Há uns meses, acusaram-me de ser sovina pelos motivos mais ridículos que possam imaginar - e hoje, a história das promoções fez-me refletir sobre isso novamente. Tenho a dizer-vos que, afinal, sou orgulhosamente sovina por motivos de que me orgulho.
Tenho dinheiro. Não muito, mas inteiramente meu e completamente à minha disposição para fazer o que quiser dele. Podia dar-me a pequenos luxos, podia permitir-me algumas futilidades, mas não o faço; ainda não sei bem o que quero fazer a seguir, mas sei que quero mais, muito mais, e que não o posso fazer sem dinheiro. Sou cheia de sonhos e objetivos, e não tenciono depender de ninguém para os atingir; não, não quero depender dos meus pais até aos 30. Pelo contrário, acho que começa a ser hora de retribuir tudo o que já fizeram por mim.
Desta feita, confesso, nunca gasto dinheiro sem pensar no abalo que será para a minha conta. Não passo o cartão sem pensar duas vezes, raramente compro coisas de que não preciso realmente, mas fico realmente feliz quando faço compras para casa. Fico contente quando sinto que estou a contribuir. Estranho? Não me parece.
É por isto que não entendo a necessidade que as pessoas têm de fazer de conta que têm mais dinheiro do que o que têm na realidade. As que, como diz o outro, vivem acima das possibilidades e acabam a depender de esmolas para conseguirem manter um estilo de vida que, claramente, não têm como sustentar. Gente que, assim que sabe que vai ganhar 10, já está a pensar onde vai gastar 30€. Gente que se queixa de que nunca tem dinheiro mas também nunca faz um esforço para poupar, que não sabe o que é ter dois euros porque gastou o primeiro assim que lhe caíu na mão.
Nunca emprestem dinheiro a pessoas que dependem das vossas moedinhas; perguntem-lhe antes onde gastaram o que falta, e porque é que insistiram em comprar aquilo que não tinham como pagar. Não confiem em gente que vos olha de lado por saber que poupam e que contam cada cêntimo que gastam: acreditem que não são vocês que estão errados por quererem ser autossuficientes, em vez de uns esbanjadores incapazes de compreender que ir a todo o lado, contando com dinheiro emprestado, que nunca chegam a devolver. Isso não faz deles fixes nem pobres coitados. Faz deles uns parasitas inúteis que só vão chegar onde a boleia os levar.
E, a sério, não é longe.
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