sexta-feira, 31 de outubro de 2014

vamo qui vamo

Ninja kore e más ideias - que a noite fique tão para a história quanto eu acho que vai ficar, ámen.
Até amanhã!



(eeewn, sim, é mesmo nessa do se tudo correr bem, hoje vai dar merda)

you-know-who

Há pessoas que nos inspiram. 
Por exemplo, de cada vez que olho para o cabelo de uma gaja, que conheço há uns bons anos, lembro-me de que, se não quero ficar com palha de aço na pinha como ela, convém que deixe de fazer cara feia ao creme hidratante para a gadelha e que comece a comportar-me como uma menina. 

a rebolta do ernesto

Não sei o que me irrita mais: se perguntarem-me se eu pinto o cabelo quando, claramente, a minha cor nunca poderia ser natural, se perguntarem-me porquê. A resposta é óbvia: porque posso. E porque quero.

Estou cheia de gente igual, cheia de gente que usa o mesmo corte de cabelo durante anos e anos, que lhe falam em pintar e credo q'horror que estraga, que é feio, que vaidade é pecado. Gente que ainda usa roupa de 1839 porque, enfim, mal se nota que as traças a comeram e com este cheiro a naftalina uma pessoa até poupa no perfume. Gente para quem o mundo ou é preto ou é branco e que nunca percebeu a felicidade dos diversos tons de cinzento - gente chata, pronto. Estou cansada dos iguais, dos dias iguais, dos que não querem ser diferentes. 

Eu já nasci diferente e tenho passado a minha vida toda a tentar habituar-me a isso - mas nunca tentei ser igual. Se vou ser diferente de qualquer maneira, quero destacar-me como bem me apetecer. Por isso, meus amigos, habituem-se: se não tenho por onde fugir ao rebanho, pelo menos faço questão de ser a ovelha negra.

por ser halloween

Como é: hoje as bruxas deixam de andar vestidas à paisana ou mantêm o traje para ninguém desconfiar?

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

só mais uma

Mas a sério, como é que vocês saem à noite com os beiços pintados de vermelho e não chegam a casa com baton na testa? 

(pronto, a resposta a esta é simples: nem toda a gente sai para dançar feita louca. há algumas que vão só para desfilar, pssss.)

quase bom

Houve uma altura da minha vida em que eu achei que era realmente chato ser uma forever alone que vai acabar com um bigode de meter respeito a qualquer macho e a viver numa casa com trinta e dois gatos; depois percebi que, assim como assim, tem as suas vantagens.

Solteira e boa menina, livre que nem um passarinho, há sempre quem esteja disponível para me convidar para almoços, festanças e cenas que tais, quem me pague bebidas, quem me pague o lanche. Não tenho por onde me queixar.

mentira, tenho sim. trocava isto tudo pelo moço na santa paz de nosso senhor, mas shiuuu. isso não se diz a ninguém.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ALELUIA!

(toda uma vida inspirada no motto go hard or go home, ou sobre como eu aprendi a lutar por aquilo que quero com unhas e dentes. posso não conseguir? posso ficar ainda pior? epá, posso. posso mas só descubro se me atirar de cabeça.

e é esse o plano. shhhh.)

homens

Veem um grupo de gajas e ficam meio...


... meh, jeitosinhas, vou só meter o meu sorriso mais sensual assim discretamente e esperar que alguma delas veja o real macho latino que há em mim.

Veem uma gaja sozinha e a reação é mais ou menos...



... MAMAS MAMAS MAMAS, HÁ SÉCULOS QUE NÃO VIA MAMAS ASSIM, VOU ASSEDIÁ-LA, VOU MANDAR PIADINHAS BREJEIRAS, VOU CONVIDÁ-LA A SENTAR-SE AO  COLINHO DO TITIO. PODE TER 50 ANOS A MENOS DO QUE EU MAS TEM MAMAS! TODA A GENTE GOSTA DE MAMAS.

o que não se envia

A minha eterna mania de fugir deu-me a falsa crença de que poderia voltar atrás quando quisesse porque, afinal, se fui eu quem fez também me deveria ser permitido desfazer. Mas na prática nada disto funciona assim - chega a uma altura em que as pessoas se fartam das minhas sucessivas idas e vindas, dos meus avanços e recuos sempre desculpados com os mesmos motivos. Já não posso corrigir tudo com um pedido de desculpas, por mais sincero que ele seja. Lamento.

O meu mal foi ter-me permitido a transformar nesta tempestade improvável e incansável que leva tudo de arrasto; habituei-me de tal maneira a dizer o que quero e a fazer o que me apetece que acabei por me esquecer de que era um ponto sem retorno e, eventualmente, acabaria por destruir tudo à minha passagem. A culpa é minha - por mais que eu tenha tentado culpar-te, tu fizeste o que podias. Lutaste por mim de uma forma que eu nunca soube fazer por ninguém. Eu estou errada e sei disso mas sou demasiado fiel a mim própria para me permitir a tornar mais domável. A aceitar mais o que habitualmente me faz pôr-me a milhas. A, sei lá, tentar, quando isso implica humilhar-me.

Achei sinceramente que nunca mais correria atrás de ti. Acreditei piamente em todos os meus pensamentos e, sobretudo, em cada palavra por mim proferida, de cada vez que disse que eras passado, que já não queria saber. Que estava muito melhor sem ti. Mas não estava; nunca estive. O problema, entendo-o agora, foi ter aparecido alguém capaz de me dar a mão a tempo de não me deixar cair; e eu fiquei ali, suspensa, hipnotizada, presa, a viver uma história que não podia ser a minha. Sim, estranhei a rapidez - eu não me afeiçoo a ninguém com tanta facilidade, mas precisava de alguém que preenchesse o espaço vazio por ti deixado. E fui sendo feliz aos bocadinhos, por mais que, de vez em quando, as tuas recordações me invadissem a memória e eu desse por mim de lágrimas nos olhos - mas achei, juro que achei, que ter-me livrado de ti tinha sido o melhor presente que dei a mim mesma.

Um dia calhou esbarrar contigo numa rua - estava à espera que me dissesses tudo o que eu merecia ouvir. Acho que tive medo disso na altura, e foi por pura cobardia que tentei passar despercebida. Não estava preparada para ser confrontada com a verdade; ao invés, falaste-me de mansinho e isso era ainda mais aterrador. Ouvir a tua voz, doía. Cumprimentar-te como se nunca antes te tivesse beijado, doía. Preencher silêncios com conversas de circunstância quando antes tínhamos tanto para dizer, doía. E foi por isso que, como sempre, fugi; disse que estava com pressa e desci a rua em passo acelerado, pensando que nada mais me doeria se estivesse suficientemente longe de ti. Mas enganei-me - depois de tudo, o que mais me doeu foi espreitar por cima do ombro, momentos antes de mudar de rua, e ver o que eu já desconfiava ser a verdade; continuavas a olhar para mim. Porque é que eu não voltei para trás? Não sei.

Não se esquece ninguém de repente e, qualquer indício em contrário, é mera ilusão. Podemos sentir-nos meio anestesiados ao início, podemos não sentir absolutamente nada, podemos até começar a refazer as nossas vidas, mas nunca se esquece enquanto o assunto não estiver realmente encerrado para nós. Não se esquece porque se diz que esqueceu. Não se esquece porque se quer - e eu não fui nem sou capaz de te esquecer assim. Mas as paixões sinceras são mesmo essa coisa louca que nos deixa sem chão, que nos vira do avesso, que nos rouba o ar e que nos leva vezes sem conta ao tapete; humilharmo-nos faz parte. Dizer o que sentimos é o melhor presente que podemos dar a alguém - e isto pode durar só mais cinco minutos mas é suficientemente louco para eu não o deixar ir. Aliás, nem o queria por menos. 

Deixei-te ir uma vez - agora o plano é ir atrás. Até já.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

a lie becomes the truth

Não sei muito bem se isto se pode chamar karma, macumba ou simplesmente estupidez mas eu demorei uma eternidade a mostrar ao gajo que a ideia do amiguinho dele de que eu e o ex coiso que nunca foi promovido a namorado estávamos só numa má fase e ainda íamos voltar era mentira porque, juro, era mesmo, longe de mim querer voltar. Mas entretanto os astros revoltaram-se, o gajo armou-se em parvo, mentiu-me, eu mandei-o com o caralho e ainda esbarro com o ex coiso *introduzir o resto* e fico toda nostálgica, assim em jeito de pimba, toma lá que é para não dizeres que não queres mais. Se deus existe, deve divertir-se imenso a chatear-me a mona, pá!

não me importo que esperem

Não vale a pena serem chatos com a questão da pontualidade porque, bem vistas as coisas, tudo depende do ponto de vista. Eu disse que lá estava às três mas, reparem, às três e um continuam a ser três. Às três e vinte, também ainda são três. E às três e cinquenta e nove também.

Sentem-se e calem-se.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

preciso de vocês outra vez!

Quero deixar bem claro em adiantado que nenhum destes pedidos de ajuda surtirá em mim a vontade de vos oferecer uma cestinha de shampôs e sabonetes da avon em jeito de agradecimento - mas eu preciso dos conselhos de todas vocês, amáveis criaturas, que têm um lado assim a tender para o freak. E porquê? 

Bom, foi tudo obra do diabo. Estava só a pagar um verniz na carlos santos quando olhei para cima e vi caixas da crazy colors. Conseguem imaginar os orgasmos cerebrais múltiplos, não é? Não caí em tentação e voltei de lá sem nada, sob pena de deixar dona mommy à beira de um esgotamento, nem cheguei a perguntar nada à empregada. Mas deixei alguém encarregue de o fazer.

Os acontecimentos que se seguiram foram tão trágicos que até sinto uma pontada ao escrever - há todas as cores que eu gosto; lilás, rosa, vermelho, azul, roxo, tudo a menos de 5€ (mamma miaaaa, how can i resist youuuu?), mas a tinta vem sem oxidante.

Ora, como se isto já não fosse doloroso que chegue para mim, disse a uma amiga minha que também queria pintar o cabelo com uma cor assim - e ela incumbiu-me de o fazer. O drama é este: eu tenho poucos amigos e estou à beira de perder mais uma porque, é certo, eu pinto o cabelo há anos mas sempre fui adepta de assolapar o cu na cadeira e mandar pintar; não percebo um caralho de oxidantes e cenas que tais, e temo que este seja o fim da minha amizade com a criatura. 

Solicito, portanto, a vossa preciosa ajuda e boa vontade para me contarem tudo o que sabem sobre estas coisas ou, pelo menos, para me fazerem uma lista de maneiras fáceis  de dizer algo como a cena má é que pareces um piaçaba. a cena boa é que eu juro que nunca vi um piaçaba roxo com tanto estilo!

(e, já agora, tendo a mocinha o cabelo birge que nem o azeite e tendo em conta que é um bocado seco, não há necessidade de descolorar, pois não?)

30 dias, 5 perguntas

1. Diz o nome de uma pessoa que ames.
Passaram-me uns quantos nomes pela cabeça, e eram todos da minha família. Ficamos assim.


2. Há alguém a quem gostarias de dar um murro na cara neste momento?
Uma verdade sobre mim: há sempre alguém a quem me apetece dar um murro na cara. Só não o faço porque ou a) a pessoa tem meio metro a mais do que eu, b) a pessoa tem três vezes mais força do que eu ou c) apercebo-me de que tenho amor aos meus dentes.

3. Estás chateada com alguém?

Mais desiludida do que chateada, mas sim, um bocadinho.

4. Quantos pares de Leggings tens?
Acho que três, mas não, nenhum deles é daqueles que deixa a celulite a implorar por liberdade.

5. Quantas camisolas com capuz tens?
Sei lá. Para que é que isso interessa?

domingo, 26 de outubro de 2014

a berdade berdadeira

As meninas bonitas não arrotam em público, as meninas bonitas não falam alto, as meninas bonitas não dizem asneiras, as meninas bonitas são sempre simpáticas, as meninas bonitas não andam descalças. E eu fiquei feia por tudo isto, foda-se.

excertos desse nada

Sempre que começava a chover, dava por mim a perguntar-me como é que podia existir tanta gente no mundo que jurasse a pés juntos amar de morte o cheiro das primeiras chuvas. Para mim, as primeiras eram sempre iguais a todas as outras: tristes. Uma forma cruel de a natureza nos mostrar que, por muito más que as coisas estejam, podem sempre piorar. Sempre.

Estava a pensar sobre isto enquanto observava as investidas da chuva contra a minha janela, quando ela me ligou. Diz que ia passar perto de minha casa e queria marcar um café - sustive a respiração. Eu conseguia lidar com isto, não conseguia? Creio que sim. Aceitei, com um nó na garganta; não estava certo de estar preparado para a ter à minha frente novamente, mas já não havia volta a dar.

O que havia de mais extraordinário nela é que ela parecia sempre fazer parte de um quadro, onde quer que estivesse. Parecia que, mesmo quando não desempenhava um papel ativo, nada seria igual se ela não estivesse ali - de pé, de costas para mim no centro do jardim, o vestido preto, os cabelos molhados caídos nos ombros, as pombas à volta dela mas, sobretudo, o facto de ela não fazer ideia de que todos os olhares se voltavam na sua direção. Ela pareceu-me tão perfeita que acabei por ficar a contempá-la, incapaz de dar mais um passo que fosse, com medo de estragar. Mas ela virou-se de repente.

Do que aconteceu a seguir, tenho poucas recordações, como sempre me acontece nos momentos mais importantes. Ela estava encharcada; apercebi-me disto enquanto a envolvia nos meus braços e lhe beijava a testa - estava a pensar que a pobre miúda devia ter sido apanhada pela chuvada quando me apercebi do inchaço nos olhos dela e percebi que ela tinha estado a chorar, provavelmente aproveitando o facto de ninguém se dar ao trabalho de distinguir lágrimas de chuva.

Queria ter-lhe perguntado o que tinha acontecido, mas não fui capaz - sabia que ela me falaria dele, do outro, e eu não estava preparado para isso. Eu sabia que era o tipo bom e que ela nunca escolheria o tipo bom - mania das mulheres, só querem o que lhes faz mal. Eu nunca seria o tal. Limitei-me a abraçá-la mais uma vez, como tantas vezes antes, e a descobrir que a água tinha intensificado o cheiro do shampô de chocolate no cabelo dela. Comecei a chorar também. Não fui capaz de entender porquê na altura, mas não consegui conter as lágrimas a cairem-me duas a duas, perante o olhar perplexo dela. 

Não a voltei a ver. A meu pedido, ela deixou de me ligar - a meu pedido uma ova. Eu esperava que ela acabasse por entender, que me procurasse a meio de uma noite qualquer, Que gostasse de mim como eu gostava dela. Mas isso nunca aconteceu, e os anos foram passando - ainda me questiono se ela algum dia entendeu porque é que eu chorei naquela tarde, se ela soube o quanto eu a amei. E amei mesmo, juro por deus, eu não fazia ideia do que isso era, mas ela tornou-se na minha definição privada de amor - quando, anos mais tarde, me perguntaram o que era o amor para mim, eu sorri e respondi que era a chuva. Amor é chuva no cabelo.

30 dias, 5 perguntas

1. Personagem preferida do filme Harry Potter.
Difícil de escolher - mas gosto muito do ron e dos gémeos. E da luna.

2. Personagem preferida do filme À Procura de Nemo.
Nunca liguei muito ao filme, mas achava piada à dori.

3. A primeira pessoa com quem falaste hoje?
Deve ter sido a mãe.

4. A última pessoa com quem falaste hoje?
Até agora, a patrícia.

5. Diz uma pessoas que odeies.
A mim mesma, na maior parte dos dias.

guilty pleasure

No final das contas, o que mais gozo me deu foi entrar no fb da gaja e ver que ela tinha escrito um texto sobre o falecimento dramático do gato há anos atrás. Olhem que eu sou sensível aos bichinhos e insegura que eu sei lá, mas chorei a rir a ler aquela merda que vai desde os tempos felizes até, literalmente, ao peido mestre do bichano.

Toma lá que já almoçaste - a beleza dela, tal como a minha, esqueceu-se de atuar e, assim como assim, eu escrevo muito melhor do que ela. *flies away*

preciso de vocês, amáveis criaturas!



É o seguinte: esta que vos escreve está à beira do desespero e a planear sinceramente realizar um exorcismo ao pc porque ele está a tentar enlouquecer-me.

Há publicidade. Publicidade everywhere. Pop ups vindos do quinto dos infernos e o diabo a quatro - o desespero, portanto, porque há vezes em que nem consigo mesmo escrever nada, e a única forma de isto funcionar bem é na janela de navegação anónima.

Solicito, portanto, a vossa preciosa ajuda para encontrar algum programa que acabe com o meu sofrimento. E antes que perguntem: sim, já tenho o adblock. 

sábado, 25 de outubro de 2014

conversas de café

Estou cansada de ouvir comentários relativos à homossexualidade, ou porque este e aquele da novela se beijaram, ou porque aquelas são tão lindas e, coitadinhos dos pais, saíram fufas (e como eu detesto esta palavra, senhores!). Estou cansada de gente que deixou o cérebro em 1728 e veio para o presente armada em boa - é a muito custo que não corro com tais criaturas à pedrada, mas arrisco-me a transformar-me na gaja que saca da bandeira gay do bolso e cria uma manifestação de duas em duas horas e isso era um bocado chato, até para mim. Só queria que, pelo menos por uma vez, as pessoas compreendessem a atrocidade que estão a cometer.

Deve ser-vos complicado acreditar nisto porque, raios os partam, parecem mesmo fazer de propósito, mas ninguém se torna gay só para vos chatear. Assim como eu não escolhi ser hetero e, se tudo correr bem, vocês também não. Ninguém escolhe. Ninguém se apaixona por alguém porque quer, porque dá jeito, porque os astros dizem que fazem um par perfeito - e eu lamento que, nos dias que correm, seja mais aceitável apaixonarmo-nos por um criminoso, por um homem que não faz nada, por um gajo que transforma qualquer serão num arraial de pancada, do que por alguém que nos trate bem mas que, por acaso, seja do mesmo sexo. 

Não me fodam - ver um casal gay a fazer uma endoscopia a céu aberto não é mais nojento do que ver um casal hetero quase a praticar o coito no meio de um jardim público e olhem que - surpresa das surpresas! - este último cenário é bem mais frequente do que ver qualquer manifestação de afeto em público por parte de homossexuais. E, mais uma vez, acho que isto é de lamentar - andar de mãos dadas é bom e sabe bem. E até - quem me viu e quem me vê! - espetar um beijo na criatura, só porque sim, só porque apetece, só porque é bom, em público, sabe pela vida e ninguém devia ser quase que impedido de o fazer, porque não foi assim que deus criou o mundo - mas, sendo assim, também devíamos andar todos nus e a comer o que as árvores dão. A não ser, claro, que tenham tirado da bíblia a parte em que o grande criador fundou a primeira loja de roupa e criou a internet - nesse caso, peço desculpa pela minha falta de cultura.

Passam a vida a dizer-nos que devemos aceitar as diferenças mas esquecem-se de que ser diferente não significa só nascer com um atraso mental, ou com quatro braços, ou com uma pila no meio da testa. Ser diferente às vezes é só pensar de maneira diferente. Agir de maneira diferente. Gostar do que não é convencional. Esquecem-se frequentemente de que estas diferenças não são menos merecedoras do nosso respeito do que qualquer outra - e, pelo amor de deus, o amor nunca devia ter de obedecer a regras para ser bem encarado. Aliás, amor mesmo é essa coisa sem jeito, sem convenções, sem nada. Eu sempre gostei de rapazes, é verdade, mas garantam-me vocês que o amor da minha vida não vai ser uma mulher qualquer. Podem fazê-lo? Nem eu.

explicando o mecanismo dos gatos, com conhecimento de causa

Gato mimado, pede festinhas a toda a hora - vocês cansam-se, páram, e o bicho vem roçar a cabeça na vossa mão porque quer mais três festinhas. Exatamente três. Se fazem quatro, a criatura do demónio revolta-se e esquarteja-vos a mão como se não houvesse amanhã, a ver se vocês aprendem a deixar de ser chatos. 

30 dias, 5 perguntas

1. De que cor são as tuas calças?
Pretas.

2. Série preferida?
Em tempos, vi modern family. Em temos remotos. 

3. Filme preferido?
Opá, isso é difícil de escolher mas, assim naquela de eleger os que mais me fizeram pensar, serve o requiem for a dream, o mr nobody e o forrest gump.

4. Harry Potter ou Twilight?
ARRE PUTAS FORÉBER!

5. Harry Potter ou The Hunger Games (Os Jogos da Fome)?
Outra vez arroz? Não troco o meu arre putas por nada deste mundo pá!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

em pausa

Demorei anos a perceber porque raio é que eu parecia curar uma paixão com outra e ia colecionando mazelas vindas de todo o lado incessantemente como um choque em cadeia - eu vivo apaixonada e não sei viver de outra maneira.

