sexta-feira, 25 de abril de 2014

"tenho mensagens tuas de março de 2013"*

Nunca gravei mensagens.
Nunca fui daquelas pessoas que guardam tudo o que lhes dizem de bonito para ler uma e outra vez, porque, com estas coisas nunca se sabe, e o que se diz hoje pode ser mentira amanhã. Nunca as gravei porque lê-las uma vez me basta - se são boas, se fazem acelerar o coração, se fazem sorrir, não me vou esquecer do que lá estiver escrito, nem vou sentir saudades quando as apagar. Mas gravá-las é um erro. 

Imaginem, por exemplo, que vos dizem que vocês são mesmo gostosas, e vocês guardam aquilo, todas contentes, para reler ao longo do tempo. E, passados 30 anos, eventualmente, já encarquilhadas e com as mamas a roçar os joelhos, continuam a reler a sms de cada vez que alguém vos diz que deviam ter mais cuidado com o que vestem, que a idade não perdoa, mas vocês não querem saber porque têm a prova de que alguém vos fazia um assalto à cueca - é preciso juízo, é preciso perceber a efemeridade de tudo o que se diz. 

É por isto que não gravo mensagens. Se for para eu não me esquecer, que digam de novo, que digam mil vezes, mas não esperem que eu acredite mil vezes no que só me dizem uma vez. 

*isto só me serviu de título porque foi o que motivou o post. and because it scared the hell outta me.

Sem comentários: