrás - mas hoje, enquanto estava na fila de espera para que me embrulhassem os presentes, uma rapariga desconhecida ofereceu-se para pedir para embrulharem os meus juntamente com os dela, de forma a poder sair dali mais depressa. Okay, acabou por não ser preciso - entretanto, chegou a minha vez e ela ainda lá estava, não fazia sentido fazê-la esperar para que me embrulhassem tudo - mas geez, é raro, tão mas tão raro, encontrar gente simpática que juro que isto me deixou um bocadinho mais feliz.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

fodam-se as ervilhas

Ontem, uma gaja de quem eu não gosto nem um bocadinho veio dizer-me que aquilo que menos gosta em mim é o facto de eu nunca levar nada a sério e fazer piadas sobre tudo e mais alguma coisa. Tive de me rir. Eu brinco com tudo, é um facto, mas também sei falar civilizadamente - o problema é que, apesar de ela ser uns cinco ou seis anos mais velha do que eu, acho a gaja demasiado imatura para me dar sequer ao trabalho de tentar articular uma conversa séria. Mas está tudo bem - se o que ela menos gosta em mim é exatamente a mesma coisa que faz com que outras pessoas gostem, acho que não há grande drama. Há dias em que o simples facto de ela respirar é um motivo mais do que suficiente para eu a detestar.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

isto

... conseguia perceber que o verdadeiro erro que tinha cometido naquele dia não tinha sido virar as costas momentaneamente. Tinha sido acreditar que podíamos perder alguém que amamos num instante, quando na realidade se tratava de um processo que demorava meses, anos, toda a vida dela.

Jodi Picoult,
o décimo círculo 

domingo, 21 de dezembro de 2014

isso isso

É esse querer sabendo que não devia, esse gostar sabendo que não posso, e essa certeza de que vale mais meter-me ao fresco e fugir a correr mas, oh, está tão quentinho aqui.

em círculos

Nunca entendi se é de mim ou se essa ideia do vamos beber para esquecer funciona mesmo ao contrário - quanto mais bebo, mais me lembro das coisas. Em contrapartida, no dia a seguir já me esqueci de tudo.

Menos do que queria esquecer antes de beber.

antes que eu me esgomite aqui

Nunca percebi ao certo porque é que todas as ressacas me parecem piores do que a anterior - sou eu que estou a escalar gradualmente até atingir um patamar aceitável para me candidatar aos alcoólicos anónimos ou é só mesmo porque estou demasiado mal hoje para me lembrar de que já estive tão mal ou pior de outras vezes?

the day after

Era uma noite com prognósticos reservados onde eu sabia que a probabilidade de as coisas correrem mal para o meu lado eram enormes - não aconteceu nada de mais e eu fiquei chateada porque, assim como assim, estou cansada da pasmaceira em que a minha vida se transformou e mais valia um drama do que a continuação dos dias sem sabor. Como prova do êxtase em que eu estava ontem à noite está, por exemplo, o momento em que quase adormeci sentada num puff encostado à parede. 

Numa discoteca cheia de gente.

something about christmas time

Outro bom motivo para eu não gostar do natal é que parece ser a altura do ano em que é obrigatório que todos gostemos uns dos outros, e quem não gosta, finge que gosta. Daí vieram os jantares de natal de onde resultam fotos e fotos para o fb, cheias de corações e declarações de amizade eterna quando, durante o resto do tempo, nem nos podemos ver à frente.

Para contrariar tendências, eu não fiz questão de ter menos ar de cabra do que nos outros dias; sentei-me no canto da mesa com o meu grupo e ficámos a odiar a hipocrisia da outra ponta da mesa a noite toda, porque é isso que fazemos todos os dias - quero mais é que se fodam e que enfiem os coraçõezinhos no cu. Não gosto daquela gente e não.

sábado, 20 de dezembro de 2014

the day

Já estive mais entusiasmada para ver o preço certo do que para hoje à noite. Esperemos que a coisa melhore.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

1 day to go

Perdi o entusiasmo todo - mais um bocadinho e perdia a vontade de ir. Resta-me só aquele fiozinho de esperança de que acabe bem.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

2 days to go

Dias e dias a dramatizar e agora dou por mim estupidamente desapontada por uma súbita mudança de todos os planos que me afasta da probabilidade de dar merda. Mas ninguém percebe que eu gosto é de agitar as águas? Ah pá.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

the sad life of a bookworm

Então eu digo ok, o mocinho também diz ok e eu dou por mim a perguntar-lhe se o ok também é o nosso always. Só depois é que me apercebi da estupidez disso mesmo e que eu preciso urgentemente de arranjar uma vida e deixar-me destas tretas. Não, o ok não é o nosso always porque eu não quero always nenhum e, pior do que tudo, não poderia ter saído pior. 

porque é que não tens amigos?, perguntam vocês em uníssono

Não é que eu seja má pessoa ou assim mas, durante um ataque de estupidez, deu-me para tentar convencer uma gaja que, além de cheirar mal pra caralho, anda sempre com o cabelo oleoso até às orelhas - juro que não é exagero! - de que devia lavar o cabelo com um ovo e mel para o deixar mais brilhante e, no caso de querer uns reflexos avermelhados, lhe espetar ainda com umas gotas de piri-piri, que nem precisava de lavar se não aplicasse diretamente na raíz.

Vivo muito bem com a certeza de que vou arder no inferno.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

antes de ir

[estou cansada de sorrir e acenar e fingir que não me importo - tornou-se rotina fazer de conta que estou bem e me sinto muito normal mas nunca senti e nunca me vou chegar a sentir; não me consigo esquecer da imagem que o espelho me devolve e do quanto eu a odeio. não me consigo esquecer de tudo o que já ouvi e senti quanto a isso e do quanto isso me dói. não me consigo esquecer do quanto isto tem controlado a minha vida, dia após dia, ano após ano, e eu não consigo isolar um único momento em que não me tivesse sentido aprionada numa limitação que não existe mais do que na minha cabeça; eu podia ser normal, mas não sou e sinto os olhares alheios a queimarem-me na pele; pena, curiosidade, nojo? nunca sei. mas sei que invento desculpas para me ausentar, que me afasto por saber que a miúda anormal nunca poderá competir com qualquer outra que não tenha de explicar o que raio lhe aconteceu à nascença e porque é que é estranha. e apercebi-me disto agora, que tenho passado os dias a isolar motivos para as minhas constantes fugas, mas creio enganar-me a mim mesma. digo que fujo porque não sou pássaro de gaiola e não suporto sentir-me domada. digo que fujo quando perco o controlo do que sinto. digo que fujo quando não consigo confiar. digo que fujo quando me sinto a mais ou quando não me sinto nada. digo que fujo porque sei que não faço falta. digo que fujo dos outros mas é tudo mentira, desculpem, nunca poderia ser verdade. é sempre sobre o mesmo, sobre o pânico, a insegurança, a eterna paranóia de que as pessoas se vão cansar de serem vistas com alguém anormal. a eterna dor de cada vez que alguém me pergunta se eu tenho namorado e eu dou por mim a crer que já o fazem para me torturar, para me relembrarem exatamente do porquê de estar sozinha. de ninguém querer uma gaja estranha. de ninguém gostar de alguém tão diferente. do embaraço que seria levarem-me pela mão. e então eu entendi que não há ninguém de quem eu goste menos do que de mim mesma e que é um absurdo culpá-los das minhas fugas - é de mim que eu fujo. ou, pelo menos, era de mim que eu queria fugir.]

4 days to go

Um misto de ansiedade e de medo enquanto vou dando largas ao motto go hard or go home. O mesmo do costume, portanto.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

do nó na garganta, da ansiedade, da carência e da confusão.

Um chá frio, um beijo quente e um abraço apertado. É só.

o dia em que me chateei

Ainda não percebi se deus não me curte muito ou se se esqueceu de mim, mas as pessoas passam a vida a dizer que os opostos atraem e o tipo ainda não fez questão de meter um rapazinho jeitoso e inteligente atrás de mim. Como se já não bastasse, acabei de ler o estado de um azeiteiro que diz que todos temos um lado estranho que, de vez em quando, encanta alguém - ora, eu sou a estranheza em pessoa, juro que a minha própria mãe diz que eu faço tudo ao contrário do resto das pessoas e nem descascar uma puta de uma banana eu consigo fazer como os restantes comuns mortais, mas nem assim encanto alguém.

É o que eu digo. Sou uma frigideira de fundo roto; não há testo para esta panela.

ocorreu-me

Gente que espeta fotos nas unhacas:

depois não se sentem culpadas por coçar o cu com a cara dos vossos mais queridos?

