O meu problema é essencialmente este: a minha dignidade adormece antes de mim.
Se por um lado passei o dia consideravelmente calma e consegui praticamente nem falar com ele, à noite é sempre outra história; começa a faltar-me o miminho, começa a faltar-me a voz, começa a faltar-me ele, e isto nunca corre bem. Ora mando o orgulho ir dormir para outro quarto, ora consigo adormecer mas acordo a meio da noite e envio-lhe a biblía em oito mensagens diferentes, todas elas carregadas de raiva, de nervos, de sono, de rabugíce, de drama, de insegurança e de amor, tudo em doses desmesuradas.
Intervaladas, até o cansaço me vencer, umas horas depois; adormeço angustiada e acordo com vontade de entalar as orelhas no forno porque, de facto, tudo aquilo era evitável, o erro do moço não foi assim tão grave e tão imperdoável que justifique a tortura a que me submeti.
1 comentário:
A ansiedade por vezes fala mais alto.
E não é fácil de controlar.
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