Há alturas em que pedir desculpa já não adianta, porque dizer que lamentamos já não apaga nada do que foi dito e feito e é preciso, acima de tudo, aprender a pensar antes de falar. Mas, neste momento, não há retorno. Não há volta a dar.
Eu sei que vou voltar lá. Sei que me vou voltar a sentar num qualquer banco daquele jardim, dizendo a mim própria que só quero ficar sossegada a ler como fazia no tempo em que aquele lugar não me trazia nada em específico à memória. Ninguém. E sei que vou dar por mim a passear ao longo do paredão, a espreitar por cima do ombro de três em três segundos, na esperança de que o acaso o arraste até lá só para eu poder dizer, olhos nos olhos, em que ponto exatamente é que eu estava a falar a sério e quando é que foi a raiva a falar por mim. A culpa não é dele - entendo-o agora. Sou eu quem não está preparada para qualquer tipo de relação; estou escaldada, demasiado ferida, e não sei confiar. Sou um barril de pólvora e lamento por todo o mal que as minhas explosões causaram. Lamento por tudo o que disse, mas não posso voltar atrás. Não posso. E, por mais que me custe, é assim que estamos bem: longe.
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