terça-feira, 10 de novembro de 2015

de tempestade em tempestade

Tenho uma tia avó que é a minha terceira avó - diz a toda a gente que eu sou a neta mais velha e mima-me como tal; volta e meia faz-me miniaturas do meu bolo preferido, em jeito de miminho, e fica chateada quando me vê partilhá-lo com alguém. É complicada como, de resto, é a característica dominante do mulherio do clã, mas nem por isso me é menos difícil imaginar um mundo onde ela não esteja.

Hoje fui buscar um exame dela; abri-o, com cuidado, mal entrei no carro, e li o relatório.
Fechei-o e voltei para casa - quando lho entreguei, perguntou-me, esperançada, se afinal as notícias eram boas e tudo não tinha passado de um susto. Respondi-lhe que não sabia, que ninguém me tinha dito nada na clínica e saí, com um nó na garganta e as lágrimas nos olhos.

Vem lá tempestade.
Outra vez.

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