segunda-feira, 30 de junho de 2014

let it go

Tinha prometido a mim mesma que era a última vez que tentava, e foi mesmo. Correu mal, como é óbvio e estou estupidamente triste - mas não morro disso. Já aceitei que não vale a pena insistir e nem eu tenho feitio para isso. Então? Voltamos ao início, ao zero. Ou ao menos cinco. Tornou-se mais ou menos óbvio que afinal é mesmo o tchau aí, até nunca. Muito obrigada.

assim é difícil

Por ter crescido no meio de gatos e ser completamente apaixonada por eles, passo a vida a defender os bichinhos, porque eles não são assim tão maus, porque não são assim tão falsos, porque, quando bem tratados, são mesmo muito dóceis.

Pois sim. Estava a brincar com um dos bichanos muito tranquilamente, e o raio do gato até parecia estar a adorar as festinhas na barriga, rebolava-se todo contente e o caralho, até que... pufff! Deu-lhe um ataque qualquer e agora tenho o braço todo esquartejado. Muy bueno.

aprendam, que eu não duro sempre

Sempre que quero dizer alguma coisa séria, que me custe a dizer - normalmente, que envolva sentimentos e coisas que tais -, das duas uma: ou digo em inglês ou faço de conta que estou a gozar. É tudo uma questão de atenção, meus amigos. 

sobre a instabilidade

Oficialmente, ainda nem chegámos ao sétimo mês deste ano e eu já pintei o cabelo com umas três cores diferentes, já o tive até meio das costas porque o queria comprido, já me passei e já o cortei pelos ombros e já decidi que amanhã vou voltar ao escadeado para que ele cresça outra vez, além de mudar a cor. Tudo isto, repito, nos últimos seis, sete meses.

Agora expliquem-me: como é que é suposto eu escolher uma profissão para o resto da minha vida, uhm?

claramente de dieta

Não meto os pés no mcdonalds, que me de lembre, desde as férias da páscoa.
Esta semana devo lá ir duas vezes.

mirror, mirror in the wall

Querem um conselho? Nunca acreditem quando as vossas miguxas o curassaum vos disserem que estão muito bonitas, muito magras e muito bem vestidas porque, muito provavelmente, é mentira.

A prova disso é que, sempre portadora de uma autoestima invejável, é um tanto ou quanto frequente eu deprimir sempre que as objetivas têm o azar de me apanhar - o que, diga-se, é um tanto ou quanto complicado porque eu sou uma plus size e é preciso estar a uns 50 metros de distância para me enquadrarem na totalidade. Como tal, é igualmente frequente a patrícia, a puta que tem um cargo privilegiado como amiga, vir fazer-me festinhas ao ego naquela de ah mas estás gira, não és assim tão gorda e gosto muito da tua roupa. E então? É mentira!

Como prova disso tenho o facto de, enquanto víamos fotos tiradas há um ano e meio, wild bicha ter ficado com o mesmo ar de choque que eu e ter concordado que eu era uma saponga gorda e horrivelmente feia, além de estar mais mal vestida do que o dobby - que, para os incultos, só andava com uma fronha de almofada.

A única coisa boa disto é perceber que, apesar de continuar a sentir-me feia, gorda e com pouco jeito para me vestir como se gosta, estou mesmo muito diferente. Menos feia e menos gorda. Muito menos gorda, pelos vistos. Okay. Pelas minhas contas, por volta dos 80 anos devo ser gostosa que eu sei lá - mesmo já cheia de caruncho e hemorróidas.

isso

Ele acha que é sexy ser super musculado e então tira fotos em tronco nu para mostrar que tem umas costas com 3 metros de largura e uns braços à hulk.

Eu só consigo pensar que ele tem as pernas a sairem-lhe dos ombros. 
Sério, gente, porquê? É muito errado eu assumir que, apesar de pesar à volta de trezentos quilos, adoro os rapazinhos franzinos? Assim daqueles que me dão a sensação de que se desmanchariam se eu lhes caísse em cima? É que... epá, não. 

o dilema do momento

Gasto dinheiro para ir ver o the fault in our stars ao cinema e arrisco-me a a) sair de lá estupidamente desiludida - o que, confesso, já estou só pela escolha dos atores ou b) experimentar todos os sintomas da depressão ao mesmo tempo, tal como quando li o livro, ou espero que ele esteja no warez e vejo em casa?

domingo, 29 de junho de 2014

e mais umas quantas

Há um panda bebé que se suicida por cada versão que fazem da rolling in the deep. Sério, já não posso com tal música!

juro

Depois de ter sobrevivido a um concerto dos one direcion, que não fui obrigada a ver mas que vi por pura inércia para não ter de deslocar o braço até ao nível do comando, tenho a dizer-vos que cheguei a algumas conclusões.

A primeira é que os moços não são assim tão maus. I mean, com a televisão sem som, até são bastante apetecíveis porque - há que admitir! - alguns deles são giros que dói. A segunda é que eles nem cantam assim tão mal - sério, eu acredito que eles pudessem ser realmente bons individualmente, mas depois chega um refrão e lá se metem aquelas alminhas a cantar todas juntas. O resultado é ainda mais triste do que o coro de santo amaro de oeiras a cantar o a todos um bom natal.

opá

É sábado à noite, estou de férias - pelo menos até voltar ao estudo para segunda fase -, toda a gente saiu e nem o rapazinho se lembra de me ligar hoje. E eu? O que é que eu estou a fazer?

A ver um concerto dos one direction na mtv. Sinto que bati no fundo.

sábado, 28 de junho de 2014

em modo: obrigada, mas não.

Apesar de adorar, nunca tive jeito para dançar - sou descoordenada até dizer chega, daquelas pessoas que se esquecem do que têm de fazer com os pés sempre que se concentram no que é suposto fazer com as mãos. Além de que lontras will be lontras e eu imagino que ver-me de fora seja mais ou menos isto:


Ontem, já no final da aula, estava a queixar-me disso mesmo a uma outra rapariga que costuma ficar atrás de mim nas aulas e a resposta da moça foi algo do tipo: nota-se mesmo que não te vês! quem me dera dançar como tu, eu não acerto com aquilo nem por nada!

Lição do dia: há sempre alguém com uma autoestima ainda pior do que a tua.

do more of what makes you happy


Nunca me tinha apercebido do quanto gosto de dançar até ter experimentado as aulas de zumba. Geez. Pode ser pavoroso verem-me de fora, banhas a abanar ao ritmo da música, mas juro-vos que, se pudesse, tinha uma aula todos os dias. E adoro dançar isto, adoro.

E pronto, isto foi o meu momento muito à gaja, muito à quero-mostrar-o-que-me-faz-feliz, mas já passou. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

refletindo

Se há coisa que mudou radicalmente nos últimos tempos é que agora eu já não fico aqui à espera que as coisas mudem. Já não me sento no sofá de lágrimas nos olhos e joelhos encostados ao peito a amaldiçoar a vida que tenho e a puta da sorte que parece não querer nada comigo - se há coisa que aprendi é que a sorte também se constrói. Também é preciso fazer por ela.

Se há coisa de que agora me orgulho, é de ter perdido o medo de ir à frente, de me atirar de cabeça, de dizer que estou aqui e que quero aquilo. Já não me assusta tanto a perspetiva de tentar e de falhar - quando perco, tento outra vez sem grandes lamurias. Pelo menos, não mais do que as condignamente aceitáveis para uma gaja. 

Tenho dito o que quero, como quero, quando quero. E sei que também já fui longe demais, mas continuo sem medo e sem vontade de voltar atrás. Descobri que afinal sempre é verdade que somos muito mais felizes quando não nos importamos com o que os outros pensam - tenho estado a testá-lo e, deixem-me que vos diga, tem resultado às mil maravilhas. Já não estou tão preocupada com o amanhã nem tão ansiosa com o que poderá ou não acontecer. Não estou nada ansiosa, se querem que vos diga, e esta é uma das mudanças mais bruscas - ansiedade sempre foi o meu nome do meio. Agora eu estou bem. Sei que talvez amanhã já nem esteja, mas agora estou bem, estou tranquila, estou calma. Sei que há sempre mais alguma coisa para acontecer, que os fins de tudo ainda vêm longe, e isso deixa-me a respirar de alívio e com toda a paciência do mundo para tentar mil vezes. Acho que estou feliz. Acho que nunca tinha estado tão feliz.

menos cinderela, mais gata borralheira

Sempre tive o meu quê de vampira e de vamos-lá-ser-creepy-e-passar-metade-da-noite-acordados, mas agora sinto-me capaz de dormir durante uma semana seguida. Estou cansada e a precisar de recuperar da loucura das últimas semanas - mas hoje num dá. Tive de acordar cedo por causa da outra puta e agora tenho de deixar a casa a brilhar antes de sô dona mommy chegar. Porquê? Porque me parece que a minha progenitora ainda não tomou consciência de que o programa de festas das próximas semanas me vão deixar muitoooo tempo fora de casa. I play the role of a slave and hope for the best.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

fingers crossed

Mea culpa - não estudei um caralho para o exame de biologia. Comecei a ler ontem à noite as páginas de resumo do livro de exames, mas cansei-me antes de chegar a ler um completo - estudar para biologia é inútil e eu estava mais ou menos consciente de que, às custas da matemática, enfermagem tinha ido com os porcos.

