terça-feira, 28 de julho de 2015

déjà-vu

Está tudo errado outra vez - já não me lembro da última vez que me senti realmente bem e neste momento dava tudo para recuperar um bocadinho da paz e da sensação de que tinha alguém ao meu lado - mas até isso se fodeu agora. 

Oscilo entre momentos em que ninguém diria que se passa alguma coisa e momentos em que começo a chorar do nada - no comboio, na praia, no meio da rua, na cama. Estou sempre tonta; às vezes basta-me baixar e levantar a cabeça de repente. Outras vezes, estou sentada e acho que vou cair da cadeira abaixo de tão tonta que estou. Disfarço-o bem, é certo; é a segunda rodada que me servem disto. Sempre no verão.

Também dou por mim trémula, sem saber porquê. E não consigo dormir; acordo de hora a hora e levanto-me mais cansada do que quando me deitei - volta e meia, acordo a tremer descontroladamente e demoro até recuperar. Até o meu coração, que se habituou a bater como o das pessoas normais quando entrei no ginásio, decidiu voltar a andar permanentemente demasiado acelerado e ainda faz com que seja mais difícil eu adormecer.

Já para não falar que mais um bocado e sou barrada à porta do ginásio até ter feito exames - estão a ficar um bocado cansados de me ver à beira do desmaio. Eu também estou a ficar um bocado cansada disso, por acaso, mas tenho pouca vontade de repetir a bateria interminável de exames que fiz há uns anos para me dizerem que, mais uma vez, não fazem ideia do que se passa comigo. Com sorte, é só ansiedade.

Com sorte.

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