sexta-feira, 29 de julho de 2016

reflexões de sexta à noite

Não sei se o mais triste é existir uma música chamada gasosa, ou se o mais deprimente é uma pessoa ficar com ela no ouvido o dia inteiro.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

outro foda-se

O problema não é interessar-me por alguém - é manter-me interessada. Por mais que eu ache piada a um mocito, é relativamente fácil que deixe de achar dois ou três dias depois - e a merda é o costume. Aquela pessoa não é a minha pessoa de há tanto tempo. Não é a personalidade a quem eu me moldei, não é o carinho onde eu fui feliz. 

E isso é chato. 
Tão mas tão chato.

foda-se ao cubo

Se respondo rápido, é porque estou sempre à espera e pronta para tentar prolongar a conversa. Se demoro, é porque enrolo. Se respondo sempre, é porque sou uma chata. Se não respondo, fica triste. Se me chateio, ignora. Se o ignoro, chateia-se. Se me queixo, diz-me que preciso de conhecer novas pessoas. Se conheço novas pessoas, tem ciúmes. Se desaparece, tenho de entender que a nossa relação não é o que era e que não deixamos de ser amigos por não falarmos dois dias. Se desapareço, fica amuado, que arranjei mais que fazer e não estou para o aturar.

Eu gosto da pessoa na mesma medida em que estou cansada da mesma pessoa - e quero mandá-lo embora na mesma medida que o quero manter. Tento distrair-me, abstrair-me, seguir em frente. Conhecer gente - mas nunca funciona porque essa gente não é a gente de quem eu gosto. E então é chato e eu estou chateada.

Grrrrr.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

sábado, 23 de julho de 2016

sério

Eu nunca sei se hei de comemorar ou se hei de chorar um bocadinho de cada vez que visto um dos meus vestidos e constato que começam a ficar-me mesmo mal, de tão largos.

Não há nenhuma definição que faça a minha roupa preferida encolher ao mesmo tempo que eu, não?

preciso de desabafar

Uma das grandes falhas da vida é não vir com livro de instruções - se viesse, provavelmente, ninguém olharia para ele, mas poderia ser bastante útil, sei lá, saber qual é o comportamento padrão numa ou outra situação.

Especialmente, o sítio certo para onde olhar na altura certa.
Imaginem que, de cada vez que vão abastecer o depósito do carro, só se cruzam com velhos gordos ou, na pior das hipóteses, só com o senhor da gasolineira. Por isso mesmo, há um dia em que só reparam que precisam de ir à bomba já depois do treino: suadas, com o fat ass enfiado numas leggins e uma t-shirt larga, assim a salientar o que de mais sensual há numa lontra obesa. Mas qual seria o mal? E vão.

Vão. 
Páram o carro. 
Entregam a chave ao senhor.
Lembram-se de que têm a carteira na bagageira.
Saem do carro.
Naquele dia, e só para foder o juízo a uma pessoa, a bomba estava avariada e, por isso mesmo, tiveram de ir à que fica do lado contrário ao depósito. Não dá para abrir a bagageira até que o senhor acabe.
Ficam ali, com cara de peido, cientes da sensualidade que emanam e chegam, não um, mas dois carros: os gajos eram giros como tudo, e eu ali, sensual e suada, sem saber para onde olhar.

Eu gostava de saber como as pessoas normais reagem a estas situações - eu fiquei só a encostar-me e a desencostar-me do carro, desconfortável que só eu, a olhar para o horizonte como se estivesse prestes a publicar uma frase da margarida rebelo pinto sobre as maravilhas do amor. Sei lá. Esta vida é fodida.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

a morte da dignidade ou o regresso desse meu lado esquisito

Quando sabes que o que estás a fazer está errado mas fazes na mesma porque te apetece. E porque podes.

só mais um, só mais um


Ainda na onda dos últimos três mil e oitocentos posts sobre o moço, quero dizer que quando vi esta imagem me apeteceu enviá-la ao gajo, só para o caso. Temos de manter as pessoas avisadas dos perigos desta vida: vai que eu sou o amor da vida dele e ele me perde? Vai que agora o gajo fica infeliz o resto da vida porque me deixou escapar?