Afinal, enganei-me. Ninguém diria que o meu 10ºano já lá vai há 3 anos e que odeio a matéria do 11º - correu-me mil vezes melhor do que aquele exame para que, no meu 11º ano, eu passei trezentos e oitenta e quatro anos a estudar. Apesar de achar que tenho a maior parte das perguntas de desenvolvimento bem, não quis sonhar muito alto e contei só com as de escolha múltipla certas - habemus prova de ingresso!

Agora é rezar para que matemática corra bem. Estou a um exame de distância para me livrar do secundário e ir ser - se tudo correr bem - o que quero. Escusado será dizer que estou nervosinha que eu sei lá!

terça-feira, 24 de junho de 2014

agora a porra ficou séria

Diz que não vai andar atrás de mim sabendo que é do outro que eu gosto porque até podíamos ser amigos mas há muito tempo que ninguém mexia com ele como eu mexi. E eu acreditar nisto, senhores? E eu decidir o que fazer?

felicidade, mais ou menos

Felicidade foi encontrar o eu ainda hei de amar uma pedra, do antónio lobo antunes, inesperadamente na biblioteca. Infelicidade é andar desde sexta feira para lhe pegar e não conseguir porque a) me sinto culpada por estar a ler e não a estudar e b) ando com a cabeça a mil. Está fodido.

go home, blogger. you're drunk!



Ainda não percebi o que raio se está a passar com o meu feed desde ontem, mas hoje não me podem culpar por não ler nada desta bida nos vossos blogs!

segunda-feira, 23 de junho de 2014

não gosto disto

Tenho a mania de que sou muito dona de mim própria, de que eu é que sei e de que posso fazer o que quiser, quando quiser, como quiser, sem ter de dar justificações a quem quer que seja. Tenho a mania que sou dona e senhora do mundo e que o mais que faça só a mim diz respeito. Que ninguém me influencia. 

As coisas mudam de figura quando eu quero uma razão para duvidar. Quando preciso de uma escapatória, de algo que me dê a oportunidade de fugir pela porta das traseiras e fazer de conta que nunca cá estive - fico então à espera dessa palmadinha nas costas, desse sinal de aprovação, e detono o mundo, se preciso for, porque alguém deu razão às minhas dúvidas. Porque alguém conseguiu fazer com que eu arranjasse mais motivos para acreditar no lado mau do que no lado bom que, por vários motivos, eu até sabia que era o certo. Devia ter confiado mais em mim, mas não sei fazê-lo - e cometi um erro enorme. Lamento.

aguenta, queração

O rapaz não desiste nem à lei nem à bala e usa tudo o que eu digo como forma de se convencer de que o interesse é mútuo. Não é. Não é e eu não o sei fingir - sinto uma necessidade enorme de o estar constantemente a relembrar de que há alguém com quem ele não pode competir e que, por muito que até goste de falar com ele, nunca terá mais do que conversa mesmo. 

Tenho de assumir que ele me fez bem - fez-me muito bem perceber que, mesmo sentindo-me o maior camafeu da zona centro, houve alguém que ficou completamente vidrado em mim e não desistiu mesmo comigo a dar-lhe para trás. Mas sabia que não o podia manter só para me alimentar o ego e, quando ele me mandou mensagem a dizer que eu o estava a deixar confuso e que não entendia o que se passava entre nós, achei que estava mais do que na hora de arrumar o assunto. De lhe dar mais um dos meus banhos de sinceridade bruta e crua que incluía um pedido para que nos afastássemos.

Achei que ele estava muito bem com isso. Até ontem à noite, eu estava mais ou menos certa de que ele era mesmo o gajo que eu me convenci que era, que abordava qualquer uma tal qual fez comigo. Que, sinceramente, só queria foder e se estava a cagar para o facto de eu acreditar ou não que ele era diferente disso. Ontem percebi que não. Percebi que, afinal, eu afeto mesmo o rapaz e que estava na hora de eu parar de deixar que a minha autoestima elevadíssima me faça descrer de tudo quanto se mostre interessado em mim. Agora é um bocado tarde - essencialmente porque eu sou demasiado orgulhosa para lhe pedir desculpa mas também porque não quero voltar ao zero e deixá-lo acreditar que eu me interesso por ele. Sinto-me mal por ele e bem por me ter livrado dele - mas faz-me uma certa falta ao mesmo tempo. Não estou habituada a que me tratem tão bem. Oh lord, o que é que eu faço à vida?

diário de um agente secreto

À conversa com um rapazinho que tem explicação comigo:

- e o harry potter? quem é que gosta de harry potter?
- eu adoro! nunca cheguei a ver os filmes todos mas já li os livros mais do que uma vez.
- que gay!

Meses depois, nenhum deles desconfia que eu sou uma gaja. Acho que não lhes vou contar.

o outro

Em chamada com o rapaz, já depois de ele ter desistido de ver o jogo enquanto eu estava colada ao ecrã:

- foooooda-se, pára de falar de futebol, pelo amor de deus!
- geez, parece que o gajo sou eu. conas!


Porque é que eu pareço produzir mais testosterona do que eles? Porque é que eu tenho mais colhões do que eles? Porquê?

domingo, 22 de junho de 2014

apontamentos

Passo a vida a procurar explicações e a tentar deixar tudo preto no branco mas, bem vistas as coisas, os melhores momentos que já vivi foram escritos em vários tons de cinzento. Nunca percebi nada, mas estava feliz. E acho que estou feliz agora. É. Acho que sim.

meanwhile, no skype

ele: os teus óculos?
eu: uhm? eu não uso óculos...
ele: como assim? fartas-te de ler e escrever, és nerd... tens de usar óculos!

Acho que devia deixar o ar de cabra de lado e comprar uns óculos daqueles com aros enormes e lentes sem graduação para as pessoas me começarem a levar a sério. #swagon #yolo

é fofo mas não

Acho absolutamente adorável que ele saia à noite e me ligue só porque diz que se derrete todo com a minha voz, e acho ainda mais adorável que ele me tenha enviado uma foto da cama para me mostrar que ia dormir sozinho por eu estar sempre a dizer que vai arranjar outra na próxima festa. Ele é um doce, sim. Mas não é o ele que me importa e, por mais que eu tente aceitar os elogios como uma massagem ao ego, não consigo sentir nada. Gosto dele mas não é dele que eu gosto. Faz-me sentir estranha.

sábado, 21 de junho de 2014

e eu estava a morrer de sono

Gonçalo no skype, às duas da manhã:

ele: acreditas naquilo de te crescerem cravos nas mãos se contares estrelas?
eu: não, porquê?
ele: ainda bem, senão coitados dos one republic... é que eles estão counting stars...


A sorte do rapazinho é ser fofinho que só ele e me cantar a música do sponge bob. E eu gostar um bocadinho dele, também. 

só porque hoje já é verão

Acordei e estava a chover. Boa!

o gajo de sexta

Como ainda não tinha falado comigo hoje, saiu com os amigos e ligou-me. Perguntei-lhe se já tinha alguma na mira. Tenho, mas está em casa. Queres que te vá buscar?

I just can't be mad at him.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

na alegria e na tristeza...

Em conversa com a patrícia, durante uma crise existencial incompreensível aos olhos dos comuns mortais mas, por vários motivos, partilhada com real bicha:

- o que é que se passa comigo?
- não sei filha... mas é geral.


... até que a morte nos separe.

(não sei como isto nos acontece, mas juro que é estupidamente bom ter alguém que sabe, em tempo real, o que estamos a sentir porque se passa exatamente o mesmo com ela)

a bida duma çoa

Não há nada de mal no facto de eu ter decidido passar o dia todo na biblioteca a estudar e ter convidado um amigo para ir estudar comigo. Nem tão pouco há nada de particularmente errado no facto de um casal se ter juntado a nós - as coisas só começaram a ficar feias quando sô dona patrícia decidiu apoiar-se na mesa e conversar descontraidamente. Quando dei por mim, a puta da camisola, larga que só ela, tinha decidido deixar exposto o mamaçal residente, que parecia estar ali para dizer olá ao mundo.

Achei que tinha atingido o limite da vergonha - puxei a camisola, o mais depressa que consegui, com esperança de que ninguém tivesse dado conta. Nisto, o rapazinho comenta estiveste assim a tarde toda.


Então, tá!

metaforicamente

É mais ou menos como quando temos consciência de que estamos mesmo mesmo quase a adormecer, mas não queremos e então forçamo-nos ao máximo a ficar acordados porque achamos que não podemos, de todo, dormir. Mesmo que até fosse o melhor para nós. Mesmo que acabássemos por acordar em sobressalto de um pesadelo qualquer. Entendem? Nem eu.

how to melt my frozen heart

A tua voz é tão fofinha que só me apetece dar-te um beijinho.
Eu ia ser má mas depois nem consegui. Epá. A minha vida é muito complicada.

só em jeito de aviso, para não se assustarem

Por motivos que me são um tanto ou quanto alheios, eventualmente este blog terá de ficar desativado durante uns dias. Don't cry for me, alforrecas - se tudo correr bem, ainda não é desta que é definitivo.

Eu vou mas volto. Como sempre.

de volta

O quê? Porquê? Como?


Preciso de falar mas nem sei por onde começar. Não entendo o que se passa... não faço ideia onde é que isto vai parar. Me-do.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

este blog vai ser privado durante umas horas

Volto já.

tem acontecido

O mal de ter baixa autoestima é que reajo estupidamente mal a elogios - durante os três primeiros segundos, fico feliz e de ego massajado. Depois, só resta a desilusão, a mania do só-disse-isso-porque-sabe-que-me-sinto-mal-comigo-mesma, com a ideia de que é por pena. Com a certeza de que gajo nenhum me veria dessa forma, me olharia com esse interesse.

