segunda-feira, 31 de agosto de 2015

operação: vamos reanimar a cinderela

Creio que aqui o suporte básico de vida não venha a surtir grande efeito - o plano é devolver a vida a este antro que consegue estar num estado ainda mais lastimável do que a minha vida amorosa.

Aceito sugestões mas aviso que se vierem para aqui a contar com um giveaway com um cestinho cheio de champõs e sabonetes da avon, ou uma rúbrica semanal sobre moda e maquilhagem podem já ir dando a volta que por aqui não passam. Contudo, aceito uma mãozinha no que toca a ideias para voltar de vez aqui. Quanto mais disparatadas, melhor!

note to self: nunca, NUNCA, pegar em sabonetes numa casa de banho pública

Acho um bocado deprimente que uma dada instituição pública, que recebe e apoia, diariamente, imensas pessoas carenciadas, ainda não tenha descoberto a existência do sabonete líquido.

E isto pode parecer uma mesquinhice da minha parte mas certamente mudariam de ideias se, ao dirigirem-se à casa de banho, vissem uma senhora a lavar os pés, no bidé, com o sabão azul que, à saída, devolveu ao seu devido lugar: o lava mãos. Público, repito.

Quanto a vocês não sei, mas eu preferia poder lavar as mãos descansada sem a constante sensação de que estou a esfregá-las nos pés ou, quiçá, na genitália, de uma desconhecida. Mas é mesmo só isso.
Obrigada pela atenção.

talvez meio-meio

O passado é um imenso pedregal que muitos gostariam de percorrer como se de uma autoestrada se tratasse, enquanto outros, pacientemente, vão de pedra em pedra, e as levantam, porque precisam de saber o que há por baixo delas. 
José Saramago,
a viagem do elefante
a vida ri-se das previsões e põe palavras onde imaginámos silêncios, e súbitos regressos quando pensámos que não voltaríamos a encontrar-nos.
José Saramago,
a viagem do elefante 

o «relaxa que tudo se encaixa» saramaguiano

Dando tempo ao tempo, todas as coisas do universo acabarão por se encaixar umas nas outras.

José Saramago,
a viagem do elefante

domingo, 30 de agosto de 2015

já disse que tenho pavor de ratos?

Também podia estar aqui a rezingar pelo tempo que falta até às férias de natal, mas ao invés estou mais preocupada em deixar de ser esquisitinha e a repetir o mantra "cagar na mata é que é bom" porque julgo que estou demasiado assustada para voltar a assolapar o meu real cu numa sanita.

dramas de uma vida

É provável que isto não abone a favor da minha imagem de altruísta e boa menina, mas em vez de ser a fome em áfrica ou o facto de estar aqui um bocadinho irritada com o moço que me está a tirar o sono, o que me está mesmo a moer a cabeça é o facto de eu me lembrar de que ontem me descalcei quase assim que saí da discoteca e ter quase a certeza absoluta que cheguei a casa calçada, mas não fazer ideia de como é que isso aconteceu.

sábado, 29 de agosto de 2015

um minuto de silêncio em honra do meu fígado

Depois de me ter queixado de que andava com raivinha dos dentes e a espumar por uma saída à noite, eis que saí.

Mas saí numa noite em que as litrosas estavam baratinhas e hoje experimentei a pior ressaca de sempre, com o acréscimo de quase ter deitado abaixo a televisão de um bar, com uma cabeçada tão grande que ainda tenho uma montanha no cocuruto. Uma montanha que dói mesmo a sério.

Depois desta noite, aliás, depois deste mês, tenho para mim que o meu fígado vai meter a carta de despedimento.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

e está para breve, está para breve

Tenho-me cruzado todas as manhãs com pessoas que se dirigem para o comboio depois de uma noite de farra - e, entenda-se, não foram eles que me contaram que tinham tido uma noite louca: nota-se.

Geralmente andam devagar, com ar de quem veio da guerra e o cheiro nauseabundo inerente às discotecas. Encostados porque sabe deus o quanto aqueles passeios são incertos e o quanto custa fazer aquele percuro de manhã, de pézinhos no chão, depois de mais uma sessão de eu-sou-um-barril.