5 days to go

Um dia eu vou deixar de ser dessas pessoas que morrem antes de levar com a bala. Prometo.

domingo, 14 de dezembro de 2014

a ti que cheiras mal

Não é que eu goste particularmente de ti ou que tenhas a mínima importância mas, já que sei que perdes o teu tempo a ler os disparates que arroto aqui no antro, lembrei-me de que podia ser simpático da minha parte aproveitar para te dar os parabéns de uma forma mais original do que os teus amigos, grupo onde, aliás, eu não me enquadro porque, repito, não sou nem nunca vou ser tua amiga. Mas mereces que eu me dê a este trabalho por me aturares os constantes surtos psicóticos, por teres toda a paciência do mundo para os meus dramas absolutamente desinteressantes e, sobretudo, por ainda não me teres deixado fugir apesar de eu estar sempre a tentar bater-te com a porta na cara. 

Desejo-te uns 20 anos cheios de boas fodas, beijinhos na tosta e abraços apertados até te saltarem os olhos. E, claro, que sejas o próximo campeão. Pelo menos, aposto que tens treinado o suficiente. Um beijinho à esquimó!

esses dilemas

Não sei se estou chateada comigo própria por não me conseguir decidir entre reler o perks of being a wallflower ou o décimo círculo e então andar a ler os dois ao mesmo tempo e, ainda assim, estar mortinha para me lançar no paper towns, ou se estou contente por ter voltado a ser eu, esse ser perdido entre livros.

when i met you in the summer

6 meses depois,
ou como eu odeio ter tão boa memória.

tornar isto útil

Desde o início dos meus tempos de blogger que eu digo que encerro o tasco no dia em que der por mim a escrever sobre sapatos e vernizes, mas as coisas mudam e agora que eu virei uma gaja assumida acho que não custa nada ajudar.

Isto porque, há uns meses atrás, teria dado tudo por este conselho: se as vossas unhas são daquelas que parecem partir-se só com o passar do vento e ficam com um aspeto meio estranho, tipo escamado, como se tivessem unhas por baixo de unhas e o verniz fica bonito durante pouco mais do que umas horas até que lhe caia um bocadinho de unha, don't freak out porque não é o fim do mundo. 

Na carlos santos, julgo que por cerca de 4,50€, há um verniz de cálcio que soluciona o problema. Juro que notei diferenças desde a primeira aplicação e bastaram-me umas três para que as unhacas deixassem de se escamar. E pronto, nem digam que vão daqui.

sábado, 13 de dezembro de 2014

a vida dá muitas voltas

Mas eu prefiro mesmo quando a vida dá muitas vodkas porque, se é para me deixar tonta, ao menos que me deixe feliz - arre que não há cu que aguente este carrocel.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

direitinha para o inferno, sem espinhas

Não me bastava ter-me esbardalhado a rir quando li que me tinha enganado e em vez de ter escrito deixava-te dares-me um beijinho na testa escrevi deixava-te dares-me um beijinho na tosta, porque há sempre aquelas alminhas que levam a conversa para outros lados e isto ficou um bocado estranho. Não. Pior do que isso foi, ao ver-me ter um ataque de riso, um rapaz gago que estava comigo, se ter virado para mim e dito e se tivesses um ataque destes quando estivesses a ffffffffffffffffffffalar?, e eu juro que já nem me lembrava da última vez que tinha, literalmente, chorado a rir como hoje.

(e sim, foi mau, mas eu juro que por momentos achei mesmo que ele ia dizer foder!)

lil hurricane

Não é que eu algum dia tenha tido alguma fé na minha sanidade mental mas, se a tivesse, perdia-a agora - não sei muito bem para onde me virar e, na dúvida, apercebi-me de que há poucas coisas mais divertidas do que trocar completamente as voltas a alguém e nunca deixar que me entendam; já fiz isto antes e deu merda mas, sei lá, tem piada ver a reação das pessoas quando não sabem muito bem o que esperar de mim. Ou então isto são ataques de bipolaridade. Oremos.

ser eu é isto

Quase não toquei em comida o dia todo porque me esquecia de comer e, quando me lembrava, percebia que não tinha fome suficiente para isso - agora estou capaz de devorar o que me aparecer à frente. Sad lontra is sad.

breathe in, breathe out

Acho que preciso de dormir uma semana seguida.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

n'importe quoi

Eu sei que as coisas vão correr mal quando dou por mim a programar uma noite épica que começa com álcool e acaba no karaoke, com tendência para berrar a wuthering heights no meio de uma rua qualquer. Agora vou andar a pensar nisto até a dita noite chegar, enquanto dou graças a deus por me dar com gente tão louca quanto eu.

antigamente é que era bom

Não morro de amores por árvores de natal brancas, apesar de sempre se poder desculpar com a ideia da neve e tudo e tudo mas, ainda assim, parece-me meio exagerado e desnecessário - mas as árvores de natal roxas até me fazem saltar os olhos das órbitas. Qual é a ideia? Um pinheirinho espancado? Um pinheiro azarado que levou com uma lata de tinta em cima? Um pinheiro asfixiado?

Nada disto me faz muito sentido - chamem-me tacanha, vá lá. Passo a vida a querer abrir os horizontes às pessoas e depois sou a primeira a impor-me quando o assunto são árvores de natal roxas e toda uma panóplia de decorações que lembram tanto o natal quanto o o meu bikini azul - mas torna-se ridículo. Eu sei, eu sei que há gajas que saem à rua todo o ano armadas em árvores de natal da loja dos chineses, mas daí a partirem do princípio que esta época é uma boa desculpa para pendurarem borboletas prateadas num pinheiro roxo no canto da sala, já vai uma grande distância.

E então isto é cada vez mais sobre estilo, vaidade, decoração e, sobretudo, marketing, e menos sobre o amor e o quentinho da lareira rodeada pela família. O nascimento do menino nunca me disse absolutamente nada porque fiquei fodida por nem me terem convidado para ir comer bolo ao batizado, mas para mim o natal era um pinheiro bravo apanhado onde desse, trazido para casa e enfeitado de uma forma tão pirosa que metia dó mas, mesmo assim, sabia-me a natal, a conforto, a amor. Agora detesto o natal.

frustração

Uma vez tive uma ideia que me pareceu genial - apontei-a no pc, naquela de "isto dava um bom livro", e nunca se sabe se um dia não me apetecia mesmo escrevê-lo.

O pc foi formatado e a ideia foi com o caralho - por mais que tente, não me lembro da história. Okay. Acho que vale mesmo mais ir lavar sanitas.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

obrigada.

Por mais triste que isto seja, o ponto alto do meu dia - quiçá do meu fim de semana -, foi aquele em que uma amiga me disse «e quando estás tão bêbeda que parece que se passaram uns minutos e passaram-se horas?», e eu fiquei feliz ao recordar-me daquela noite em que eu me enfiei num cubículo da casa de banho porque era a única maneira de ninguém me impedir de mexer no telemóvel - mas a sério, eu prometo sempre a mim mesma que não o vou fazer e até já cheguei a deixá-lo na mala, no cabide, mas inventei uma desculpa e fui buscá-lo. trust me, acaba SEMPRE mal -, porque naquela noite em específico eu precisava de ter conversas profundas e atar as pontas soltas do passado numa língua estranha, misturada com código morse. Estava capaz de jurar que não tinham passado nem dois minutos e, de repente, duas amigas minhas quase arrombavam a porta porque eu estava lá metida há uma eternidade e já pensavam que me estava a dar uma coisinha má.

Hoje, pela primeira vez, alguém confessou que lhe acontece o mesmo. Eu ainda não tinha conseguido entender este fenómeno e já vi demasiados filmes para me sentir segura em relação a isto.

eu páro, juro

E então a menina foi para a ilha mais birge do que o azeite, mas entretanto prova e gosta. Começa a haver pinanço a toda a hora porque, palavras da própria, já que era tudo novo ela tinha de paticar mais - e então eu comecei logo a ver a cena toda; a gaja engravidava, princetown ia com o caralho, e ela ia acabar com oito monstrinhos de berço a arrotar a leite azedo enquanto ela fazia rissóis em casa para vender. Mas a vida sorri sempre a estas filhas da puta bonitas e então os espermatozóides tinham ido todos de férias para outra ilha.

chateei-me

Então o casalinho está mais de três meses preso numa ilha, tudo muito in love e pinanço everywhere, mas quando voltam a gaja é grande otária e mal fala com o rapazinho. O tipo amua um bocado e tal mas acaba por aparecer no baile, obviamente debaixo de uma chuvada enorme, e então o amor volta todo e ficam juntos para sempre, tão lindos que eles são, porque o amor tem destas coisas. Tá bem. 