No fim, sinto-me só suja. Sinto-me só a pior. Ou a usada - porque não acredito e se acredito sei que não é inocente. Sei lá. Sinto-me mal com isto tudo, mesmo sabendo que me devia sentir bem. Ahhhhh.

ser gaja também é isto

Passo a vida a mandá-lo embora e a dizer-lhe o quão farta dele eu estou, mas depois fico chateada quando ele não insiste e quando não tenta outra vez. Claro que só me apercebo disto horas mais tarde, quando lhe pergunto o que aconteceu para ele me ter deixado de falar e ele me diz que fui eu quem deixou de responder - é verdade, mas parti do princípio que ele viria atrás e não aceito ter de ser eu a render-me.

E depois eu pergunto-me porque é que não tenho amigos. A sério que eu não me aturaria a mim mesma nem cinco minutos.

este post é vosso

Só mesmo por este blog andar mais parado do que a vossa vida sexual, está oficialmente aberta a 9389302ª temporada de perguntas. Se por acaso o espírito santo incutir em mim alguma réstia de paciência, talvez acabe por tentar responder com gifs, letras de música, wtv. Se tal não acontecer - o que, deixem-me que vos diga, é o mais provável - levam só com as respostas chatas do costume. Como é óbvio, não respondo a perguntas demasiado pessoais.

Estou disponível ainda para conselhos sentimentais, macumbas e previsões do futuro - no caso de alguém se lembrar de perguntar pelo futuro da seleção, adianto já que o prevejo negro, muito negro. No caso de não terem nada para me perguntar, de hoje a uma semana corto os pulsos. E se perguntarem, também. Durante o exame.

por estes dias

A melhor parte de se ser a única gaja no meio de um grupo de gajos é que, regra geral, quem faz a merda sou eu mas é sempre neles que metem a culpa. Nicely done.

sweet nothing

Apercebeu-se de que tinha as mãos transpiradas mas - acho - nem desconfiou que é por ficar toda nervosinha ao pé dele. 

não sei se é da hora

Fico sempre estupidamente feliz quando sei que talvez o vá ver, nem que seja só durante cinco minutos - mas depois fico sempre estupidamente frustrada quando me lembro de que para ele tanto faz. Mas eu não podia ter nascido normal, não? Não podia ser mais fácil? Ou mais possível.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

the hard life of a potterhead

Ainda não percebi se por causa dos nervos ou graças a uma qualquer perturbação psiquiátrica ainda não diagnosticada, tenho dormido mal pra caralho e acordado a meio da noite mais confusa que eu sei lá, sem saber muito bem o que se está a passar. 

Para piorar a minha situação, ontem à noite comecei a ficar com umas dores de estômago horríveis que teimam em não passar. Pedi à avó um daqueles chás de ervas que curam tudo e mais alguma coisa e em menos de nada tinha uma caneca na mão com umas coisas esquisitas a boiar. Juro-vos que só conseguia pensar que aquilo era uma poção. 

Já não sei o que mais fazer com a minha vida - acho que me vou internar. Em st. mungus.

terça-feira, 17 de junho de 2014

kids these days

Uma das perguntas mais estúpidas que me fizeram um dia foi se os gays eram pessoas normais. Achei isto de uma falta de cultura revoltante - por aí, todos têm bem presente que tudo quanto seja gay tem quatro braços e uma pila no meio da testa, certo?

juro

Se continuo a comer assim, vão ser precisas três salas juntas para eu poder fazer o exame. Geez.

mãaaaaaae!

Posso dar-me aos prazeres fúteis? Ótimo! Quero uma de cada.

Quanto mais não seja porque agora descobri que adoro ser tão branca porque assim posso pintar o cabelo de quase todas as cores sem que pareça que tenho uma peruca daquelas tipo prostituta. Pena que sô dona mommy não ache tanta piada assim ao facto de ter uma filha assim a tender para o freak e com pouca vontade de ser normal. Paciência.

time to do or die

Deixei de ter medo, de repente. Acho que, bem lá no fundo, e mesmo que não o queira assumir, eu sei porquê - depois de o primeiro salto sem rede ter corrido bem, passei a atirar-me de cabeça, já pouco me importando com o que acontece a seguir - e isto é novo, é estranho, não pareço eu. Apercebi-me que não tinha tempo para o medo, que havia de o sentir no fim se ainda valesse a pena, mas que agora precisava de arriscar. E voltei ao modo go hard or go home que, surpreendentemente, é mesmo o modo de que gosto mais. 

todos conhecemos alguém assim

Acha que é a última bolacha do pacote e é só aquele bocado esfarelado que ninguém come.

E eu não o diria melhor!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

dos melhores estados de sempre



Não sei do que gosto mais: se do facto de o rapazinho ter decidido escrever rip e a respetiva tradução - com um bocado de sorte é dos tais que ainda não percebeu quem é o rip e porque é que falam tanto dele quando alguém morre - ou se daquela promessa do "um dia vou-te visitar Ana!". Gostei. Mesmo à eu sei que não me convidaste, mas eu sempre fui um chato do caralho e um dia vou falecer só para aparecer em tua casa a exigir que me faças um jantar e me deixes ficar uns dias para nos relembrarmos dos bons velhos tempos. Aqueles em que reviravas os olhos de cada vez que eu falava.

Mas gostei do conceito. Agora, em vez de mandar alguém falecer, vou começar a mandar as pessoas irem visitar a ana. Ao céu. Ou ao inferno.

she scares the hell outta me

Eu acho que sou estranha, mas depois lembro-me daquele momento em que, na sexta, depois de termos estado a estudar, a patrícia adormeceu no sofá enquanto eu andava a cirandar pela cozinha. De repente, sem estar à espera, a criatura começa a falar do nada:

ela: uma garrafa!
eu: hã?!
ela: uma garrafa...
eu: mas uma garrafa para quê?
ela: então, eu estava a sonhar com uma gaja e com um gajo e ela perguntou o que é que era preciso para ficar bêbeda. e eu respondi: uma garrafa.


Bem vistas as coisas, talvez tenha sido um sonho premonitório. Ou um sinal de que a minha amiga é uma menina muito especial e a precisar de acompanhamento psiquiátrico. Who knows?

epá

Estudos recentes indicam que assistir a jogos de futebol faz muito mal às unhas. Pelo menos às minhas que, por este andar, desaparecem. Aliás, acho que daqui a bocado dou por mim a roer já os cotovelos. Valha-me deus!

omw to hogwarts


Há dias que sonho com um atentado qualquer, uma manifestação que faça efeito, um meteorito, o regresso dos dinossauros, ou a ascensão de lord voldemort, idc. Há dias que ando a sonhar que posso, finalmente, refastelar o cu na praia debaixo deste calor e assistir ao mundial na santa paz de nosso senhor sem estar constantemente em sobressalto e em contagem decrescente para o dia do meu suicídio aka dia do exame de matemática. Além de que, já se sabe, hoje a partir das cinco não se estuda. Lontra sofre.

o que eu tenho estado a tentar meter em palavras

Não estou habituada a que se tentem aproximar de mim - nunca fui bonita, nunca fui magra, nunca fui interessante. Se um rapaz se aproximava de mim, das duas uma: ou ia gozar comigo ou pedir-me o número de uma amiga. Eu sempre fui a que sobrava. Sempre. 

Foi mais ou menos isto que me fez dar tanta importância ao rapazinho da festa. Vá, mais pela persistência da criatura que, de certa forma, não me deixa esquecer o que aconteceu - mentiria se dissesse que não me serviu de massagem ao ego. Apesar de toda a repulsa inicial, quando soube da história toda e do que realmente aconteceu, não posso negar que me soube bem. Mas foi estranho. Muito mesmo.

Disse-lhe que não tinha ninguém, mas sinto que lhe menti. A verdade é que estou mesmo solteira e desimpedida, mas estou bem longe de me sentir livre - chamem-lhe compromisso emocional, chamem-lhe estupidez. Honestamente, nem eu consegui compreender ainda esta linha de raciocínio mas, de todas as vezes que o moço me agarrava, eu só conseguia pensar no outro, no tal de quem eu gosto a sério, e no quão errado me parecia deixar-me ir sentindo algo assim por outra pessoa. E isto é tão ridículo que nem sei explicar.

Estou apaixonada por uma das melhores pessoas que conheço e não há muito a fazer sobre isso senão esperar. Esperar que me passe, vá. Esperar que aprenda a separar as coisas e a contentar-me com o que tenho dele - mas continuo apaixonada e aquele outro rapaz continua a saber-me a nada. Quanto mais ele me agarrava, mais vontade de fugir eu tinha, e comecei a sentir nojo no mesmo momento em que ele me começou a morder devagarinho - eu não queria aquilo e, mesmo com as ideias já meio deturpadas pelo álcool, disse-lhe que não mil e uma vezes. Disse-lhe que não havia ninguém, mas havia - e ele não lhe chega nem aos calcanhares mas não tem culpa disso. Percebi que não me conseguiria envolver com ninguém, quer física quer emocionalmente, enquanto não aparecer alguém que me faça esquecer do rapazinho, do tal que é uma das melhores pessoas com quem já tive a sorte de me cruzar. É preciso que apareça alguém melhor, alguém que se destaque ainda mais, que me faça sentir ainda mais sortuda por o conhecer - mas isso, não sendo impossível, posso garantir-vos que vai ser difícil. 

com esta é que eu não contava

Passei-lhe aquela que eu achei que seria a rasteira final que, apesar de ir contra mim, julguei que o tiraria do caminho na hora porque se meteria a fugir a sete pés ao perceber que tinha cometido um erro enorme. Ao contrário do que pensei, não só reagiu bem como foi estupidamente querido. Desarmou-me completamente. Bem feita para mim, que ando sempre armada em cabra e afinal o rapaz não é bem o que eu pensei.

domingo, 15 de junho de 2014

porque é que ninguém gosta de ti, patrícia?