E isto foi triste. Foi triste perceber o quão fácil é identificá-los e o quão miseráveis parecemos naquele percurso infernal que parece nunca ter fim, a desejar tanto uma cama quanto uma viagem às maldivas com tudo pago e bar aberto, e dei por mim a repensar todas as vezes que me lembro de ter tentado fazer o meu ar mais normal enquanto me cruzava com pessoas conhecidas, naquele estado.

Percebi que não resulta e que dá para perceber a léguas que não estamos assim vestidos àquela hora da manhã porque decidimos madrugar e ir dar uma voltinha e que ninguém fica alheio ao facto de ainda termos mais álcool do que sangue.

Foi triste, mas fiquei com raivinha dos dentes.
Preciso de uma noite assim.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

.

O que há de mais mágico neste mundo é que nunca saberemos de nada - nunca poderia ter previsto o impacto que um dia terias na minha vida. E, se tivesse tido, provavelmente ter-te-ia fugido a tempo, antes de me deixar apanhar por este sentimento devorador. Ainda bem que não fugi.

Foi-me demasiado fácil viciar em ti - de resto, somos sempre mais rápidos a apanhar maus vícios do que a curar-nos deles, e é esse o meu mal. Avisei-te a tempo, mas nunca me deste ouvidos: eu disse-te que nunca me dava pela metade, que, quando gostava, gostava a sério, de corpo e alma. Que nunca serias capaz de gostar tanto quanto eu. E foi isso que aconteceu, como sempre.

Ter-te na minha vida tem o mesmo travo amargo que eu deixo sempre propositadamente no café - vivo convencida de que nunca serei realmente capaz de lhe tomar o gosto se o beber doce. E gosto deste inferno que criámos a dois. Gosto de te ter na minha vida, mais do que quero expulsar-te dela. Quero mais beijar-te do que quero gritar contigo por me conseguires arrastar até um lado de mim mesma que eu própria não conhecia ainda. Apetece-me mais abraçar-te do que vingar-me por todo o mal que me tens feito, mesmo sem querer.

Não és perfeito: meu amor, tens um quê de cobardia que me tira do sério. E a forma como te conformas com o mundo, só porque te dá menos trabalho, mete-me raiva. Odeio a forma como desistes porque não te apetece sair da zona de conforto. Sobretudo, não te perdoo o punhado de sonhos que acabas por desfazer quando te apercebes de que realmente precisas de tirar o cuzinho da cadeira. E que evites cada discussão da forma mais despropositada possível. És o protótipo de gajo que eu nunca suportaria nesta vida - e, mesmo assim, fui-me apaixonar logo por ti.

Se pudesse escolher, fazia como tu: não gostava de ti. Gostava de alguém mais fácil, alguém que não se esquecesse de mim a toda a hora, alguém que parasse de me desiludir. Mas não deixas de me derreter um bocadinho todos os dias. Não deixa de me surpreender que estejas sempre lá quando eu preciso, mesmo que longe, mesmo de que mansinho. Não deixo de gostar da forma como me mimas, à tua maneira. Não deixo de adorar o teu lado mais doce, mesmo que o escondas de mim tantas vezes. Não deixo de gostar de ti.

Há dias em que não é nada fácil manter-te por perto - não sei se não te apercebes ou se não te queres aperceber do quanto mudaste e do quanto a tua quase indiferença me magoa. Há dias em que eu gostava de conseguir fugir-te de vez, porque não mereces ter-me nas mãos se a única coisa que consegues fazer é mandar-me fugir. Porque há dias em que não sei se não me agarras porque continuas convencido de que não podes, ou porque não queres,

sábado, 22 de agosto de 2015

ser gaja é

Não sei em que momento perdi as minhas qualidades de macho latino, mas dei-me conta de que me transformei no tipo de gaja-coquete que, ainda antes de saber se o encontro vai acontecer, já decidiu exatamente a roupa que vai levar, o que vai calçar, penteado e cor das unhas.

