Nunca acreditei no amor da mesma forma como todos o parecem conceber. Acredito sim que o amor é para sempre enquanto dura, porque nem faria sentido ser de outra maneira, mas o para sempre pode ser só até à semana que vem. Ou, da maneira como as relações de agora são, até amanhã de manhã.
Não me peçam que compreenda como é que pessoas da minha idade, ou até mais novas, já têm planos para o casamento, para o nome dos filhos, e só não dão nome aos netos e ao cão da família porque deus não quer. Aliás, eu não entendo sequer como é que alguém pode achar que ama alguém que conheceu na semana passada. Mas isto sou eu, que sou old school e ainda acho bonitos esses romances que começam devagarinho. Manias.
Mas, mais do que tudo, não me peçam para entender as coisas a que as pessoas se sujeita, o quanto se deixam levar, as coisas que começam a aceitar. Se querem que vos diga, às vezes até agradeço pelo feitio de merda que tenho, porque sei que não deixaria alguém levantar-me a voz duas vezes, quanto mais dar-me dois pares de estalos. E também não o perdoaria, porque é amor. Não manteria uma relação à base de discussões porque o sofrimento faz parte do amor. Assim como não permitiria que levantassem boatos, porque tinham ciúmes e porque ciúmes também são amor. Isso é tudo muito bonito nos filmes, mas na vida real as coisas não funcionam bem assim - há que saber quando parar.
É preciso aceitar que às vezes a única hipótese é desistir - como, por exemplo, quando se apercebem de que estão a viver em função de alguém, que fazem tudo o que a outra pessoa quer, que deixaram de ter vontade própria. Por favor, não se deixem domar, não se acomodem com essa espécie de felicidade infeliz dos que se perderam pelo caminho. Se estão mal, mudem-se. Só isso.
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