segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

especialmente ele

Se há coisa que eu detesto no inverno é necessidade de usar três mil e oitocentas camadas de roupa. Até acho que, em vez de andarem todos com a mania do je suis charlie, era boa ideia andar com um letreiro a dizer je suis uma cebola, não vão as pessoas julgar que isto é tudo banha. Não é; só ando com tantas camisolas que quase que é preciso mudar a configuração de tudo num raio de três quilómetros para me conseguir movimentar.

Uma coisa gira é que isto é uma boa forma de perceber quem é que está ou não preparado para ser mãe, já que é certo e sabido que as progenitoras sofrem da síndrome não-te-esqueças-do-casaco-olha-que-vais-ficar-doente. Isto porque, entenda-se, eu não sinto necessidade de usar casacos quando tenho uma camisola grossa tão larga que dava para ser usada por oito pessoas ao mesmo tempo, e, lá está, as tais três mil e oitocentas camisolas por baixo, ainda que a minha progenitora pareça achar que eu estava mais quentinha com um casaco, mesmo que estivesse de bikíni por baixo.

Ora, no outro dia, assim que cheguei, a primeira pergunta que ouvi, da boca de uma amiga, foi a sério que saíste de casa sem casaco com este frio?
Minutos depois, um gajo disse exatamente o mesmo.
Sim, estão prontos para ser mães.

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