Decorria tranquilamente o ano de 1928 quando, numa noite em que a sobriedade foi deixada em casa, acabei a dançar o jajão com um mocinho. Sim, o jajão - e isto é ótimo para situar a ação no tempo. Estão a pensar há quantos anos andávamos nós a cantar era só jajão? Três. Three. Trois.
Não posso dizer que em algum momento tive a ilusão de que era o homem da minha vida, apesar de esse facto se ter confirmado numa fase muito prematura da nossa pseudo-relação; assim como assim, era livre que nem um passarinho e fui conversando com a criatura numa boa, sem que tivesse chegado a acontecer o que quer que fosse entre nós. Graças a deus.
Mais tarde, descobri-lhe umas mentiras, cansei-me de histórias enroladas e mandei-o às couves. Ressuscitou uns meses depois - fui rápida a matá-lo novamente e nunca mais tive notícias do gajo.
Até hoje.
Quase três anos depois do último ataque, mais de três anos depois da fatídica noite em que dançámos o jajão, por algum motivo que me transcende, o ser mais-que-falecido nos recônditos da minha memória, enviou-me uma mensagem a meter conversa.
Repito: perto de três anos mais tarde.
Será que ficou este tempo todo à espera de que eu me esquecesse da falta de valores - e da de noção - e lhe desse outra oportunidade?
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