Vivemos na ilusão de que somos mais fortes do que os outros. Os melhores. Os inabaláveis. Não somos; a prova disso, é que nos adiamos e nos anulamos por medo. Todos os dias, enquanto fazemos de conta que somos muito felizes com o que temos. E, mais uma vez, não somos. O problema é que sabemos exatamente o que nos faz falta, mas convencemo-nos de que não é assim tão importante.
Claro que é. Mas somos estúpidos. Antes infelizes do que ridículos! Para quê confessarmos que gostamos do estranho, do absurdo, do errado, quando ninguém nos vai entender? Não, claro que não. É impensável assumirmos que, no fundo, o nosso sonho era guardar um rebanho de ovelhas. O importante é ser uma ovelha no rebanho e deixarmo-nos arrastar. Infelizes, mas normais. Discretos porque ninguém nos estranha.
Estamos infelizes porque tivémos vergonha de ser felizes, mas no fundo, nem queremos saber. Nem sequer precisamos de saber onde vamos; sigamos o rebanho.
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