sexta-feira, 18 de julho de 2014

nunca disse

Se há história que sempre ficou guardadinha a sete chaves, servindo só para fazer com que eu e a bicha nos ríamos até chorar de cada vez que nos lembramos, é a história do meu primeiro beijo - porque até nesse momento eu tive de tornar a coisa peculiar.

Não sei bem porque é que aconteceu. Acho que estávamos a conversar e ele me tentou beijar a meio, ou coisa que o valha - não importa. Sei que estávamos próximos, muito próximos, demasiado próximos, e o rapazinho já tinha mesmo a beiça colada à minha, quando eu abortei missão. Porquê? Porque, aquando da minha primeira endoscopia, bateu-me o medo de fazer merda.

Virei a cara, saí dali sem dizer nada, mesmo em jeito de espera aí, amigo, vou só ali ler o manual de instruções, e fui ter com a patrícia, a panicar, dizer-lhe que ai jesus nem sei como se faz, e se eu faço merda? e se for muito horrível? oh meu deeeeeus, como é que se beija?

A moça acalmou-me e eu voltei para ele. Claro que acabei por o beijar e ele nunca se chegou a aperceber da pausa para anúncios - mas eu acho que fiquei com uma história para contar aos netos. Ou se calhar não, porque não é propriamente bonito assumir que parei o meu primeiro beijo a meio para ir pedir conselhos à minha melhor amiga, mas tudo bem. Cada um com as suas manias.

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