Percebi isso agora que sinto a vida estagnada e me faz falta essa vontade louca de me sentar aqui a falar do quão maravilhoso é o rapazinho - e, na volta, esse é outro dos pontos cruciais na minha necessidade de estar apaixonada: olhamos as pessoas com um filtro e aprendemos a vê-las maravilhosas. Mesmo quando o não são - são-no sempre até abrirmos os olhos. Até percebermos que, bem lá no fundo, somos todos mais do mesmo.

Demorei anos a entender que gosto de não saber de mim, que prefiro mil vezes estar confusa a estar parada - seja na plenitude da felicidade ou da tristeza. Preciso de algum rebuliço, preciso de dúvidas, de medos, de vontades contraditórias. Preciso, sei lá, de alguma coisa que faça os dias valerem a pena e do risco de esbarrar com alguém que me faça acelerar o coração em alguma rua dessas, como quem não quer a coisa. Preciso de voltar ao tempo em que enviei mails a meio da noite a alguém que eu queria recuperar com a mais pura das verdades sobre mim e sobre o que sinto, mesmo que isso só me dure cinco minutos - o tempo não importa, o que interessa é sentir de forma verdadeira. Trinta segundos bastam para mudar uma vida - sabe-se lá?

O que mais falta me tem feito é acordar com uma mensagem recebida às quatro ou cinco da manhã - minto. O que mais falta me tem feito é não conseguir deitar-me antes dessas horas porque estou demasiado ocupada a conversar com alguém que tenha a capacidade de me deixar com um sorriso absurdamente ridículo na cara, mesmo quando já mal consigo abrir os olhos. É sempre tudo tão mais fácil quando temos alguém a deixar-nos esse formigueiro no peito! Mesmo quando nos complica ainda mais a vida - descomplica-nos os dias só por existir. Agora sobra-me tempo em que não sinto nada, em que não espero nada, em que não penso em ninguém, e eu não sei viver assim. Não sabia o que é que me estava a fazer falta, mas já descobri: preciso, urgentemente, de me (re)apaixonar.

ajuste de contas

Vocês pensam que o mundo está louco mas este verão tardio não é mais do que uma forma de o são pedro foder aqueles riquinhos que acham que são mais do que os outros porque têm dinheiro para festejar a passagem de ano de calções e pézinho descalço na areia de uma praia paradisíaca - tumbas! Portugal, este querido país à beira mar plantado, virou tropical e este ano sou eu quem faz questão de passar o rébéion de bikíni e caipirinha na mão, que ah e tal sou pobre mas agora aqui também já se vive bem e já temos calor em dezembro. 

Por este andar, a missa do galo pode ser na praia também. 

30 dias, 5 perguntas

1. Animal favorito?
Gato. E cão, vá, mas os gatos são o meu grande amor.


2. De que cor é a tua roupa interior?
I wanna keep you wondering.


3. Chocolate ou Baunilha?
It depends. Se for gelado, baunilha sempre. Se for assim para me deixar a rebolar, chocolate.

4. Sabor preferido de gelado.
Se só puder escolher um sabor, baunilha. Mas o que eu gosto mesmo mesmo mesmo é do mcflurry cornetto de caramelo.


5. Qual é a cor da camisola que estás a usar?
Branca e preta.

aproveitem que não é sempre

Pela primeira vez, vão ter voto na matéria aqui no antro - e daí que não sei, na volta acabo por fazer o que me apetecer à mesma, independentemente do resultado, mas não custa nada tentar. Cuméquié: querem que eu continue a ser o grande ernesto cá do sítio ou assumo-me cinderela, como vós tanto gostais de chamar aqui à lontra?

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

excertos desse nada

Estava a ter um dia absolutamente banal, desses em que parece que deus tirou umas férias e se foi ocupar de outro mundo que não o nosso, porque parecia que este estava mergulhado nesse marasmo infernal em que nada acontece. Nem bom nem mau; limitamo-nos a respirar e a andar para a frente porque nos dizem os olhos isentos de alma que é esse o caminho certo. Estava numa reunião sem importância quando, ainda antes de a ter visto, soube que ela tinha acabado de entrar na sala.

Era impossível não a reconhecer pelos passos - sem querer, sorri -, ela continuava igual a ela própria: um autêntico furacão. Mal passou a porta, já tinha derrubado um placard que caiu em cima de um daqueles tipos de quem ninguém gosta. Corou, incapaz de perceber que nunca ninguém naquela sala a conseguiria culpar por o que quer que fosse ou a iria condenar por ser um desastre com pernas. Acho que, lá no fundo, todos estávamos apaixonados por aquela figura da irreverência e do desconcerto. Uns mais do que outros. Eu mais do que eles.

Quando os nossos olhares se cruzaram, senti o meu coração a martelar-me nas costelas e a fazer-me pensar que estava a agir como um puto idiota; até que idade é que nos é permitido ficar com as mãos a transpirar só de olhar para uma miúda? Mas ela pareceu nem reparar na minha aflição, na minha ânsia por a tirar dali e recomeçar. Que disparate - claro que não reparou; eu expulsei-a da minha vida. Conhecia demasiado bem os pontos fracos dela e foi-me muito fácil fazê-la odiar-me; ainda hoje me pergunto porquê. 

Creio que estava assustado, creio que tomei consciência de que não ia conseguir lidar com ela. Creio que tive medo - mas eu creio em muita coisa que não existe. É este o mal das crenças: servem, sobretudo, para nos apaziguar mesmo quando estamos conscientes de que estamos só a mentir a nós próprios. O meu problema é que não estava preparado para atracar num porto. Muito menos num porto seguro como ela - queria andar à deriva. Queria fazer o que me apetecesse antes de me entregar a alguém que tivesse o poder de me dominar assim. Tive medo, confesso, de me perder. E fugi-lhe por isso - mas perdi-me muito mais.

Dei por mim a suster a respiração; durante um segundo louco, ocorreu-me que ela poderia agredir-me ali, em frente a toda a gente, por eu ser um anormal. E acho que desejei que ela o fizesse - queria que ela me desse com uma cadeira em cima. Queria que ela gritasse comigo. Queria que ela mostrasse ao mundo como eu a desapontei - mas queria que ela me ouvisse. Que ela me perdoasse. Que resultasse. Entretanto, percebi que ela nunca o faria - por muita raiva com que ela tivesse ficado inicialmente, seria incapaz de me querer mal, tal miúda. Nunca me magoaria de propósito como eu fiz com ela - mal ela sabia que, quando começou a falar, a voz dela me atingiu como mil flechas. Mal ela sabe que nada magoa mais do que a doçura. Mal ela sabe que eu me arrependo todos os dias por a ter deixado ir. 

no comboio

- a professora perguntou-me o que é que era a família nuclear e eu respondi que era uma família que veio de hiroshima.

+18

Gostava de entender como é que é possível que existam pessoas que conseguem conduzir sozinhas sem cantarem, qualquer música que passe na rádio, aos berros ao ponto de acharem que lhes vai explodir um pulmão.

Sério, como é que alguém consegue ser feliz sem isto?

welcome to the jungle

Se há coisa que me faz um bocado de comichão é o facto de, nos tempos que correm, sair à noite não ser muito diferente de fazer uma visita um infantário, e uma pessoa até se fica a perguntar onde é que aquela gente estacionou os carrinhos da chicco antes de entrar na discoteca.

Mais frustrante ainda é ver miúdas de 13, 14 anos muito mais bem vestidas e maquilhadas do que eu - mas epá, eu com a idade das criaturas ainda aproveitava os meus tempos livres para pentear bonecas e, devo ser eu quem está a ficar velha certamente, faz-me confusão de que hoje em dia, parte delas, já prefira entreter-se a brincar com pilas. Mas isto sou eu, que sou old school.

30 dias, 5 perguntas

1. Tens desejo de alguma coisa? O quê? 
Desejo acordar um dia destes com uma mensagem a contar a verdade que eu já conheço de cor só para conseguir sossegar, desejo uma segunda oportunidade, nem que seja para fazer merda outra vez, desejo que os gajos deixem de ser todos a mesma merda, desejo ir ver o mundo, desejo deixar de engordar de cada vez que respiro e transformar-me numa espécie de charlize theron da noite por dia. Ah, e desejo a paz no mundo, o fim da fome em áfrica e que determinadas criaturas conheçam o ébola de perto. Só isso.

2. De que cor são as tuas toalhas?
Que pergunta chata. Tenho várias, de várias cores e não há nenhuma predominante.

3. Com quantas almofadas dormes?
Uma. A outra só está na cama para o caso de o jared leto vir dormir a casa.

4. Dormes com animais de peluche? 
Não estou assim tão desesperada, pá!

5. Quantos animais de peluche achas que tens? 
Beaucoup.

não compreendo

O principal motivo pelo qual eu nunca vou ser uma fashion blogger é que eu continuo a não entender qual é a ideia de as gajas saírem de casa em cima de um degrau com a forma de bota/sandália/o diabo a quatro. No geral, são feios que dói.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

das boas notícias

O cancro é o papão da gente grande - e, depois de ele já nos ter roubado alguém importante, queremos ter a certeza de que não o deixamos ganhar  o jogo outra vez sem espinhas. Queremos dar-lhe luta, mostrar que ele não pode simplesmente levar-nos outra pessoa às primeiras, sem ter de enfrentar a resistência inabalável do amor que temos a quem ele nos quer roubar. Cancro filho da puta - vais ter de sofrer muito até me levares mais esta. Tumbas!

Quando descobrimos que alguém de quem gostamos muito tem cancro, o relógio pára. Deixa de haver tempo e passa a haver segundos para aproveitar, um a um, uma vida que está em vias de se consumir. O relógio pára e o mundo estremece - não, não, não, outra vez não! É o medo. A eminência. O sufoco. Creio que, qualquer pessoa que já tenha visto alguém de quem gosta muito a ser consumida pela doença, conseguirá compreender do que falo. É um dia de cada vez - nunca se sabe o que se segue. E então, aproveita-se cada segundo como sempre se devia ter aproveitado - só nos lembramos da efemeridade da vida quando lhe metem um prazo de validade. Quando se ligam todos os alertas e se começa a tratar a morte por tu.

Só me apercebi do quanto gostava da minha prima no dia em que me disseram que ela tinha cancro. E nunca mais a larguei; não queria cometer o erro que outrora cometi. Queria estar lá, sempre, até ao fim. Estive lá em cada consulta, em cada exame - ouvi o médico dizer que o quadro não era famoso; tumor maligno no fígado, já avançado. Só restava a dúvida se já se teria ou não espalhado. Exames, muitos exames, e o quadro continuava - só três meses depois é que se decidiram a fazer uma biópsia. Três meses. Três. Meses.

O tempo deixou de importar, dizia eu, mas há quase quatro meses que havia um nó no peito que teimava em desaparecer - quatro meses em que aprendi a mostrar o quanto gosto dela todos os dias. Quatro meses em que ela aprendeu a aproveitar a vida de uma forma que todos nós devíamos aprender antes de entrarmos em pânico por ela se poder acabar em breve. E foi então que, finalmente, chegou o resultado da biópsia que devia ter sido feita há já muito tempo, em vez de ser constantemente adiada - não há cancro para ninguém. Nunca houve. 

Entre o choque por vivermos num país em que isto acontece e a gratidão por terem voltado a virar a ampulheta ao contrário, ficou-nos uma lição para a vida: a vontade de continuar a aproveitar cada dia como se fosse o último porque, de vez em quando, a vida troca-nos as voltas de repente. É uma segunda oportunidade, é uma vida renovada - mas é, sobretudo, a certeza de que, mesmo nos tempos mais difíceis, nunca se deve desistir.

deus é pai de cada caralho

Se eu já não consigo compreender como é que alguém consegue deitar a cabeça na almofada e fazer um soninho de beleza descansado sem qualquer sentimento de culpa por estar a mentir, mesmo quando a mentira é inofensiva e até lhe traz algum benefício, os seres que mentem só porque sim são criaturas cuja complexidade transcende qualquer capacidade de compreensão do meu pobre cérebro.

E foi assim que um rapazinho, de quem eu por acaso até gostava muito, sumiu da minha vida que nem um peido ao vento - epá, façam o que quiserem, mas não me mintam. Em circunstância alguma. Sobre nada. Se me querem por perto, não me mintam.

agora a sério

Não sendo propriamente crente nessas filosofias de vida que, geralmente, aparecem nas descrições das fotos no facebook e odiando essas teorias que envolvem pássaros livres - e eu sou um bocado perturbada mas juro que me imagino sempre a soltar um bicho desses e ele cagar-me em cima dois segundos depois, porque é assim que as coisas funcionam no mundo real - mas acho que acabei por o fazer inconscientemente; depois de ter feito mil e uma coisas para tentar manter alguém na minha vida, cheguei ao ponto em que pensei não faço nem mais um caralho!. Tchau aí que eu tenho consulta às cinco.

Parecendo que não, é uma terapia de choque que resulta muito bem - eles até podem andar meio desligados durante semanas, pode parecer que se estão a cagar e que tanto lhes faz se estamos ou não na vida deles - nada os deixa mais em pânico do que se aperceberem de que nos perderam mesmo. Ou sou eu que tenho muito azar nos exemplares que comigo se vão cruzando, ou os gajos são todos aqueles seres meio merdosos que se afastam de nós na santa paz de nosso senhor mas que depois fritam a pipoca quando se apercebem de que somos nós quem se quer afastar.

E então, alforrecas, eu aprendi a mandá-los foder e a ir-me embora sem olhar para trás - diz-me a experiência de que, mais tarde ou mais cedo, eles acabam por voltar, e depois eu decido se os mando foder outra vez ou não.

they say to set it free

A frase preferida da maior parte das criaturas deste mundo é aquela que nos incita a deixar livre tudo aquilo que amamos porque, se nos pertencer, eventualmente acabará por voltar. Eu não sou pessoa de me deixar levar por estes mantras, que não sou, mas olhem - perdido por cem, perdido por mil -, resolvi tentar; deixei o que mais amava livre.

Tudo o que eu consegui foi um frasco de nutella vazio. Sad lontra is sad.

30 dias, 5 perguntas

1. Gostas mais dos teus amigos virtuais do que os teus amigos reais?
Eu não tenho amigos, vivo isolada no meu casulo.

2. Facebook ou Twitter?
Facebook.

3. Twitter ou Tumblr?
Tumblr.

4. Estás a ver TV neste momento?
Nop, não gosto disso.

5. Nomes dos teus melhores amigos?
No me gusta los rótulos. Mas, se tivesse de eleger uma puta mor, é óbvio que escolho a patrícia.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

ser gaja é um bocado isto

A gaja tem 92829829 gostos em cada foto e outros tantos comentários a dizer que ela é linda - e é! Em fotos. 
Modificadas.

Ao vivo é super pequenina, toda bexigosa e ninguém lhe explicou que também se vendem calças na secção de adultos, o que resulta, mais coisa menos coisa, com o banhedo lateral a roçar os joelhos. Eu cá já tive o prazer (not!) de ter de espetar dois beijinhos na criatura e, se soubesse o que sei hoje, tinha aproveitado para lhe arrancar um punhado de cabelos da cabeleira à marco paulo dos anos 80.

E isto porque, tudo bem, já não tenho nada com o gajo e, valha-me nossa senhora, não quero nem pensar em gajos nos próximos tempos, mas se eu me convenci de que ele anda ali a furunfunfar na gaja, é óbvio que está na minha lista negra. É só.

pussy magnets, e daí que talvez não

Ia calmamente pela rua, perdida entre a minha música e os meus pensamentos, quando vi dois cães lindos lindos lindos - era um labrador e um pequenino, não faço ideia da raça, mas adoráveis que só eles. Fiquei a olhar, claro está, que uma pessoa está cansadíssima de pessoas mas os animais nunca desiludem. 

Quando olhei melhor, vi o dono estacado a olhar para mim. Apercebi-me de que o meu atraso mental era demasiado evidente e eu estava a sorrir. Para os cães. Mas o dono - devia ser pouco mais velho do que eu - não percebeu isso e ficou a olhar para mim, parado no meio da rua, até eu lhe desaparecer do campo de visão, e a sorrir com cara de parvo.

Isto não é a primeira vez que me acontece - mas o outro gajo era mais fofinho e tinha um gato, o que aumenta em 300% as hipóteses de me conseguir levar ao altar. Já este, epá, foi só creepy e convencido porque eu nem tinha olhado para ele - mas, expliquem-me, estas criaturas já levam os bichos para a rua na esperança de engatarem alguma alucinada amante de bichinhos ou sou só eu que tenho o azar de ser apanhada nestes momentos em que o meu cérebro pára?

30 dias, 5 perguntas

1. Já foste expulso/suspenso? Porquê?
Fui para a rua umas duas ou três vezes no ensino básico, mas juro que a culpa nunca foi minha!

2. Já foste preso? Porquê?
Sim, pela pide. Porque tenho joanetes e não gosto de couves.

3. Já amaste alguém?
Nem a mim.

4. Conta-nos a história do teu primeiro beijo.
Foi meio triste. Estávamos a falar e o rapazinho tentou beijar-me a meio - já estávamos mesmo ali vai-não-vai, lábios colados, tudo a postos para o início da endoscopia, quando me bateu aquele medo do oh meu deus, eu nunca fiz isto antes! como é que se faaaaaz?!, abortei missão e dei um saltinho até à minha wild bicha que, por acaso, estava perto, toda em pânico. Depois não há muito mais para contar - a mocinha lá me acalmou, eu voltei para ao pé do rapazinho e nem me lembro bem de como aconteceu, mas sei que detestei e fiquei a perguntar-me como que raio é que alguém podia achar que o primeiro beijo era uma coisa do outro mundo. O meu foi só estranho. Depois habituei-me.

5. Tens fome neste momento?
Fome fome eu não tenho, mas estou sempre disponível para comer.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

dumb questions

- pintaste o cabelo ou esta é mesmo a tua cor natural?

Note-se, eu tenho o cabelo vermelho. Tipo vermelho a sério, daquele vermelho que não deixa ninguém naquela de pode-ser-só-um-castanho-meio-esquisito.
Não.
É vermelho mesmo.

30 dias, 5 perguntas

1. Cor preferida?
Verde esmeralda.

2. Comida preferida?
É mesmo suposto uma lontra como eu ter UMA comida preferida?

3. Última coisa que comeste?
Massa com carne.

4. Primeira coisa que comeste esta manhã?
Leite com cereais.

5. Alguma vez ganhaste uma competição? De quê?
Um concurso de francês conta?

domingo, 19 de outubro de 2014

i don't always cry but, when i do, angels deserve to die.

Até acredito que sair à noite semi nua e roçar a big bunda em tudo quanto é genitália masculina ajude a encontrar um desses merdosos que vos pagam três bebidas e se oferecem para vos tirar as cuecas - mas nada deixa dois gajos mais embasbacados do que ver duas raparigas a berrar a chop suey. Bom, pelo menos ao jeito típico do WAKE UP! kweijuioewjiepwjewo MAKE UP ieohoiehioewhioeww SHAKE UP, e depois a empregar todos os sentimentos do mundo no refrão.

Podia ter sido amor mas eu nem cheguei a reparar neles e só soube disto no dia a seguir. Epá. *flies away*

cinderela aconselha

Gajos - fujam de gajas com mau feitio. 
Elas têm um lado doce e um lado que vocês nunca vão querer ver, e conseguem passar de um para o outro em aproximadamente três segundos. Tudo depende de vocês - e das hormonas delas porque, já disse, somos todas um bocado fodidas de vez em quando. Fujam de gajas com mau feitio, especialmente se forem uns conas como todos aqueles por quem eu me interesso, ou vão acabar a comer da mão dela em menos de nada; basta que uma gaja queira e o cataclismo acontece.

Como é óbvio, contra mim falo - mas a criatura não lê o blog e pareceu-me simpático advertir os restantes machos deste mundo, para que não cometam todos o mesmo erro. Pelo menos sejam originais, caralho!

fragmentos de sexta

Uma em cada casa de banho, uma parede a separar-nos, ela começa:

- bichaaaaaaaa, estás a conseguir mijar de pé?
- uhm?! mas nós somos gajas, não mijamos de pé.
- eu normalmente mijo mas agora não consigo. caio sempre para a frente.

Nove anos depois, descobri que afinal ela tem uma pila. Pesada.

30 dias, 5 perguntas

1. Qual é a tua paranóia?
Acho sempre que as pessoas não gostam de mim, e então sou estupidamente desconfiada. E também acho que tenho um cu de três quilómetros mas pelos vistos só tem dois e meio.

2. Já alguma vez estiveste ganzado?
Não, a minha estupidez é absolutamente natural.

3. Já alguma vez estiveste bêbedo?
Bebedeiras mesmo a sério devem ter sido só umas duas ou três e, mesmo assim, a mais hardcore foi a de sexta. De resto, bebo mas porto-me bem.

4. Fizeste algo recentemente que esperas que ninguém descubra?
Mais ou menos. Fiz algo que espero que pouca gente descubra, serve?

