Descobri há pouquíssimo tempo que há um rapaz gay na minha escola - e apesar de, que me lembre, só ter falado com ele uma vez, fiquei estupidamente feliz pelo rapaz por se assumir. E passei a admirá-lo um bocadinho, também. É preciso uma coragem do tamanho do mundo para admitir tal coisa no meio de tanta gente que ainda acha que é errado gostar-se do que se gosta. Foda-se, errado é fingir que não se gosta, é fazer de conta, é misturar-se no rebanho com medo de ser a ovelha negra só porque os outros acham que é esquisito alguém gostar de uma pessoa do mesmo sexo.
Esquisito era o gajo da minha turma que passava as aulas a comer macacos e a peidar-se. Ou o puto, quase meu vizinho, que tem um bigode farto desde os três anos. Ou até mesmo aquele que parecia um santinho e quase entra em coma alcoólico de cada vez que sai à noite. Ou eu, que também não devo nada à normalidade. E é preciso compreender - contra mim falo - que é muito mais fácil gostar de gajos. As gajas são umas cabras.
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