quinta-feira, 4 de julho de 2013

patrícia, de cognome «a cagona»

Ontem, mal cheguei fui comprar comida para depois encher a pança na praia ao supermercado mais próximo. Acontece que precisei de ir à casa de banho, e que a dita do supermercado em questão não é mais do que isso mesmo; uma casa de banho. Uma. Uminha.

Isto não teria qualquer significado, não fosse dar-se o que se passou a seguir. Quando entrei, parecia que alguém tinha acabado de lá cagar um rato morto. Sério. Cheirava a merda pura. Em circunstâncias normais, eu teria dado meia volta e ido embora, mas estava já demasiado aflita para me poder dar ao luxo de ser esquisita. 

Passado pouco tempo, começam a bater à porta. Era uma empregada de limpeza. E, quando saio, vejo duas gajas à porta a pedir à empregada que as deixasse usar a casa de banho antes de limpar. Ora, as gajas eram bonitas que eu sei lá, todas bem feitas e tudo e tudo. E depois saí eu, o trambolho gordo, de uma casa de banho que deixava qualquer um a desconfiar que alguém tinha apodrecido lá dentro.

Quando me fui embora, vi a empregada de limpeza a rir às gargalhadas a olhar para mim, e as outras duas já se tinham ido. Aquela gente ficou a pensar que tinha sido eu a deixar a casa de banho naquele triste estado, e de todos os cognomes que me podiam dar, cagona não me parece uma hipótese agradável.

Okay, não tinha mal, porque nem as voltaria a ver, certo? Errado. A praia é enorme... mas elas foram para o nosso lado. Mudámos de sítio quando as criaturas não paravam de olhar para mim, e quase me esqueci do pequeno incidente. Horas depois, entro no comboio. Elas decidiram que aquela também era a melhor hora para voltarem para casa. Alguém acha que consegue ter mais azar do que isto? Oh deus.

4 comentários:

Serena disse...

Ok, isso foi mau!

Anónimo disse...

Na vida, concluíra um dia, todos têm direito a um grande amor. Uns achá-lo-iam num cruzamento perdido e com ele seguiriam até ao fim do caminho, teimosos e abnegados, até que a morte desfizesse o que a vida fizera. Outros estavam destinados a desconhecê-lo, a procurarem sem o descobrirem, a cruzarem-se numa esquina sem jamais se olharem, a ignorarem a sua perda até desaparecerem na neblina que pairava sobre o solitário trilho para onde a vida os conduzira. E havia ainda aqueles fadados para a tragédia, os amores que se encontravam e cedo percebiam que o encontro era afinal efémero, furtivo, um mero sopro na corrente do tempo, um cruel interlúdio antes da dolorosa separação, um beijo de despedida no caminho da solidão, a alma abalada pela sombria angústia de saberem que havia um outro percurso, uma outra existência, uma passagem alternativa que lhes fora sempre vedada. Esses eram os infelizes, os dilacerados pela revolta até serem abatidos pela resignação, os que percorrem a estrada da vida vergados pela saudade do que poderia ter sido, do futuro que não existiu, do trilho que nunca percorreriam a dois.

José Rodrigues dos Santos - A Filha do Capitão

Mel Pereira disse...

Por isso é que eu não gosto das casas de banho públicas e evito-as ao máximo. xD

patrícia disse...

Anónimo, confesso que quando vi o comentário, antes de aceita e, por isso, incompleto, estava a perguntar-me porque raio me iam meter um testamento num post destes. Mas agora que percebi a intenção, obrigada. Gostei mesmo, e isto vai acabar num post :)