domingo, 15 de setembro de 2013

o amor é outra coisa

Costumo dizer que não acredito no amor mas, reconheço que à semelhança do que faço com deus, é só uma maneira de simplificar a resposta. Sei que, no fundo, acredito tanto num como no outro, mas não da mesma forma que toda a gente à minha volta parece acreditar, e então prefiro nem dizer nada.

Juro que sou incapaz de compreender aquelas pessoas que encontram o amor da vida delas cinco vezes no mesmo ano. Ou as que acham que o amor de hoje, é o amor eterno. Sei lá. Acho que este tipo de projeções não tem qualquer tipo de cabimento. Se durar para sempre, ótimo. Mas se acabar amanhã, é ótimo na mesma porque um dia existiu, e à falta de melhor, sempre dá para o curriculo.

Claro que na vida real, isto não faz sentido. Acho que só estou a tentar dizer que me enjoam as pessoas que confundem qualquer tipo de afeição com amor. Não me parece justo. Talvez eu tenha lido muitos livros e visto muitos filmes para ainda ousar crer que tenho uma visão realista, mas não me parece certa a forma como as pessoas banalizaram um sentimento que era suposto ser especial. Confundem-no com paixão. Aliás, acho que o chegam a confundir só com a tesão. E, de alguma forma, isto está errado.

Eu acredito que um amor possa realmente durar. A sério que acredito que, alguns dos casais da minha idade, consigam mesmo aguentar-se ao longo dos anos. Mas também sei que, na maior parte dos casos, isso não vai acontecer, e se há coisa que eu acho parva é desperdiçar palavras quando não são verdadeiras. Um amo-te não devia ser dito com o desprendimento de um bom dia, mil e quinhentas vezes por dia. Ou, ainda pior, escrito no final de cada mensagem. Isto não é amor, é uma trela para prender o outro. O biscoito de recompensa que faz o cão ir buscar a porcaria do pau. Ou é só estúpido.

Desculpem-me se estou armada em tia conservadora, mas eu valorizo cada palavra, e não me parece certo que as vandalizem desta forma. Ainda acredito que o amo-te deve ser especial, dito apenas quando é verdadeiro, e não dito como que por obrigação, só para que a pessoa não se esqueça. Se a pessoa for realmente amada e a outra o demonstrar, ela não se esquece, mesmo que passem meses até que a volte a ouvir. Mas se for dita de forma vazia, tanto faz que a digam mil vezes por dia. Não terá qualquer valor. Ou então, tem, mas não o certo, e nascem músicas com o nome o amor dá-me tesão. Se o souberem demonstrar, não é preciso dizê-lo.

4 comentários:

Ariana disse...

Concordo completamente contigo e acho que no fundo também só digo que não acredito em deus ou no amor para simplificar tudo.

Carolina Pereira disse...

Agora disseste tudo.
adorei o primeiro parágrafo, e identifiquei-me bastante com ele.
Eu acho que as pessoas confundem atração fisica com amor, o que nem tem nada a ver. e normal uma miuda senti-se atraida por um rapaz cheio de abdominais, e isso nao quer dizer que o ama ou que se va casar com ele.

Emilie Lorena disse...

Eu apaixonei-me muitas vezes. E sempre tive noção que essas paixões não era amor. Amar, só estou a amar agora. Já lá vão 3 anos e nenhum de nós passa o dia a dizer "amo-te". As atitudes, as outras palavras valem mais que isso.
Sabes, sou da opinião que se perdermos muito tempo a dizer "amo-te" perdemos tempo para atitudes que podiam transmitir isso mesmo e que iriam ficar na memória da pessoa.
Não vale a pena gastarmos palavras quando não há atitudes.

anónimo 2.0 disse...

Concordo tanto com isto que ninguém imagina. Bom texto ;)