Depois de ter percebido que não ia ter muita sorte se continuasse a insistir em irmos ao cinema à noite, lembrou-se de me propor uma saída a quatro - eu, ele, uma amiga minha e um amigo dele que também andam assim meio coiso. Estive mais tempo do que me orgulho a rir quando dei por mim, prestes a enviar-lhe a resposta posso levar um amigo?

Acabei por perceber que isso era mau demais até para mim e limitei-me a dizer que talvez isso pudesse acontecer. Omiti a parte de a probabilidade de eu me sujeitar a sair com um gajo que me tentou fazer uma endoscopia aproximadamente três segundos depois de me ter perguntado se eu tinha namorado é mais ou menos a mesma de algum dia eu vir a tornar-me presidente do tibete. Uma desilusão de cada vez.

you gotta love mec

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.

Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido....Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.

A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.

Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira.

E valê-la também.

Miguel Esteves Cardoso

é uma dúvida que mal me deixa dormir

Porque é que maquilham sempre as meninas das marchas de forma a parecerem a belle dominique?

o gajo de sexta

Quer que eu o leve a sério e que acredite que não é hábito dele fazer isto quando sai à noite mas depois sai-se com mensagens como "o teu sorriso encantou-me". Uhm uhm. Deve ter sido o encantamento wingardium leviosa.


Ao menos já sei que as luzes - ou a falta delas - jogam muito a meu favor, porque estou mais ou menos certa de que o mocinho não me viu em condições, ou a esta hora já me teria deixado em paz. Valha-me deus.

o que eu não vos disse

Encontrei três gatinhos bebés absolutamente adoráveis que, por julgar que tinham sido abandonados pela mãe, trouxe para casa. Claro que eu estava nas minhas sete quintas com mais três bolinhas de pêlo, mas entretanto descobri quem era a mãe dos bichinhos e ela andava doida à procura deles. Assim como assim, antes que alimentá-los à seringa - sério, eles não deviam ter mais de duas semanas - não corresse bem, acabei por os devolver à mãe. 

O que ganhei foi autorização para arranjar mais um exemplar para o meu novo hárem de gatos. Desculpem, mas estou estupidamente feliz com isso.

sábado, 14 de junho de 2014

se bem que hoje estou chateada com isto

Já percebi que foram todos à praia e que estão todos muito felizes com as vossas vidinhas mas podiam ter mais respeito pelas pessoas que estão isoladas do mundo exterior, quais leprosas, a tentar dar uso aos poucos neurónios que lhes restam para arrumar os exames este mês. Claro que depois há algumas dessas leprosas para quem o dia tem estado a ser mais ou menos difícil que se limitaram a abrir os livros e a esperar que a coragem chegue para começar a estudar - mas, anyway, estão isoladas na mesma. E em desespero.

sobre ontem

Não é bem como se eu estivesse à espera que a festa fosse alguma coisa do outro mundo, mas não contava sentir-me um poste no meio do recinto, pouco depois da uma e meia da manhã, e de ter a sensação de que ia adormecer ali mesmo, em pé e tudo. 

Na falta de coisa melhor para fazer, comecei a beber. O que descobri é que, ponto um, essa cena do let's go drink till we can't feel feelings anymore comigo não funciona porque, até já mais para lá do que para cá, eu continuo a saber o que sinto e por quem o sinto demasiado bem e, ponto dois, ou tenho um grande autocontrolo ou o meu mau feitio ainda funciona melhor sob efeito do álcool. 

Seja de que maneira for, por volta das 4 aquilo já me parecia a melhor festa de sempre e quando chegámos a casa, já de manhã, não havia réstia de sono nem maneira de nos calarmos. O que também não há é vontade de estudar porque estou com uma dor de cabeça que mal me deixa abrir os olhos. Preciso mesmo de começar a dormir mais.

sobre ontem

As coisas começaram a ficar estranhas quando eu meti os olhos em cima do moço que, há uns meses atrás, quase me beijou umas três vezes, sem querer. Ficaram mais estranhas ainda quando ele me meteu os olhos em cima e decidiu não me largar mais ao ponto de ter ficado todo perdido quando eu desapareci para os lados da casa de banho.

Não sei como é que aquilo aconteceu, mas o rapazinho passou metade da noite a tentar agarrar-me à força toda e beijar-me, e a outra metade a falar com a patrícia e com um amigo a ver se alguém me dava a volta. Quando dei por mim, toda a gente estava a torcer para que eu deixasse de me armar em cabra com o rapaz e lhe desse o número, porque o moço já não sabia o que havia de fazer mais. 

Eu juro que acho que ele estava à beira do coma alcoólico e com uma crise de cataratas, mas a verdade é que o gajo foi tão chato que acabou por ser querido. E ainda não desistiu nem parece que vá desistir tão depressa. God.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

diário de uma lontra

Ao fim de sete dias de clausura por alturas do mês mais crítico do ano:

Foda-se, vou sair!




mais motivos para não ir à praia


Isto. Eu não quero viver num mundo onde isto seja moda. É só.

ser eu é isto

Acabei agora mesmo de passar a ferro a roupa que vou vestir daqui a 4 horas, mas continuo sem sono nenhum, o que é particularmente bom hoje, tendo em conta que preciso de me aguentar amanhã à noite. Boa, patrícia.

por ser sexta feira 13

Para alguém absolutamente paranóico com os pêlos, tipo eu, o dilema do verão consiste na escolha entre a) esperar que o pêlo cresça o suficiente para fazer a depilação a cera ou b) tratar do assunto à homem e cortar metade das pernas a ceifar os pêlos com a gillete. Confesso, mea culpa, que por ser incapaz de esperar e por ser igualmente incapaz de me passear de pernas ao léu a parecer prima do chewbacca, acabo por escolher o b) muitas vezes e arranjar ainda mais razões para  preferir o a). 

Porquê?
Porque, por mais que me esforce, além de fazer mais cortes do que o governo, acabo sempre por reparar, mais tarde, de preferência fora de casa, que deixei uma fila de pêlos que parecem os sobreviventes de uma guerra sangrenta. Sempre. Não me lembro de ter havido uma única vez em que correu tudo bem.

Está calor e amanhã quero ir de calções. Acabei de barbear les jambes. Oremos.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

pode parecer que estou a gozar

Eu até queria ir à praia mas acontece que, durante as estações frias, acumulei uma camada de gordura, que já vai nos 40 cm de espessura no mínimo, e tenho a sensação de que vou ser expulsa de qualquer areal assim que tiver a infeliz ideia de começar a tirar os chinelos. 

Ninguém gosta de ver as lontras estendidas ao sol. As lontras não precisam de sol. As lontras trancam-se em casa e fazem coisas de lontras.

deu-me para rir

Estou farta de ver fotos dos dois bailes de finalistas da minha escowinha - o do 9º ano e o do 12º. Só me consigo rir; parecia uma grande coisa na altura e agora nenhum dos dois me pareceu minimamente relevante na minha coleção de memórias. 

No do 9º, só me lembro de uma miúda feia e gorda enfiada num vestido azul e num par de sapatos de salto agulha que se enterraram na relva a noite toda, combinado com um penteado giro - a única coisa gira da noite, diga-se - que achou que havia algo de fixe em ter bebido vinho branco a penalti e ter chegado ao fim da noite sem já sequer se lembrar de como se abria a porta da casa de banho.

No do 12º, só me lembro de uma miúda feia e gorda enfiada num vestido preto e num par de sapatos que, apesar de giros, eram desconfortáveis pra caralho e tinham uns 10 cms de salto e um penteado que poderia facilmente ser confundido com um ninho de andorinhas, que - diz a patrícia, mas estou capaz de jurar que isto não foi bem assim - acabou a noite a conversar com uma garrafa de gazela antes de ter ido para um bar aka discoteca aka chungaria e quase ter feito merda da grande. 

desbravando a internet

A avozinha morreu?
O importante é manter a calma e não chorar porque meteste três toneladas de base e dois litros de rímel. Ao invés, vai aos albúns de fotos antigas e procura uma foto da falecida contigo, de preferência ao colo, enquanto ainda eras um pintelho com meio metro. Já está? Ótimo. 

Agora mete-a no fb com a descrição descansa em paz - facultativo; podes ainda limitar-te a colocar rip, para poupares tempo e letras -, limita-te a responder com um smile triste aos comentários do género muita calma nesta hora, era muito boa pessoa!, estou aqui para tudo, linda!, lamento ter mandado a puta da velha para o inferno, and so on. 

Não é da tua responsabilidade - o teu luto está feito. Ninguém mandou a avozinha morrer e o mundo não pára; fizeste o melhor que podias ao informar toda a comunidade do facebook. 

já disse

Eu já dei a mão a um preto a pensar que era a minha avó.
A minha avó não é preta. Nem é um homem.

ah, há.