Deus esqueceu-se mesmo de mim.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

shame on me.

Nunca pensei que algum dia seria capaz de deixar o cinderela ao abandono - de cada vez que aqui venho, até me dá uma pontada por ter conseguido tornar o meu blog em algo tão vazio, tão impessoal, que me dá vontade de o apagar e começar de novo.

Mas não apago - aprendi-o com o passar dos anos. O cinderela é quase como aquela peça de roupa que está velha, esburacada e já nem nos fica tão bem quanto antes mas, ainda assim, foi a nossa favorita durante tanto tempo que nem nos conseguimos desfazer dela.

E, volta e meia, arranjamos uma forma de a levar à rua, apesar de tudo.
Eu volto. Seja quando for, mas prometo que volto.

sábado, 15 de agosto de 2015

tag

Apesar de a cabra se ter esquecido de me avisar e de eu andar mais desaparecida do que a maddie e o luís pedro, eu descobri que a criatura me passou uma tag. Posto isto, e só para encher chouriços e para reanimar o antro, vou responder - parece-me que a ideia é dar três respostas a cada pergunta. Vou tentar, vou tentar.

Objetos
telemóvel
mp3
livro

Comida
bacalhau (seja como for, não sou esquisita)
massa (idem. e até pode ser só massa mesmo)
mousse de oreo

Coisas que sentes falta
dançar até de manhã
um abraço apertado
frança, tudo tudo tudo de frança

O que fazes quando estás aborrecida
escrever
ler
dançar de forma esquisita e cantar num tom doloroso

O que gostas de fazer quando está sol
espetar o cuzinho na praia
espetar o cuzinho numa esplanada
vegetar

Filmes 
mr. nobody
requiem for a dream
qualquer harry potter

Músicas  
and the snakes start to sing - bring me the horizon
the pretender - foo fighters
blind - korn

Marcas
i
don't
care
qualquer coisinha gira e barata me serve

O que gostas de fazer fora de casa
descobrir cada recanto
sentar-me a imaginar histórias que nunca chego a escrever (shame on me)
falar com pessoas (é sempre mais fácil gostar quando não se conhece, right?)

Momentos/Ocasiões
agora
neste momento

Desenhos Animados
oliver&benji
pokemon
rei leão (sério, eu era apaixonada por isto)

Sítios
sintra
porto
disneyland paris

Dia-a-Dia
comer
resmungar com toda a gente
fazer figuras deprimentes (ah, porque eu atraio desastres)

Características nos outros
sentido de humor (ou bem que são estranhos e se riem de coisas estranhas ou está tudo fodido)
que saibam ser fofinhos mas sem serem demasiado lame (pode não parecer, mas sou uma gaja que precisa de miminhos. mas miminhos qb)
que não me deixem pendurada em momento algum. sobretudo isto, e olhem que eu tenho mesmo mau feitio.

Bebidas
café
cerveja (não, não é que eu nem goste de outras bebidas, mas isto é sempre mais barato e eu sou pobre)
cappuccino de baunilha


Programas de TV (há que ter em conta que é raríssimo eu ver televisão)
ídolos (cansei-me, ups)
fear factor (não devo ver isto há mais de um ano)
top gear (sim, também já adorei ver isto mas entretanto fartei-me)


Youtubers (é suposto eu ter youtubers favoritos? oh snap...)
ForeverNotYours (só por causa das bichas do demónio)
Elijay L.E.J. (descobri-as há pouco tempo, dêm um desconto)
Beatriz Gosta

Bloggers
(não a perdoo por me ter roubado a Panda, mas fica aqui assumido em praça pública que é a minha favorita)

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

about a potterhead

Depois de anos e anos a contentar-me a comer jelly beans e a imaginar que seriam os feijões de todos os sabores bertie botts, hoje foi o dia em que provei, realmente, jelly beans com os mais variados sabores.

