Cheguei à brilhante conclusão de que não vale a pena chatear-me muito com a ideia de que perdi a minha última oportunidade; nunca se sabe. A vida troca-nos as voltas e o acaso é um gajo mal fodido que, de vez em quando, gosta de nos tramar - eu que o diga.
Vocês acham que perderam alguém para sempre e, de repente, ela está à vossa frente na fila da caixa do supermercado (Guia para gajos: ficam a olhar-lhe para o cu e a perguntar-se como que raio não perseguiram até ao quinto dos infernos a dona daquela peida divina, mas entretanto ela vira-se e vocês sorriem-lhe, começam a patinar e falam demasiado, elogiam-lhe os lindos olhos, ah, as saudades que sentiram delas, perdão, deles, enquanto passam por envergonhados ao baixar um bocadinho, só um bocadinho, o olhar; perfeito. Continuam a parecer rijinhas e boas, mas se calhar é um bocado mau apalparem em público assim à papo seco, tantos anos depois, só para confirmar se o material continua em condições; voltem a falar dos olhos ou do sorriso, e muita calma nessa hora. Tudo se arranja, também chegará o tempo das mamas.).
Voltando à parte séria da questão, é certo que ter-se dado a coincidência de irem comprar pão e papel higiénico ao mesmo sítio e à mesma hora não é, de todo, sinónimo de que vão casar e ter oito filhos ou coisa que o valha. Não significa sequer que conseguirão ir além da conversa da treta do então, como tens andado? Tenho andado com as pernas, paspalho, mas isso já é a gosto. O que estou a tentar dizer-vos é que só podem concluir quais foram as vossas últimas oportunidades quanto a este ou aquele assunto uns trinta segundos antes de darem o peido mestre; até lá, o tempo está a contar e, repito, nunca se sabe o que pode acontecer.
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