Costumo pensar todos os dias em todas as coisas que gostaria de te dizer, se soubesse como começar e se, de alguma forma, ainda tivesse esperança de que me quisesses ouvir. Contudo, diz-me o meu lado racional de que te fartarias de mim cinco minutos depois, se é que não estás já farto dos disparates que digo.
Desculpa. Desculpa-me pela forma como tropeço nas palavras, como falo sem parar quando estou contigo e se nada do que digo faz sentido. Desculpa. Não sei lidar tão bem com o que sinto como penso, deixas-me nervosa, demasiado nervosa, e, na maior parte do tempo, nem eu sei do que falo. E desculpa-me outra vez, se sei ser boa atriz no que toca a sentimentos, se sei fingir que detesto algo que adoro tanto quanto a ti. Desculpa. Já te disse que não sei lidar com o que sinto, e gostar tanto de alguém amedronta-me.
Quando estás perto, só consigo pensar no quão bom seria chegarem-me esses tão falados 20 segundos de coragem louca, e dizer-te tudo de uma vez. Pegar na tua mão, e dizer-to. E nem me perguntes porque quereria eu pegar-te na mão, também não sei. Acho que só queria poder sentir que estavas mesmo ali, que não era um sonho, como o sonho que tive há dias. Não te disse, mas senti o meu coração em alvoroço nesse momento. Mas de que estou eu a falar? São só sonhos. São só ilusões.
Pudesse eu mudar-me para o outro lado do mundo, para um país onde estivesse trocada, onde os meus dias fossem as tuas noites e as minhas noites os teus dias. Onde estivesse certo caminharmos na direção errada e, de qualquer maneira, acabássemos por ir ter ao mesmo lugar. E onde eu não desse por mim a observar o céu negro salpicado de luzinhas brilhantes, a questionar-me se não estarias tu a observar o mesmo céu. E, nos noites mais loucas, se não estarias, também tu, a desejar ter-me ao teu lado. Mas não posso. Não posso fugir, nem me posso esquecer do mais importante; são só sonhos. São só ilusões.
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