Deixem-me que vos diga que, por mais que eu seja uma potterhead assumida, passava bem sem provar jelly beans com sabor a comida de cão, a toalhitas, a pasta de dentes, a meias sujas e a vomitado. Mas provei.
E foi nojento.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

era para ser um bom dia, era para ser um dia feliz

De ansiedade, também, mas aquela ansiedade boa que precede os melhores momentos. Ao invés, é uma ansiedade que me está a estrangular e a tornar mais forte o nó que trago no peito a cada momento que passa.

Já chorei. Já fiquei imóvel - também já tive um surto e arrumei a casa. Agora estou aqui e nem sei muito bem para onde me virar. É sobretudo o medo, a incerteza, o pesadelo; preciso que as horas passem e que isto acabe. Preciso de notícias. De notícias boas.

Mas não consigo não estar a imaginar os piores cenários.

reparei

Ser gaja é torrar o corpo todo menos o peito, porque quando está deitada as mamas fazem sombra.

E, note-se, eu nem sou particularmente abonada.

domingo, 9 de agosto de 2015

sobre o passado

Apercebi-me de que passo a vida a obrigar-me a não pensar nisso, mas ainda há sítios que eu não perdoei, músicas que eu não sou capaz de ouvir e perfumes - o perfume dele - que eu não suporto. Apercebi-me de que nunca me permito a pensar muito no passado porque o passado mexe, mói, lança dúvidas e uma certa dose de desespero, de ânsia, de nostalgia. Já não há sentimento, mas há memória e às vezes é muito pior.
O tempo atenua as mágoas, cura as feridas mas alimenta a saudade; não sei se estaria melhor agora se não tivesse tomado decisões erradas. Provavelmente, não - mas nem por isso sou capaz de esquecer por completo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

nunca falha

Não há volta a dar: eu sei que agosto há de ser sempre sinónimo de uns diazitos com o estômago e os intestinos ali a contorcerem-se e a fazerem-me ameçar toda a gente com jatos de vómito que nunca chegam a acontecer, porque estou entupida há demasiados anos.

Sou uma doente profissional.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

desespero é

Ando a implorar por férias há um século - estou física e emocionalmente a dar o peido mestre, a minha saúde já viu dias melhores e a minha autoestima está a voltar para o buraco de onde começou a sair há uns meses a passos largos. Preciso, enfim, de descansar, descansar a sério, antes de voltar a engrenar nisto até ao natal.

Estava a contar de a coisa ir correr bem mas descobri hoje que o pouco tempo de férias que vou ter ainda me vai cansar mais do que tudo o resto - provavelmente vou acabar com um esgotamento e esfaquear toda a gente de repente mas até lá acho que nem caibo em mim de felicidade. E que o corropio comece!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

shhh

[é sempre difícil despedirmo-nos do que nos faz um bocadinho mais felizes - deve ser por isso que já me despedi tantas vezes de ti mas acabamos sempre por voltar ao ponto de partida. e eu acredito que vale a pena, que é sempre tempo de nos reinventarmos; acredito em nós e sei que isso te assusta. sei que te assustas de cada vez que tomas consciência do quanto eu gosto de ti: e eu retraio-me, sempre envergonhada, como se tivesse culpa por gostar demais. mas eu disse-te, tenho a certeza de que te disse, de que nunca me daria com os meios termos: ou te nego uma única gota ou te entrego um oceano em mãos. ensinaste-me a gostar de ti devagarinho. ensinaste-me a ganhar fôlego e a perder o medo de ir mais e mais longe. e eu fui, atrás de ti, ao teu lado. às vezes à frente. e chegámos onde estamos hoje, mesmo que eu não saiba dar um nome a isto ou se me hei de orgulhar do tempo a que estamos a caminhar; há dias em que dói e eu quero voltar atrás. há dias em que eu me arrependo de me ter deixado ir. há dias em que eu sei que, apesar de tudo, fazes toda a diferença na minha vida e nunca seria a mesma coisa sem ti: quer fosse melhor ou pior, seria diferente. e eu já estou habituada a ter-te aqui, não te quero deixar ir embora. só preciso que continues, que não me deixes - se correres metade do mundo, eu prometo correr a outra metade, já de braços abertos. se ficares, eu fico. se gostares, eu gosto. e, se não gostares, também.]