Não é nada fácil lidar com isto - há dias, como o de hoje, em que eu dava tudo para poder afundar-me no abraço dele, mas não posso; não está cá. Está cá sempre, mas nunca está.
É difícil; há dias em que vai tudo tão mal que me apetece mesmo fugir-lhe de vez. E culpo-o, culpo-o mesmo muito, por termos chegado até aqui - mas a única culpa que ele tem é a de ser tão estupidamente espetacular que eu não consigo evitar gostar dele. E cada vez mais.
Nunca é igual: há dias bons e dias maus. Dias em que eu me convenço de que é mesmo fácil porque não vou ter notícias dele se assim o não quiser, e acho que tudo se resolve com uma despedida mal amanhada e um telemóvel desligado. Mas há outros em que ele me apanha tão de surpresa que eu me relembro do porquê de gostar tanto dele. E vale a pena o risco.
Não creio que seja compreensível para os outros mas dois minutos de conversa mudam tudo - fico inquieta se tenho de me deitar antes de conseguir falar com ele e, mesmo que ele me ligue quando eu já estou a dormir e no dia seguinte nem me lembre da conversa, eu juro que durmo melhor depois desse beijinho improvisado dos que não o podem fazer de outra forma. Aquece-me o coração. É o lado bom dos meus dias maus - o colo para a alma. É isso que ele me é: colo. E transformou-se no meu preferido.
Mas hoje é um desses dias em que a distância me desafia os limites; precisava do tal abraço, do tal beijo. E não queria que fossem de mais ninguém. Não quero.
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