domingo, 15 de fevereiro de 2015

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[é aqui que nos encontramos - uma sala silenciosa e tão vazia quanto eu, toda ela branca de um branco que me aturde e engole. sou parte dela; não sou mais do que isto nem faria sentido em qualquer outro lugar. é aqui que nos encontramos e podia ser um bar, uma mesa com dois copos meio cheios em cima e todo um mar de hipóteses de um final feliz. ou podia ser um passeio à beira mar, dedos entrelaçados e o salgado nos lábios. podia ser qualquer outra coisa em qualquer outro lugar, mas é isto mesmo; uma sala branca. ontem achei que sabia de tudo e que conhecia o mundo mas hoje sou tábua rasa. não sei de nada, meu amor, a não ser do arrependimento que sinto e que já não cabe em mim; lamento mas nem mil lamentos nos chegam. é aqui que nos encontramos porque eu olho à volta e tu não estás; boicotei-nos, traí-me, e hoje não sei mais de mim do que isto mesmo que aqui conto: estou aqui. preciso da tua voz para me despertar, preciso da certeza de que não faz mal. mas faz. hoje encontramo-nos aqui porque eu estou sozinha e tu não vens mas, finalmente, descobri quanto de ti há em mim. só espero que não seja tarde.]

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