5. Qual é a cor do última camisola com capuz que usaste?
Cinzenta.

sábado, 18 de outubro de 2014

coisas do diabo

Estranho é apanharem a maior sarda de sempre - mesmo mesmo mesmo a maior de todas - precisamente na noite em que bebem menos e acabarem a noite numa confraternização esquisita na casa de banho onde uma desconhecida vos incita a vomitar e outra vos vai lavar a cara e tenta enfiar-vos açúcar na goela, mas vocês não percebem nada do que se está a passar porque vocês estão bem. Estão só um bocado tontos, que estão, mas estão felizes e não há má disposição para ninguém, enquanto se lembram de que querem recuperar o esse tal ex qualquer coisa e lhe dizem isso mesmo, sem medos, sem constrangimentos, sem nada. Só assim mesmo: tumbas que era disto que precisavas. E vocês estão mesmo bem! Já nem sequer estão a pensar na discussão feia que tiveram há apenas umas horas atrás e que acabou com qualquer possibilidade de entendimento entre vocês e uma pessoa por quem tinham bastante carinho, porque vocês se limitaram a mandá-lo passear. Está é um bocado de vento, mas não é nada que não se aguente porque, graças a deus, há paredes e pessoas por todo o lado, dá sempre para segurar. Mas vocês beberam pouco e sabem disso - começam é a ter a vaga noção de que no dia seguinte não se vão lembrar de nada quando têm o telemóvel na mão e reparam que acabaram de enviar uma mensagem, sem sentido nenhum, que nem se lembram de ter escrito. Repetem: vocês estão bem, porque estão mesmo. O único problema são as tonturas, quebra de tensão de certeza, e aquele pequeno descontrolo ao nível dos membros inferiores. Vocês já beberam o triplo e ficaram bem, para quê dramatizar? Deitam-se às oito da manhã e dão dois beijinhos à ressaca assim que acordarem. 

(e passam o dia naquela do juro que nunca mais bebo mas sabemos todos que é mentira.)

come on barbie, let's go party

Achava que o facto de existirem gajas que saem à noite, supostamente, para dançar com saltos altos que mais parecem andas era o maior mistério de sempre - afinal não é. Se há coisa que eu gostava de entender é como é que alguém é capaz de voltar para casa com a maquilhagem e o cabelo perfeitos. De que planeta vêm vocês? (e não há álcool lá, pois não?)

30 dias, 5 perguntas

1. Acreditas que toda a gente merece uma segunda hipótese?
Todos nós merecemos a oportunidade de fazer merda duas vezes, só para ter a certeza de que fica uma merda bem feita.

2. Se estiveres extremamente quieta, o que significa?
Chamem uma ambulâââââânciaaaa!

3. Sorris a desconhecidos?
Muito mais do que a conhecidos.

4. Preferias fazer uma viagem ao espaço ou ao fundo do oceano?
Ao espaço, porque eu não sei nadar.

5. O que te faz sair da cama de manhã?
A certeza de que ela não vai fugir e a nossa separação é temporária.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

30 dias, 5 perguntas

1. Já alguma vez gostaste de alguém e nunca lhe disseste?
Ah, anos e anos disto.

2. O que dizes durante silêncios constrangedores?
Bem, vou cagar. 
Às vezes é um bom icebreaker. Outras vezes é só a maneira mais rápida de voltar à minha condição de forever alone.

3. Descreve o teu rapaz/rapariga de sonho.
Isto pode parecer demasiado simplista, mas a verdade é que o meu rapaz de sonho é aquele que me faz sentir grata todos os dias por o ter ao meu lado. E por aqui se vê bem o porquê de ser um sonho.

4. Quais são as tuas lojas preferidas para fazer compras?
Qualquer uma onde haja coisas giras e baratas porque eu não sou pessoa de gastar muito dinheiro em coisas de que me canso facilmente. E isto implica que eu adore a primark porque está cheia de pechinchas que se estragam com a mesma facilidade com que eu me farto delas, a h&m onde, de vez em quando, há coisas que me agradam e em conta e, claro, a intemporal feira, porque além de comprar coisas, ainda sou assediada por ciganos. É uma festa! 

5. O que queres fazer depois da universidade?
Trabalhar...?

mais lógica feminina

Juro que nunca mais lhe digo nada! Okay, se calhar digo porque falta salientar que sei que ele me mentiu e que ele me mete nojo e tenho de lhe atirar à cara coisas que aconteceram há três meses e dizer-lhe ainda que, bem lá no fundo, estou certa de que ele é o principal culpado por me terem dado compota de manga em vez da de pêssego lá por volta dos meus dois anos. É que eu odeio manga, caralho! E aquele gajo é um imbecil. É só dizer mais isto e nunca mais lhe falo, juro. Só mais isto.

Aaaaand... that's how we roll.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

cinderela aconselha

Não se prendam a alguém ou a alguma coisa que vos páre, que vos faça ficar dias e dias à espera de cinco minutos de felicidade, quando lhe apetecer, quando lhe der jeito, se não chover. Ninguém precisa de pessoas assim na vida - por muito boas que sejam, epá, não. A ideia é sermos felizes todos os dias, pelo menos um bocadinho, e não passar semanas de angústia recompensados de forma a ficarmos ainda mais angustiados no fim.

Isso não funciona, gente. Ou é ou não é - não se contentem com migalhas, não se contentem com metades, não estagnem as vossas vidas por alguém só porque vos parece a coisa certa a fazer; a coisa certa é nunca parar. É andar sempre, mesmo que às vezes nem se saiba para onde. Já percebi que a vida é sobre pessoas a chegar e a ir embora, mas mais importante do que isso é o que fazemos enquanto elas cá estão. Depois elas vão, nós vamos. Sobram as recordações, talvez as saudades, mas não se prendam a ninguém. Nunca.

Façam o que fizerem, nunca se prendam ao que vos faz mal. Saiam pela porta da frente e vão ser felizes - and never stop the fucking rave!

(isto são as declarações de alguém que acabou de mandar foder o destinatário daqueles mails todos foficoisos que aqui tenho publicado. estão a ver a cena, não é? não. me. prender. nunca! não me deixar domar. não querer saber. seguir em frente. sempre. e, acreditem ou não, estou estupidamente orgulhosa de mim mesma por ser capaz de meter sentimentos ao lado quando eles não me fazem bem.)

prepara que agora é a hora do show das poderosas!

Nunca nada me deixa tão entusiasmada quanto uma coleção enorme de más ideias que eu tenciono por em prática. Oh meus amigos - se tudo correr bem, vai dar merda. Euéh!

merde, porque tudo soa melhor em francês

Um dos dramas femininos que eu nunca fui capaz de compreender é aquele trauma da tampa da sanita levantada, porque baixá-la requer um esforço imensurável e, já se sabe, gaja que é gaja é sempre fraquinha para aquilo que convém. Sério, eu não entendo mesmo como é que uma coisa destas pode ser sequer motivo de discussão - na pior das hipóteses, lavam o cu automaticamente o que, bem vistas as coisas, pode nem ser assim tão mau.

Agora, se há pessoa a quem eu desejo uma diarreia descomunal num dia em que o papel higiénico esteja esgotado em casa é àquela que insiste em acabar o rolo e nunca ir buscar um novo. Nunca. Mesmo em jeito de "meh, eu já caguei, o próximo que limpe o cu aos dedos". Eu chateio-me com estas coisas.

30 dias, 5 perguntas

1. O teu cabelo é comprido o suficiente para fazer um rabo de cavalo?
Opá, dar até dá, mas como o cortei recentemente fica a parecer só um pompom estúpido.


2. Com que celebridades fazias um ménage à trois?

Com o jared leto. Mas eu não sou exigente, não preciso de mais ninguém - pode vir só o jared mesmo!

3. Escreve o teu nome com o teu queixo.
Doem-me as costas. Vocês já sabem que eu sou o ernesto.

4. Praticas desporto? Que desporto?
Às vezes mexo-me um bocadinho. Por exemplo, ainda a semana passada cocei um joelho.

5. Preferias viver sem TV ou sem música?
Sem tv vivia na boa, sem música é que entrava em parafuso.

lógica feminina

Eu até posso ter demorado três horas a responder-te à puta da mensagem mas, depois de eu o fazer, tens exatamente 30 segundos para me responder. Está a contar. That's how we roll.

troca tintas

Por mera coincidência ou por ter já lido o mail que, tal como eu escrevi, ditaria o fim da história, ao fim de não sei quantos dias (uma semana? mais?) sem dar mostras de vida, o rapaz decide mandar mensagem. Amuei, ponderei nem responder. Mas respondi - curta e grossa como se quer em situações destas, mas respondi mesmo a contragosto.

Estou certa de que desmaiou, tamanha a emoção que sentiu, com a minha mensagem e ainda se encontra inanimado no chão lá de casa. Não queria ser eu a dar-vos esta novidade mas eu testei e deu positivo: os gajos são uma merda. Vou para freira, foda-se.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

escritos e enviados

Esta é a última vez que te escrevo - nunca impus limites a mim mesma nesse sentido porque confiei na minha capacidade de saber quando tivesse chegado a hora de me ir embora definitivamente da tua vida. E essa hora chegou.

Não me quero despedir de ti sem pelo menos tentar que me ouças: não sejas tão exigente com os outros. Não estejas sempre cinco passos atrás; eles vão mesmo desiludir-te, vão mesmo magoar-te, mas tu vais fazer o mesmo com eles. Também me desiludiste muito. E também me magoaste um bocadinho - eu falei-te dos meus medos e tu conseguiste abrir ainda mais a ferida que nunca teve tempo de sarar. Mas não te consigo culpar por isso; já viste o quão estúpida eu sou? É assim mesmo que o mundo funciona, alexandre. As coisas más equilibram o mundo porque nos obrigam a dar o devido valor às coisas boas - mas tens de aprender a lidar com as duas em simultâneo em vez de te fechares no teu mundo. Corres o risco de te transformares em alguém absurdamente injusto e intolerante, como fizeste comigo, de tanto medo que tens de te dar mais um bocadinho. De te arriscares por alguém.

Nunca tomes nada como garantido; ninguém consegue sequer imaginar o dia em que o sol não vai nascer e, no entanto, é certo e sabido que esse dia vai acontecer. O problema é que já não haverá de facto nenhum ser vivo que cá fique para contar a história - consegues imaginar pior final para o mundo em que vivemos do que o absoluto vazio? A morte de tudo? O fim? E, entendes, mesmo assim nós passamos a vida a queixar-nos de finais menores, de finais reversíveis, de coisas que se resolvem com o passar do tempo, como se não houvesse nunca uma saída. Mas há. Eu juro que um dia ainda hás de ser muito feliz, mas precisas de te permitir a isso primeiro. E precisas de aprender a não ter medo de dizer o que queres, o que pensas. Não te feches quando te magoam - nunca te cales. Faz-te ouvir. O silêncio nunca vai resolver nada - deixa as coisas exatamente no ponto em que ficaram, e isso é mil vezes pior do que resolveres o assunto de uma vez.