Doravante, de cada vez que começar a deprimir por causa do exame, vou pensar naquele grupo de pequenos génios que ainda nem começaram a estudar.

bons motivos para nunca mais querer um touchscreen

Durante uma viagem de autocarro em que fiquei sem bateria no mp3, entro no fb pelo telemóvel.
Por qualquer motivo, abro o perfil de uma mocinha que não tenho como amiga e começo a stalkar-lhe as fotos.
Encontro uma foto do rapazinho que é só a foto mais adorável que algum dia vi da criatura.
Dias mais tarde, lembro-me da foto e procuro-a para mostrar à wild bicha que o moço consegue ser fofo (REMEMBER: ONLY GOD CAN JUDGE ME, TÁ?!).
Descubro que tinha metido gosto na dita.


De entre todas as fotos em que eu podia ter metido gosto acidentalmente, tinha de ter sido naquela. Tinha mesmo de ter conseguido parecer creepy a este ponto. Geez. Eu devo ter sido mesmo muito má pessoa noutra vida, a sério.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

okay

Ausentei-me durante um bocadinho para ir comer e quando voltei tinha perdido 2 seguidores. É porque não gostam de gordas, não é?

vocês são um bocado estranhos



Por mais anos que passem, por mais blogs que eu tenha, vou continuar a não entender porque é que vocês vêm aqui parar com pesquisas destas. O site porno estava em manutenção outra vez, foi?

patrícia, porque é que não tens amigos?

Comecei a apontar aqui as frases de livros que mais me marcavam para ter a certeza de que não as perdia, mas acabei por me aperceber de que decorei, não só estas mas outras que nem chego a apontar, e que me lembro delas assim no meio do nada.

Isto faz de mim aquela amiga estranha que, a meio de uma conversa, se lembra de citar um livro que leu há 49 anos atrás, e que dizia que gajas chatas como eu acabam por morrer virgens e rodeadas de gatos. Sério. É preciso paciência para me aturar.

devaneios das três da manhã*

Descobri há relativamente pouco tempo que uma das minhas sensações preferidas é a de encontrar frases sublinhadas em livros requisitados - acreditem ou não, tem mesmo o seu fascínio percebermos que há frases que a nós não nos dizem absolutamente nada mas que, de alguma forma, marcaram outra pessoa qualquer. 

Desde então, passei a fazer o mesmo. Apanhei o vício de sublinhar, a lápis, aquilo que gosto, as frases com que me identifico, as passagens que descrevem algo do que estou a viver ou já vivi. Deixo-lhe marcas da minha passagem, talvez tão inúteis quanto a bandeirinha que o homem espetou na lua mas, ainda assim, marcas minhas, sinais de que estive ali e de que alguma coisa me fez estremecer. Quem sabe se não me torno nesse sorriso de entendimento que surge sempre que lemos alguma coisa que parece ter sido escrita para nós? E então fiquei ali eu, anónima, silenciosa, como que a abraçar quem o sentir. Como que a dizer eu compreendo-te.

*aproveito para referir que a maioria, senão a totalidade, dos posts que aqui são publicados têm sido agendados a horas manhosas, que é mais ou menos a altura me que me lembro de tudo o que quero dizer e vou escrevendo para compensar o resto do tempo em que nem me posso lembrar de que tenho um blog. ora, quero com isto dizer que os comentários são lidos e aceites em visitas relâmpago e por isso peço desculpa pela demora a aceitar e pela possível ausência de resposta.

pronto

Tinha prometido a mim mesma que ia ser diferente e que não ia fazer piadas sobre o cavaco mas não consigo tirar da cabeça a cara do homem a olhar para o homem de branco com cara de fuck me hard!.

(ou então estava a perguntar-se se não teria morrido e não estaria a apresentar-se já ao senhor)

voltou a fazer sentido

[Não confio nas pessoas e não consigo ligar-me a elas. Ou melhor, consigo, mas não quero; ou se o faço, não admito. Se alguém desaparece da minha vida, eu faço de conta que não me importo, mesmo que esteja a morrer por dentro. Sou incapaz de dar parte fraca, de correr atrás de quem quer que seja.

Ainda assim, há pessoas de quem eu gosto mesmo. Pessoas por quem eu seria capaz de fazer tudo e mais alguma coisa, a quem eu me entrego de boa vontade, com a esperança de que não me deixem mal. Mas, ainda assim, também essas me desiludem. Provavelmente graças ao meu desapego, à minha dificuldade em me ligar a quem quer que seja; o golpe é sempre mais difícil de suportar do que se fosse dessas pessoas que amam toda a gente para toda a vida, porque acabo indubitavelmente sozinha.

Então, eu prefiro ir embora. Mesmo que me custe, mesmo que eu saiba que parte de mim ficou ali - prefiro fugir. Talvez seja puro egoísmo, mas eu não sei ser a que fica a mendigar atenção, à espera que, por algum motivo, alguém se lembre de que também estou aqui para as horas boas e não só para lamber feridas. Posso até ficar com saudades, mas não fico onde não faço falta. Nem volto.]

repost.

genialidade também é isto

Estava aqui eu a pensar que se calhar era mesmo boa ideia eu perder o medo de andar de avião antes do próximo mês e deparo-me com isto. Awn. Agora também quero ter um layover para cantar a all by myself.

eu disse que isto hoje tinha sido difícil

O meu problema é ter noção de que estar a tentar estudar ou não não estar é mais ou menos a mesma coisa - o dia não rendeu aquilo que pensei e agora só tenho de tentar compensar amanhã, porque a esta hora já não tenho cabeça para nada. Then again, não tenho sono nenhum, só me apetece ir ler mas sei que não me posso meter nisso agora, ou não páro mais.

Resta-me, portanto, enfiar-me na cama e esperar que o sono venha enquanto me martirizo por estar a desperdiçar horas que poderiam estar a ser usadas para estudar. Mesmo sabendo que hoje tem sido uma daquelas noites em que fico a observar as moscas com o maior interesse do mundo. O melhor de tudo ainda é o facto de amanhã ter de me levantar cedo e ir estudar para a escowinha. Mas mato-me ou suicido-me?

terça-feira, 10 de junho de 2014

diário de uma lontra

Ao fim de quatro dias de clausura por alturas do mês mais crítico do ano:

Como toda a gente, tenho músicas no mp3 que nunca ouço, e passo a vida a ouvir as mesmas - contudo, enquanto estudo, tenho a mania de o deixar em modo aleatório. Culpem os nervos, culpem a tpm ou simplesmente o facto de eu andar super triste sem saber muito bem porquê - quando dei por mim, estava a ouvir a one and only da adele e a chorar baba e ranho, enquanto tentava, a todo o custo, voltar ao triângulo de pascal.


Isto mostrou-me exatamente o porquê de eu não ouvir adele e decidi apagar a puta da música antes que acabe por espetar a caneta na carótida which seems a pretty good idea.

a minha mãe é melhor do que a tua

- queres ir passar umas semanas a frança, patrícia?
Parecia natal outra vez - mas para isso é preciso que eu acabe com o trauma da matemática primeiro. Deus em ajude.

o drama

Fartei-me de estar em casa, trancada, a cirandar só entre a cozinha, a casa de banho, o meu quarto e o escritório. Hoje decidi que tinha de ir, finalmente, à rua, e fui.

Peguei na tralha toda e fui estudar para o terraço. Foi o mais perto que estive de dar um passeio.
Acho que me vou suicidar antes do fim de semana, god.

não dizia que está a ser um dia estranho?

Eu já recebi um mail de um escritor a responder a um dos meus desvarios mentais sem precedentes, com uma paciência incrível.

(posso assumir que fiquei estupidamente feliz por isso, posso?)

whispering

Deixei que a mesma pessoa me desiludisse duas vezes e, mesmo assim, ainda acho que valeu a pena. Como é que cheguei a este ponto? E em que raio de momento é que me tornei numa dessas pessoas que não se importam que lhes tirem tudo, desde que se possam recordar do tempo em que podiam apanhar migalhas? Não sei. Mas tenho saudades. Tenho saudades minhas antes disto mas, sobretudo, tenho saudades de tudo o que senti. Honestamente, nem sei porquê.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

é mais ou menos assim que os esfaqueio

Algo que eu sempre admirei nos gajos foi a capacidade deles de fazerem o diagnóstico a qualquer rapariga. 

Dói a barriga? 
É do período. ´

Dói a cabeça?
É do período. 

Dói o pé? 
É do período. 

Na cabeça dos reais machos, gaja nenhuma pode ter qualquer sintoma que não esteja diretamente relacionado com aquela espécie de mar vermelho que se instala algures em sítios onde, supostamente, o sol não brilha. Supostamente, repito. Mas tudo bem - enquanto eles viverem convencidos de que estamos permanentemente a jorrar sangue pelas partes baixas, eu posso continuar a justificar os meus constantes acessos de mau feitio com a tpm. E esta é uma boa altura para nem chegarem perto.

almost a love story

Começo a entrar em desespero. Juro que nunca senti isto antes - não consigo parar de pensar nele. Desde que acordo até que me deito e, no intervalo, ainda sonho com ele todas as noites. Todas. 

Acordo sempre aflita e com uma sensação de impotência enorme. Parece que nada do que eu possa fazer é suficiente e acabo a chorar por isso e por mil e uma outras coisas que me assomam à mente nessas alturas. Não sei mais o que fazer; por mim, resolvia isto de uma vez por todas. Marcava o encontro para amanhã e depois ia à minha vidinha, desse no que desse. Mas dizem-me que ainda há tempo e que tenho de o aproveitar. De pensar bem, de me preparar para o derradeiro encontro. Dizem que vai valer a pena a espera, mas eu só me sinto a desesperar.