Eu já me estava a preparar para ir procurar o gajo e oferecer-lhe metade da minha cama para ele chorar enroladinho, e afinal a puta ainda o quis, quando lhe apeteceu. Só eu não tive a mesma sorte.

e eu que me barbeio todos os dias

Agora que eu virei assumidamente gaja, queria que alguém me explicasse como que raio é que a gaja da lagoa azul está durante meses presa numa ilha e não começa a parecer-se com o chewbacca. Estas coisas chateiam-me!

sábado, 6 de dezembro de 2014

desculpem lá

As pessoas são todas uma merda - esta é a minha frase preferida e a minha teoria mais amplamente partilhada com o mundo em noites de bebedeira, mas nada disto lhe tira a veracidade. As pessoas são uma merda porque somos todos iguais; em algum momento das nossas vidas, há de aparecer alguém que nos diz que somos especiais por isto ou por aquilo, pela forma única como fazemos as coisas, mas é tudo absurdamente falso. Há sempre mais alguém que pensa como nós, que fala como nós, que faz como nós. Sempre. O que nos vai diferindo é o facto de sermos todos uma junção única de traços da personalidade de várias pessoas diferentes e, de vez em quando, essa mistura é tão improvável que acabamos por nos destacar e parecer especiais. Mas não o somos nem nunca o seremos na realidade e, se perdermos tempo a conhecer as pessoas como deve ser, vamos acabar por entender que, por mais que uns disfarcem melhor do que outros, somos todos uma merda. Somos todos a mesma merda.

a metade da laranja e a metade do limão

Divido-me entre aquela versão que sente a felicidade inerente a cada paixão e dou por mim a sorrir às pessoas na rua, com o ar tolo e apaixonado dos que sabem que fica sempre tudo bem, e aquela versão que se senta no comboio e sente as lágrimas a saltarem-lhe dos olhos quando sou assaltada pela recordação de outras viagens mais quentes, mais aconchegantes, de tempos em que eu nem sonhava que era feliz.

outros pormenores

Houve uma altura em que eu vivia na ilusão de que tinha uma definição certa para mim própria e que estava plenamente consciente de quem sou - mas descobri que não é bem assim, que não nos vamos tornando mais seguros do que somos com os anos e que crescer passa por aceitar que, na maior parte do tempo, não fazemos a mínima ideia de coisa nenhuma. 

Entendo agora que nunca sou a mesma coisa durante dois dias seguidos, que mudo de direção mais depressa do que o vento e outras vezes vou à boleia dele, porque preciso de me perder só para ter o gostinho de me encontrar outra vez. E também não tenho uma explicação lógica e racional para cada uma das minhas decisões - sou exageradamente impulsiva e medianamente louca. Nos escassos momentos em que tenho juízo, percebo que tem tudo muito mais piada quando se perde a cabeça. Mas juro, juro, que não sei a quantas ando nem para onde vou; divido-me em duas, ou em mais, mostro o meu ponto de vista conturbado e esquisito, deixo que o mundo entenda que não vale a pena perderem tempo a tentar entender-me porque eu não faço sentido nenhum. E há dias em que me sinto sozinha dentro das minhas escolhas absurdas, mas há outros em que não trocava de lugar por dinheiro nenhum deste mundo. 

Entendem o problema? É que eu desligo-me das pessoas, fujo-lhes, porque nunca estou bem em lado nenhum. Sinto que lhes falta alguma coisa, que estão incompletas, mas não sei o que lhes falta nem como as completar - e então fujo-lhes, cobarde e inflexível, incapaz de me domar ao ponto de encaixarmos mais ou menos porque quero tudo por inteiro. Mas no dia a seguir já lhes sinto a falta e bate-me à porta a ideia de que é tarde demais. O meu problema é isto: preciso de experimentar para saber se gosto, se quero, se vale a pena, ignorando o facto de haver coisas que não voltam depois de as termos descartado uma vez. Já não sei o que fazer comigo mesma porque nem eu sei o que quero. Então e agora? Perdi-me outra vez.

isto e aquilo

Por estes dias, cheguei a duas conclusões diferentes: a primeira é a de que estou cada vez mais desprendida do cinderela porque mal me restam forças para me meter a escrever. A segunda é a de que, quando estou doente, fico com um nível de carência bastante acima do recomendável.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

um ano depois

Foi há precisamente um ano que eu me tornei, oficialmente, mais um perigo na estrada - o que, trocado por miúdos, significa que de hoje a um ano* já posso gritar DOBBY HAS NO MASTER, DOBBY IS A FREE ELF! mas, por enquanto, continuo naquela da cartinha provisório. Ai bida bida.

* pronto, shame on me, enganei-me. afinal são mais dois anos mas o que importa é que o primeiro já passou.

bmth

What doesn't destroy you leaves you broken instead.
Got a hole in my soul growing deeper and deeper and i can't take one more moment of this silence.
The loneliness is haunting me and the weight of the world's getting harder to hold up.

juro pá

Estamos no início de dezembro, eu tenho um milhão de coisas para fazer e já mal sei ao certo o que é dormir mas, ainda assim, já não páro de pensar em todas as festas onde tenciono ir desfilar o fat ass all night long. Ahhh, o quanto eu preciso de beber dançar até cair, caralho!

cheidanerbos

Pensem o que quiserem, mas as pessoas que fazem de tudo para me agradar são coisa para me irritar um bocado - tipo o gajo a quem eu tive a infeliz ideia de dizer que adorava ler e, ainda mais infeliz ainda, comentar que ele tinha subido mil pontos na minha consideração só por também gostar - agora, passa a vida a vir perguntar-me se já li este e aquele livro e a oferecer-se para me emprestar a biblioteca toda que tem lá por casa, um a um, assim como quem não quer a coisa. 

Para piorar a coisa, descobriu que eu também tenho a mania das músicas da pesada e então mete-se a ouvir música com fones, no máximo, ao pé de mim, de forma a que eu ouça e lhe elogie os gostos. E então oferece-se para me sacar filmes e discografias completas de bandas de que eu nem gosto por aí além. Eu mereço isto?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

angústia.

O arrependimento é um fio contínuo - depois de se lhe puxar por uma ponta, vêm à baila mil e um acontecimentos menores que nos dilaceram por dentro; damos por nós a lamentar uma discussão desnecessária, um pormenor não revelado, um abraço que se perdeu, um beijo que não foi dado e, sobretudo, o dia em que apanhámos o comboio que devíamos ter perdido. Perdemos tempo por pensarmos que o teríamos e no final das contas, perdemos tudo e não há volta a dar.

É o que eu digo - o arrependimento é um fio contínuo que, de vez em quando, se enrola ao nosso pescoço e nos sufoca.

voltar a mim

De repente, recuei quatro anos e dei por mim a arranjar desculpas para me afastar de alguém que até me estava a fazer bem porque, oh hell, não preciso e não quero apegar-me a mais ninguém, de forma nenhuma, por razão nenhuma. Da maneira que as coisas estão, acho que tenho a minha conta até, sei lá, 2918. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

mudasti

Queria extrair cada momento em que sabia que ele tinha ficado tão zangado que a odiava. Desejava que todas as suas recordações fossem dos bons tempos, mas os maus momentos continuavam a regressar para a assombrar. Tinham sido uma perda de tempo tão grande.
E ninguém lhes disse que tinham pouco tempo.

Cecelia Ahern,
ps: eu amo-te

oh deus

Uma das lições mais importantes da minha vida mas que eu teimo em não aprender é a de que tudo, rigorosamente tudo, tem como piorar. Ora, a juntar à minha má disposição provocada pela vontade de bater insistentemente com a cabeça na parede e depois atirar-me ao mar enquanto espeto um objeto pontiagudo na carótida, juntou-se um vírus qualquer. Boa. Muito boa.

isto sou eu perturbadíssima

Sempre me fez uma certa confusão aquela velha mania, comum a quase todas as gerações, de, sempre que alguém tem um menino e uma menina, dizer tens um casalinhooo! Talvez isto seja a minha mente maldosa a dar de si, mas parece-me sempre uma promoção barata e doentia ao incesto - como assim, são um casalinho? Há qualquer coisa nisto que me soa estupidamente errado. 

Estão a imaginar o que é que seria se gémeos falsos, vulgo, um casalinho do mais puro e antigo que há, decidissem escrever nos seus votos de casamento qualquer merda tipo desde o útero que sou completamente louco por ti? Ou, pior ainda, se fossem mais longe e dissessem lembro-me de que foi ainda na uretra do pai, enquanto corríamos a toda a velocidade, que eu olhei para ti e percebi que eras o tal. Soa mal, pois tá claro!

domingo, 30 de novembro de 2014

milher, sinto-me uma gaja!

Eu comecei a sentir que estava a mudar drasticamente no momento em que meti na cabeça que queria comprar um vestido - e quero, mas ainda não encontrei nenhum que me fizesse sentir a rainha da noite. Depois disso, as coisas continuaram a piorar e começo a ter a sensação de que vendi a alma ao diabo a preço de saldos; como se não me bastasse a história do vestido, apaixonei-me por umas botas daquelas que parece que uma gaja já leva um degrau de casa e ainda me convenci de que quero fazer unhas de gel.

