Não foi por falta de vontade que deixei de escrever daqueles textos onde por aqui se fala de amor como se eu o acreditasse tanto quanto as personagens que invento à pressa. Deixei de aqui escrever, porque de repente as personagens fictícias ganharam vida, e eu não conseguia continuar a fazer-lhes isto. Ou porque o destinatário, a quem eu chamava meu amor só para lhe dar uma existência fictícia, como se nunca houvesse para mim um nome real que se sobrepusesse a todos esses nomes estúpidos que jamais usaria em voz alta, também se cansou de ser fictício. De repente, tinha tudo uma existência tão real, que comecei a ter medo de escrever quando tomei consciência disso.
Talvez um dia consiga voltar a escrever. Talvez.
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