Sinceramente, o exame de matemática está a dar cabo de mim.

encontrada nos rascunhos

Mesmo quando nada amamos, continuamos a amar a ideia do amor. A ideia ridícula do amor. Mesmo quando o negamos somos-lhe fiéis como uma circunferência é fiel ao seu centro. Gravitamos em seu torno.

João Tordo,
o bom inverno 

eu mereço?

O maior turn off de todos é o não saber escrever. Além de todos os outros - e desculpem lá mas eu levanto imediatamente o sobrolho se me dizem que abominam livros e não suportam gatos porque isso constitui, como é evidente, um problema enorme -, é o não saber escrever e o não saber falar.

Não menos importante é o facto de, a verificar-se a teoria de que os opostos se atraem, eu estou à espera do rapazinho bonito, inteligente e rico que se vai apaixonar por mim. Por tudo isto, acabei por riscar da  lista o moço com quem tenho explicação mais ou menos no momento em que ele disse temos que ir boer um copo!

Deve ser este o tal que se ia oferecer para me pagar um panaché. Na tasca do avô.

boa, patrícia, boa

Prometi a mim mesma, aproximadamente 30 segundos após ter acabado o bom inverno, que só voltaria a pegar num livro depois dos exames. E eu até estava a lidar mais ou menos bem com isso, até que me apercebi de que isto não é vida para mim e de que já tenho saudades do harry potter. Hora da third round.

Creio que a mommy cá de casa começou a ponderar internar-me no momento em que tive a infeliz ideia de lhe comunicar tal coisa, a avaliar pelo ar de quem não sabe ao certo o que fazer com a criaturinha que procriou. Mas tudo bem. 

happy day

De todas as roupas de que eu não gosto, a puta da nódoa de pêssego tinha de ter atacado as minhas calças preferidas. Geez, mas há mais alguma coisa para acontecer ou já podemos ficar por aqui?

so it starts

O problema de preferir estudar à noite é que chego a uma hora em que já mal sei quanto é que são dois mais dois. Esta é a hora. 
Afinal, vai demorar mais um ou dois dias até que a minha hora de dormir comece a ser às seis da manhã - mas eu chego lá. Prometo que sim.

domingo, 8 de junho de 2014

diário de uma lontra obesa

Ao fim de dois dias de clausura por alturas do mês mais crítico do ano:

Sinto que ainda não avancei nada no estudo, mas já engordei. Haja esperança neste mundo - longe de balanças, espelhos e gajos giros.
Adeus, vida social.

a noite em que eu não jantei

É um dado adquirido que só vamos receber visitas quando estamos vestidos com a nossa melhor roupa, perfeitamente maquilhados e num daqueles dias em que o nosso cabelo parece ter sido tirado de um anúncio de shampõ, certo? Errado.

Claro que uns amigos do meu pai decidiram passar cá em casa hoje e apanhar-me, já de pijama, com uns calções que deixam em evidência o facto de a minha depilação ter ocorrido noutra era e eu começar a parecer o chewbacca, e uma t-shirt, sem soutien - eu não durmo com o mamaçal aprisionado, ok? Já para nem falar do cabelo, molhado e a dar-me um look ouriço-caixeiro-drogado. 

Para agravar, quiseram ver-me porque não me viam há anos. Mal pude, escapuli-me para o escritório onde estou agora a sentir-me prestes a desfalecer por causa da fome e essa sensação de claustrofobia de quem sente que não pode, nem à lei nem à bala, sair do sítio onde está. Tinha de ser agora, gente, tinha? 

mudasti, patrícia

Raramente vejo televisão e mais raramente ainda o faço na dois - mas, para contrariar tendências, ontem à noite atirei-me para o sofá e quando dei por mim estava a ver o amy winehouse - the day she came to dingle. Juro que não sei como é que nunca ouvi isto antes e porque raio é que nunca lhe dei uma oportunidade. 

google it

Por começar a desconfiar seriamente da sanidade mental de uma amiga, decidi ir procurar os sintomas da esquizofrenia, só naquela de ficar mais descansada. Não só não resultou como, além de ter descoberto que sou esquizofrénica, ainda descobri que sofro de transtorno de personalidade esquizóide. A minha vida é mesmo muito complicada.

nunca percebi

Há quem ache que o amo-te suporta algum tipo de soberania, que fica no topo da pirâmide das palavras que abrem as portas da nossa alma. Acho um exagero - ou, pelo menos, acho que este lugar tem de ser partilhado com uma das expressões que, a meu ver, mais peso têm: eu confio em ti.

Dizermos que confiamos em alguém é darmos-lhe oportunidade de nos mentir; é dizermos-lhe, por outras palavras, que vamos estar lá e acreditar no que quer que seja, mesmo contra todas as adversidades. Mesmo que soe a absurdo. 

É mais ou menos por isso que prefiro essa admiração anónima dos que sentem tudo sem se revelarem; prefiro ser esse amparo silencioso do que me chegar à frente e permitir que façam de mim o que quiserem. Mas, como todos os outros, às vezes também eu falo sem medir o peso do que digo, sem pensar - disse-o. Entreguei a minha confiança de mão beijada, e permiti que a levassem onde quisessem. Agora desiludo-me um bocadinho mais, todos os dias. Qual é a necessidade de mentir?

sábado, 7 de junho de 2014

mas dizer bem é que não

Durante o tempo em que ele esteve a falar, devo ter aberto a boca umas dez vezes para lhe dizer que o admirava mesmo por aquilo que faz; tentei convencer-me de que só não disse porque, de cada vez que tentava, ele retomava a conversa e eu não tinha espaço para falar, mas é mentira. Na realidade, estava em piloto automático há uns bons dez minutos, a tentar concentrar-me na conversa enquanto tomava balanço para lhe dizer mas, de cada vez que a oportunidade chegava, não conseguia dizer mais do que oh god, a sério, eu...

Não sei quanto tempo durou isto, nem quantas vezes o disse. Não lhe cheguei a dizer que estou mesmo orgulhosa dele. 
E também não creio que ele saiba.

aquele lado meio avariado

Para alguém que morre de medo do mar ao ponto de passar a vida a sonhar que bate a bota num tsunami, não é muito inteligente ler factos e curiosidades acerca de afogamentos, pois não? Geez. Acho que hoje vou para a cama com uma bóia e com braçadeiras, só para me sentir mais descansada.

call me a weirdo now

Eu já enviei um mail ao autor de um livro a questioná-lo sobre o que não consegui compreender.

para quem já leu o bom inverno

Ao fim de uma eternidade, porque o tempo tem andado curto, acabei ontem de ler o bom inverno, do joão tordo. E então? Estou chateada! O livro, tal como eu achei que seria pelas críticas que li antes, é bom. É mesmo muito bom. A história, apesar de não ser nada de excecional, está bem conseguida e consegue prender o leitor - é um livro cheio de suspence e também dá aso a algumas reflexões. 

O problema é que, ao longo da história, vamos colocando questões, vamos criando expectativas e o final não se revela nem metade do estrondoso que o resto da trama parecia prometer. Honestamente, não percebi um caralho.

Para quem já leu: se o narrador dá a entender que não sabe mesmo o que aconteceu na noite da morte do metzger, porque é que ele conta aquela história toda ao bosco? E, partindo do princípio que é inventada e que, tal como me pareceu, era a junção de outras pequenas histórias que ele foi ouvindo durante a estadia em sabaudia, porque é que ele escolheu a nina e o vincenzo para culpados quando podia ter escolhido, por exemplo, o roger e a stella, tendo em conta que ele nem morria de amores por ele? Ou referido que o culpado era o pym ou o mcgill que, já mortos, não tinham nada a perder? E o que raio se passou com a olívia desde que chegou?

Estou baralhada. Assim não gosto.

quase no fim

Desengana-te: o amor não é senão peso. É a coisa que mais nos prende a este mundo. Significa que estamos agarrados às coisas com unhas e dentes; que nos recusamos a deixá-las para trás, numa aflição patética. Porque é que te parece que enterramos os mortos? porque eles carregam consigo o peso da vida: mesmo no leito de morte, o homem quer levar consigo as coisas que mais ama.

João Tordo,
o bom inverno 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

the fault in our stars

Acho sempre um bocado parvo quando vejo estados a dizer que, no fundo, o que todas nós queremos é um augustus waters para nós. Tudo bem que o mocinho era querido, mas a sério que andam todas a implorar por um namorado a morrer de cancro?

sobre o que se perde

Há sempre uma crença irracional de que alguém vai aparecer no último segundo para nos salvar e, sem entendermos porquê, damos por nós a caminhar lentamente e a espreitar para cima do ombro enquanto nos encaminhamos para onde, no fundo, não queremos ir. Podem dizer-me que isto é culpa de todos os filmes que vi, de todos os livros que li - é, não nego. Mas querem o quê? Não me podem culpar por querer escrever a história da minha vida.

Fi-lo hoje. Enquanto me encaminhava para a porta do autocarro, esperei sem esperar que alguém me detivesse. Esperei que alguém fosse sentir a minha falta e se sentisse tão dilacerado quanto eu. Tal como o previsto, não apareceu ninguém - quando dei por mim, estava a chorar. Tinha consciência de tudo o que se tinha acabado de perder, de tudo o que não voltaria mais. De todas as respostas que não chegaram, de todas as perguntas que ficaram por fazer. Em cinco segundos, só restava o silêncio e a dúvida. 