Das duas uma: quando o cenário estiver todo montado, ou me sinto a maió gata ou a belle dominique. Não sei porquê, mas aposto na última.

carta a quem nada digo

Vivia na ilusão de que o mais difícil era passar semanas sem notícias tuas, mas esta é só a prova mais pura da minha inocência - o mais difícil é, de longe, saber de ti todos os dias. Especialmente agora, num desses momentos em que a vida te pregou uma partida e estás a sofrer, talvez mais do que nunca. E eu lamento tanto, mas tanto, não poder estar ao pé de ti, que tenho feito os possíveis para manter a minha presença certa, ainda que silenciosa e anónima, na tua vida, de forma a ir ajudando sem que nunca chegues a saber que era eu que estava por trás do que te tem chegado a casa, como um pequeno mimo que se dá aos que mais gostamos. Mas isto está a dar cabo de mim.

Se me pudesses ouvir agora, dir-te-ia que não ligasses a quem te diz que tens de seguir em frente. Tens, mas também tens todo o direito de fazer o teu luto como bem te apetecer, até estares preparado para voltar ao mundo dos vivos. Precisas de te dar a esse luxo até aprenderes a viver com essa dor miudínha que nunca mais te vai abandonar e vai aproveitar para se instalar sempre que estiveres distraído - é por isso que precisas desta pausa e não deixes que te proíbam de a fazer. Mas tu não podes nem queres ouvir-me, e estás no teu direito.

Não sou um número no teu telemóvel a juntar-se às chamadas que não atendeste nem às mensagens que não leste - como disse, mantive-me quieta, silenciosa, distante, apesar de me estar a magoar saber de ti a toda a hora, saber o que te aconteceu, saber como aconteceu. Saber do teu estado. Fui sofrendo contigo,e por ti, como se esta dor também me pertencesse. Como se as nossas vidas ainda se cruzassem em vez de eu estar a assistir ao desenrolar da tua vida num lugar privilegiado da plateia mas, ainda assim, num lugar que tu nunca vês.

E com isto acrescem-se as saudades e a dúvida - se eu tivesse dito que sim poderia, neste momento, estar sentada ao teu lado? Provavelmente sim, provavelmente não. Talvez isto não seja mais do que aquela velha mania, intrínseca às mulheres, de tentarem convencer-se de que tinham o poder de mudar tudo. Mas talvez eu nunca tenha podido nada, sei lá.

Sei que isto está a matar-me aos bocadinhos, meu amor, e eu sou demasiado nova para morrer por quem nem se lembra de mim. Também sei que despedidas comigo nunca funcionam porque eu acabo sempre por encontrar um qualquer motivo para voltar atrás - mas hoje estou particularmente cansada de me manter nesta posição ingrata enquanto, provavelmente, outras estarão na ribalta ao teu lado, mais indiferentes, menos apaixonadas. Menos entregues a ti e ao teu mundo mas, mesmo assim, mais perto. E eu que demorei meses para entender a dimensão do que sentia, fico aqui, condenada a não te ser mais nada do que a memória distante de algo que podia ter resultado mas eu fiz com que se perdesse. Mas já é tarde para o lamentar e mais tarde ainda para esperar ainda te fazer falta - por mais que me custe admiti-lo, estás melhor sem mim. E hoje não me apetece ser triste. Amanhã talvez eu volte a investir em mais uma tentativa falhada como um barco que, levado pela maré, continua a embater nas rochas até se destruir de vez, mas hoje eu quero parar e quero aprender a ser feliz longe de ti. Hoje não.

orgasmos cerebrais múltiplos

Na semana passada, deparei-me com uma feira no centro de coimbra que, entre outras coisas, estava cheia de livros - uns novos, outros quase novos, outros a apodrecer de tão velhos. Por mania, estes últimos são, de longe, os meus preferidos, e então saí de lá com a queda de um anjo, do camilo castelo branco, e o l'etranger, do camus, feliz da minha vida.

Aquilo de que eu só me dei conta ontem foi que o l'etranger, em francês, está cheio de frases sublinhadas e notas escritas na margem... em inglês. E isto pode parecer só mais um dos meus vícios estranhos mas eu juro que há poucas coisas de que eu goste mais do que encontrar frases sublinhadas em livros que compro ou requisito; pois então que isto é amor do mais puro. Depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias, este é o expoente máximo da minha felicidade.

sábado, 29 de novembro de 2014

deu para rir

Com o tempo que demoras a responder, às vezes nem sei se mandei mensagem ou uma carta.

Parece que ando mesmo a leste de tudo, shame on me.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

e fodem tudo

Sempre disse que os ciúmes sabem mais do que a verdade.

Gabriel García Márquez,
memória das minhas putas tristes

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

muito isto

Descobri que a minha obsessão de que cada coisa estivesse no seu lugar, cada assunto no seu tempo, cada palavra no seu estilo, não era o prémio merecido de uma mente ordenada mas, pelo contrário, um sistema completo de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza.

Gabriel García Márquez,
memória das minhas putas tristes 

começar melhor o dia

Estava no café, de manhã, quando ouvi aquela notícia do homem que matou a mulher e a levou de carro até à roménia. Nisto, um homenzito que estava ao balcão comenta:

- se calhar nunca tinha ido de férias com ela em vida...

Ri-me mais do que me orgulharia de admitir - é assim mesmo! É de humores destes que eu gosto.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

do que vocês não sabem

A querida da R*, inocente que só ela, quis poluir o blog com as minhas palavras e entrevistou-me. Pronto, achei que deviam saber.

(e obrigada, mais uma vez!)

outras teorias

meio nonsense

Esta pode parecer uma observação absurda, digna de quem não tem mais nada que fazer da vida, mas sempre me surpreendeu a quantidade de pombas que se passeiam pela estação de coimbra com defeitos nas patas, umas com "dedos" (é correto dizer-se que elas têm dedos?) a menos, outras com uma pata que deve ter ficado algures na segunda guerra mundial. Quer dizer, como é que, podendo voar, elas se deixavam magoar àquele ponto?

Entretanto apercebi-me de que nós, humanos mais ou menos humanos de vez em quando, sofremos exatamente do mesmo mal - mesmo quando temos um milhão de maneiras diferentes de fugir, deixamos que nos firam de morte, que nos deixem marcas para toda a vida, só por orgulho. Só por teimosia. Só para um dia podermos dizer - eu estive lá e fui até ao fim. Tentei até um filho da puta me ter rebentado os colhões

E estamos todos felizes porque fomos estúpidos mas agora temos marcas de guerra, porque fomos ao tapete e acreditámos que aquela merda era como nos filmes e se ia meter a voar, mas nunca desanimámos e voltamos a atirar-nos ao chão quantas vezes forem precisas. Tipo pombas. Mas elas  acho que só se metem nestas pela adrenalina - façam-se pernas de pau e deixemos a vida correr.

gajos

Estava uma lontra a passear o fat ass pelo melhor sítio do mundo quando recebe uma mensagem de uma das novas chagas - a típica conversa da treta, do blá blá blá tudo bem? o que fazes?, e eu com pouca paciência para falar fosse com quem fosse quando ele se sai com um a minha vida está uma merda. Perguntei-lhe porquê. Começa a dizer que não me quer chatear - insisto, mas ele continua com as mesmas merdas.
Amigo, se não me querias incomodar, pura e simplesmente não mandavas mensagem. Agora que já chateaste, podes sempre ir até ao fim. E foi assim que ele se passou comigo e eu com ele mas, gráçádeu, ao menos chateado ele fica calado. 

(isto é da mesma edição do o que tu queres sei eu mas daqui vais mal servido.)

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

cutest hoodie ever

Comprei uma camisola fofinha e quentinha com o brasão de hogwarts e estou mais apaixonada por ela do que por qualquer outra das compras que fiz. É tão linda e tão eu, geez.

outras dúvidas pertinentes

Então o ébola cura-se a cantar?

no me gusta

Não gosto do natal. Gosto do espírito que o antecede, das montras enfeitadas, dos putos a tirar fotos com o pai natal, das tardes frias em que desço a rua com o bando atrás e já há luzinhas em todo o lado, das músicas dos centros comerciais apinhados de gente à procura da melhor prenda para os que lhe são queridos, da expectativa do amigo secreto e dos presentes que lá mais para a frente hão de ser trocados às cegas, numa altura em que todos estamos mais unidos do que nunca porque, por mais que não gostemos uns dos outros no resto do ano, é natal. E eu não gosto do natal porque, na noite propriamente dita, lembro-me de que já não sou uma miúda ansiosa pela meia noite, de que já não espero o melhor brinquedo, de que já não vamos estar todos à volta da mesa para o celebrar - uns por obra do acaso, outros pelas artimanhas da vida, mas já nos despedaçámos um bocadinho, já não somos completos, e por mais que ame de morte os que me sobram já não me basta para ainda me conseguir sentir de coração aconchegado. E é por isto que não gosto do natal.

questões de uma vida

Porque é que adormecemos sempre de boca aberta nos comboios? E, sobretudo, porque é que é sempre nessas sestas curtas que temos de sonhar com criaturas que não interessam nem ao menino jesus?

domingo, 23 de novembro de 2014

i'mma burn in hell

Houve uma altura, em tempos remotos, em que eu usava muito o whatsapp, mas depois deixei de lá ir e até me esqueci de que lá tinha uma foto minha - até hoje. Saído não sei muito bem de que filme de terror, um dos meus contactos reparou que eu usava a aplicação e decidiu iniciar conversa, ignorando o facto de eu só receber as notificações por acidente quando ligo a net por qualquer motivo.

