Gosto de si, isaura, e ela respondeu com uma voz que parecia dorida, E no dia em que se vai embora é que mo vem dizer, Seria inútil tê-lo feito antes, tanto, no fim das contas quanto estar a fazê-lo agora, E no entanto acabou de o dizer, Era a última ocasião, tome-o como uma despedida, Porquê, Não tenho nada para lhe oferecer, sou uma espécie de caminho da extinção, não tenho futuro, não tenho sequer presente.
José Saramago,
a caverna
Isto levou-me para longe, para outras histórias, para outros tempos. Para um passado que não se cansa de se querer fazer presente. E de repente o cipriano e a isaura eram reais, e de repente tudo fazia sentido, e o livro era o melhor livro que já tinha lido, porque sem querer contou nas entrelinhas o que está perdido num recôndito da memória. Mas não esquecido, note-se. Jamais esquecido.
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