Talvez a culpa tenha sido minha, talvez não. A minha felicidade sempre esteve contida nas coisas mais simples do mundo - sinto-o agora, de pés descalços no chão frio do terraço molhado -, a minha esperança sempre esteve guardada num recanto que não mostro a ninguém. Talvez resulte, talvez não. Há um mês, dizia eu que, apesar de tudo o que se passava e de todas as razões que tinha para cair de joelhos e me entregar ao desespero, entendi que não valia a pena fazê-lo naquela altura. Ainda haveriam de vir coisas boas e coisas más - tinha tempo para chorar no fim. Hoje chorei. Talvez pelo fim, talvez não. Não estou tão perdida quanto antes, nem tão certa quanto estava ontem. A verdade é que quase tudo é uma incógnita para mim, e as coisas que desconheço são, invariavelmente, as que mais me doem por as inventar como quero ver, de forma a não criar ilusões, a fugir à esperança. Sempre tive medo de ser feliz. Acho que, no fundo, sempre acreditei que não merecia.

Hoje, morreu-me algo. Soube-o mal pus um pé no primeiro degrau; tinha acabado. O que quer que fosse que existia antes, tinha acabado de desaparecer de uma vez para sempre - e eu não fiz nada para o impedir. Talvez quisesse, talvez não. Deixei-me dominar pelo cansaço, pelo medo, pelo orgulho, e perdi tudo sem oferecer resistência. Não estou bem com isso. Estou, aliás, mesmo muito mal - não lido bem com despedidas, não lido bem com perdas, e o que perdi hoje é absolutamente irrecuperável. Posso viver melhor, posso viver pior - mas nada será igual ao que perdi.

o que vocês não sabem

Eu tenho acesso ao ip de cada pessoa que me visita e um comentário basta para que eu vos identifique. Isto quer dizer, mais coisa menos coisa, que comentarem com o perfil e a seguir comentarem anonimamente é um bocado triste - eu sei sempre quando é que os comentários vêm do mesmo ip. Ou seja, acharem que me enganam é ridículo e faz-me ter ainda mais a certeza de que há gente muito mais infeliz do que se julga. E a precisar de tratamento também.

don't be late

[dá-me a mão, não vás agora - se tiveres de ir embora, leva-me contigo ou promete-me baixinho que nos vemos depois.]

outro tipo de amor

Desde pequena que digo que quero sair de portugal - frança, o país onde deixei um bocadinho do meu coração aos seis anos, parece-me uma boa escolha. Mas há tantas outras! O mundo é tão grande e eu tenho tanta vontade de o conhecer que não sei ao certo o que vai ser de mim. Mas já vos confessei o meu amor por coimbra e, dê por onde der, onde quer que eu vá parar, coimbra vai ser sempre a minha casa - porque quando vives intensamente, sabes o que é viver.

les mots

«As palavras têm o seu poder sobre as pessoas», insisti. «Se forem as palavras certas, podem mover montanhas».

João Tordo,
o bom inverno 

sobre o último dia

Não gosto de despedidas. Nunca gostei. Por mim, virávamos todos as costas uns aos outros e atirávamos um até um dia por cima do ombro, como se não doesse a perda que cada partida implica, como se esta fosse uma forma de marcar um próximo encontro, sem dia marcado, pelo simples facto de nunca termos dito realmente adeus. 

Não gosto de despedidas porque sou portuguesíssima - estou sempre a morrer de saudades de algo ou de alguém e choro-as antes de as sentir. Ou sinto-as antes de as concretizar - ainda nem a pessoa se foi embora e já eu estou a pedir que volte. E amanhã vai ser difícil.

Achei que este seria o meu ano do desprendimento, o meu ano do ódio. O ano em que daria graças a deus pela chegada das férias - sejamos sinceros: em parte, foi. Mas, ao contrário do que pensei ao início, nem tudo foi mau. Aliás, houve coisas muito boas, demasiado boas, que agora me doem só de pensar em perdê-las - conheci alguém incrível que continuaria a recordar como o gajo que olhava com cara de cu se, por mero acaso, não tivesse começado a aproximar-se. Se, como que por ironia, ele não se tivesse tornado tão importante para mim.

Custa-me pensar em perder tudo isto - dê por onde der, nunca mais nada vai ser igual ao que foi. E eu vou sentir tanto, mas tanto, a falta dele, que por mim parava o tempo agora, só para me manter na ilusão de que ainda tínhamos tempo. Eu gosto dele - gosto mesmo. Talvez nunca o tenha sabido demonstrar, talvez não o pudesse provar, mas gosto - e é sempre triste perder algo assim. Mais ainda quando a insegurança se instala e quando tudo parece conspirar contra - tenho medo que ele se esqueça de mim. Tenho medo que nem se queira lembrar.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

~

Gostava que percebessem que eu estou a falar a sério quando digo que não sou fofinha e adorável. Aliás, eu tenho uma certa dificuldade em exprimir qualquer tipo de afetos e, de cada vez que tento mostrar a alguém o quanto gosto realmente da pessoa, é só estranho. Dizer que sou desajeitada é um eufemismo. O que eu sou é estúpida.

Agora, se eu não perco o meu tempo a fingir que gosto de pessoas com quem me cruzo diariamente, não esperem que o faça com vocês. Tal como já disse um milhão de vezes antes: sou uma seguidora horrível. Até posso adorar os vossos blogs mas consigo passar semanas - meses, para vos ser franca - sem lá entrar. E não, não comento por conveniência, não compactuo com essa seita que parece viver em função dos comentários que tem e, muito sinceramente, já se podem dar por felizes se eu vos responder. Mas uma coisa podem estar certos: não sigo blogs de que não gosto e, muito menos comento. Ninguém é obrigado a seguir-me, nem eu sou obrigada a ler o que não me interessa. 

Eu não sou vossa amiga nem tenciono sê-lo. Não quero que me ofereçam cabazes de natal nem digam que me adoram - não preciso disso. A sério que não. Querem visitar, são bem vindos. Querem comentar, a caixa é vossa. E se me detestarem, também é para o lado que eu durmo melhor. Isto tudo para dizer que eu tenho mesmo mau feitio e que, basicamente, me estou a cagar para o facto de ficarem chateados por causa de eu não vos comentar. Não o faço por obrigação. Estamos entendidos?

não foi um bom dia

Quase chumbei a fq. Por uma décima.
Uma única décima.

das coisas que vocês não vão compreender

Ainda me lembro do tempo em que havia uma espécie de hierarquia nos autocarros. Meio inconscientemente, sentávamo-nos de acordo com a idade; os mais velhos ocupavam os bancos de trás, e os bancos da frente eram para aqueles que tinham praticamente do tamanho das mochilas que carregavam às costas.

Tive sorte nessa altura. Logo no meu primeiro ano, quero dizer, no meu quinto ano, o primeiro de autocarro, sentava-me lá atrás, junto de duas raparigas mais velhas que prometeram à minha avó que ninguém havia de me tocar. E cumpriram. Nunca ninguém me tocou, e eu sentava-me como gente grande, no meio da gente grande. Tímida mas orgulhosamente - estava onde os outros queriam estar. 

Agora é tudo muito diferente. Apesar de ser uma das mais velhas, acabo por me sentar no meio do autocarro e por passar a viagem toda concentrada na minha música. De quando em vez, ouço conversas por alto e entendo, cada vez mais, o quanto as coisas mudaram desde que eu deixei de ter a idade deles - eu era tão mais inocente, tão mais criança, tão mais simples. Os miúdos já não parecem sentir-se intimidados pela presença de pessoas com meio metro a mais do que eles. Ao invés, ainda reagem como se os papéis se invertessem e fôssemos nós os putos assustados - é estranho.

Não quer dizer necessariamente que sejam piores do que nós, do que - nem acredito que vou dizer isto aos 18 anos! - a minha geração. É diferente, tal como acredito que eu e os monstrinhos ranhosos da minha altura também tenhamos representado um balde de água fria para os mais velhos. O mundo não pára, e acho que nos esquecemos disto. É preciso não pararmos no tempo, é preciso avançar - e, neste caso, avancei uns lugares no autocarro. Sentar-se lá atrás é para meninos.

shame on patrícia

Quem sabe, de repente, faz-me um sinal, apenas um sinal
Um gesto simples, não complicado nem ousado, apenas um sinal.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

somos todos meio doidos

O giro de se ter a família toda espalhada pelo mundo é que, além de não termos de aturar aquele primo mesmo mesmo chato muito mais do que uma vez por ano, aquelas reuniões familiares chatas em que só há tias a comentar o tamanho das nossas mamas e o quão bem se lembram do tempo em que nos mudavam a fralda, nunca acontecem com toda a gente ao mesmo tempo - e eu fico muito grata por aturar o menor número possível de pessoas que se orgulham de já me terem limpo a genitália. E depois, ainda vou descobrindo gente que acho que nunca vi mais gorda, mas que jura a pés juntos que me conhece desde que eu era um monstrinho de berço.

A minha mais recente descoberta foram os primos da alemanha. No verão passado, estava eu na santa paz do senhor a chegar a casa da minha avó, quando vejo uma loura, alta, com a mania que é boazona - sério, a senhora já tinha tudo quanto eram pregas de pele mais descaídas do que eu sei lá, mas parecia desconhecer tal facto -, de pernas enormes num jumpsuit curtíssimo, a entrar na casa da mãe da minha progenitora. E, reparei, tinha um tapete debaixo do braço. Fiquei com medo, mas avancei.

