quinta-feira, 14 de junho de 2018

randomness.

Por mais estranho que pareça, quase todos os dias abro o editor de texto do blog; ensaio posts atrás de posts que nunca me satisfazem, e dou-me por vencida por falta de tempo. Deixo o cansaço levar a melhor, e chateia-me que me contente com isso. Que viva mais feliz por estar cansada, por me faltarem minutos nos dias, por nunca conseguir chegar a todo o lado. 

Não me lembro de algum dia ter estado tanto tempo sem escrever, e chateia-me a facilidade com que o fiz, e que as saudades que tenho de escrever palavras bonitas não sejam suficientemente fortes para vencer a inércia, para calar todos os escrevo amanhã que me têm passado pela mente. Todos os dias.

Mais de um mês, e já foi tanto: acalmou-se uma tempestade, seguiu-se um funeral. Logo depois uma entrevista de trabalho, e um sim. O universo é irónico.

Obriguei-me a uma rotina rígida desde o primeiro dia de trabalho. Acordo sempre uma hora mais cedo, vou sempre trabalhar com aquela felicidade genuína do pós-treino. Voltei a correr. Devagarinho, mas voltei - não sei porque ainda cometo a burrice de parar, mas desconfio que é pela alegria de voltar, por aquela sensação boa de redescobrir que tenho gostos mesmo esquisitos e, afinal, correr sabe mesmo bem.

Ainda que sejam sete da manhã e eu pudesse estar a dormir. Tranquilo.

Mais de um mês e uma mudança drástica em mim. Planos novos, planos melhorados, velhos sonhos a tomar forma - envolvidos numa certa nostalgia, naquela nostalgia que precede o fim do mundo como o conhecemos. O prenúncio de um recomeço. O medo, também, aquele medo bom de quem sabe que nem sabe onde se está a meter, mas que está estupidamente feliz com a partida à descoberta.

Está tudo igual e absolutamente nada é como antes. Conheci pessoas também - daquelas pessoas boas que já vêm com cheirinho a casa, e que nos fazem sentir que o que se segue só pode ser bom. Conheci outros lados do meu rapaz que me fizeram ter a certeza de que escolhi bem - sinto que vivo ansiosa pelos próximos capítulos da minha própria vida. Deve ser isto que as pessoas sentem com as séries - mas, acreditem, acho que é melhor quando se trata das nossas vidas.

Passou-se mais de um mês. Na minha vida, talvez tenham sido três anos inteirinhos - mas estou calma, estou tranquila, estou bem. E talvez um dia destes vos fale das coisas boas, e escreva coisas bonitas sobre os meus dias, mas hoje não. 

Amanhã. 
Amanhã eu escrevo.

3 comentários:

disse...

É verdade, andaste tanto tempo sem escrever que agora começaste a escrever de empreitada.
Está aqui o segredo de caberes num 34 (comecei a ler de cima para baixo). Corres, trabalhas e namoras. Dizem que "namorar" queima muitas calorias...

ernesto disse...

Eu não caibo num 34 a sério! ahahahah

disse...

Isso é porque namoras pouco. lol