Já sei que o teu amigo decidiu, finalmente, admitir que inventou tudo o que te disse sobre mim. Já sei que ele te pediu desculpa - mas também já sei que, afinal, não foi essa a causa do teu afastamento inexplicável. Já sei que esse foi só o empurrão de que precisavas mas, tal como eu temia, foi pura vontade própria - e isso eu não te perdoo. Perdoar-te-ia um milhão de coisas, um milhão de vezes, mas não perdoo a falta de honestidade. A falta de coragem para me dizeres o que se estava a passar - e hey, eu aceitá-lo-ia se me tivesses dito. A vida está cheia de partidas e de chegadas que não conseguimos controlar - mas as fugas não têm desculpa. Não depois de tudo.

Não sei nada de ti há séculos. Não sei se chegas a ler ou se ignoras por completo mas, e repetindo o que já foi dito, isso não me importo muito. Nunca me perdoaria a mim mesma se não tivesse tentado, se não tivesse dito exatamente aquilo que sentia; de resto, as atitudes são de quem as tem e eu não sou responsável pelas tuas reações. A minha parte está mais do que feita, começam a falhar-me as palavras e a vontade de as inventar na esperança de conseguir manter uma ponte entre nós. Gosto muito de ti, mas já não faço nada aqui.

Esta é a última vez que te escrevo, o que significa que - no caso de chegares a ler - esta será a última vez que terás notícias minhas. Não sei se estás bem, se estás feliz, se o teu problema se resolveu, mas resta-me dizer-te que espero, sinceramente, que sim. Apesar de tudo, não te guardo qualquer rancor e lembrar-me-ei sempre de ti com o mesmo carinho de sempre, mesmo que agora só me passem pela cabeça os momentos em que descobri que me mentiste e mais uns quantos em que me foi realmente difícil não perder a cabeça - acreditas que, mesmo estando profundamente desiludida, te continuo a desejar o melhor? É que eu acho que não tens culpa - ou tens, por te deixares domar dessa forma, mas acabamos por ficar todos meio estragados quando o mundo à nossa volta está sempre a ruir. Lamento por tudo, mas não lamento ter-te conhecido - repeti-lo-ia um milhão de vezes, mesmo sabendo que o final era este. Aqui. Assim.

Que o chão debaixo dos teus pés nunca mais se abra e que consigas manter o equilíbrio depois de qualquer abalo. Que encontres alguém que te dê aquilo de que precisas e que vejas o que me fizeste como uma lição para não repetir - não te percas a ti próprio, mas não faças alguém perder-se de propósito. Não terás a sorte de encontrar muita gente que continue a ver o teu lado bom depois de teres feito algo como aquilo que fizeste comigo. Da minha parte, não tenho nem quero ter mais nada para dizer. Mesmo que tenha, nunca saberás.
Adeus.

the p word

Parecendo que não, ainda há gajos que coram quando ouvem as gajas a falar do período. Têm aquela reação meio ridícula, como quando somos pequenos e entendemos que a história da cegonha é mentira - e daí nunca se sabe, há homens com gostos estranhos no que toda a dar nomes à genitália! - mas continuamos a não querer ouvir falar de sexo.

Eu não entendo o porquê - ter o período é mesmo fixe. Sério. A minha altura preferida do mês é aquela semana em que sinto uma vontade inexplicável de esfaquear toda e qualquer criatura que ouse respirar à minha volta. Estado esse que só é alterado quando me dá uma vontade incontrolável de chorar com, sei lá, o anúncio ao papel higiénico, um mosquito com uma pata a menos, comichão no pé. Tudo serve e as gajas estão sempre perdoadas - é das hormonas.

Além do mais, é mesmo confortável andar com pensos que, de vez em quando, decidem mudar de posição e pufff - podemos sempre usar a desculpa de que nos sentámos em cima de ketchup mas, a não ser que nos estejamos a desculpar perante putos de 11 anos ou mais novos, toda a gente vai compreender que estamos só a jorrar sangue descontroladamente pelas partes baixas. Em alternativa, temos sempre os bem amados tampões - se tudo correr bem, uma pessoa nem os sente. Só há aquele pequeno senão de, na hora de o tirar, sentirmos uma dor lancinante lá nas partes baixas e começarmos a acreditar que o útero vai vir agarrado. Mas tudo bem - nós somos fortes; para finalizar o processo, só falta mesmo ficar com aquela cara entre o nojo e o eu-não-acredito-que-isto-é-meu a observarmos a obra de arte durante, aproximadamente, cinco segundos antes de o metermos no lixo - estão a ver, mais ou menos o processo do lenço ranhoso. No fim, é meter outro tampão e começar de novo.

Ser gaja é mesmo mesmo giro - mas ainda há gajos que coram a falar destas coisas, porra! Nunca percebi se é por lhes fazer confusão imaginar a revolução que acontece mensalmente lá nas entranhas de cada bicha ou se ficam só a sentir-se mal por todas as vezes que se queixam do quão difícil é suportar uma dor esporádica nos colhões. Ninguém com a capacidade de mijar de pé se devia queixar em frente às criaturas que se esvaem em sangue durante cinco dias por mês. Ninguém!

30 dias, 5 perguntas

1. O que é que fazes quando acordas?
Resmungo com toda a gente durante as três horas seguintes.

2. Preferias que a tua pele fosse mais clara ou mais escura?
Já houve uma altura em que queria ser mais escura, mas depois apercebi-me de que, como passo a vida a pintar o cabelo com cores esquisitas, tenho muito a ganhar em ser a branca de neve do sitio. Fica muito melhor.

3. Com quem te sentes mais confortável?
Neste momento, sozinha.

4. Algum dos teus exs disse-te que se arrependia de terem acabado?
O mais perto que eu tenho de um ex é aquele que nunca chegou a ser promovido a namorado, e ele nunca revelou tendências sadomasoquistas, por isso duvido que esteja para aí virado.

5. Alguma vez queres casar?
Não. Em primeiro lugar, porque seria necessário um noivo e eu duvido que alguém que se encontre num estado de demência tal que aceite casar comigo, ainda seja capaz de falar. Em segundo lugar porque os casamentos de hoje são um negócio mal amanhado e eu não tenho feitio para organizar um evento onde a famelga vai tirar a barriguinha de misérias. Epá, não mesmo.

quando uma amiga faz trinta por uma linha para me convencer a ir a uma festa

*envio-lhe uma foto*

- a cara deste rapaz diz-te alguma coisa?
- não, nem por isso. quem é?
- é o tal ex-qualquer-coisa. é que eu não tenho a certeza mas cheira-me que ele costuma andar muito por essa discoteca.
- tem cara disso! vem também que ele deve lá estar!

E foi assim que eu descobri que há pessoas que têm cara de ir aqui e ali. Eu devo ter cara de quem vai para a frente do tgv.
Repetidamente.

(euéh, esta foi fraca mas sentida!)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

lembrei-me

Se há coisa que eu acho absolutamente nojenta são aquelas casas de banho de bolso que aparecem em tudo quanto é festival e festarola - como se já não fosse mau o suficiente estarmos a contribuir para a felicidade de um depósito com litros e litros de, na melhor das hipóteses, mijo de desconhecidos, ainda há aquela pequena particularidade de não haver água para lavar as mãos.

E vocês podem pensar - not a big deal, não morres por não lavar as manápulas uma vez, mas eu sou absolutamente paranóica com estas questões de higiene e fico a pensar naquilo, mesmo que não queira, pelo que só em casos de grande necessidade é que me rendo a estas cabines.

Ora, foi isto que aconteceu da última vez que saí à noite - para ir a uma casa de banho a sério tinha de andar para caralho e, a dada altura, já dava graças a deus por conseguir chegar àqueles esgotos ambulantes a pé e sem tropeçar muitas vezes porque, já se sabe, ou é o terreno que é acidentado, ou o vento que é forte, mas fica meio difícil andar direita. Mas eu não desistia de tentar lavar as mãos, nem que fosse no gelo dos copos. 

Correu tudo bem ao início. 
Depois eu enfiei a pata num copo (quase cheio) de vodka.
(álcool desinfeta, num é berdade?)

traumas antigos

Eu quero mesmo voltar a fazer uma franja mas, de cada vez que penso em arrastar o fat ass até ao cabeleireiro, lembro-me daquela altura em que, por volta dos meus doces 16 anos, eu achava que era muito alternativa e a cortei assim meio em escadinhas. Ficou medonho e eu acordei com uma ereção capilar durante meses. MESES!

Tenho medo de me voltar a transformar num unicórnio mas estou cansadíssima de me ver assim. Meh. Acho que, pelo sim e pelo não, limito-me a mudar de cor. Outra vez.

30 dias, 5 perguntas

1. Quais são os teus maus hábitos?
Respirar. É um hábito meu que costuma irritar muita gente - de resto, tenho mesmo a mania de ser irritante, de propósito, só para chatear.

2. Onde gostarias de viajar?
Se eu tivesse coragem para me enfiar num avião, começava por passar em paris porque a única vez que os meus pézinhos reais pisaram tal terra me soube a pouco, londres, amesterdão, tóquio, ny, veneza, praga e sidney. Assim de repente acho que chega.

3. Tens problemas de confiança?
O único problema é decidir se começo por falar na falta de confiança em mim ou nos outros. Then again, acabam por ser a mesma coisa.

4. Qual é a tua parte preferida da tua rotina diária?
As viagens de comboio. Sério, isto pode parecer meio parvo mas eu juro que adoro andar de comboio.

5. Com que parte do teu corpo te sentes mais desconfortável?
O meu corpo por acaso é bastante confortável. Acho que, num futuro próximo, posso até investir numa carreira de colchão andante. De resto, desde que não tenha de me ver ao espelho, está tudo bem.

o drama

Descobri que quero umas galochas - o problema é que idealizei umas e não faço ideia de onde as encontrar. Entretanto, vi uma mulher com umas exatamente como as que eu quero, mas com um padrão tigresse de meter medo ao susto.