E então ele disse que gostava da minha foto onde, só por acaso, eu tenho um dos olhos direito e o outro está assim a modes que virado para dentro - apenas um dos meus muitos talentos. Depois ele decidiu enviar-me uma foto dele onde, durante uns escassos minutos, eu pensei que ele estivesse a imitar a minha proeza. Entretanto lembrei-me de que não está a gozar; ele é mesmo estrábico.

tão fofinhos, tão lindinhos

Sempre que vejo imagens destas, sinto uma vontade louca de me tornar vegetariana. Depois lembro-me do quanto gosto de carne e não, não é para mim.

sábado, 22 de novembro de 2014

notícias da cinderela

Tenho um milhão de histórias para contar e um texto bonitinho alinhado na cabeça, mas não me restam forças para escrever - tem sido assim quase todos os dias, entendem o drama? Mas eu estou a tentar não matar o cinderela. Juro que estou.

sobre mim

ela passa a vida a espancar-me. já sabia que o amor doía mas não pensei que fosse tanto! ela ainda não percebeu que aquilo do «quanto mais me bates, mais eu gosto de ti» é a sério.

Não dá para não me rir.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

bons motivos para não vos escrever

É este o meu estado neste momento:


E ainda tenho um milhão de coisas para fazer. 

ser eu

No tempo em que o tempo era coisa que não me faltava, entrava na biblioteca e passava meia hora a passear-me entre as estantes sem conseguir encontrar nada que me deixasse a ter orgasmos cerebrais múltiplos - mas hoje tinha prometido a mim mesma que me ia comportar e que me ia limitar a renovar a requisição das intermitências da morte porque não tenho vida para devorar não sei quantos livros em quinze dias. Pois sim. 

Para onde quer que eu olhasse, tinha aquela sensação de oh-meu-deus-eu-preciso-de-ler-isto, e acabei por voltar para casa com, não um, mas quatro livros. Para variar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

na corrida pela melhor pneumonia

Fiquei chateada - nem a legionela quis nada comigo. Quanto às pessoas eu já me habituei, mas não contava com esta reação - tratam-me como se eu fosse um vírus qualquer e ainda não foi desta que me levaram para a cama. Claro que uma pessoa se chateia!

Por pura inveja, quis tratar de arranjar uma pneumonia por conta própria - vai de apanhar uma molha até aos ossos, vai de entrar num comboio quentinho quentinho, vai de sair para este gelo outra vez. E então entra-se no carro e mete-se a sofagem no máximo, quentinha quentinha, para depois voltar para a rua.

Ah pá, estou ou não estou no bom caminho?

se calhar é disto

There's still a little bit of your taste in my mouth

There's still a little bit of you laced with my doubt

It's still a little hard to say what's going on


There's still a little bit of your ghost your witness

There's still a little bit of your face I haven't kissed

You step a little closer each day

Still I can't see what's going on

terça-feira, 18 de novembro de 2014

só por ser chato

Volto a dizer - não sei como é que algum dia a vida de solteira me pode ter parecido má. Há sempre quem esteja disposto a pagar cafés, almoços, lanches - e que, na pura da loucura, cometa o erro de se meter a dar-me comida na boca.

Eu sou uma lontra, gente. Ficou sem metade do folhado que foi um instante.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

crónicas do mau feitio

Não liguem a quem vos diz que se vos derem uma lambada vocês devem oferecer a o outro lado da face para darem também - isso é teoria de gente conas. Se vos derem uma lambada, não olhem a meios: dêem com uma cadeira na cabeça do filho da puta.

No final do dia, talvez tenham menos amigos mas de certeza que estarão mais felizes.

sábado, 15 de novembro de 2014

a cinderela fora daqui

O bando no café quando começa a passar um videoclip da beyoncé e começamos a comentar que ela tem um vozeirão que mete raiva, daquela raiva causada pela inveja desmedida, e eu lembro-me de dizer:

- é engraçado porque dizem que ela pessoalmente é super tímida e fofinha e tudo e tudo. depois chega ao palco e solta-se.

Instala-se o silêncio até que alguém interrompe.

- se tu já és assim aqui, tenho medo de te imaginar a soltares-te em cima de um palco como ela.

Não compreendo tais afirmações. Logo eu que sou tão calminha.

let the game begin

Estão a passar por um período de insanidade temporária e querem deixar duas velhas traumatizadas? Eu descobri uma boa maneira de o fazer. O primeiro fator a ter em consideração é o vosso sexo - convém que sejam gajas porque, se assim não for, elas vão só achar estranho. Depois, só precisam de ir com o vosso bando todo atrás e, quando estiverem perto delas, comentar no tom mais sério e sentido que conseguirem nunca vos contei isto mas... eu tenho lepra. já me caiu a pila e tudo. e observar os resultados.

Isto não faz sentido nenhum mas as caras delas vão ficar para sempre na minha memória. Acho que agradeço a deus todos os dias por ser completamente louca.

depois ando aqui eu

Eu gosto muito de gajos, que gosto, mas tenho uma lesbian crush por esta gaja que valha-me nossa senhora. Ela é tão bonitinha e tão cheia de talento, credo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

not a big deal

Sempre gostava de entender qual é o problema de olhar para o lado. Tenho a certeza de que também olharia, se fosse um gajo - afinal, nós também olhamos para as mamas umas das outras. Não me fodam pá.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

diz que cresci mais numa semana do que em 9 anos

Todos temos uma história para contar - e, de vez em quando, a nossa parece pequenina De vez em quando, a nossa é apenas uma gota no meio de um oceano de mágoas que não nos pertencem; pode parecer deprimente tentar juntá-las, mas não é. Na realidade, faz-nos crescer. O truque é saber que elas estão lá mas não jogar ao típico jogo português do eu sou mais infeliz do que tu.

Já todos passámos um mau bocado, já todos temos uma história para contar - mas não a contamos. Não estamos a competir pelo pódio da infelicidade. O que nós queremos agora é ser felizes.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

é isso

Enervam-me as pessoas que fazem de conta que gostam de toda a gente - depois aparece alguém do contra, tipo eu, que não tem medo de dizer o que acha e fica tudo a olhar com ar de quem contempla um monumento e ai jesus que esta miúda não tem papas na língua. Pois não, meus amigos, pois não. Não vim ao mundo para ficar escondida na sombra a sorrir e a acenar.

Depois vem o outro dizer-me que sou louca - também é verdade, mas antes louca do que chata como ele. Quando dei por mim, já o tinha dito em voz alta e é por isto que eu não tenho amigos.

sinto-me realizada

Não sei ao certo porquê mas, contrariamente a outras alturas frias em que eu como este mundo e o outro para garantir que mantenho a minha espessa camada de gordura de forma a poder andar de bikini na antártida, perdi a fome. Mais do que perder a fome, perdi a vontade de comer - e isto é tão estranho que já me sinto menos grávida e tudo. Agora pareço estar só no oitavo mês de gestação de trigémeos. 

ups

Há uma tendência geral para criticar as gajas que empinam o cu e as mamas para as fotos, mas nunca vi ninguém a queixar-se dos gajos que deixam a real pila a implorar por um bocado de ar em evidência. 

Vi uma foto de um gajo com um amontoado na zona da genitália capaz de cegar alguém e fiquei a rezar baixinho para que aquilo fosse apenas um molho de chaves de, sei lá, umas trinta e duas casas diferentes. Em caso contrário, é caso para dizer... rip vagina.

domingo, 9 de novembro de 2014

assim num bais lá

Sou de extremos - não há cá quases para ninguém, o típico nem fode nem sai de cima não me serve. Portanto, isto funciona assim: ou tendo para cabrões que acabam por voar porque uma pessoa não tem vontade de ser só a presidente do fan club, ou para conas que acabam por voar porque nunca saber qual de nós vai ter o período me põe louca.

