quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

dramas capilares

Conhecem alguém que usa o mesmo penteado desde 1970 porque tem medo de mudar? 
Certamente essa pessoa não serei eu. Em primeiro lugar, porque só nasci 25 anos mais tarde e quase careca. Em segundo lugar, porque eu sofro do problema oposto: não consigo ter o cabelo igual muito tempo. Se o deixo crescer, logo o corto. Se acerto com uma cor que me permitiria não o voltar a pintar, logo me apetece outra cor qualquer. 

Desde os 16 anos que o pinto, e já o tive de várias cores: preto, roxo escuro, roxo claro, dos vermelhos mais escuros ao vermelho berrante do meu avatar, dos acobreados mais discretos ao laranja mais vibrante. Ora me chateio porque nunca mais cresce, ora me chateio porque dá demasiado trabalho tê-lo comprido e volto a cortá-lo pelos ombros. Estão a ver a cena, não é?

Então, em junho do ano passado, ou seja, há quase sete meses, eu achei que faria sentido adotar um estilo mais sóbrio e maduro, já que iria voltar a entrar na odisseia da procura de emprego. Portanto, além de o pintar de castanho, cortei-o. Muito. Assim tipo... pouco abaixo do nível das orelhas.

Respirem fundo, eu sei: para algumas de vocês, imaginar tal fado já é motivo para irem a correr pegar na cruz e na garrafinha da água benta, mas o que eu não consigo mesmo é ver-me com o cabelo igual durante muito tempo. Aborrece-me. E, na verdade, adorei o resultado - há lá coisa melhor do que um cabelinho que não dá trabalho? 

O problema é este: constatando o óbvio, e apesar de o meu cabelo até crescer rápido, demora muito mais tempo a ficar comprido do que a levar uma tesourada que o encolhe drasticamente. E, pela primeira vez na história da minha existência, está bonito, hidratado e tem as pontas fofas sem denunciarem estes meses todos sem verem a tesoura (já ouviram falar do óleo de pontas da cien? shhhh, nem digam que vão daqui). Com isto quero dizer que está perfeito para que eu continue a deixá-lo crescer, tal como era o meu plano por agora. Era, porque, entretanto, deu-me um ataquezinho qualquer e estou outra vez com aquela vontade de o ir cortar pelas orelhas, assim a destruir o trabalho de sete meses.

Ah, então mas se és assim tão decidida, porque é que ainda não foste?
Porque a pessoa é friorenta, anda sempre com golas/cachecóis e teme ficar a parecer um cotonete, daqueles para bebés. 

(já me fazia falta um dilema leve e fútil para aligeirar a quantidade absurda de dramas e resoluções que habitam esta cabeça neste momento.)

4 comentários:

A Extraterrestre disse...

Lol dramas de gajas... Tão bom...

ernesto disse...

Presentemente, sabe-me mesmo muito bem ter um drama tão... pouco dramático, para resolver xD

disse...

Desde que vás cortando o cabelo e não cortes o pescoço, tudo bem. Eu sei que és "jeitosa", mas com cabeça ficas ainda mais jeitosa.
Cabelinho que não dá trabalho, é do melhor. Se eu fosse de conservar o mesmo penteado dos anos 70 (como vejo gajos da minha idade fazerem), hoje andava com o cabelo ruço pelo meio das costas, ou de rabo de cavalo, que é uma coisa que fica sempre bem a um sexagenário com pinta de toxicodependente. Mas não sou conservador e sou muito prático. Corto o cabelo e a barba em casa, com máquina de tosquiar (pente zero para a barba e pente dois para o cabelo). É tão bom sair do banho já "penteado"...
Também faço o meu dramazito, de vez em quando. xD

Diana Domingues disse...

Adorei o titulo do blog, e acho super original que dês o nome de dealers aos teus seguidores ahahah
adorei o teu blog! ganhaste uma nova dealer!
passa no meu e diz o que achas!
beijinhos
http://eyeelement.blogspot.pt