Não encontro. Quero iguais, em preto, mas só encontro daquelas com uns elásticos horríveis e eu acho aquilo medonho quase ao nível das famosas crocs. Assim como assim, parte de mim acredita que isto é um sinal divino porque, sei lá, assim de repente parece-me que estas galochas são o principal repositor de chulé nacional do momento mas, oh, são giras e dão jeito.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

o azedume habitual

Sinto sempre uma pontada na unha do dedo mindinho do pé esquerdo quando penso na quantidade de papás que pagam para os filhos terem uma casa em coimbra, na cidade onde estudam, porque, coitadinhos, não podem vir a casa todos os dias, e nem sequer estranham o facto de eles levarem quase dez anos para tirar uma licenciatura de quatro. Se há coisa que quero experimentar é vir a morar sozinha - mas, claro, quando eu me puder sustentar. Eu. 

Não me levem a mal, há mesmo pessoas para quem essa hipótese é a mais viável, mas não é o caso das gentes, ou vá, da maioria das gentes, daqui. De comboio, demoramos cerca de meia hora a chegar lá e, depois da estação para as universidades há um milhão de autocarros que já se sabe como é. De carro, demora-se ainda menos do que de comboio - e não, meus amores, não estamos a falar de meios de transporte mais dispendiosos do que mudar os trapinhos para coimbra. 

Estamos a falar é da liberdade para sair todas as santas noites sem ter de pedir autorização aos papás. Estamos a falar das famosas quintas feiras académicas, das quais podemos ter um resumo à sexta de manhã: gente bêbeda a dormir nos passeios, mais uns quantos mocados a cambalear pelas ruas, poços de vómito e garrafas partidas. Palavra de honra, é esta a coimbra dos estudantes - e hey, tudo bem, sair à noite é bom, o álcool parece sempre fixe até à manhã seguinte e eu estou certa de que existem alguns que vêm para cá realmente para estudar, não há nada de errado em divertirem-se também. Mas estou a falar daqueles que às vezes eu desconfio que mal sabem o nome do curso em que entraram e daqui levam pouco mais do que um fígado em vinho d'alhos.

escritos e enviados

Durante anos, fugi a sete pés daquilo que sentia. Enterrava-o bem fundo, não confessava por nada deste mundo; quanto mais gostava de alguém, pior o tratava. Só descansava quando tinha conseguido fazê-lo detestar-me o suficiente para que nunca entendesse o quanto eu gostava dele; só há pouco tempo me apercebi exatamente do porquê: a ideia de que sou diferente estava de tal modo enraizada em mim, que eu me sentia indigna de sentir o que quer que fosse por alguém. Ou, pelo menos, indigna de o dizer, porque alguém como eu não devia ousar gostar de um rapaz normal.  Parece-te ridículo? Provavelmente, sim. Ridículo e exagerado, mas é isto que acontece quando passam a vida a dizer-te que és diferente: acreditas. E sofres com isso. 

Em parte, é a isto que me refiro quando digo que não reconhecerias a pessoa que eu era antes de te encontrar - não foi a primeira vez que disse a alguém o que sentia, mas é a primeira vez que não desisto três segundos depois de o fazer. É a primeira vez que vou atrás - um dia apercebi-me de que já me cruzei com pessoas incríveis e que nunca mexi um dedo para lhes mostrar que as queria na minha vida e que, aliás, na maior parte do tempo, eu fazia de tudo para que elas nem se apercebessem disso mesmo. Quando me apercebi de que também te estavas a ir embora, fiquei com medo; apercebi-me de que era mais ou menos provável de que, daqui a uns tempos, desse por mim sem conseguir dormir, às cinco da manhã, a perguntar-me como que raio consegui ser tão estúpida ao ponto de nem ter ido atrás de ti. Porque é isso mesmo: eu quero que fiques. E vou continuar a dizê-lo, mesmo que não queiras ficar; trata-se, pela primeira vez, do que eu sinto, unicamente.

O meu maior medo era que encontrasses alguém melhor do que eu e te esquecesses de mim. Agora já não é um medo - é uma realidade. E digo mais: eu também vou encontrar pessoas melhores do que tu. Outra das coisas que compreendi é que isso está longe de ser o mais importante - em primeiro lugar, porque a distância sabota os defeitos e fazem-nos parecer menores e, em segundo lugar, porque eu tenho uma tendência desastrosa para preferir o que me faz mal. Posso cruzar-me com um milhão de pessoas melhores do que tu, posso até apaixonar-me por elas, posso criar mil vezes mais memórias do que aquelas que criei contigo e, ainda assim, acordar um dia e sentir a tua falta. Perceber que, por mais virtudes que qualquer outra pessoa tenha, ela não és tu e, só por isso, não é a ela que eu quero ao meu lado. Entendes o que te estou a tentar dizer? Ninguém é feito para nós por encomenda e vai sempre haver coisas de que não gostamos nelas - mas, mesmo assim, somos capazes de as amar loucamente durante uma vida inteira. Por isso, já não me assusta que encontres alguém melhor - assusta-me não te conseguir marcar o suficiente para que, no fim do dia, seja de mim que te lembres. Para mim que queres voltar.

Sempre me pareceste demasiado bom para mim - palavra de honra. Dei por mim a perguntar-me, vezes e vezes sem conta, como é que alguém como tu tinha olhado duas vezes para mim. Como é que era possível que não compreendesses que eu não valia nada. Honestamente, não me surpreende que te tenhas cansado - mas lamento, porque eu nunca fui capaz de me fartar de ti.

Tenho saudades tuas. Quantas vezes é que me é permitido dizê-lo? Se houver um limite, desculpa - estou mais ou menos certa de que já o devo ter ultrapassado há muito, mas não quero que te esqueças disso. Tenho saudades até das noites em que já estava a morrer de sono mas tu não me deixavas dormir porque me querias ligar mais uma vez. Pudesse eu voltar lá - a essa altura em que eu aprendi que dizer xau antes de ir dormir era um ato de pura maldade, porque não havia nada melhor do que adormecer depois de um até amanhã. Não havia nada melhor do que a certeza de que ainda lá estarias no dia seguinte.

coimbra dos nadadores

Adoro chuva e adoro coimbra, mas as duas combinadas é que não - é tudo muito bonito mas, nesta cidade do diabo, chove por cinco minutos e uma pessoa já tem vontade de ligar ao noé a pedir que repita a cena da arca, mas assim em jeito de arca do povo para levar toda a gente, e só não deixe entrar swaggers e pessoas que usam crocs. 

Começo a ter a sensação de que só vou ser capaz de voltar para casa de barco e, assim como assim, o cenário lá não deve ser assim tão diferente que também é preciso pouco para virar aquário. Mas é na boa - eu preciso mesmo de melhorar as minhas skills de nadadora. 

30 dias, 5 perguntas

1. Beijavas novamente a última pessoa que beijaste?
Tenho oscilado entre os períodos em que preferia comer um rato morto há três semanas e aqueles em que tenho a certeza de que, se pudesse e lhe metesse a vista em cima, lhe fazia uma endoscopia em público, antes mesmo de ele ter tempo para se aperceber de que era eu quem lhe estava a saltar para cima.

2. Achas que há vida noutros planetas?
Não tenho a certeza, mas há dias tão fodidos que dá vontade de ir espreitar.


3. Ainda falas com a tua primeira paixoneta?
Nem por isso. Raramente o vejo e a namorada olha para mim com ar de quem me arrancava os rins se pudesse.


4. Gostas de banhos de espuma?
Não tomo banho.

5. Gostas dos teus vizinhos?
Quando estão longe.

domingo, 12 de outubro de 2014

é estranho

Eu sempre achei que tenho ar de pita e até me espanta que nunca me tenham mandado parar para se certificarem de que eu tenho realmente idade para conduzir - mas ver o fator x é frustrante. Como é que aquilo está cheio de pitas de 14, 15 anos que têm ar de ser MUITO mais velhas do que eu?

Sério, moças, vocês começam a envelhecer no útero, é?

e com isto me retiro

Não quero correr o risco de vos convencer de que afinal até sou simpática, porque vou continuar com o azedume habitual e ninguém me paga para andar a fazer propaganda, mas hoje apetece-me apresentar-vos alguém, para verem o que é bom.

Se vocês só se interessam por aqueles blogs, com mais seguidores do que o dalai lama, que conseguem ser absolutamente desinteressantes e, mesmo assim, ter 938039202 comentários num post que só diz "hoje cortei as unhas dos pés", então podem retirar-se de mansinho. Agora, se são dos que, como eu, têm orgasmos cerebrais múltiplos quando encontram um blog interessante onde, ainda por cima, a autora tem piada, e ficam irritados quando se apercebem de que são exatamente esses blogs que ninguém conhece, então serão capazes de compreender porque é que vos estou a apresentar a panda. 

É que estas coisas chateiam-me um bocado. Deixem-se de pipocas e de maçãs e de outras que tais - ide ver o que é bom e nem digam que vão daqui; vamos fingir que isto não aconteceu.

30 dias, 5 perguntas

1. O que diz a mensagem mais recente que enviaste?
"Okey dokey, but can't wait for too long"

2. Quais são as tuas cinco músicas preferidas neste momento?
Epá, eu passo a vida a ouvir música e é-me realmente difícil isolar favoritas do momento, mas falando das minhas preferidas de sempre, acho que podemos considerar: my immortal - evanescence, iris - goo goo dols, walking away - limp bizkit, blind - korn, and the snakes start to sing - bring me the horizon.

3. Quem, do sexo oposto, está nos teus pensamentos?
Quem não devia, claramente.

4. Falar de sexo deixa-te desconfortável? 
Não, desde que seja uma conversa com pés e cabeça. 

5. Quem foi a última pessoa com quem tiveste uma conversa profunda?
Provavelmente, com a patrícia.

sábado, 11 de outubro de 2014

plot twist

Cheguei a um ponto em que compreendi, finalmente, que é absurdo racionalizar o amor e fazer uma lista de parâmetros que necessitam de ser verificados antes de se determinar se se pode ou não considerar que se ama alguém. Hoje em dia, comparo toda a gente que ainda ousa tentar definir o amor com o miguel sousa tavares - tem sempre alguma coisa a dizer sobre tudo, quanto mais não seja para não estar calado. O importante é amar pra caralho, nem que sejam só cinco minutos - o erro é levar tudo demasiado a sério, achar que tudo tem de ser para sempre. E tem; mas só enquanto dura.