Mas agora descobri outros extremos - vou daquele ponto em que ninguém me liga nenhuma àquele em que me chego a sentir a sufocar com tantas mensagens e coisinhas e elogios e o diabo a quatro, em apenas um par de horas. Começo a sentir-me um pronto socorro para desesperados.

crises de identidade

A minha mãe passa a vida a dizer que quando deus faz uma panela, faz sempre um testo para ela.
Foi assim que eu percebi que sou uma frigideira. Daquelas com o fundo roto e já sem salvação.

sábado, 8 de novembro de 2014

as coisas que eu não vos conto

Não é que eu me esteja a queixar da minha vida ou assim porque, posso jurar, lá chata é que ela não é - mas eu sou o tipo de criatura a quem acontece tudo e mais alguma coisa. Acontece o que pode acontecer e o que não pode também; com isto tudo só agora é que me dei conta de que tinha escrito aqui a minha teoria sobre nunca se saber realmente qual e quando é a nossa última oportunidade a menos de 24h de ter motivos de sobra para pensar assim. 

Se não me desenrascar com uma carreira de stripper, transformo-me na próxima mambo-fêmea.

sintonias

As religiões, todas elas, por mais voltas que lhes dermos, não têm outra justificação para existir que não seja a morte, precisam dela como do pão para a boca. (...) Tem razão, senhor filósofo, é para isso mesmo que nós existimos, para que as pessoas levem toda a vida com o medo pendurado ao pescoço e, chegada a sua hora, acolham a morte como uma libertação, O paraíso, Paraíso ou inferno, ou coisa nenhuma, o que se passe depois da morte importa-nos muito menos que o que geralmente se crê, a religião, senhor filósofo, é um assunto da terra e não tem nada a ver com o céu, Não foi o que nos habituaram a ouvir, Algo teríamos de dizer para tornar atrativa a mercadoria (...)

José Saramago,
as intermitências da morte 

(isto é só para dizer que, tal como ali o amigo saramago, eu também acho que as religiões servem para pouco mais do que impedir as pessoas de viver como querem. ou, citando-o, para as fazer viver com o medo pendurado ao pescoço. é só.)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

não me morras, cinderela!

Vontade de escrever não me falta, mas falta-me assunto. E paciência? E tempo? Estou cansada pra caralho. Ah pá. Gosto muito de vocês na mesma, mesmo durante mais uma das minhas crises. Enfim.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

relaxa que tudo se encaixa

Ouçam o que eu vos digo, ou leiam o que eu vos escrevo: não vale a pena stressar. As coisas acabam por ser sempre o oposto do que se espera e nem sempre isso é mau - ah, mas está tudo a ir para direita? Então o mundo guina e vocês caem para a esquerda. Em queda livre.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

primeira lei de ernesto-murphy, com as devidas alterações

Tudo o que puder acontecer, acontece. E se não puder acontecer, acontece na mesma só por causa das tosses; pelo menos comigo. Juro-vos, o mundo é um sítio estranho e a minha vida é um lugar assustador; eu até vos contava, mas vocês não têm nada a ver com isso e não me apetece contar a minha história a partir dos primórdios da minha existência.

Só é importante salientar que hoje vivi um desses momentos em que nos sugam o ar todo dos pulmões em três nanossegundos e depois, quando damos por nós, estamos a viver uma espécie de realidade alternativa que não faz sentido nenhum. Por outras palavras, aconteceu a última coisa que eu algum dia poderia prever - mas está tudo bem, é na boa. 

Agitou as águas e é o que se quer. 

é noite de arraial lá em cima

O são pedro ligou as psicadélicas e está a fazer os testes de som. Ahhh, vidinha boa.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

cinderela aconselha

No seguimento do post anterior, tenho a dizer aos gajos que por aqui andam que nunca é seguro revelarem por completo a uma gaja o que é que vos deixa loucos por ela - eventualmente, ela vai mesmo enlouquecer-vos. Just for fun.

podia fazer uma lista de acasos que mudaram tudo

Cheguei à brilhante conclusão de que não vale a pena chatear-me muito com a ideia de que perdi a minha última oportunidade; nunca se sabe. A vida troca-nos as voltas e o acaso é um gajo mal fodido que, de vez em quando, gosta de nos tramar - eu que o diga.

Vocês acham que perderam alguém para sempre e, de repente, ela está à vossa frente na fila da caixa do supermercado (Guia para gajos: ficam a olhar-lhe para o cu e a perguntar-se como que raio não perseguiram até ao quinto dos infernos a dona daquela peida divina, mas entretanto ela vira-se e vocês sorriem-lhe, começam a patinar e falam demasiado, elogiam-lhe os lindos olhos, ah, as saudades que sentiram delas, perdão, deles, enquanto passam por envergonhados ao baixar um bocadinho, só um bocadinho, o olhar; perfeito. Continuam a parecer rijinhas e boas, mas se calhar é um bocado mau apalparem em público assim à papo seco, tantos anos depois, só para confirmar se o material continua em condições; voltem a falar dos olhos ou do sorriso, e muita calma nessa hora. Tudo se arranja, também chegará o tempo das mamas.). 

Voltando à parte séria da questão, é certo que ter-se dado a coincidência de irem comprar pão e papel higiénico ao mesmo sítio e à mesma hora não é, de todo, sinónimo de que vão casar e ter oito filhos ou coisa que o valha. Não significa sequer que conseguirão ir além da conversa da treta do então, como tens andado? Tenho andado com as pernas, paspalho, mas isso já é a gosto. O que estou a tentar dizer-vos é que só podem concluir quais foram as vossas últimas oportunidades quanto a este ou aquele assunto uns trinta segundos antes de darem o peido mestre; até lá, o tempo está a contar e, repito, nunca se sabe o que pode acontecer.

ri-me demasiado

Voltando aos pandas. A única razão por que são raros deve-se à relutância em reproduzir-se. Não gostam de fornicar. São finos. Para mais, com aqueles olhos e aquele pêlo fofinho, deve ser muito bom fazer amor com um panda. Mas fazem-se esquisitos. Se calhar são vaidosos. Ou então sentem-se gordos. Se calhar, reproduziam-se mais se as pessoas lhes fornecessem t-shirts para esconder a barriga. Como é que engordam tanto se só comem raminhos de bambu? De qualquer maneira, é gorduchos que ficam bem.

Miguel Esteves Cardoso,
a vida inteira

é

Isto sim é uma mulher - que não sabe o que faz, mas não deixa de fazê-lo só por causa disso.
É preciso desprezar muito a vida para desperdiçá-la sem ser por prazer. Mas é assim que merece ser tratada.
Miguel Esteves Cardoso,
a vida inteira

dá vontade de transcrever tudo

As mulheres não podem sentir-se culpadas. Não aguentam. Acabam sempre por culpar-nos da culpa delas. Sabe-se lá porquê. A culpa é um grande conforto, sobretudo quando se envelhece. Dá uma sensação de autoria. Cria a ilusão de algum poder sobre a vida: «ai, se eu não tivesse... tudo seria hoje diferente...».

Miguel Esteves Cardoso,
a vida inteira 

(de alguma forma, eu tenho o dom de escolher para ler um livro que descreva a minha situação no momento. deve ser uma maneira de suicídio lento.)

domingo, 2 de novembro de 2014

só isto

Sobre o fator x tenho duas declarações a fazer:

em primeiro lugar, não entendo quem é que mete um puto de 12 anos a ocupar o lugar de alguém que já não vá mudar de voz daqui a um ou dois anos, além de que o puto, por muito fofo que seja, desafina por todos os lados;

em segundo lugar, tenho uma lesbian crush por aquela isabela, jesus credo, salvem-me a moça que eu quero pedi-la em casamento em direto.

gajos

Demora mais de uma hora para responder à mensagem e é na paz - depois eu estou ocupada, nem olho para o telemóvel e quando dou por ela já tenho três mensagens da criatura, carregadas de impaciência, a perguntar porque é que não respondo. 

essa última oportunidade

O passado é um particípio. Um recurso. Uma espécie de cobardia. Mesmo que só se tenha um dia para viver. Um dia para uma alma, é uma vida. A última oportunidade é sempre a melhor - até do nosso ponto de vista.

Miguel Esteves Cardoso,
a vida inteira

desalmada

Que erro é lembrar. Então os bons tempos, que só fazem mal. Sabiam que a memória é apenas um recurso? Quando falha a corrente contínua da alma, arranca o gerador antigo. Mas as pessoas menos dadas à alma, mais desconfiadas do presente, estão sempre a dar à manivela.

Miguel Esteves Cardoso,
a vida inteira

cinderela aconselha

Gosto quando os bêbados dizem disparates e, logo a seguir, pedem desculpa e acrescentam «é o álcool a falar». O amor está sempre a falar por mim.

Miguel Esteves Cardoso, 
a vida inteira

Se quiserem manter alguma dignidade, nunca deixem que os dois se juntem; álcool e amor a falarem por vocês em uníssono não tem muito por onde correr bem. Olhem que quem vos avisa, vosso amigo é.

sábado, 1 de novembro de 2014

o toque divino

Escusam de estar já a comemorar esta minha curta ausência e a associá-la a todos os possíveis desastres de uma saída à noite porque está tudo benzinho graças a deus - não quinei. Mas vi a luz.

