Estranho é apanharem a maior sarda de sempre - mesmo mesmo mesmo a maior de todas - precisamente na noite em que bebem menos e acabarem a noite numa confraternização esquisita na casa de banho onde uma desconhecida vos incita a vomitar e outra vos vai lavar a cara e tenta enfiar-vos açúcar na goela, mas vocês não percebem nada do que se está a passar porque vocês estão bem. Estão só um bocado tontos, que estão, mas estão felizes e não há má disposição para ninguém, enquanto se lembram de que querem recuperar o esse tal ex qualquer coisa e lhe dizem isso mesmo, sem medos, sem constrangimentos, sem nada. Só assim mesmo: tumbas que era disto que precisavas. E vocês estão mesmo bem! Já nem sequer estão a pensar na discussão feia que tiveram há apenas umas horas atrás e que acabou com qualquer possibilidade de entendimento entre vocês e uma pessoa por quem tinham bastante carinho, porque vocês se limitaram a mandá-lo passear. Está é um bocado de vento, mas não é nada que não se aguente porque, graças a deus, há paredes e pessoas por todo o lado, dá sempre para segurar. Mas vocês beberam pouco e sabem disso - começam é a ter a vaga noção de que no dia seguinte não se vão lembrar de nada quando têm o telemóvel na mão e reparam que acabaram de enviar uma mensagem, sem sentido nenhum, que nem se lembram de ter escrito. Repetem: vocês estão bem, porque estão mesmo. O único problema são as tonturas, quebra de tensão de certeza, e aquele pequeno descontrolo ao nível dos membros inferiores. Vocês já beberam o triplo e ficaram bem, para quê dramatizar? Deitam-se às oito da manhã e dão dois beijinhos à ressaca assim que acordarem.
(e passam o dia naquela do juro que nunca mais bebo mas sabemos todos que é mentira.)
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