sexta-feira, 12 de setembro de 2014

shhhh

[sinto-me uma estranha em mim mesma, como um novo eu acabado de chegar aqui, ao corpo onde algo se perdeu - e foi a melhor perda da minha vida, posso jurar-te. não me reconheço, já nem sei bem quem sou, e essa é a melhor sensação de sempre. o imprevisível. o depois logo se vê. o eu não quero saber. teremos enlouquecido? provavelmente - que sentido faz isto? que sentido fazemos nós? mas vale a pena continuar a construir castelos de areia. de areia não, de ar - amanhã passamo-los para o papel e depois construímo-los de cimento, com os alicerces necessários para que não ruam como o chão que agora pisamos. havemos de conseguir. tijolo a tijolo. passo a passo; não tenhas medo, eu também não sei para onde estamos a ir, mas sei que quero arriscar. vale a pena ir devagar se nos estivermos a dirigir para onde podemos ser felizes, não é? e, se ao invés disso, estivermos a encaminhar-nos para o inferno, também podemos dar um jeito de o tornar numa espécie de paraíso privado. podemos, não podemos? podemos tentar? não paramos aqui. não fugimos, não nos desviamos. eu não me quero ir embora daqui sem ti. não me largues a mão, por favor. fica comigo. amanhã podemos já estar longe ou podemos estar no mesmo lugar - mas isso não importa. juro- e isto é uma loucura - que não me importo realmente do sítio onde estaremos, desde estejas ao meu lado. e se tudo ruir debaixo dos nossos pés outra vez, saltamos. mas saltamos juntos.]

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