Estava a dançar ou, pelo menos, a sacudir o corpo ao ritmo frenético da música, já naquela altura em que uma pessoa nem sabe se é tarde ou cedo porque, bem, assim como assim já é manhã mas ainda ninguém se deitou, e o chão parece estar a gozar connosco à força toda e cenas que tais; fechei os olhos e continuei a dançar como se amasse dubstep da raiz do coração desde o útero, quando me apercebi de algo brilhante. Muito brilhante. Fiquei chateada; tinha pago tanto para entrar e quinei antes da festa acabar. 

Depois lembrei-me de que podia ser boa ideia abrir os olhos; afinal era só o gajo que estava a filmar (ou a tirar fotos?) e a máquina tinha um círculo brilhante enorme e estava a menos de um metro da minha tromba. Pois. Perfeito.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

vamo qui vamo

Ninja kore e más ideias - que a noite fique tão para a história quanto eu acho que vai ficar, ámen.
Até amanhã!



(eeewn, sim, é mesmo nessa do se tudo correr bem, hoje vai dar merda)

you-know-who

Há pessoas que nos inspiram. 
Por exemplo, de cada vez que olho para o cabelo de uma gaja, que conheço há uns bons anos, lembro-me de que, se não quero ficar com palha de aço na pinha como ela, convém que deixe de fazer cara feia ao creme hidratante para a gadelha e que comece a comportar-me como uma menina. 

a rebolta do ernesto

Não sei o que me irrita mais: se perguntarem-me se eu pinto o cabelo quando, claramente, a minha cor nunca poderia ser natural, se perguntarem-me porquê. A resposta é óbvia: porque posso. E porque quero.

Estou cheia de gente igual, cheia de gente que usa o mesmo corte de cabelo durante anos e anos, que lhe falam em pintar e credo q'horror que estraga, que é feio, que vaidade é pecado. Gente que ainda usa roupa de 1839 porque, enfim, mal se nota que as traças a comeram e com este cheiro a naftalina uma pessoa até poupa no perfume. Gente para quem o mundo ou é preto ou é branco e que nunca percebeu a felicidade dos diversos tons de cinzento - gente chata, pronto. Estou cansada dos iguais, dos dias iguais, dos que não querem ser diferentes. 

Eu já nasci diferente e tenho passado a minha vida toda a tentar habituar-me a isso - mas nunca tentei ser igual. Se vou ser diferente de qualquer maneira, quero destacar-me como bem me apetecer. Por isso, meus amigos, habituem-se: se não tenho por onde fugir ao rebanho, pelo menos faço questão de ser a ovelha negra.

por ser halloween

Como é: hoje as bruxas deixam de andar vestidas à paisana ou mantêm o traje para ninguém desconfiar?

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

só mais uma

Mas a sério, como é que vocês saem à noite com os beiços pintados de vermelho e não chegam a casa com baton na testa? 

(pronto, a resposta a esta é simples: nem toda a gente sai para dançar feita louca. há algumas que vão só para desfilar, pssss.)

quase bom

Houve uma altura da minha vida em que eu achei que era realmente chato ser uma forever alone que vai acabar com um bigode de meter respeito a qualquer macho e a viver numa casa com trinta e dois gatos; depois percebi que, assim como assim, tem as suas vantagens.

Solteira e boa menina, livre que nem um passarinho, há sempre quem esteja disponível para me convidar para almoços, festanças e cenas que tais, quem me pague bebidas, quem me pague o lanche. Não tenho por onde me queixar.

mentira, tenho sim. trocava isto tudo pelo moço na santa paz de nosso senhor, mas shiuuu. isso não se diz a ninguém.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ALELUIA!

(toda uma vida inspirada no motto go hard or go home, ou sobre como eu aprendi a lutar por aquilo que quero com unhas e dentes. posso não conseguir? posso ficar ainda pior? epá, posso. posso mas só descubro se me atirar de cabeça.

e é esse o plano. shhhh.)

homens

Veem um grupo de gajas e ficam meio...


... meh, jeitosinhas, vou só meter o meu sorriso mais sensual assim discretamente e esperar que alguma delas veja o real macho latino que há em mim.

Veem uma gaja sozinha e a reação é mais ou menos...



... MAMAS MAMAS MAMAS, HÁ SÉCULOS QUE NÃO VIA MAMAS ASSIM, VOU ASSEDIÁ-LA, VOU MANDAR PIADINHAS BREJEIRAS, VOU CONVIDÁ-LA A SENTAR-SE AO  COLINHO DO TITIO. PODE TER 50 ANOS A MENOS DO QUE EU MAS TEM MAMAS! TODA A GENTE GOSTA DE MAMAS.

o que não se envia

A minha eterna mania de fugir deu-me a falsa crença de que poderia voltar atrás quando quisesse porque, afinal, se fui eu quem fez também me deveria ser permitido desfazer. Mas na prática nada disto funciona assim - chega a uma altura em que as pessoas se fartam das minhas sucessivas idas e vindas, dos meus avanços e recuos sempre desculpados com os mesmos motivos. Já não posso corrigir tudo com um pedido de desculpas, por mais sincero que ele seja. Lamento.

O meu mal foi ter-me permitido a transformar nesta tempestade improvável e incansável que leva tudo de arrasto; habituei-me de tal maneira a dizer o que quero e a fazer o que me apetece que acabei por me esquecer de que era um ponto sem retorno e, eventualmente, acabaria por destruir tudo à minha passagem. A culpa é minha - por mais que eu tenha tentado culpar-te, tu fizeste o que podias. Lutaste por mim de uma forma que eu nunca soube fazer por ninguém. Eu estou errada e sei disso mas sou demasiado fiel a mim própria para me permitir a tornar mais domável. A aceitar mais o que habitualmente me faz pôr-me a milhas. A, sei lá, tentar, quando isso implica humilhar-me.

Achei sinceramente que nunca mais correria atrás de ti. Acreditei piamente em todos os meus pensamentos e, sobretudo, em cada palavra por mim proferida, de cada vez que disse que eras passado, que já não queria saber. Que estava muito melhor sem ti. Mas não estava; nunca estive. O problema, entendo-o agora, foi ter aparecido alguém capaz de me dar a mão a tempo de não me deixar cair; e eu fiquei ali, suspensa, hipnotizada, presa, a viver uma história que não podia ser a minha. Sim, estranhei a rapidez - eu não me afeiçoo a ninguém com tanta facilidade, mas precisava de alguém que preenchesse o espaço vazio por ti deixado. E fui sendo feliz aos bocadinhos, por mais que, de vez em quando, as tuas recordações me invadissem a memória e eu desse por mim de lágrimas nos olhos - mas achei, juro que achei, que ter-me livrado de ti tinha sido o melhor presente que dei a mim mesma.

Um dia calhou esbarrar contigo numa rua - estava à espera que me dissesses tudo o que eu merecia ouvir. Acho que tive medo disso na altura, e foi por pura cobardia que tentei passar despercebida. Não estava preparada para ser confrontada com a verdade; ao invés, falaste-me de mansinho e isso era ainda mais aterrador. Ouvir a tua voz, doía. Cumprimentar-te como se nunca antes te tivesse beijado, doía. Preencher silêncios com conversas de circunstância quando antes tínhamos tanto para dizer, doía. E foi por isso que, como sempre, fugi; disse que estava com pressa e desci a rua em passo acelerado, pensando que nada mais me doeria se estivesse suficientemente longe de ti. Mas enganei-me - depois de tudo, o que mais me doeu foi espreitar por cima do ombro, momentos antes de mudar de rua, e ver o que eu já desconfiava ser a verdade; continuavas a olhar para mim. Porque é que eu não voltei para trás? Não sei.

Não se esquece ninguém de repente e, qualquer indício em contrário, é mera ilusão. Podemos sentir-nos meio anestesiados ao início, podemos não sentir absolutamente nada, podemos até começar a refazer as nossas vidas, mas nunca se esquece enquanto o assunto não estiver realmente encerrado para nós. Não se esquece porque se diz que esqueceu. Não se esquece porque se quer - e eu não fui nem sou capaz de te esquecer assim. Mas as paixões sinceras são mesmo essa coisa louca que nos deixa sem chão, que nos vira do avesso, que nos rouba o ar e que nos leva vezes sem conta ao tapete; humilharmo-nos faz parte. Dizer o que sentimos é o melhor presente que podemos dar a alguém - e isto pode durar só mais cinco minutos mas é suficientemente louco para eu não o deixar ir. Aliás, nem o queria por menos. 

