O rapaz não desiste nem à lei nem à bala e usa tudo o que eu digo como forma de se convencer de que o interesse é mútuo. Não é. Não é e eu não o sei fingir - sinto uma necessidade enorme de o estar constantemente a relembrar de que há alguém com quem ele não pode competir e que, por muito que até goste de falar com ele, nunca terá mais do que conversa mesmo.
Tenho de assumir que ele me fez bem - fez-me muito bem perceber que, mesmo sentindo-me o maior camafeu da zona centro, houve alguém que ficou completamente vidrado em mim e não desistiu mesmo comigo a dar-lhe para trás. Mas sabia que não o podia manter só para me alimentar o ego e, quando ele me mandou mensagem a dizer que eu o estava a deixar confuso e que não entendia o que se passava entre nós, achei que estava mais do que na hora de arrumar o assunto. De lhe dar mais um dos meus banhos de sinceridade bruta e crua que incluía um pedido para que nos afastássemos.
Achei que ele estava muito bem com isso. Até ontem à noite, eu estava mais ou menos certa de que ele era mesmo o gajo que eu me convenci que era, que abordava qualquer uma tal qual fez comigo. Que, sinceramente, só queria foder e se estava a cagar para o facto de eu acreditar ou não que ele era diferente disso. Ontem percebi que não. Percebi que, afinal, eu afeto mesmo o rapaz e que estava na hora de eu parar de deixar que a minha autoestima elevadíssima me faça descrer de tudo quanto se mostre interessado em mim. Agora é um bocado tarde - essencialmente porque eu sou demasiado orgulhosa para lhe pedir desculpa mas também porque não quero voltar ao zero e deixá-lo acreditar que eu me interesso por ele. Sinto-me mal por ele e bem por me ter livrado dele - mas faz-me uma certa falta ao mesmo tempo. Não estou habituada a que me tratem tão bem. Oh lord, o que é que eu faço à vida?
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