segunda-feira, 3 de agosto de 2015

shhh

[é sempre difícil despedirmo-nos do que nos faz um bocadinho mais felizes - deve ser por isso que já me despedi tantas vezes de ti mas acabamos sempre por voltar ao ponto de partida. e eu acredito que vale a pena, que é sempre tempo de nos reinventarmos; acredito em nós e sei que isso te assusta. sei que te assustas de cada vez que tomas consciência do quanto eu gosto de ti: e eu retraio-me, sempre envergonhada, como se tivesse culpa por gostar demais. mas eu disse-te, tenho a certeza de que te disse, de que nunca me daria com os meios termos: ou te nego uma única gota ou te entrego um oceano em mãos. ensinaste-me a gostar de ti devagarinho. ensinaste-me a ganhar fôlego e a perder o medo de ir mais e mais longe. e eu fui, atrás de ti, ao teu lado. às vezes à frente. e chegámos onde estamos hoje, mesmo que eu não saiba dar um nome a isto ou se me hei de orgulhar do tempo a que estamos a caminhar; há dias em que dói e eu quero voltar atrás. há dias em que eu me arrependo de me ter deixado ir. há dias em que eu sei que, apesar de tudo, fazes toda a diferença na minha vida e nunca seria a mesma coisa sem ti: quer fosse melhor ou pior, seria diferente. e eu já estou habituada a ter-te aqui, não te quero deixar ir embora. só preciso que continues, que não me deixes - se correres metade do mundo, eu prometo correr a outra metade, já de braços abertos. se ficares, eu fico. se gostares, eu gosto. e, se não gostares, também.]

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