sábado, 30 de agosto de 2014

das diferenças cruciais

Já deve ter passado mais de um ano desde que, num dia qualquer, a joana me disse relaxa que tudo se encaixa. É estranho - parece o conselho mais básico e mais vago que algum dia me deram mas, mesmo assim, continuo a pensar nele, tanto tempo depois. E continua a confortar-me.

Sempre fui dos dramas, do ai que eu não me aguento, mas aguentamos sempre. Que remédio temos nós! Há sempre uma maneira de resolver qualquer coisa. Há sempre uma forma de ultrapassar um obstáculo - e, de vez em quando, a vida conserta-se sozinha, como um prémio ou como uma prova de que há sempre a bonança a seguir à tempestade. Mas, quando tudo vai mal, em algum momento, tudo há de ficar bem. Mesmo que sejam só cinco minutos antes de começar tudo de novo - faz parte.

Acho que me apercebi disso ontem, quando pousei a caneca de café no chão e me sentei a ler; há séculos que não o fazia. Tinha-me esquecido do quão feliz era nesses momentos, mesmo com todo o mal que a cafeína me fazia e, sobretudo, acho que me tinha esquecido de que merecia uma pausa, mesmo em alturas como esta em que está tudo do avesso outra vez. Por isso e porque, um dia destes, vai voltar a ficar tudo bem. Nem que, para isso, o cenário ainda tenha de piorar.

Sorri. Houve uma altura da minha vida em que bebia café porque me fazia mal. Agora bebo porque me sabe bem.

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