Qualquer pessoa que chegue ao blog entende que a autora sofre de perturbações graves e indisfarçáveis - mas sosseguem, alforrecas! A minha loucura tem par neste mundo; diria que é genético, ou não fosse eu a neta da avó mais louca de sempre.
Ontem, fui dar com ela a rir-se, sozinha, à janela. Nisto, chama-me:
- anda cá! olha ali o meu galito na estrada.
Espreitei pela janela e não havia margem para dúvidas: ao longe, via-se um galo a desfilar à porta de uma vizinha, ainda razoavelmente longe da casa da minha avó, e mais longe ainda da capoeira. Ri-me também, achando que ela estava a gozar. Não estava.
- então e não vais atrás dele? não o tentas apanhar?
- eu não! já me fugiu quase há oito dias, e tem andado por aí.
Aparentemente, a minha avó não acredita em segundas oportunidades: passou a enumerar-me todos os locais onde o bicho tinha sido visto e fiquei a saber que, de há uma semana para cá, tanto ela como as vizinhas se cruzam com o galo, livre e feliz, sem que em momento algum o tentassem apanhar.
Imagino que a criatura se tenha transformado no ferrari dos galináceos e que, muito em breve, se começarão a gerar motins por esses galinheiros fora, que todas as galinhas comecem a lutar pela liberdade e a fugir, só com a roupa que levam no corpo.
E o galo? Bem, dada a reação da minha avó, deduzo que se tenha transformado num toxicodependente qualquer.