sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ataques de bom feitio

Se eu me vier a transformar numa velha cheia de rugas vincadas a parecer as pregas do focinho de um bulldog, saibam que a culpa é maioritariamente das pessoas conas que cruzaram a minha vida que só não me começam a fazer cabelos brancos aos 18 anos, porque eu os pinto.

Sinceridade a mais também pode ser fatal, reconheço-o, mas, ainda assim, estou eternamente grata por a minha personalidade parecer ter sido moldada por um ser diabólico sem filtros e com muito mau feitio. Não que seja necessariamente bom - e, deixem-me que vos confesse, às vezes considero-me bastante esbofeteável só por esta mania de que posso dizer o que me apetece -, mas pelo menos ninguém me pode acusar de fingir isto ou aquilo. Não finjo porque não consigo fingir. Agora, não me peçam para entender gente conas. Gente que vive conformada com tudo, que está sempre feliz nem que lhe estejam a cortar uma perna às postas para servir ao castelo branco na noite de natal. 

Não acho que seja falta de educação admitir-se que não se gosta desta ou daquela pessoa. Falta de carácter é fazer-se de amiguinho quando diz horrores da pessoa nas costas; mas não me podem culpar por não conseguir gostar de toda a gente, e menos ainda por não fingir que gosto. Não me venham com merdas de que vale mais a pena calarem-se do que estragar uma amizade - se falam nas costas, é porque alguma coisa não está bem, e se não está bem, ou se resolve ou se corta o mal pela raiz. 

Talvez eu seja um bocado cabra mesmo - peço desculpa, mas ninguém me paga para andar aqui a fazer-me de queridinha do povo. Quando não gosto, digo que não gosto e ponto final. Mas não venham chorar para aqui que estão fartos desta e daquela pessoa quando lhe continuam a beijar o cu. Não façam isso, gente, não queiram testar a minha paciência.

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