As pessoas falam como se o término deste ano infernal fosse a cura para todos os males por ele criados - não é. Dentro de (menos de) 24 horas, estaremos noutro ano, com as mesmas memórias, com os mesmos fantasmas, com as mesmas dores.
A chegada de 2017 não vai apagar tudo o que ainda me faz chorar. Não me vai fazer esquecer de todas as perdas deste ano, de todos os sustos, de todo aquele tempo em que me senti a desistir de mim mesma; tudo o que aconteceu, continua aqui, gravado. Para sempre - ou até à chegada do alzheimer, pelo menos.
Ainda assim, houve espaço para coisas boas que eu tendo a esquecer-me de mencionar: a minha vida mudou em alguns aspetos, é certo. Cumpri um dos meus objetivos e vi-me - finalmente! - um passo mais perto de poder vir a relizar o meu sonho. Ganhei pessoas, perdi pessoas - levo algumas comigo, para o ano que vem. E acho que vou muito bem servida.
2017 vai começar exatamente no mesmo ponto em que acaba 2016: nada muda à meia noite, nada muda sem esforço. Nada muda sem que se faça por isso - e o que eu quero que mude realmente em 2017 é a minha história. Sou eu.