sábado, 6 de janeiro de 2018

the not-so-happy days

Há dias que amanhecem pesados, assaltados por dores e medos que são lanças cravadas no peito quando se acorda de um sonho para a mais cruel das realidades.

Parece tudo mais simples quando não se pensa nisso, quando se vai continuando em frente, movidos por um combustível que parece sempre inesgotável até nos lembrarmos de que até as melhores coisas da vida conseguem ser letais se as não soubermos moderar. Tudo o que cura também mata, e até a água pode ser veneno - fará isto algum sentido? 

Nenhum.
Hoje a própria vida não me faz grande sentido porque lhe perdi o fio à meada - e agora? O que é que se faz quando não se sabe o que fazer? Por onde é que se sai quando não parece haver saída possível? Eu não quero isto, não quero esta angústia, esta certeza de que o amanhã nada terá de certo para mim. Quem me dera poder refazer um par de coisas, melhorá-las, e ter calado outras tantas que nada mais acrescentaram ao mundo senão o que hoje sinto. Não é justo, não faz sentido.

Estou perdida, outra vez. Perdida por entre decisões que não quero, não consigo, ter de tomar e palavras que não sou capaz de proferir - aperto as mãos no colo, uma e outra vez. As lágrimas caem sem que eu tente sequer detê-las - não valerá a pena, claro está. Deveria ter desconfiado, deveria ter aprendido: se me faz feliz, terá sempre, absolutamente sempre, arranjar forma de doer.                                

4 comentários:

A Extraterrestre disse...

Life Sucks... And Then You Die!

disse...

"O que arde, cura e o que entala, segura"
Conheces este provérbio?
Como nunca sabemos o que o dia de amanhã nos vai trazer e se não queremos ir perguntar à Maya, o melhor é continuarmos a desinfetar as feridas, mesmo que arda, e a entalarmos o que estiver a pedir para ser entalado.
Se a vida não tivesse certos contratempos de nos fazer dar voltas à cabeça, não passávamos de vegetais...

ernesto disse...

JS, s dias maus equilibram-nos a vida e fazem-nos reparar mais nos dias bons. Há anos que o escrevo, mas nunca penso nisso nas alturas difíceis :)

disse...

É a velha máxima "faz como eu digo, não faças como eu faço".
As "melhoras" :)