sexta-feira, 4 de julho de 2014

outra vez

Não gosto que me dêem dinheiro em jeito de presente. Por mais que isto não vos faça sentido - porque, obviamente, ainda não ganho para mim e vivo à custa dos meus pais -, apesar de me dar toda uma outra liberdade, não gosto.

Isto pode soar falso e incrivelmente estúpido, mas não o valorizo minimamente. Nunca precisei de muito para estar feliz e enerva-me essa tendência geral para achar que se pode resolver tudo oferecendo um bocado de papel que andou de mão em mão até chegar a mim e, consequentemente, vai continuar a andar de mão em mão depois de me ter servido de presente. É quase descartável. Não é inútil, mas não tem valor.

Prefiro que me tentem conhecer, que tentem perceber quais são os meus gostos, que me tentem agradar. Se correr mal, paciência, alguma coisa se há de arranjar - mas prefiro algo material, algo físico. Algo que eu possa olhar e lembrar-me de quem mo ofereceu. Uma nota é só uma nota e o dinheiro não é de ninguém, não lembra ninguém, não significa nada.

Acredito que isto me faça parecer estranha e mimada mas preferia mil vezes que me dessem um livro, mesmo desses que se compram a 3€ na feira do livro, a uma nota de 20€. Pelo menos, lê-lo-ia a pensar em quem mo deu e saberia que alguém me tentou descortinar. Que alguém me tentou fazer feliz em vez de se limitar a tentar comprar o meu afeto. Desculpem - isso comigo não funciona.

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