Deixei-te ir uma vez - agora o plano é ir atrás. Até já.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

a lie becomes the truth

Não sei muito bem se isto se pode chamar karma, macumba ou simplesmente estupidez mas eu demorei uma eternidade a mostrar ao gajo que a ideia do amiguinho dele de que eu e o ex coiso que nunca foi promovido a namorado estávamos só numa má fase e ainda íamos voltar era mentira porque, juro, era mesmo, longe de mim querer voltar. Mas entretanto os astros revoltaram-se, o gajo armou-se em parvo, mentiu-me, eu mandei-o com o caralho e ainda esbarro com o ex coiso *introduzir o resto* e fico toda nostálgica, assim em jeito de pimba, toma lá que é para não dizeres que não queres mais. Se deus existe, deve divertir-se imenso a chatear-me a mona, pá!

não me importo que esperem

Não vale a pena serem chatos com a questão da pontualidade porque, bem vistas as coisas, tudo depende do ponto de vista. Eu disse que lá estava às três mas, reparem, às três e um continuam a ser três. Às três e vinte, também ainda são três. E às três e cinquenta e nove também.

Sentem-se e calem-se.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

preciso de vocês outra vez!

Quero deixar bem claro em adiantado que nenhum destes pedidos de ajuda surtirá em mim a vontade de vos oferecer uma cestinha de shampôs e sabonetes da avon em jeito de agradecimento - mas eu preciso dos conselhos de todas vocês, amáveis criaturas, que têm um lado assim a tender para o freak. E porquê? 

Bom, foi tudo obra do diabo. Estava só a pagar um verniz na carlos santos quando olhei para cima e vi caixas da crazy colors. Conseguem imaginar os orgasmos cerebrais múltiplos, não é? Não caí em tentação e voltei de lá sem nada, sob pena de deixar dona mommy à beira de um esgotamento, nem cheguei a perguntar nada à empregada. Mas deixei alguém encarregue de o fazer.

Os acontecimentos que se seguiram foram tão trágicos que até sinto uma pontada ao escrever - há todas as cores que eu gosto; lilás, rosa, vermelho, azul, roxo, tudo a menos de 5€ (mamma miaaaa, how can i resist youuuu?), mas a tinta vem sem oxidante.

Ora, como se isto já não fosse doloroso que chegue para mim, disse a uma amiga minha que também queria pintar o cabelo com uma cor assim - e ela incumbiu-me de o fazer. O drama é este: eu tenho poucos amigos e estou à beira de perder mais uma porque, é certo, eu pinto o cabelo há anos mas sempre fui adepta de assolapar o cu na cadeira e mandar pintar; não percebo um caralho de oxidantes e cenas que tais, e temo que este seja o fim da minha amizade com a criatura. 

Solicito, portanto, a vossa preciosa ajuda e boa vontade para me contarem tudo o que sabem sobre estas coisas ou, pelo menos, para me fazerem uma lista de maneiras fáceis  de dizer algo como a cena má é que pareces um piaçaba. a cena boa é que eu juro que nunca vi um piaçaba roxo com tanto estilo!

(e, já agora, tendo a mocinha o cabelo birge que nem o azeite e tendo em conta que é um bocado seco, não há necessidade de descolorar, pois não?)

30 dias, 5 perguntas

1. Diz o nome de uma pessoa que ames.
Passaram-me uns quantos nomes pela cabeça, e eram todos da minha família. Ficamos assim.


2. Há alguém a quem gostarias de dar um murro na cara neste momento?
Uma verdade sobre mim: há sempre alguém a quem me apetece dar um murro na cara. Só não o faço porque ou a) a pessoa tem meio metro a mais do que eu, b) a pessoa tem três vezes mais força do que eu ou c) apercebo-me de que tenho amor aos meus dentes.

3. Estás chateada com alguém?

Mais desiludida do que chateada, mas sim, um bocadinho.

4. Quantos pares de Leggings tens?
Acho que três, mas não, nenhum deles é daqueles que deixa a celulite a implorar por liberdade.

5. Quantas camisolas com capuz tens?
Sei lá. Para que é que isso interessa?

domingo, 26 de outubro de 2014

a berdade berdadeira

As meninas bonitas não arrotam em público, as meninas bonitas não falam alto, as meninas bonitas não dizem asneiras, as meninas bonitas são sempre simpáticas, as meninas bonitas não andam descalças. E eu fiquei feia por tudo isto, foda-se.

excertos desse nada

Sempre que começava a chover, dava por mim a perguntar-me como é que podia existir tanta gente no mundo que jurasse a pés juntos amar de morte o cheiro das primeiras chuvas. Para mim, as primeiras eram sempre iguais a todas as outras: tristes. Uma forma cruel de a natureza nos mostrar que, por muito más que as coisas estejam, podem sempre piorar. Sempre.

Estava a pensar sobre isto enquanto observava as investidas da chuva contra a minha janela, quando ela me ligou. Diz que ia passar perto de minha casa e queria marcar um café - sustive a respiração. Eu conseguia lidar com isto, não conseguia? Creio que sim. Aceitei, com um nó na garganta; não estava certo de estar preparado para a ter à minha frente novamente, mas já não havia volta a dar.

O que havia de mais extraordinário nela é que ela parecia sempre fazer parte de um quadro, onde quer que estivesse. Parecia que, mesmo quando não desempenhava um papel ativo, nada seria igual se ela não estivesse ali - de pé, de costas para mim no centro do jardim, o vestido preto, os cabelos molhados caídos nos ombros, as pombas à volta dela mas, sobretudo, o facto de ela não fazer ideia de que todos os olhares se voltavam na sua direção. Ela pareceu-me tão perfeita que acabei por ficar a contempá-la, incapaz de dar mais um passo que fosse, com medo de estragar. Mas ela virou-se de repente.

Do que aconteceu a seguir, tenho poucas recordações, como sempre me acontece nos momentos mais importantes. Ela estava encharcada; apercebi-me disto enquanto a envolvia nos meus braços e lhe beijava a testa - estava a pensar que a pobre miúda devia ter sido apanhada pela chuvada quando me apercebi do inchaço nos olhos dela e percebi que ela tinha estado a chorar, provavelmente aproveitando o facto de ninguém se dar ao trabalho de distinguir lágrimas de chuva.

Queria ter-lhe perguntado o que tinha acontecido, mas não fui capaz - sabia que ela me falaria dele, do outro, e eu não estava preparado para isso. Eu sabia que era o tipo bom e que ela nunca escolheria o tipo bom - mania das mulheres, só querem o que lhes faz mal. Eu nunca seria o tal. Limitei-me a abraçá-la mais uma vez, como tantas vezes antes, e a descobrir que a água tinha intensificado o cheiro do shampô de chocolate no cabelo dela. Comecei a chorar também. Não fui capaz de entender porquê na altura, mas não consegui conter as lágrimas a cairem-me duas a duas, perante o olhar perplexo dela. 

Não a voltei a ver. A meu pedido, ela deixou de me ligar - a meu pedido uma ova. Eu esperava que ela acabasse por entender, que me procurasse a meio de uma noite qualquer, Que gostasse de mim como eu gostava dela. Mas isso nunca aconteceu, e os anos foram passando - ainda me questiono se ela algum dia entendeu porque é que eu chorei naquela tarde, se ela soube o quanto eu a amei. E amei mesmo, juro por deus, eu não fazia ideia do que isso era, mas ela tornou-se na minha definição privada de amor - quando, anos mais tarde, me perguntaram o que era o amor para mim, eu sorri e respondi que era a chuva. Amor é chuva no cabelo.

30 dias, 5 perguntas

1. Personagem preferida do filme Harry Potter.
Difícil de escolher - mas gosto muito do ron e dos gémeos. E da luna.

2. Personagem preferida do filme À Procura de Nemo.
Nunca liguei muito ao filme, mas achava piada à dori.

3. A primeira pessoa com quem falaste hoje?
Deve ter sido a mãe.

4. A última pessoa com quem falaste hoje?
Até agora, a patrícia.

5. Diz uma pessoas que odeies.
A mim mesma, na maior parte dos dias.

guilty pleasure

No final das contas, o que mais gozo me deu foi entrar no fb da gaja e ver que ela tinha escrito um texto sobre o falecimento dramático do gato há anos atrás. Olhem que eu sou sensível aos bichinhos e insegura que eu sei lá, mas chorei a rir a ler aquela merda que vai desde os tempos felizes até, literalmente, ao peido mestre do bichano.

Toma lá que já almoçaste - a beleza dela, tal como a minha, esqueceu-se de atuar e, assim como assim, eu escrevo muito melhor do que ela. *flies away*

preciso de vocês, amáveis criaturas!



É o seguinte: esta que vos escreve está à beira do desespero e a planear sinceramente realizar um exorcismo ao pc porque ele está a tentar enlouquecer-me.

Há publicidade. Publicidade everywhere. Pop ups vindos do quinto dos infernos e o diabo a quatro - o desespero, portanto, porque há vezes em que nem consigo mesmo escrever nada, e a única forma de isto funcionar bem é na janela de navegação anónima.

Solicito, portanto, a vossa preciosa ajuda para encontrar algum programa que acabe com o meu sofrimento. E antes que perguntem: sim, já tenho o adblock.