Eu não sou sempre correta - faço asneiras, tenho atitudes mais ou menos infantis de vez em quando. Perco-me num mundo cujas dimensões ainda são coisa para me assustar quando me meto a pensar que estou a começar a caminhar pelo meu próprio pé. Ainda tenho muito que crescer e, creio, ainda tenho um longo caminho a percorrer no que toca a aprender a lidar com as pessoas.
Ainda não fui capaz de me habituar à ideia de que tenho de lidar com todo o tipo de gente, mesmo àquela a quem me apetece prender uma bola de chumbo à perna e atirá-la ao rio. Com crocodilos, de preferência. Por mais que tente, sou incapaz de sorrir e acenar a alguém que eu saiba que mente com a mesma frequência que respira e, mesmo assim, ainda consegue achar-se dona da razão e apontar o dedo ao próximo.
Já conheci um pouco de tudo; se eu atraísse dinheiro com a mesma facilidade com que atraio gentinha merdosa, a esta hora eu estaria a escrever-vos de paris, do meu apartamento com vista para a torre eiffel. Por via das dúvidas, não me atrevo a dizer que isto vai ficar por aqui e que nunca mais vou conhecer alguém cuja mania de respirar me enerve solenemente, mas quero acreditar que nunca mais me vou cruzar com uma criatura que, além de brincar com a vida, ainda é capaz de brincar com a morte de uma criança. Que é capaz de toda e qualquer coisa para que as pessoas não descubram que é uma pelintra neste mundo. Que quer à força toda que as pessoas pensem que todos a adoram quando, no fundo, não tem ninguém. Que, de tanto mentir, perdeu as verdades.
Juro, juro mesmo, que há momentos em que eu espero que a miúda tenha uma qualquer patologia psiquiátrica gravíssima capaz de justicar a quantidade e a dimensão das mentiras que ela conta, porque é a única forma de eu não perder toda a esperança que ainda tenho no mundo; custa-me ainda mais acreditar que, estúpida e inocentemente, já a tratei por e como amiga. Hoje em dia, custa-me ter lidar com ela diariamente. Custa-me ter sequer de olhar para ela; este é um indicador claro e evidente de que me falta crescer um bocadinho de forma a abstrair-me deste ou daquele traço da personalidade de cada um porque, no final das contas, é natural e provável que eu também ocupe o topo da lista dos ódiozinhos de estimação de alguém.
Contudo, escrevi isto, mais até do que para acalmar a raiva, para avisar de que o cinderela poderá estar comprometido; enquanto não cresço o suficiente para ignorar a gaja, sou bem capaz de me descuidar e de lhe acertar com uma cadeira na cabeça. Várias vezes seguidas. A continuação deste blog estará dependente da existência, ou não, de internet na prisão.
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