Por ter conhecido de perto casais que chegavam a níveis mórbidos de ciumeira, prometi a mim mesma que nunca nesta vida me havia de deixar envolver com alguém em quem não fosse capaz de confiar completamente, ou acabaria por ter de engolir cada merda que disse acerca das obsessões e cenas.
Isto funcionou parcialmente - mas dei o benefício da dúvida. Deixei-me levar por essa ideia de que fosse verdade, que talvez a confiança tivesse de ser construída pecinha por pecinha, como se a tivesse roubado no ikea e tivesse perdido o manual de instruções.
Em menos de nada, eu tornei-me a gaja mais stalker que vocês possam imaginar. Já era - shame on me, uma pessoa tem de fazer pela vida - mas, em menos de nada, só me faltava mesmo descobrir qual era o tom da base que a mocinha de quem eu desconfiava usa. E percebi nessa altura que não estava minimamente feliz com aquilo que estava a construir. Ou a tentar.
A minha mãe diz que desde pequena que é difícil fazerem-me voltar atrás; ou é ou não é. Se não gostar, se não confiar, se não me apetecer, à primeira, é muito difícil que algum dia o venha a fazer. E foi exatamente isso que aconteceu; não era de mim, percebi-o mais tarde. Há realmente pessoas em quem eu consigo confiar facilmente, mas ele nunca foi uma delas e nunca seria.
Alforrecas, passou-se uma semana desde que, literalmente, eu o mandei foder e juro-vos que foi um dos melhores presentes que dei a mim própria. Por muito que até possa estar a ser injusta com ele, por muito que a intuição me tenha falhado desta vez e tudo isto seja um disparate, nunca resultaria durante muito mais do que um par de horas seguidas e, sinceramente, há gente muito melhor neste mundo. Às vezes nem é preciso procurar muito.
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