Vai que ele quer alguém para casar e ter filhos e nunca mais consegue encontrar um ser humano com um nível de espetacularidade equivalente ao meu? Quero fazer o tipo feliz.

Não vou enviar, mas lá que era uma boa ideia... isso era. 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

de cada vez que me lembro de que destruí tudo com o moço giro e fofo e futuro candidato a meu noivo e pai dos meus filhos





Vou só ali bater com a cabeça na parede até ter a certeza de que não me esqueço de que não posso continuar a cometer os mesmos erros se não quero que o resultado seja, invariavelmente, o mesmo.

[mas foda-se, este não. deuses dos gajos gostosos, das moças necessitadas de gente boa na vida, dos dias mais felizes, dos casos desesperados, das lontras obesas com necessidades especiais, tenham lá piedade de mim! eu sou boa pessoa às vezes. a sério.
e tomo banho todos os dias, lavo os dentes e sei cozinhar. vá. mandem lá o moço dar-me uma oportunidade de mostrar que sou melhor do que isto. eu mereço, pá!]

dúvidas existenciais sobre a caça aos pokémons

Mal meti o cu no parque para começar a correr, passou um mocito e mandou-me um beijinho. É legítimo atirar uma pokebola aos cornos destes tipos, não?

quarta-feira, 20 de julho de 2016

é daí que vem o amor

Volta e meia dou por mim a reparar na quantidade de palavrões que me saem disparados quando estou zangada. Desconfio que a minha alma é do norte e veio parar ao centro por engano. 

again and again.

Depois de tanta gente me dizer que eu preciso de fazer alguma coisa para sair deste marasmo, depois de eu própria assumir que preciso urgentemente de pessoas novas na minha vida, não fiz absolutamente nada nesse sentido, para variar. No entanto, por acidente, conheci mesmo uma pessoa. Ups.

O problema? A pessoa é do sexo masculino. Giro. Muito, muito, muito (muito, muito, muito [...]) giro mesmo. E fofo, e engraçado, e tudo e tudo. Estão a ver a coisa? O tipo de moço a quem uma pessoa quer dizer que não, que não aceita tomar um cafézinho porque isso é um desperdício de tempo, e vai logo direta à igreja para marcar a data do casamento. Logo eu, que nem tenciono casar-me.

Ó cinderela, quando é que o tipo ser giro e fofo é um problema?
Não é - mas eu sou. Eu, a lontra obesa. A lontra obesa anormal: por mais que tente não me abstraio disso. Demora a responder? Certamente se cansou. Encontrou outra melhor, mais bonita, mais interessante, menos chata. Reponde? Party hard; ponderam-se as palavras para não cometer erros, e erra-se outra vez. Que me desculpe. Que me sinto sempre a mais, que não quero incomodar - um caralho me foda, eu não estava a incomodar até ao momento em que comecei com essas paranóias. E depois incomodei. E depois fartou-se. Ah, chora agora, cinderela, chora.

Não chorei mas estou zangada comigo mesma. Estava a fazer-me bem conhecer o moço. E ferrar-lhe o dentito é uma ideia demasiado apetecível para que eu consiga gerir de ânimo leve o facto de ter fodido tudo outra vez.

gajas

Tenho tanta tralha na bagageira do meu carro que me sinto pronta para montar uma feira em qualquer lugar.

terça-feira, 19 de julho de 2016

quem é este pokémon?

Quando o tinder virou moda e me aconselharam a experimentar, eu recusei-me porque não era a minha cena. Agora que anda tudo a caçar pokémons por aí, eu achei que era a minha deixa de ir caçar pokemons para o tinder.

Deixem-me que vos diga que, quando entendi a dinâmica da coisa e me apercebi da quantidade de correspondências que já tinha, senti-me uma possível candidata a miss mundo. C'est vrai. Se forem os gajos manhosos do tinder a avaliar, sou bem capaz de lá chegar. 

Não demorou muito até eu confirmar as minhas suspeitas: aquela cambada de gentlemen está só ali à procura de xixa. Em menos de nada, já tinha mais convites para encontros do que os que me cabem na agenda desocupadíssima. E, como é óbvio, foram todos mandados com o caralho porque eu só estava ali para ver como funcionava a coisa.

