[finjo que não me importo mas, a cada chamada, a cada mensagem, estremeço e torço em silêncio para que seja o nome dele a saltar-me no ecrã. mas nunca é. outra vez.
ainda não chorei. ainda não tive nenhum surto psicótico a meio da noite: não lhe liguei, não mandei mensagem. às vezes apetece-me, porque tenho saudades. outras vezes, não me apetece, porque sei que é inútil e que eu mereço mais do que o silêncio.
mas não podemos obrigar ninguém a albergar-nos na sua vida. não podemos obrigar ninguém a aceitar a nossa mão para o puxar do fundo do poço. às vezes, não nos resta mais nada senão ver aqueles de quem mais gostamos a afundarem-se, porque nem nos deixam puxá-los, nem nos deixa afundarmo-nos também.
e tenho saudades - muitas, tantas. mas, desta vez, vou deixá-lo ir.
se ele quiser voltar, sabe onde estou.]
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