quarta-feira, 15 de outubro de 2014

the p word

Parecendo que não, ainda há gajos que coram quando ouvem as gajas a falar do período. Têm aquela reação meio ridícula, como quando somos pequenos e entendemos que a história da cegonha é mentira - e daí nunca se sabe, há homens com gostos estranhos no que toda a dar nomes à genitália! - mas continuamos a não querer ouvir falar de sexo.

Eu não entendo o porquê - ter o período é mesmo fixe. Sério. A minha altura preferida do mês é aquela semana em que sinto uma vontade inexplicável de esfaquear toda e qualquer criatura que ouse respirar à minha volta. Estado esse que só é alterado quando me dá uma vontade incontrolável de chorar com, sei lá, o anúncio ao papel higiénico, um mosquito com uma pata a menos, comichão no pé. Tudo serve e as gajas estão sempre perdoadas - é das hormonas.

Além do mais, é mesmo confortável andar com pensos que, de vez em quando, decidem mudar de posição e pufff - podemos sempre usar a desculpa de que nos sentámos em cima de ketchup mas, a não ser que nos estejamos a desculpar perante putos de 11 anos ou mais novos, toda a gente vai compreender que estamos só a jorrar sangue descontroladamente pelas partes baixas. Em alternativa, temos sempre os bem amados tampões - se tudo correr bem, uma pessoa nem os sente. Só há aquele pequeno senão de, na hora de o tirar, sentirmos uma dor lancinante lá nas partes baixas e começarmos a acreditar que o útero vai vir agarrado. Mas tudo bem - nós somos fortes; para finalizar o processo, só falta mesmo ficar com aquela cara entre o nojo e o eu-não-acredito-que-isto-é-meu a observarmos a obra de arte durante, aproximadamente, cinco segundos antes de o metermos no lixo - estão a ver, mais ou menos o processo do lenço ranhoso. No fim, é meter outro tampão e começar de novo.

Ser gaja é mesmo mesmo giro - mas ainda há gajos que coram a falar destas coisas, porra! Nunca percebi se é por lhes fazer confusão imaginar a revolução que acontece mensalmente lá nas entranhas de cada bicha ou se ficam só a sentir-se mal por todas as vezes que se queixam do quão difícil é suportar uma dor esporádica nos colhões. Ninguém com a capacidade de mijar de pé se devia queixar em frente às criaturas que se esvaem em sangue durante cinco dias por mês. Ninguém!

Sem comentários: