domingo, 2 de junho de 2013

é isto

É sempre quando as coisas estão mal comigo que mais me apetece ler. Tenho essa necessidade de me perder nas palavras nos outros, para não me perder nos meus próprios pensamentos. Apercebi-me disto agora que não consigo manter-me longe dos livros, embora não tenha o tempo que queria e demore uma eternidade. 
Nada me sabe melhor do que imaginar as caras das personagens, imaginar as roupas, os tiques, os sorrisos. Meto-lhes defeitos de vez em quando, só para complicar. Depois, vivo as vidas deles. Sorrio quando estão felizes, choro quando estão tristes. Choro-lhes a morte do pai, choro-lhes a perda de um grande amor, choro-lhes o azar. Inacreditavelmente, também gosto disto. Gosto da forma como os livros me abalam, como aquelas personagens quase sempre inventadas, se tornam parte do meu dia a dia, ao ponto de sentir a falta delas ainda antes de chegar à última linha do livro. Mas gosto disso. Gosto de sentir os dramas que não são meus, porque me basta fechar o livro para que eles desapareçam.

Fosse assim com tudo.

3 comentários:

somaijum disse...

Os fantasmas não desaparecem com um simples virar de página.
É engraçado que antes de tu o dizeres, estava precisamente a pensar numa altura em que eu devorava livros uns atrás dos outros e me embrenhava tanto na história, que no fim do livro ficava com saudades das personagens. E muitas vezes já estava a ler outro livro e confundia as personagens do livro anterior.
É isso que os livros têm de bom em relação ao audiovisual. Há uma ligação maior, porque somos nós que construímos a imagem mental das personagens. Isso torna-as, de certo modo, mais reais na nossa mente. Não ficamos sujeitos ao interprete do filme ou da novela, com quem nem sempre nos identificamos.
Desculpa, alonguei-me... xD

patrícia disse...

De certa forma, também prefiro os livros, mas não dispenso um bom filme. O que me acontece é às vezes ficar desapontada, porque quando li o livro não os imaginava assim, como aparecem no filme xD

marisa maria disse...

É tão bom abrir um livro e entrar num mundo paralelo mas não menos real do que o nosso. Viver vidas com a imparcialidade do lado de fora e com a emoção como se fossemos as personagens. E quando se começa a chegar ao fim sentir aquela saudade que aparece nas despedidas.