Foi há um ano: encontrei-te na estação e levei-te ao meu sítio favorito. Avisei-te, com antecedência, de que não sou pessoa de barzinhos fancy ou esplanadas dignas de fotografias. Sou mais uma filha do mar, com toda a reverência e respeito que lhe guardo, e nunca me poderia apresentar de melhor forma do que num passeio pela praia, no frio de dezembro. Calhou bem: gostas do frio e partilhas do meu amor pelo mar.
Andámos pelo meio das pegadas de gaivota, falámos de tudo e calámo-nos. Sentimos as gotas de chuva a engrossarem e a enregelarem-nos até aos ossos. Pediste autorização para me abraçar, com o intuito de me aquecer, e nunca mais me largaste.
Foi há um ano que senti os teus lábios pousados na minha testa, o teu corpo contra o meu, a minha vida a par com a tua, pela primeira vez. Por esses dias já me obrigava a assumir, ainda que contrariada, que me tinhas furado os planos e feito tropeçar de amores por ti. Logo quando eu nem me queria apaixonar.
Um ano depois, esses dois na praia não parecemos nós, tu e eu, a tocarmo-nos a medo e sem fazer a mais pequena ideia de onde aquele primeiro passo nos iria levar, nem que teríamos ainda uns meses e muitas lágrimas a separar-nos do dia em que se sararam todos os medos, todas as inseguranças, e nos tornámos num par.
Demos mais de mil voltas às voltas que a vida nos tem tentado dar a nós- somos bons nisto. A contrariar as expectativas, a arrumar com as probabilidades. Obrigada por esta maravilhosa aventura. Louca, mas maravilhosa.
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