segunda-feira, 4 de novembro de 2013

reflexões de uma mente perturbada

Não acredito em amores para sempre, nessa ideia de que nunca nos vamos separar. Se pode acontecer? Pode, mas não gosto de pensar nisso assim, como uma ideia fixa, como uma verdade absoluta.

Sempre me assustou a monotonia. Sei lá. Sou incapaz de me imaginar a viver 50 anos iguais, preenchidos com as mesmas palavras, com os mesmos atos, com as mesmas promessas, e no fundo com a eterna esperança de algum dia isto ser suficiente para ser feliz. 

Talvez o seja - não digo que não - mas sou incapaz de imaginar o meu futuro assim. Se me perguntarem se quero alguém ao meu lado, é óbvio que sim. Toda a gente quer uma pessoa cujo abraço nos saiba a um regresso a casa, à certeza de que está tudo bem e de que estará sempre, mas esta estabilidade, quando não nos preencha completamente, não vale a pena.

Não sei se me consigo fazer entender quanto a isto; não estou a tentar dizer que não gostava de passar o amanhã com uma única pessoa, estou dizer que não gostaria de o pensar dessa forma. De o tornar como um dado adquirido só porque me traz conforto.

Não. Para mim, um amor para sempre teria de ser um amor todos os dias, um amor renovado. Uma pessoa que fizesse com que eu quisesse acordar de manhã e vê-lo ao meu lado, e não uma pessoa com quem eu acordasse todos os dias por termos decidido que seria assim. Construindo esse para sempre dia após dia, em vez de o decidir num par de segundos.

Por isso, - como acabei por perceber numa conversa com amigas - eu nunca seria a ressabiada que corria atrás, que perseguia. Se não desse, eu podia chorar baba e ranho, podia achar que era o fim do mundo, mas recompunha-me em menos de nada e seguia em frente sem desejar vingança, sem desejar o pior. Sei lá, estas coisas acontecem; um dia, deixa-se de gostar, um dia, deixa-se de poder ficar. E não há nada de errado nisso - o que está errado, é partirmos do princípio que nunca aconteceria.

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