O truque, entendo agora, é não tentar calar a tempestade dentro de nós - é preciso vivê-la com a mesma intensidade com que ela nos consome. Sentir todos os segundos, absolutamente todos, até que se esgote; e, se a meio da jornada, enquanto cismamos em seguir determinada direção, nos apercebermos de que estamos no caminho errado e que, afinal, deixámos para trás aquilo que realmente nos fazia felizes, não tem nada que enganar: é voltar atrás. É voltar atrás a correr, tentar encontrar as passadas perdidas, tentar seguir o trilho certo. Talvez seja já tarde demais, mas continua a valer a pena. E eu já estive mais longe dessa corrida contra o tempo.

escritos e enviados

Quando me perguntam se sou feliz, tenho a mania de dizer que não - e é mesmo mania, pura embirração. O problema da felicidade é que só nos apercebemos dela quando acabou. É tudo uma questão de ponto de vista; às vezes, somos felizes só porque temos o sol a bater na cara, num desses dias gelados de um inverno rigoroso. Ou porque voltamos a um sítio bonito. Ou porque comemos a nossa comida preferida - nunca sentiste isso? Esses momentos de felicidade pura e momentânea, em que és capaz de jurar que o mundo se tornou mais bonito? Entendo agora que foi isso que eu senti quando te conheci.

Já o disse e repito; não estou nem nunca estive apaixonada por ti, não te preocupes. Não foi preciso apaixonar-me para ficar realmente feliz por te encontrar - como quando encontras alguma coisa de quem nem sabias que estavas à procura, e de repente parece-te um disparate que algum dia a vida tenha feito sentido sem ela. Tu não eras um sentido para a minha vida, mas eras um motivo para eu acreditar que ela vale a pena. Que, de uma maneira ou de outra, vai existir sempre alguém que nos mostre um caminho diferente. Mais seguro - mesmo quando, entretanto, são essas mesmas pessoas que nos atiram para o abismo. 

Fazes-me falta. Não. 
É mentira: não me fazes falta nenhuma e eu posso perfeitamente viver sem ti, tal como vivi durante todos aqueles anos em que nem sabia que existias. O problema é que eu não quero e acredito que este seja o melhor sentimento que se pode ter por alguém - vontade em vez de necessidade. Ter-te por perto porque quero e não porque preciso. Compreendes a diferença?

Talvez não. Avisei-te tarde demais que não valia a pena perderes o teu tempo a tentar decifrar-me - eu também não sei o que quero nem onde vou, mas deixo-me ir de improviso onde o coração - ou a vontade - me levar.

Tenho tido tanta vontade de falar contigo que, mesmo sem querer, tenho feito uma lista mental de tudo o que te contaria se ainda me ouvisses - as coisas boas que aconteceram recentemente. As coisas más - aquilo que não me está a deixar dormir porque me preocupam. E as outras, as insignificantes, só para preencher espaços vazios. Só para te ter a tempo inteiro outra vez.

Tenho tido tanta vontade de te ver que já te encontro em todo o lado - de costas no meio da rua, na voz a meio de uma conversa alheia. Num desses sorrisos que desarmam qualquer uma. Em todo o lado, tu pareces estar lá - mas depois a pessoa vira-se, o tom de voz muda, o sorriso é frio - e nunca és tu. Mas eu nunca me canso de lhes procurar traços que me devolvam a tua imagem.

Depois sento-me aqui e continuo a escrever-te - percebi que sentar-me no passeio à beira de uma praça de táxis, a vê-los a partir e a chegar, na esperança de que algum deles te trouxesse até mim, pode ser bonito mas é inútil e absurdo porque sei que nunca virias. Mas eu sei onde estás e, correndo o risco de isto ser tão inútil e absurdo quanto tudo o resto, é por isto que tento ir ao teu encontro.

podia ser pior

Eu ainda acho que há uma foca bebé que comete o suicídio de cada vez que alguém ouve o jajão, mas agora a música lembra-me um determinado momento e eu dei por mim a ouvi-la há uns dois dias (ah, eu sei! agora também sou uma assassina de focas).

O que acontece é que descobri que percebi mal a letra este tempo todo - entendi, finalmente, que ele diz me diz porquê pelo amor de deus (ouch, e esta servia-me tãaaaaaaaao bem para enviar a alguém!) e não na discoteca pela mão de deus que, por acaso, nem faz sentido nenhum.

Duvido que ainda exista tratamento para tamanha demência.

30 dias, 5 perguntas

1. Por que tipo de pessoa te sentes atraído/a?
Podia dizer que é pelos inteligentes, pelos bonitos, pelos altos, pelos baixos - epá, não dá. A única característica comum a todos os rapazes por quem já me interessei é que... são uns conas.

2. Achas que vais estar numa relação daqui a dois meses?
Pelo andar da carruagem, não me cheira.

3. Gostas quando as pessoas brincam o teu cabelo?
Eu não entendo é como é que é possível que existam pessoas que não gostam.

4. Acreditas em sorte e milagres?
Na sorte, sim. Nos milagres, depende muito da forma como encaramos a vida.

5. Que coisas boas aconteceram este Verão?
O tal ex-coiso que não chegou a ser promovido a namorado porque, apesar de tudo, deixou marcas muito positivas na minha vida. Independentemente de como acabou, fez-me acreditar mais em mim.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

30 dias, 5 perguntas

Numa altura em que nunca sei que vos hei de escrever, apeteceu-me imitar a amélia, que estava já a imitar um outro blog que eu não conheço, e vou irritar-vos com a resposta a cinco perguntas por dia. Isto não interessa a ninguém mas, assim como assim, eu vou cansar-me antes de chegar sequer a metade.


1. Quem foi a última pessoa a quem deste a mão?

Não me lembro da última pessoa a quem agarrei a mão, mas a última vez que dei a mão a alguém foi ao ex coiso que nunca chegou a ser promovido a namorado.

2. És extrovertida ou tímida?
Já fui mais tímida do que agora. No geral, estou-me a cagar para o que os outros pensam, o que faz de mim alguém meio louco e capaz de praticamente tudo, mesmo em público.


3. Quem é que mais anseias ver?

A minha rica bicha, porque mal lhe tenho metido a vista em cima. E, claro, o rapazinho que sumiu que nem um peido ao vento, mas isso está mais fodido de acontecer.


4. É fácil lidar contigo?

Ahhhh... não. Sou mesmo muiiiiito complicada de entender, muiiiiito teimosa, e tenho um feitio meio fodido; faço sempre o que quero, como quero, doa a quem doer. Não estou a gozar quando digo que lidar comigo é pisar constantemente um terreno minado. Sou demasiado dona de mim e acabo por fazer merda muitas vezes. Either way, estou por minha conta e risco.


5. Se estivesses bêbedo/a, a pessoa de quem gostas cuidaria de ti?
Neste momento, acho que não posso assumir que há uma pessoa de quem gosto - mas, pensando em alguém que está longe de me ser indiferente, sim, acho que sim. De certa forma, já o fez uma vez.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

escritos e enviados

Devem ter passado anos desde o dia em que me disseram que não se pode conquistar um coração à pressa; é preciso ter calma e paciência, manejá-lo com as pontas dos dedos e esperar que ele se nos renda e se encaixe de livre vontade na palma das nossas mãos. Mas nunca me ensinaram a calma; quero tudo agora, para já, para ontem, porque morro de medo de que se esgote antes de eu o viver.

Sou uma eterna apaixonada - não sei viver sem uma paixão por algo ou por alguém que me dê vontade de me levantar todos os dias de manhã pronta para enfrentar qualquer adversidade. Creio que somos opostos neste campo - enquanto tu deixas os sentimentos para depois e te focas no essencial, eu faço deles o combustível, o único capaz de me mover, quando tudo o resto corre mal. E é por isto que não te deixo ir nem por nada deste mundo; puxamos em direções opostas. Ou um de nós ganha, ou a corda parte antes disso.

Se te estiveres a perguntar porque raio continuo eu a enviar-te e-mails a meio da noite, eu explico; escrever é outra das minhas paixões e, tendo ou não jeito, é a minha maneira tosca, antiquada e atabalhoada de ir soltando aquilo que, habitualmente, tranco a sete chaves dentro de mim. E vou continuar a fazê-lo, mesmo que te seja indiferente. Mesmo que os recebas com um rolar de olhos. Mesmo que deixes de os ler. Chegámos a um ponto em que já não me importo realmente com o facto de não quereres saber se eu sinto ou não a tua falta - vou continuar a dizê-lo quantas vezes forem necessárias para que, nesses dias negros em que parece que já não tens mais portas onde bater, te lembres de que há uma que está sempre aberta de par em par para ti. Para que te lembres de mim e para que as minhas palavras te acalentem o coração nos momentos de desespero - há alguém que se importa contigo e que te deseja o melhor do mundo. Há alguém que tu conseguiste mudar. 

Se tivesses conhecido quem eu fui antes de teres aparecido, entenderias o verdadeiro valor disto - eu jurei a pés juntos que nunca me haveria de deixar domar por ninguém, nem à lei nem à bala. E aqui estou eu: a render-me pela milionésima vez. A escrever uma dessas cartas que, mesmo não sendo de amor, serão sempre tão ridículas quanto elas porque o somos sempre na matéria do coração. Estou aqui a entregar a verdade, que sempre me habituei a esconder, de mão beijada e sem esperar absolutamente nada em troca. Minto, claro - esperamos sempre alguma coisa, mas não ouso contá-lo a mim mesma. Se me perguntares, faço-o apenas para que te apercebas da minha presença certa e silenciosa na tua vida. Para que entendas que, mesmo consciente de que não te posso dar o que precisas, vou-te doseando a garantia de que nunca mais estarás realmente sozinho.

Não te assustes - eu não estou apaixonada por ti. Foi por um triz, mas não houve tempo. Estamos a falar apenas da desarrumação que provocaste nos meus dias e do quanto eu gosto disso; juro, gosto mesmo. Não sei viver sem estar confusa, não sei ser feliz sem um bocadinho de drama à mistura. Viraste a minha vida do avesso, transformaste-me em alguém que eu já não conheço em menos de nada e - espanta-te! - eu ainda tenho vontade de te agradecer por aquilo que me fizeste. Agora que te foste embora, endireitam-se os quadros na parede, varrem-se os estilhaços e reacertam-se as horas - com sorte, voltamos a acertar o passo sem querer e acabamos por nos encontrar. Eu não me canso de esperar que voltes, mesmo que diga a mim mesma que já não espero.

De qualquer forma, nunca acredites em mim se eu disser que não quero saber e que nunca mais vou voltar a tentar ter, pelo menos, mais um bocadinho de ti - acredito que as pessoas chegam à nossa vida sempre por uma razão, sempre para nos ensinar qualquer coisa. Ainda não sei ao certo qual é a moral desta história mas posso dizer-te que o furacão que me abalroou antes de ti, aquele que tantas vezes foi motivo de conversa, ensinou-me que a persistência pode não nos levar a lado nenhum, mas também nos pode levar exatamente onde queremos ir. Ou perto. E é exatamente por isso que continuo aqui; porque é isto que se faz com as pessoas que valem a pena: não se desiste.