segunda-feira, 2 de junho de 2014

uma dessas noites em que não me apetece dormir

[há pessoas com quem vale a pena cruzarmo-nos. pessoas que valem a pena conhecer, quer nos façam bem, quer nos façam mal. ou ambos. em simultâneo. acho que és uma dessas - das ambíguas, quero dizer, porque das que valem a pena conhecer estou eu certa há muito tempo de que o és. desculpa se não houve tempo, se não houve paciência, se não houve coragem. ou razões. queria ter-te dito muito e acabei por me calar no último momento por achar que não me querias ouvir. faço isto muitas vezes - calo-me quando chega a altura de revelar o que penso ou o que sinto, e eu tive tanto medo que me descobrisses que acabei por querer fugir quando me meti a descoberto. estranho? confuso? desculpa outra vez. e mais outra. desculpa até por aquilo que não me arrependo de ter feito, sei lá - por ter entrado de rompante na tua vida. ou tentado, pelo menos. mas estava a desesperar, queria um lugar para mim. queria importar ou dar-me ao luxo de demonstrar a alguém que me importava. desculpa por isso, pelo abuso, pelo espaço que ocupei. estou agora à porta, disposta a entrar ou a sair - convida-me e eu fico ou manda-me embora e eu prometo nem olhar para trás, mas diz qualquer coisa. reage. mas se quiseres ir embora, deixa-me explicar-te uma vez, só uma vez, o porquê de tudo isto - nunca conheci ninguém como tu. és a combinação perfeita de amor com mau feitio, de simplicidade com complexidade, de passividade com liderança, e eu admiro-te tanto, mas tanto, que nem acredito que conseguisses compreender porquê se eu to dissesse. na verdade, eu nunca acredito que as pessoas consigam entender-me se eu me meter a falar sobre metade das coisas em que penso, mas tudo bem. e eu não faço ideia se vais ou não acabar por ler isto, embora acredite que sim e isso me assuste - é importante para mim dizê-lo, mesmo que te esqueças três minutos e cinco segundos depois, mesmo que acabes por achar ridículo. não são todas as cartas de amor ridículas? e isto nem é uma carta. nem tão pouco é sobre amor. é sobre qualquer coisa indefinida que explica, mais coisa menos coisa, o que sinto por ti. o que é isso nem importa muito. é isto, e talvez seja pouco, talvez seja vão, mas é o que de mais puro tenho. não vou entrar no clichê de dizer que és o melhor de mim - não és. és o melhor de ti próprio, por ti próprio, e é de ti que eu gosto, assim. tal qual és, sem te tentares fazer passar por outra coisa qualquer. não escolhemos de quem gostamos e isso é um tanto ou quanto mágico - como jogar na loteria. aposta-se e talvez se ganhe, talvez se perca. pessoalmente, acho que já me saiu a sorte grande só por te ter conhecido. mesmo que até acabes por te esquecer do meu nome, mesmo que acabe por ficar sem ti de uma vez para sempre - estou eternamente grata por te ter conhecido. mas, sabes? se escolhêssemos as pessoas por quem nos apaixonamos... eu escolher-te-ia a ti.]

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