O que mais me chocou foi ver a quantidade de gajos giros que lá havia - a sério, eu esperava que aquilo fosse para tipos baixos e atarracados, com uma pança que os impedisse de ver os próprios joelhos. Mas não: os tipos eram giros, daqueles que dão vontade de dar umas facadinhas na dieta e no juízo, mas depois são meio nojentos porque nunca se pode esperar grande coisa de gajos que já entram a pés juntos tipo: olá. quando é que pinamos?

Em menos de nada, o tinder tinha deixado de me parecer uma aplicação gira para passar a ser só aquela merda que uma pessoa guarda religiosamente no telemóvel para se entreter enquanto caga. E depois, ao fim de umas 24h de tinder, desinstalei-o.

Não, não é mesmo a minha cena.

domingo, 17 de julho de 2016

dramas de uma gaja

Há meses que me cruzo com alguma frequência com um rapaz. Há meses que ele me aguça a curiosidade. Meses.
Hoje encontrei o facebook dele. Se alguém perguntar, juro a pés juntos que foi por acaso e que não, não me lembrei de que sou mesmo estúpida e que era mesmo muito fácil encontrá-lo. Se alguém perguntar, juro a pés juntos que não dei uso às minhas skills na area do stalkarismo - ai de quem ouse dizer-me que isto não existe!

Prosseguindo.
Demorei mais tempo do que me orgulho a ganhar coragem para adicionar o gajo - e o que é que ele vai pensar da próxima vez que nos cruzarmos? vai julgar-me interessada? vai achar-me stalker? vai pensar que andei à procura? uhm? uhm? uhm?

Adicionei.
Dois nanossegundos depois, ele aceitou.
Agora somos amigos no facebook mas eu não tinha previsto isto: e agora, pá? Eu certamente não vou meter conversa. Não há uma forma de mandar sinais telepáticos a avisar o moço que quero conversar?

sexta-feira, 15 de julho de 2016

de nice.

O que eu mais gosto nisso de se ser português é que ainda no domingo estávamos todos com um ódio de morte aos franceses mas hoje, 84 mortes inocentes depois, não há ódio de estimação alimentado pelo futebol sujo que aniquile a compaixão.

Ninguém merece morrer só porque alguém se lembrou de sair por aí a matar. Ninguém merece morrer injustamente, inocentemente, inesperadamente. Ninguém.
E é de lamentar o mundo em que vivemos.

pequenas vitórias

O dia em que o ódio de estimação que sentias pelas balanças é substituído por orgulho: estás a mudar, caramba. Decidiste, finalmente, fazer alguma coisa por ti, perdeste 12 quilos em dois meses e continuas determinada a parar só quando fores feliz.

O peso deixa de ser motivo de vergonha e passa a ser uma vitória. E é.
Hoje ganhei coragem e comprei uma balança.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

apontamentos mais felizes

Preciso de não me esquecer das pessoas cuja presença me abraça o coração: uma amizade desde os tempos de berço, resistente aos mais de 2000 km que nos separam na maior parte do tempo. Resistente à erosão do tempo, às pessoas melhores, aos mais presentes. Uma amizade que volta e é sempre igual ao que era na altura em que éramos só duas meninas travessas que fugiam de casa para apanhar amoras.

há uma primeira vez para tudo

Como a primeira vez que sais à noite e voltas para casa, já o sol vai alto, absolutamente sóbria. 

Não, não te tornaste abstémia: foi só a tua vez de conduzir e, apesar de tudo, és uma gaja responsável e com muito amor à carta e ao carro.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

domingo, 3 de julho de 2016

para contrariar a tendência

Estava à espera de passar o meu aniversário enrolada ao cantinho a chorar baba e ranho, a lastimar-me pelos últimos meses, pelas pessoas que perdi, pela solidão. Mas houve alguém que me arrancou de casa. E arrancou-me sorrisos, também. Gargalhadas.

Não fiz uma festa grande. Não recebi oito mil prendas. Não dancei a noite toda. Não comemorei os 21 como, possivelmente, se espera que se comemorem os 21: mas não chorei, não tive tempo para estar triste. Percebi, de coração cheio, que há mesmo pessoas incríveis neste mundo. Pessoas que se esforçaram para que eu tivesse um dia bom.

E conseguiram.

sábado, 2 de julho de 2016