quarta-feira, 4 de junho de 2014

somos todos meio doidos

O giro de se ter a família toda espalhada pelo mundo é que, além de não termos de aturar aquele primo mesmo mesmo chato muito mais do que uma vez por ano, aquelas reuniões familiares chatas em que só há tias a comentar o tamanho das nossas mamas e o quão bem se lembram do tempo em que nos mudavam a fralda, nunca acontecem com toda a gente ao mesmo tempo - e eu fico muito grata por aturar o menor número possível de pessoas que se orgulham de já me terem limpo a genitália. E depois, ainda vou descobrindo gente que acho que nunca vi mais gorda, mas que jura a pés juntos que me conhece desde que eu era um monstrinho de berço.

A minha mais recente descoberta foram os primos da alemanha. No verão passado, estava eu na santa paz do senhor a chegar a casa da minha avó, quando vejo uma loura, alta, com a mania que é boazona - sério, a senhora já tinha tudo quanto eram pregas de pele mais descaídas do que eu sei lá, mas parecia desconhecer tal facto -, de pernas enormes num jumpsuit curtíssimo, a entrar na casa da mãe da minha progenitora. E, reparei, tinha um tapete debaixo do braço. Fiquei com medo, mas avancei.

Quando me aproximei, reparei que o tapete tinha olhos e se mexia - era um yorkshire, feio que só ele, que quando estava no chão só se parecia com um espanador possuído por uma qualquer alma demoníaca. Chamava-se baby.

Não me lembro do nome da mulher loura que, só por acaso, dizem ser minha prima. A única coisa que me vem à cabeça é aquela bela dama, toda cheia de si, toda muito não-me-toques-que-me-desafinas, a falar com o cão:

- baby, venha cá!.. baby, saia daí. ó baby, venha ter com a dona! AI O CARALHO FODA O CÃO, ANDA PARA AQUI, JÁ!

Depois ainda me queriam normal. Claro, claro.

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