Quando me aproximei, reparei que o tapete tinha olhos e se mexia - era um yorkshire, feio que só ele, que quando estava no chão só se parecia com um espanador possuído por uma qualquer alma demoníaca. Chamava-se baby.

Não me lembro do nome da mulher loura que, só por acaso, dizem ser minha prima. A única coisa que me vem à cabeça é aquela bela dama, toda cheia de si, toda muito não-me-toques-que-me-desafinas, a falar com o cão:

- baby, venha cá!.. baby, saia daí. ó baby, venha ter com a dona! AI O CARALHO FODA O CÃO, ANDA PARA AQUI, JÁ!

Depois ainda me queriam normal. Claro, claro.

eu e os hospitais

Que tal uma consulta no dia de anos, patrícia?
Começa a parecer conspiração. E tradição também.

não saberia explicar

Descobri há pouquíssimo tempo que há um rapaz gay na minha escola - e apesar de, que me lembre, só ter falado com ele uma vez, fiquei estupidamente feliz pelo rapaz por se assumir. E passei a admirá-lo um bocadinho, também. É preciso uma coragem do tamanho do mundo para admitir tal coisa no meio de tanta gente que ainda acha que é errado gostar-se do que se gosta. Foda-se, errado é fingir que não se gosta, é fazer de conta, é misturar-se no rebanho com medo de ser a ovelha negra só porque os outros acham que é esquisito alguém gostar de uma pessoa do mesmo sexo.

Esquisito era o gajo da minha turma que passava as aulas a comer macacos e a peidar-se. Ou o puto, quase meu vizinho, que tem um bigode farto desde os três anos. Ou até mesmo aquele que parecia um santinho e quase entra em coma alcoólico de cada vez que sai à noite. Ou eu, que também não devo nada à normalidade. E é preciso compreender - contra mim falo - que é muito mais fácil gostar de gajos. As gajas são umas cabras.

só isso

Uma das sensações mais esquisitas de sempre é reler posts antigos - não creio de que vocês estejam minimamente conscientes da reviravolta dos últimos meses. Honestamente, também não creio que vos interesse mas, já que não vos faço um giveaway a oferecer chourição e sabonetes da avon, parece-me boa ideia deixar o suspence.

acabei de ouvir

We do strange things for the people we love. We lie to them, we lie for them. There may be some bumps along the way, but we never stop wanting the best for them. That's what makes it such a tough job. Kind of the best job in the world.

modern family 

E sim, eu sei que disse um milhão de vezes que não gostava de séries, mas isto é demasiado bom.

terça-feira, 3 de junho de 2014

isto apoquenta-me

Correu tudo bem até eu ter comprado umas sapatilhas, giras que só elas, na seaside - não sei explicar este fenómeno mas, apesar de as lavar com relativa frequência, basta usá-las uma vez para que comecem a cheirar pior do que se lhes tivesse morrido um rato dentro há dois meses. E então eu fico paranóica ao ponto de achar que os outros vão notar.

Indiferente ao meu problema, há uma miúda que todos os dias, absolutamente todos, vai de vestido para a escola, calçando umas botas quase até ao joelho. Repito: todos. Nunca vi a criaturinha com qualquer outra indumentária, nunca a vi com outra coisa calçada em qualquer que seja a altura do ano em que nos encontremos. Agora a sério: quando ela descalçar as ditas botas, morremos todos, não é?

don't touch anything

Como se já não bastasse eu ter feito merda da grande aquando da minha paragem cerebral número trezentos e sessenta do dia, o meu teste de química estava escrito em paquistanês. Foi um excelente dia.

não vou chorar, não vou chorar, não vou chorar, não vou chorar

em jeito de balanço, parte dois

Mesmo depois de tudo o que disse que faria e que diria no início do ano, não resolvi problema nenhum. Deixei-o arrastar-se, tal como temi que faria. Deixei-o crescer. Deixei-o dar voltas e reviravoltas. Deixei-o fazer-me perder a cabeça. Entretanto, como quem não quer a coisa, deixei de querer saber. Estava obcecada com uma verdade que já não estou tão certa assim de que ainda me importe - acho que gosto mesmo é do mistério. E então, deixo-o ficar. Se algum dia tiver de o desvendar, desvendá-lo-ei de qualquer maneira, inesperadamente. Se não tiver de ser... que se foda. Já perdi demasiado tempo com isto.

contrariando

Felicidade é chegar, finalmente, ao último teste de química.
Infelicidade é tomar consciência de que agora já não tenho nada a separar-me dos exames.



E que a clausura comece!

sobre as outras, sobre mim

Quanto mais sei sobre gajas, mais certa estou de que devia ter nascido gajo. Especialmente agora que parece ter pegado moda os bolos personalizados, maioritariamente com maquilhagem e sapatos, pirosos e fúteis que só eles, como se só fosse possível relacionar uma gaja com tais objetos.

Não precisam de tentar fazer de mim uma menina. Eu aceito um bolo daqueles com decorações alusivas aos livros, de preferência o harry potter. Ou então nem quero nada daquilo - sério, não quero mesmo. De ontem a um mês faço anos e já fico feliz por passar o dia de fat ass espojado na praia. É só.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

fugi de um hospital psiquiátrico

Sou um tanto ou quanto creepy e, confesso, viver comigo não é muito diferente de viver num filme de terror - não basta a minha cara de beleza equiparável à da miúda do exorcista, eu ainda faço questão de fazer incursões noturnas pela casa toda sem acender uma única luz. E, para piorar, ainda sussurro um até amanhããããã quando passo pelo quarto dos meus progenitores a horas em que já nem eu sei explicar ao certo a mim mesma o porquê de estar acordada.

Não sei bem se estou a tentar enlouquecê-los ou se a louca sou eu mas, por via das dúvidas, acho que é melhor não me provocarem nenhum acesso de raiva ou eu acabo por me transformar na figura mítica dos emails-corrente que vai aparecer em vossas casas às três da manhã e matar a vossa família toda. Não me contrariem. Temam-me.

ouvi ontem

Em que altura das nossas vidas é que o tema preferido das conversas com as nossas amigas começa a ser sobre qual consegue dar o maior peido ao acordar e a reação dos respetivos maridos? É que, sinceramente, fiquei assustada.

Tanto com o tema como com a perspetiva de passar a soltar um trovão todas as manhãs. Com alguém ao lado. (eww, i wanna be foreeeeever yooooung!)

dizem que sou demasiado liberal

É mais ou menos ponto assente que eu tenho a sensibilidade de uma torradeira mas não me fodam - a história de usar alianças no namoro é, no mínimo, parva. E sim, eu conheço várias pessoas que o fazem e sim, já lhes disse isto mesmo - acho parvo. Ter ou não ter uma anilha no dedo não muda absolutamente nada, não cria laços, não inibe traições. Aliás, além de um cinto de castidade ou de um qualquer dispositivo que tranque sô dona parreca a sete chaves, não estou mesmo a ver nenhum objeto que iniba traições - está tudo na confiança. Não adianta inventar trelas e açaimes, não adianta prender nem proibir o que quer que seja. 

Honestamente, eu teria pena do primeiro gajo que me tentasse proibir do que quer que fosse - era capaz de entrar em órbita em menos de trinta segundos.

por estranho que pareça

Outra prova de que as mães têm um sensor capaz de decifrar o que as crias não querem revelar nem à lei nem à bala é que, por exemplo, a minha progenitora soube de que eu gostava do rapazinho da primeira vez em que eu lhe falei dele. 

Uns bons meses antes de qualquer outra pessoa ter desconfiado.

em jeito de balanço final

Não entendo como é que alguém consegue não se esforçar e não sentir nem um bocadinho de culpa nisso. Eu tenho notas desastrosas a química, que tenho, mas também sei que vou tentando. Uns dias com mais vontade do que outros, mas estudo, levo o meu tempo a fazer resumos e a tentar entender com calma aquilo que me vai falhando nos exercícios - se tenho tido boas notas? Não. Mas estou a um passo de atingir o meu principal objetivo que era, acima de tudo, ficar com a disciplina feita. 

Ainda assim, conheço muito boa gente que copia em todos os testes. De todas as disciplinas. Eu chego a ficar admirada com tamanha arte porque, conhecendo alguns dos stôres como julgava conhecer, me parece quase um milagre que alguém consiga copiar - mas em nome de quê? Geez, se eu copiasse e tivesse má nota, ficava irritada por não me ter esforçado. Mas se copiasse e tivesse boa nota, não me ia saber a nada, e ainda me sentia mal por cima. Acho que todos nós preferimos ficar a coçar o cu em vez de estudar aquela matéria chata mas, foda-se, onde é que pensamos ir sem isso? Não podemos passar a vida à sombra de outros, à espera que nos ensinem a viver. Vale a pena esforçarmo-nos, a sério que sim. Mesmo que falhemos, mesmo que não resulte - prefiro falhar mas saber que tentei do que passar sabendo que não fiz nada para que isso acontecesse. Gosto de me orgulhar das minhas vitórias da mesma forma que assumo as derrotas - honestamente.

Acho que esta foi uma das coisas que aprendi este ano - a raiva que me dava sempre que os meus coleguinhas tentavam limitar-se a copiar resultados de outros grupos para não se darem ao trabalho de fazer o que quer que fosse, serviu-me para entender que prefiro fazer tudo sozinha sem estar à espera que façam o que quer que seja por mim. Só por isto, já valeu a pena.