sábado, 27 de setembro de 2014

always

O principal motivo para isto não ser um desses blogs que mais parecem de auto-ajuda, cheios de bons conselhos e receitas para uma vida feliz, é que eu nem a mim mesma sei ajudar. Por exemplo, neste momento tenho passado os dias a tentar convencer-me de que estou a tentar decidir pelo melhor, mas sei que é mentira.

É preciso ter três coisas em consideração: o que eu quero fazer, o que eu devo fazer e o que eu posso fazer. Quanto a esta última, não levanto grandes dramas - posso fazer qualquer coisa que me apeteça porque sei que, em tempos de aflição, sou capaz de tudo. Mas entre o que eu quero e o que eu devo fazer, levanta-se um muro que eu sei que posso quebrar com um sopro mas ainda não me sinto preparada para o revelar.

O que eu devo fazer é esquecer isto tudo e seguir em frente. Deixar como está, mesmo com todas as coisas erradas que fiz e disse, mesmo com todas as possibilidades que se perdem - não somos bons um para o outro. Poderíamos até conseguir ser bons amigos, mas acabaríamos por nos matar um ao outro enquanto casal - somos demasiado complicados. Os dois.

O que eu quero fazer é esquecer-me destes dramas todos e começar do zero, como se não fizesse ideia de que, se não aprendermos a adaptar-nos, em menos de nada teremos cozinhado os orgãos vitais um do outro. Mas continuávamos vivos, só por teimosia - o que eu quero fazer, meus amores, é fazer de conta que não lhe disse coisas horríveis e ligar-lhe. Talvez não hoje, mas quando me sentir suficientemente calma para isso. O que eu quero fazer é ignorar o perigo eminente e tentar que corra bem. É pedir-lhe desculpa em praça pública, porque ele merece. É nem pensar que não seríamos bons juntos, porque quero tentar mais uma vez. Ou mil. E eu sei que isto é errado - é por isso que finjo que ainda estou a ponderar, mas sei que, mais tarde ou mais cedo, as saudades de o ouvir do outro lado vão falar mais alto, e eu lhe vou ligar. Sei que, como sempre, vou fazer o que quero, em vez do que é certo. Pode ser que acerte.

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